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2 Guerra Mundial

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Regimes Totalitários
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Europa teve de enfrentar uma de suas piores crises econômicas. O uso do território europeu como principal palco de batalha acarretou na redução dos setores produtivos e inseriu a população de todo continente em um delicado período de pobreza e miséria. Além dos problemas de ordem material, os efeitos da Grande Guerra também incidiram de forma direta nos movimentos políticos e ideologias daquela época.
Como seria possível retirar a Europa daquela crise? Essa era uma questão que preocupava a população como um todo e, com isso, diversas respostas começaram a surgir. Em um primeiro momento, a ajuda financeira concedida pelos Estados Unidos seria uma das soluções para aquela imensa crise. No entanto, as esperanças de renovação sustentadas pelo desenvolvimento do capitalismo norte-americano foram completamente frustradas com a crise de 1929.
Dessa maneira, a sociedade europeia se mostrava completamente desamparada com relação ao seu futuro. As doutrinas liberais e capitalistas haviam entrado em total descrédito mediante sucessivos episódios de fracasso e indefinição. Paralelamente, socialistas e comunistas – principalmente após a Revolução Russa de 1917 – tentavam mobilizar a classe trabalhadora em diversos países para que novos levantes populares viessem a tomar o poder.
A crise, somada às possibilidades de novas revoluções populares, fez com que muitos vislumbrassem uma nova onda de instabilidade. Foi nesse momento em que novos partidos afastados do ideário liberal e contrários aos ideais de esquerda começaram a ganhar força política. De forma geral, tais partidos tentavam solucionar a crise com a instalação de um governo forte, centralizado e apoiado por um sentimento nacionalista exacerbado.
Apresentando essa perspectiva com ares de renovação, tais partidos conseguiram se aproximar dos trabalhadores, profissionais liberais e integrantes da burguesia. A partir de então, alguns governos começaram a presenciar a ascensão de regimes totalitários que, por meio de golpe ou do apoio de setores influentes, passaram a controlar o Estado. Observamos dessa forma o abandono às liberdades políticas, e as ideologias sendo enfraquecidas por um governo de caráter autoritário.
Na Itália e na Alemanha, países profundamente afetados pela crise, o fascismo e o nazismo ascenderam ao poder sob a liderança de Benito Mussolini e Adolf Hitler, respectivamente. Na Península Ibérica, golpes políticos engendrados por setores militares e apoiados pela burguesia deram início ao franquismo, na Espanha, e ao salazarismo, em Portugal.
Em outras regiões da Europa a experiência totalitária também chegou ao poder pregando o fim das liberdades civis e a constituição de governos autoritários. Na grande maioria dos casos, a derrocada do nazi-fascismo após a Segunda Guerra Mundial, serviu para que esses grupos extremistas fossem banidos do poder com o amplo apoio dos grupos simpáticos à reconstrução da democracia e dos direitos civis.
Nazismo
Entre 1918 e 1938, o mundo viveu um período chamado “entreguerras”: vinte anos que separaram as duas grandes guerras mundiais. Com o fim da Primeira Guerra, em 1918, a Alemanha, derrotada, encontrava-se em uma profunda crise. Para sair da guerra e manter o que restou de seu exército, assinou um acordo de paz chamado “Tratado de Versalhes”. Esse tratado, além de responsabilizar a Alemanha pela Primeira Guerra, proibia o país de fabricar armas, tanques e aviões; obrigava a devolução de territórios conquistados e a redução do exército alemão, além de exigir o pagamento de uma indenização aos países vitoriosos, pelos danos de guerra. Essas imposições criaram na Alemanha um clima de revanchismo, revolta, por parte da população que estava se sentindo humilhada. No final da guerra, o regime monárquico do Kaiser (imperador) caiu, dando início à “República de Weimar”.
Em 1917, a Rússia, comandada pelo socialista Lênin, derrubou o governo do Czar Nicolau II e instaurou uma nova forma de governo democrático: o comunismo. Os países que baseavam suas economias no capitalismo e na exploração do trabalhador se viram ameaçados. Uma onda de movimentos antidemocráticos surgiu no cenário mundial, com o intuito de conter o crescimento do comunismo. Na Itália predominava o fascismo; em Portugal, o salazarismo; na Espanha, o franquismo; e na Alemanha, o nazismo. A palavra nazismo vem de Nazi, que é a abreviação de Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, que de socialista não tinha nada. Seu líder chamava-se Adolf Hitler e o partido adotou como símbolo a “suástica”, uma cruz encontrada em diversas tribos.
Hitler nasceu em 20 de abril de 1889. Em 1923, Hitler, indignado com as péssimas condições que os alemães enfrentavam, oriundas da derrota na guerra, tentou um golpe de Estado em uma cervejaria, na Alemanha. Sem sucesso, foi preso. Na prisão, escreveu um livro que se tornaria a cartilha para o nazismo: “Mein Kampf” (Minha luta). Nesse livro, Hitler defendia a hegemonia da raça ariana, alegando que a Alemanha só se reergueria quando os povos se unissem “num só povo, num só império, num só líder”. Outras etnias, como judeus e negros, deveriam ser executadas. Hitler não gostava de judeus, pois afirmava que a Primeira Guerra só fora desastrosa por conta da traição dos judeus marxistas. Além do ódio contra outras etnias, Hitler também defendia o extermínio de testemunhas de Jeová e homossexuais. E comunistas, é claro. Para executar suas ordens, foram criadas as Seções de Assalto (S.A), as Seções de Segurança (S.S.) e a Gestapo (polícia secreta).
Os alemães viam em Hitler uma salvação para a crise que o país enfrentava. Rapidamente o partido cresceu. Agricultores, jovens, soldados, em todas as classes, tornaram-se adeptos do novo partido. Com a crescente do partido, o presidente alemão Hindenburg, amedrontado, ofereceu o cargo de chanceler a Hitler, que instaurou uma política de repreensão contra seus opositores: os líderes comunistas foram presos em campos de concentração e, posteriormente, executados. Em agosto de 1934, o presidente Hindenburg morreu e Hitler assumiu o cargo máximo, sem abrir mão do seu cargo antigo. Criou o Terceiro Reich (império) e se proclamou Führer (líder, em alemão). Sua primeira medida como ditador foi a execução de milhares de judeus, comunistas, homossexuais, negros e outros nos campos de concentração. Esse episódio ficou conhecido como “Holocausto”.
Uma figura fundamental na difusão do nazismo foi Joseph Goebbels. Hábil orador, cineasta e agitador, Goebbels foi nomeado ministro da propaganda nazista. Além de censurar os veículos de imprensa, Goebbels fazia filmes que alienavam a população, com promessas de um mundo melhor, com a supremacia ariana. Controlava o rádio, a televisão e os jornais, divulgando seus filmes e discursos panfletários em prol do nazismo.
Em 1939, teve início a Segunda Grande Guerra. Hitler, colérico, enviou toda a tropa alemã. Depois de inúmeras derrotas, o exército alemão tentou a última cartada: em junho de 1941 invadiu a União Soviética. Apesar das vitórias iniciais, Hitler não contava com o rigoroso inverno e suas tropas foram surpreendidas, ficando cercadas por tropas russas. Sem comida, sem água e enfrentando um frio congelante, o exército alemão foi derrotado. Hitler, cercado pelo exército vermelho, em seu bunker (esconderijo militar), suicidou-se com um tiro na cabeça.
TRATADO DE VERSALHES.
A vitória da Tríplice Entente nos conflitos da Primeira Guerra (1914-1918) estipulou os acordos a serem assinados pelas nações derrotadas. A Alemanha, considerada a principal culpada pelos conflitos, foi obrigada a aceitar as imposições do Tratado de Versalhes, assinado em Paris, no mês junho de 1919. Em linhas gerais, o Estado alemão perdeu parte de seus territórios, zonas de exploração mineral e seus domínios coloniais. Além disso, as outras nações da Tríplice Aliança foram alvos de punição.
O que foi determinado pelo Tratado de Versalhes?
A Alemanha foi obrigada
a devolver a região da Alsácia-Lorena para as mãos dos franceses. Os russos tiveram que reconhecer a independência da Polônia, que ainda foi agraciada com o corredor polonês (limite territorial que dava ao país uma saída para o mar). As colônias alemãs no continente africano foram divididas entre Inglaterra, Bélgica e França. Os outros domínios na região do Pacífico foram partilhados por Japão e Inglaterra.
Para evitar uma possível revanche e conter a mesma corrida armamentista que possibilitou a Primeira Guerra, esse mesmo tratado forçou o desarmamento alemão. O exército alemão não mais poderia ser formado por meio de alistamento obrigatório e suas tropas não poderiam ultrapassar o limite de 100 mil soldados. A força militar alemã não teria nenhum tipo de artilharia pesada e uma comissão seria responsável por impedir a criação de indústrias bélicas na Alemanha.
Não bastando todas essas restrições, os vencedores impuseram uma indenização astronômica aos cofres alemães. A Alemanha deveria pagar cerca de 270 milhões de marcos-ouro aos países aliados. Além disso, outras multas foram estipuladas para o pagamento de pensões às viúvas, mutilados e órfãos. A maior parte dessas indenizações estipuladas foi concedida aos franceses.
Consequências: Segunda Guerra
Ao contrário de assegurar a paz, o Tratado de Versalhes foi visto como a grande motivação para a Segunda Guerra Mundial. Seu caráter visivelmente punitivo alimentou o sentimento revanchista, que abriu espaço para a ascensão dos estados nazifascistas na Europa. Alemanha e Itália foram tomadas por tais governos, que, entre outros pontos, defendiam que a soberania nacional de seus países teria sido desonrada pelas medidas humilhantes do tratado.
Hitler
Nascido em 1889, na cidade austríaca de Braunau, Alta Áustria, Adolf Hitler era filho de Alois Hitler, funcionário aduaneiro. Sua mãe, Klara Hitler era prima de seu pai e foi até a casa de Alois para cuidar da sua mulher que já se apresentava adoentada e prestes a morrer. Depois de enviuvar-se, Louis decidiu casar-se com Klara. Para isso, teve que pedir permissão à Igreja Católica, que só liberou o casamento depois da gravidez de Klara.
Do matrimônio de Louis e Klara nasceram dois filhos: Adolf e Paula. Durante os primeiros anos de sua juventude, Adolf era conhecido como um rapaz inteligente e mal-humorado. Na adolescência, foi duas vezes reprovado no exame de admissão da Escola de Linz. Nesse mesmo período começou a formular suas primeiras ideias de caráter antissemita, sendo fortemente influenciado pelo professor chamado Leopold Poetsch.
A relação de Hitler com seus pais era bastante ambígua. À mãe, dedicava extremo carinho e dedicação. Com o pai tinha uma relação conflituosa, marcada principalmente pela oposição que Louis fazia ao interesse de Adolf pelas artes e pela arquitetura. Frustrado com o seu insucesso na sequência de seus estudos, Hitler mudou-se para Viena, aos 21 anos, vivendo de pequenos expedientes. Vivendo em condições precárias, mudou-se para Munique quando tinha 25 anos de idade.
Com a explosão da Primeira Guerra Mundial, decidiu se alistar voluntariamente no Exército Alemão, incorporando o 16º Regimento de Infantaria Bávaro. Lutando bravamente nos campos de batalha, conquistou condecorações por bravura durante sua atuação militar e recomendações de um superior de origem judaica. Depois de se recuperar de uma cegueira temporária, voltou para Munique trabalhando no departamento de imprensa e propaganda do Quarto Comando das Forças Armadas.
Em 1919, depois de presenciar a derrota militar alemã, filiou-se a um pequeno grupo político chamado Partido Trabalhista Alemão. Em meio às mazelas que o povo alemão enfrentava, esse partido discutia soluções extremas mediante os problemas da Alemanha. Entre outros pontos, pregavam a extinção dos tratados da Primeira Guerra, a exclusão socioeconômica da população judaica, melhorias no campo econômico e a igualdade de direitos políticos.
Utilizando seus grandes dotes oratórios, Hitler começou a angariar a adesão de novos partidários e propôs a mudança do partido para o nome de Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. A renovação do nome acompanhou a criação de uma nova simbologia ao partido (uma bandeira vermelha com uma cruz gamada) e a incorporação de milícias comprometidas a defender o ideal do partido. As chamadas Seções de Assalto (SA) eram incumbidas de perturbar as reuniões de grupos marxistas, estrangeiros e comunistas.
Dois anos depois de integrar o partido, Hitler tornara-se chefe supremo do Partido Nazista(contração do termo alemão “Nationalsozialist”). Agrupado a um pequeno grupo de partidários, Hitler esboçou um golpe político que foi contido pelas autoridades alemãs. No ano de 1923, foi condenado a cinco anos de prisão, dos quais só cumpriu apenas oito meses. Nesse meio tempo, escreveu as primeiras linhas de sua obra (um misto de autobiografia e manifesto político) chamada “Mein Kampf” (Minha Luta).
Liberto, resolveu remodelar as diretrizes de seu partido incorporando diretrizes do fascismo, noções de disciplina rígida e a formação de grupos paramilitares. Adotando uma teoria de cunho racista, Hitler dizia que o povo alemão era descendente da raça ariana, destinada a empreender a construção de uma nação forte e próspera. Para isso deveriam vetar a diversidade étnica em seu território, que perderia suas forças produtivas para raças descomprometidas com os arianos.
No campo político, o partido de Hitler era contrário à definição de um regime político pluripartidário. A diferença ideológica dos partidos somente serviu para a desunião de uma nação que deveria estar engajada em ideais maiores. Dessa forma, as liberdades democráticas eram vetadas em favor de um único partido liderado por uma única autoridade (no caso, Hitler), que estaria comprometido com a constituição de uma nação soberana. Entre outras coisas, Hitler defendia a construção de um “espaço vital” necessário para a nação ariana cumprir seu destino.
O ideário nazista, prometendo prosperidade e o fim da miséria do povo alemão, alcançou grande popularidade com a crise de 1929. Os nazistas organizavam grandes manifestações públicas onde o ataque aos judeus, marxista, comunistas e democratas eram sistematicamente criticados. Prometendo trabalho e o fim das imposições do Tratado de Versalhes, os nazistas pareciam prometer ao povo alemão tudo que ele mais precisava. Em pouco tempo, grupos empresariais financiaram o Partido Nazista.
No início da década de 1930, o partido tinha alcançado uma vitória expressiva que se manifestou na presença predominante de deputados nazistas, ocupando as cadeiras do Poder Legislativo alemão. No ano de 1932, Hitler perdeu as eleições presidenciais para o marechal Hindenburg. No ano seguinte, não suportando as pressões da crise econômica alemã, o presidente convocou Hilter para ocupar a cadeira de chanceler. Em pouco tempo, Hitler conseguiu empreender sucessivos golpes políticos que lhe deram o controle absoluto da Alemanha.
Depois de aniquilar dissidentes no interior do partido, na chamada Noite dos Longos Punhais, Hitler começou a colocar em prática o conjunto de medidas defendidas por ele e o partido nazista. Organizando várias intervenções na economia, com os chamados Planos Quadrienais, Hitler conseguiu ampliar as frentes de trabalho e reaquecer a indústria alemã. A rápida ascensão econômica veio seguida pela ampliação das matérias primas e dos mercados consumidores. Foi nesse momento que a teoria do Espaço Vital fora colocada em prática.
Hitler, tornando-se um grande líder carismático e ardoroso estrategista, impôs à Europa as necessidades do Estado nazista. Depois de exigir o domínio da região dos Sudetos e assinar acordos de não agressão com os russos, o governo nazista tinha condições plenas de por em prática seu grande projeto expansionista. Com o início da Segunda Guerra, Hitler obteve grandes vitórias que pareciam lhe garantir o controle de um amplo território, suas profecias pareciam se
cumprir.
Somente após a invasão à Rússia e a entrada dos EUA no conflito, a dominação das forças nazistas pôde ser revertida. A vitória dos Aliados entre 1943 e 1944 colocou Hitler em uma situação extremamente penosa. Resistindo à derrota, Hitler resolveu se refugiar em seu bunker, em Berlim. Himmler, um dos generais da alta cúpula nazista, tentou assinar um termo de rendição sem o consentimento de Adolf Hitler. O acordo foi rejeitado pelos Aliados, que continuaram a atacar as tropas alemãs.
Indignado, Hilter resolveu substituir Himmler pelo comandante Hermann Gering, que logo pediu para assumir o governo alemão. Irritado com seus comandados, em um último ato, Hilter nomeou Karl Doenitz como presidente da Alemanha e Joseph Goebbeles, chanceler. Em 30 de abril de 1945, sem oferecer nenhum tipo de resistência militar, Goebbeles, Hitler e sua esposa, Eva Braun, suicidaram-se.
OS PREPARATIVOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Os tratados de paz assinados depois da Primeira Guerra são importantes documentos para a compreensão dos motivos que levaram as grandes potências mundiais a um novo conflito. De forma muito severa, os pontos de cada um desses acordos ordenou a imposição de duras punições que promoveram uma grave crise econômica entre as nações vencidas. Entre os Estados mais afetados, podemos destacar os impactos sofridos na Alemanha e na Itália. 
Mesmo fazendo parte do grupo vitorioso da Primeira Guerra, a Itália não obteve as devidas compensações nos acordos firmados. Os prejuízos econômico e financeiro trazidos com o conflito foram seguidos por altos índices de desemprego, a paralisação de setores produtivos e diversas convulsões sociais de movimentos de extrema direita e esquerda. Nesse momento surgiu a figura de Benito Mussolini que instituiu um governo totalitário apoiado em promessas de supremacia e recuperação da situação italiana. 
Vivendo impactos ainda mais severos, a Alemanha tinha sua crise enquanto conseqüência das punições impostas pelo Tratado de Versalhes. O processo inflacionário alemão fez com que a população acumulasse sacos de dinheiro para realizar a compra de uma simples fatia de pão. Em meio a tais condições adversas, um ex-combatente austríaco chamado Adolf Hitler comandou a formação do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Seguindo doutrinas antidemocráticas, raciais e imperialistas, Hitler tornou-se líder máximo do Estado alemão. 
A ineficácia política da Liga das Nações, órgão criado após a Primeira Guerra, também teve grande importância. Sem o apoio efetivo das principais potências da época, esse órgão internacional não refreou a retomada dos conflitos e hostilidades diplomáticas que retomavam o cenário político internacional. Em 1931, o Japão promoveu a invasão do território chinês da Manchúria. Quatro anos depois, os italianos conquistaram a Abissínia (atual Etiópia). Sob o comando de Hitler o governo alemão descumpriu o Tratado de Versalhes tomando as regiões de Sarre e da Renânia. 
O temor de uma nova guerra fez com que as demais nações fossem tolerantes com tais ações imperialistas. Após fazerem uma parceria militar na Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939), alemães e italianos se mostravam preparados para uma nova guerra. Contando com o posterior apoio do governo japonês, Alemanha e Itália formaram o Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Logo em seguida, alegando a existência de uma maioria alemã na região, Hitler anexou a região dos Sudetos que faziam divisão com a república Theca. 
Afrontados com a invasão alemã ao Estado criado pelas potências vencedoras, Inglaterra e França convocaram Hitler e Mussolini para uma rodada de negociações. Na chamada Conferência de Munique, representantes franceses e britânicos optaram pelo reconhecimento da conquista alemã, depois de Hitler comprometer-se a não realizar mais nenhuma conquista territorial sem o consentimento da Inglaterra e da França. 
Por outro lado, Inglaterra e França tinham se comprometido a proteger a Polônia, região cobiçada pelos alemães, de qualquer ataque aos seus territórios. A cobiça de Hitler sobre essa região advinha do controle do chamado “corredor polonês”, que desembocava em uma saída para o mar, no Porto de Dantzing. Dando seu último passo para a guerra, Hitler assegurou um acordo de não-agressão com os russos através do Pacto germano-soviético, em 1939. Evitando um confronto com a potência soviética, as tropas nazistas invadiram a Polônia naquele mesmo ano. Dessa forma, iniciava-se a Segunda Guerra Mundial.
PACTO GERMANO-SOVIÉTICO
A segunda metade da década de 1930 foi marcada por uma enorme tensão política e econômica em todo o mundo, mas, em especial, na Europa. O nazismo havia ascendido ao poder em 1933 e preparava-se para a guerra, alimentando sua indústria bélica e traçando planos de dominação continental. Nesse contexto, um dos mais ardilosos acordos foi firmado entre Hitler e o então líder absoluto da URSS, Josef Stalin. Esse acordo ficou conhecido como Pacto germano-soviético​ ou Pacto Ribbentrop-Molotov.
Tal pacto, assinado no dia 23 de agosto de 1939 pelos representantes da Alemanha, J. Von Ribbentrop, e da URSS, V. Molotov, tinha como objetivo explícito a não agressão entre os dois países caso a Alemanha declarasse guerra à Inglaterra, à França e/ou a qualquer país das democracias europeias da época, ou seja, a URSS não entraria no conflito caso ele ocorresse.
Contudo, implicitamente, alemães e soviéticos acordaram um protocolo secreto que indicava o pleno interesse da URSS na ofensiva alemã contra os países referidos. Stalin via na estratégia agressiva de Hitler uma “ponta-de-lança” para uma eventual e posterior ação militar soviética na Europa e a consequente expansão dos domínios da URSS. Como aponta o historiador italiano Silvio Pons:
“[…] Em substância, o pacto de não agressão concluído por Stalin com Hitler em 23 de agosto de 1939 previa, em seus protocolos secretos, a divisão da Polônia e uma esfera de influência soviética no Báltico. Uma semana depois Hitler pôde atacar a Polônia e desencadear a Segunda Guerra Mundial. Em 17 de setembro, enquanto a máquina bélica alemã destroçava as defesas da Polônia, a URSS invadiu a parte oriental do país, como estava previsto no pacto. Em 28 de setembro, a URSS e a Alemanha firmaram tratado de amizade que ratificava a repartição da Polônia e previa nova repartição das esferas de influência, atribuindo a Moscou também a Lituânia, além da Letônia e da Estônia.” (PONS, Silvio. A revolução global: história do comunismo internacional, 1917-1991. Rio de Janeiro: Contraponto Editora; Brasília: Fundação Astrojildo Pereira, 2014.p.195-196.)
Dessa forma, o início da Segunda Guerra Mundial, com a invasão nazista da Polônia, teve como estratégia principal esse acordo de não agressão. Entretanto, como é sabido, em 1941, em um momento em que a guerra passava a assumir contornos globais, extravasando as fronteiras da Europa, o referido pacto foi rompido. A URSS, por sua vez, mudou de estratégia, juntando-se aos aliados para destruir o Terceiro Reich.
OPERAÇÃO BARBAROSSA: O ATAQUE ALEMÃO À UNIÃO SOVIÉTICA
O que foi a Operação Barbarossa?
Uma das maiores operações militares da Segunda Guerra Mundial foi a Operação Barbarossa. Essa operação teve uma longa duração, indo de 22 de junho de 1941 a 5 de dezembro do mesmo ano, e ficou caracterizada por ser a primeira campanha militar do exército alemão nazista, comandado por Hitler, contra a União Soviética (URSS). Mas se a guerra começou em 1939, por que a Alemanha atacou a União Soviética somente em 1941? Para compreendermos a importância desse fato, vamos analisar o seu contexto.
Antecedente: Pacto Germano-Soviético (1939)
No dia 23 de agosto de 1939, uma semana e meia antes de a Segunda Guerra começar – isto é, antes de a Alemanha invadir o território polonês (fato ocorrido em 1º de setembro de 1939) –, Adolf Hitler e Josef Stalin (líder máximo da URSS), por meio de seus diplomatas, J. Von Ribbentrop e V. Molotov, fizeram um pacto de não agressão para garantir que a ação militar
dos nazistas na Europa Ocidental não sofresse interferência do exército soviético. Em troca, a URSS teria influência estratégica na região dos Bálcãs e ficaria com a posse de uma parte do território polonês. (Para saber mais informações, acesse este texto: Pacto Germano-Soviético).
Esse acordo com a URSS permitiu à Alemanha nazista desenvolver com rapidez e sem muitas dificuldades o seu projeto de expansão territorial no front ocidental, valendo-se da tática de ataques rápidos e maciços, que caracterizaram a “guerra-relâmpago” (Blitzkrieg). Por outro lado, a URSS, no ano de 1940, deu início a campanhas militares na Escandinávia, em especial na Finlândia, procurando definir também espaços de influência. O problema é que os dois países possuíam projetos de proporções globais e ambos os chefes de Estado (Hitler e Stalin) sabiam que, mais cedo ou mais tarde, haveria uma ruptura do pacto de não agressão.
Ruptura do Pacto Germano-Soviético e início da Operação Barbarossa
Durante os dois primeiros anos da guerra, o principal inimigo da Alemanha, isto é, aquele que lhe oferecia maior resistência, era o Império Britânico. A Grã-Bretanha ainda possuía o maior poderio naval da época e Hitler sabia que, mesmo dominando os países da Europa Ocidental, não poderia conduzir o III Reich (Terceiro Império, entendido por Hitler como uma sucessão dos dois grandes impérios germânicos que haviam existido na Europa) para além do Oceano Atlântico. A única saída momentânea para o fortalecimento do III Reich era mobilizar a guerra para o leste para dar início à expropriação (tirar posse) das terras férteis do leste europeu. Para tanto, era necessário dominar a União Soviética.
Além disso, no fim de 1940, a Alemanha formou a aliança com a Itália fascista e o Império Japonês, inaugurando, assim, o famoso Eixo Roma-Berlin-Tóquio. Ocorreu que os japoneses não viam com bons olhos o pacto de não agressão Germano-Soviético, pois a União Soviética representava um entrave ao projeto imperialista japonês na Ásia. Sendo assim, a Alemanha precisou romper com a URSS por dois motivos principais: 1) a estratégia de formar uma gigantesca colônia agrícola no leste europeu, sobretudo na região dos Bálcãs – colônia essa que, em um primeiro momento, serviria para alimentar as tropas do Exército alemão –; e 2) não desagradar um de seus mais novos aliados, o Império Japonês.
O Pacto Germano-Soviético foi então rompido. Stalin, que não esperava essa ruptura já em 1941, teve que montar estratégias defensivas contra o poderoso ataque alemão. O general alemão encarregado de traçar a estratégia de invasão e ocupação da URSS foi Franz Halder, comandante do OKH (alto-comando militar alemão). Halder foi o responsável pela “Operação Barbarossa”, que levava esse nome por se referir à Frederico Barba Roxa (Barbarossa), imperador do Sacro Império Romano-Germânico do século XII. Hitler, assim como Barba Roxa, queria ter a Europa inteira sob seu comando.
Halder definiu três pontos diferentes para a invasão alemã da União Soviética:
Os exércitos do Norte, que estavam sob o comando do marechal Ritter von Leeb, tinham por objetivo marchar em direção a Leningrado, acabar com as defesas da cidade e sitiá-la;
O marchal Fedor von Bock, comandante dos exércitos da região central da Europa, encarregou-se de comandar a invasão do centro do poder soviético, a capital Moscou;
O marechal Gerd von Rundstedt se encarregaria de dominar toda a extensão da Ucrânia e sitiar a capital Kiev.
Tática cruél no front oriental: a fome.
As manobras militares nazistas começaram no front oriental, em direção aos domínios soviéticos, em 22 de junho de 1941. Nos primeiros meses, os ataques nazistas tiveram sucesso, dada a surpresa com que o Exército Vermelho de Stalin recebeu a notícia de que estava sendo invadido por várias frentes ao mesmo tempo. A Wehrmacht (Forçar Armadas Alemãs) tinha agora dois fronts de batalha, atuando em praticamente toda a Europa. Restou aos soviéticos defender suas posições estratégicas, coma as cidades de Moscou e Stalingrado. Nesse processo, a população civil soviética foi quem mais sofreu.
Uma das táticas de guerra usadas pela Wehrmacht, quando cercou as cidades soviéticas, foi a imposição de requisição de alimentos aos civis. Muitos campos de cereais, por exemplo, foram expropriados pelos nazistas para que as tropas tivessem reservas a fim de permanecer nas batalhas sem precisar recuar. Milhares de ucranianos, russos, lituanos, estonianos e demais povos da região morreram de fome por falta de comida, como narra o historiador Timothy Snyder:
A Wehrmacht nunca pretendeu matar de desnutrição toda a população de Kiev, somente o necessário para garantir que suas necessidades fossem atendidas. Ainda assim, tratava-se de uma política de indiferença à vida humana como tal, e talvez tenha matado até 50 mil pessoas. […] Em Kharkov, uma política semelhante matou talvez umas 20 mil pessoas. Dentre ela, 273 crianças no orfanato municipal, em 1942. Foi perto de Kharkov que crianças camponesas passando fome, em 1933, tinham comido umas às outras vivas dentro de um orfanato improvisado. As crianças da cidade, ainda que em menos quantidade, eram submetidas ao mesmo tipo horrendo de morte. [1]
Não bastasse essa estratégia por parte dos nazistas, as ordens de Stalin também tinham um sentido semelhante: os cidadãos soviéticos foram obrigados a queimar os campos de plantações para que os nazistas não se apropriassem deles, tendo que sair de suas cidades, em fuga, abandonados à própria sorte. A Operação Barbarossa só começou a entrar em declínio em novembro de 1941 com a chegada do inverno, mas muitas de suas batalhas prosseguiram até o ano final da guerra, em 1945.
A BATALHA DE STALINGRADO NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
A cidade de Stalingrado entrou para a história da Segunda Guerra Mundial. Stalingrado ficava na Rússia, hoje a cidade recebe o nome de Volgogrado, localizada às margens do rio Volga, perto da fronteira com o Cazaquistão. A cidade era um ponto estratégico para os planos da dominação nazista, pois comportava um grande polo industrial; além de suas empresas comuns, existiam ali fábricas bélicas. O interesse de Adolf Hitler nessa área específica baseava-se também na logística favorável da região, já que ali a Rússia detinha quase todo o petróleo caucasiano existente.
O Fuhrer Alemão, no verão de 1942, transferiu o mais poderoso maquinário bélico nazista para a região. Assim, a cidade de Stalingrado passou a ser o centro da guerra. A artilharia e aviação alemãs bombardeavam a cidade sem tréguas, mas os soviéticos aguentavam firmes e perseverantes. No mesmo ano começou uma grande contraofensiva do exército soviético, com a ajuda da Inglaterra, EUA e de um inverno rigoroso. Tomaram energicamente frente dos ataques de forma impetuosa e irreversível.
Assim, conquistaram os países antes controlados pelos nazistas, esse fato culminou com a rendição das tropas alemãs em fevereiro de 1943. Hitler foi derrotado e obrigado a se render pela primeira vez na guerra. A Batalha de Stalingrado estabeleceu o fim da supremacia nazista na Segunda Guerra Mundial.
A rendição do Exército Alemão
Certamente a Batalha de Stalingrado foi um dos episódios mais sangrentos da guerra, o número de mortos é incalculável. Stalingrado mudou abruptamente os destinos da guerra e o princípio do fim da era hitleriana. A decadência do exército nazista e do Terceiro Reich era evidente.
O BUNKER DE HITLER
O projeto militar empreendido pelo Estado Nazista é notadamente compreendido por meio das medidas que antecederam os conflitos da Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitler, chefe máximo do novo governo alemão, planejou calculadamente os riscos e as implicações que um conflito mundial poderia trazer à Alemanha e a si próprio. Talvez por isso, já em 1933, o füher teve o cuidado de construir um abrigo contra ataques aéreos na parte subterrânea da sede do governo alemão. 
Essa construção, que ficou afamada como o “bunker de Hitler”, na verdade não chegou a ser completamente finalizada.
Quando a invasão soviética começou a ganhar as ruas da capital Berlim, o secreto centro decisório da Alemanha Nazista ainda ganhava guaritas e torres de vigia responsáveis pela proteção do local. Quando descoberto, o bunker possuía dezesseis cômodos em que se espalhavam salas de jogos, dormitórios, cozinha, refeitório, quartos de empregado e salas de reunião. 
Nos últimos meses que antecederam o fim da Segunda Guerra, Hitler transformou aquele abrigo em um quartel general de onde conduzia as ações militares de suas tropas. Ao contrário do que parecia, o abrigo subterrâneo era muito bem ventilado e contava com uma infra-estrutura mantenedora de um razoável conforto para Hilter e seus comandados. 
O acirramento dos conflitos militares da época acabou atraindo os principais dirigentes do regime hitlerista, junto de seus familiares, para os porões do bunker. Além de se transformar em centro de decisão político-militar, o último foco de resistência da cúpula nazista também contava com um hospital militar e uma ala para realizar a proteção de desabrigados e mulheres gestantes. 
A resistência alemã simbolizada pelas atividades no bunker só se articularam regularmente até o dia 30 de abril de 1945. Naquela fatídica ocasião, Hitler realizou uma despedida de seus comandados mais próximos e realizou um almoço com os mesmos. Depois disso, recolheu-se em seus aposentos com sua esposa Eva Braun. De repente, o barulho de um tiro irrompeu no quarto do líder nazista. 
Os militares nazistas chegaram ao local encontrando o seu líder com a cabeça estraçalhada por um projétil de pistola. Eva Braun, sem nenhum sinal de ferimento, tinha sucumbido depois de ingerir uma pequena cápsula de cianureto. De imediato, os corpos de Hitler e Eva foram retirados do local e incinerados com uma farta quantidade de combustível. 
Depois disso, outros grandes líderes militares nazistas também decidiram dar fim às suas próprias vidas. Os que não optaram por tal medida, tentaram fugir pelos túneis que interligavam o bunker ao metrô de Berlim. Em pouco tempo, os boatos sobre a morte do führer impeliram diversos soldados e comandantes acederem ao avanço soviético. Dessa maneira, no dia 2 de maio de 1945, as tropas russas tomaram a última morada de Hitler.
Holocausto campos de concentração e extermínio,
Nossa relação com o passado se dá de diferentes formas e a partir da interpretação das experiências vividas, o homem passa a ditar determinadas ações de sua vida cotidiana. Geralmente, as experiências ruins são respondidas com ações e ideias que evitam a repetição de um mesmo infortúnio. Um claro caso desse tipo de relação do passado pode ser notado quando fazemos menção ao Holocausto.
O Holocausto foi uma prática de perseguição política, étnica, religiosa e sexual estabelecida durante os anos de governo nazista de Adolf Hitler. Segundo a ideologia nazista, a Alemanha deveria superar todos os entraves que impediam a formação de uma nação composta por seres superiores. Segundo essa mesma idéia, o povo legitimamente alemão era descendente dos arianos, um antigo povo que – segundo os etnólogos europeus do século XIX – tinham pele branca e deram origem à civilização européia.
Dessa forma, para que a supremacia racial ariana fosse conquistada pelo povo alemão, o governo de Hitler passou a pregar o ódio contra aqueles que impediam a pureza racial dentro do território alemão. Segundo o discurso nazista, os maiores culpados por impedirem esse processo de eugenia étnica eram os ciganos e – principalmente – os judeus. Com isso, Hitler passou a perseguir e forçar o isolamento em guetos do povo judeu da Alemanha.
Dado o início da Segunda Guerra, o governo nazista criou campos de concentração onde os judeus e ciganos eram forçados a viver e trabalhar. Nos campos, os concentrados eram obrigados a trabalhar nas indústrias vitais para a sustentação da Alemanha na Segunda Guerra Mundial. Além disso, os ocupantes dos campos viviam em condições insalubres, tinham péssima alimentação, sofriam torturas e eram utilizados como cobaias em experimentos científicos.
É importante lembrar que outros grupos sociais também foram perseguidos pelo regime nazista, por isso, foram levados aos campos de concentração. Os homossexuais, opositores políticos de Hitler, doentes mentais, pacifistas, eslavos e grupos religiosos, tais como as Testemunhas de Jeová, também sofreram com os horrores do Holocausto. Dessa forma, podemos evidenciar que o holocausto estendeu suas forças sobre todos aqueles grupos étnicos, sociais e religiosos que eram considerados uma ameaça ao governo de Adolf Hitler.
Com o fim dos conflitos da 2ª Guerra e a derrota alemã, muitos oficiais do exército alemão decidiram assassinar os concentrados. Tal medida seria tomada com o intuito de acobertar todas as atrocidades praticadas nos vários campos de concentração espalhados pela Europa. Porém, as tropas francesas, britânicas e norte-americanas conseguiram expor a carnificina promovida pelos nazistas alemães.
Depois de renderem os exércitos alemães, seus principais líderes foram julgados por um tribunal internacional criado na cidade alemã de Nuremberg. Com o fim do julgamento, muitos deles foram condenados à morte sob a alegação de praticarem crimes de guerra. Hoje em dia, muitas obras, museus e instituições são mantidos com o objetivo de lutarem contra a propagação do nazismo ou ódio racial
BOMBAS ATÔMICAS NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
A Segunda Guerra Mundial está entre os acontecimentos mais catastróficos da história da humanidade, com um índice de mortos que varia entre 60 e 70 milhões. Nesse contexto, o episódio das bombas atômicaslançadas sobre o solo japonês, nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, revelou ao mundo até que ponto o homem é capaz de semear a destruição. Para entendermos melhor a história dessa tragédia, é necessário que saibamos do desenvolvimento de tecnologia nuclear no contexto da guerra.
Sabemos que as grandes descobertas sobre a estrutura do átomo ocorreram no início do século XX. Entre os grandes nomes envolvidos nessas pesquisas estavam os dos alemães Albert Einstein e WernerHeisenberg. O primeiro exilou-se nos Estados Unidos, em razão da perseguição nazista aos judeus; o segundo, como muitos outros cientistas alemães da época, continuou com suas atividades na Alemanha. Muitos projetos de construção de armas potentes fizeram parte dos anseios de Adolf Hitler. A construção da bomba atômica, ao que muitas fontes indicam, era um deles. Heisenberg e outros cientistas de ponta teriam sido pressionados a levar a cabo esse projeto.
Ao mesmo tempo, Einstein e outro físico nuclear presente nos EUA, o húngaro Leo Szilard, tentaram alertar os americanos do risco iminente de uma arma nuclear ser fabricada pelos nazistas. Ambos escreveram, no início da década de 1940, uma carta às autoridades americanas relatando tal possibilidade. Szilard teve, progressivamente, uma atuação mais contundente nesse sentido. Ele, o físico americano Robert Oppenheimer e o general Leslie Groves foram os protagonistas da construção das primeiras bombas atômicas da história.
O projeto de construção desse tipo de arma foi chamado de ProjetoManhattan. Groves designou pessoalmente o físico Robert Oppenheimer como o chefe da chamada área Y, uma zona secreta para construção das bombas. Milhares de funcionários foram exigidos para o pleno funcionamento do Projeto Manhattan. A primeira das bombas construídas chamava-se “Trinity” e foi detonada na região de Los Alamos, nos EUA, no dia 16 de julho de 1945.
Com o fim da guerra na Europa e o suicídio de Hitler, os conflitos prosseguiram na Ásia e no Oceano Pacífico contra o Império Japonês. Mais duas bombas atômicas haviam sido construídas e estavam prontas para detonação: uma à base de plutônio, chamada de “Fat Man”, e outra à base de urânio, chamada de “Little Boy”. Essas duas bombas foram utilizadas pelos americanos contra os japoneses em agosto de 1945 para forçar a sua rendição e mostrar ao mundo o tipo de tecnologia mortífera que
havia sido conquistada. A primeira cidade atingida foi Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, onde foi lançada a “Little Boy”. A descrição da explosão e do potencial destrutivo dessa bomba pode ser vista nesse trecho do livro Os homens do fim do mundo, de P. D. Smith:
A reação em cadeia explosiva do urânio-235 deu um banho de radiação mortífera no centro da cidade: partículas alfa e beta, rais gama e nêutrons. Níveis altos de radiação permaneceram no ambiente pelo menos por três dias, afetando os que chegavam à cidade em busca de parentes. Um hora depois da explosão começou a cair uma chuva negra de fuligem sobre Hiroshima e os seus infelizes habitantes, que durou até a tarde. A chuva caía da enorme nuvem em forma de cogumelo que assombrava a cidade como um deus vingativo e derramava poeira altamente radioativa. Para os que sobreviveram ao impacto inicial e ao calor insuportável, a palavra que lhes vinha à boca era Mizu! – água. Quando a chuva começou, eles viram os rostos par cima, buscando alívio, mas naquele ambiente radioativo, a chuva também estava envenenada. O alívio que ela trazia era apenas temporário, e o preço era a morte, poucos dias depois. [1]
Cerca de 120 mil pessoas morreram só em Hiroshima. No dia 9 do mesmo mês, a outra bomba, a “Fat Man”, foi lançada sobre Nagasaki, provocando o mesmo tipo de destruição e número de mortes aproximado. Os danos e sequelas prosseguiram durante décadas nas duas cidades em decorrência da radiação produzida pela detonação das bombas.
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
 que foi a Segunda Guerra Mundial?
A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito armado já travado em toda a história da humanidade. Seu tempo de duração foi de seis anos, indo de setembro de 1939 a setembro de 1945. O número de mortos da Segunda Guerra varia entre 50 e 70 milhões. Muitos autores consideram-na uma extensão da Primeira Guerra Mundial (1914-1945), haja vista que, assim como na guerra iniciada em 1914, foi a Alemanha que deu início ao conflito, em 1939. Os motivos que ocasionaram a Segunda Guerra são múltiplos e variados, mas alguns deles se destacam e nos ajudam a compreender esse evento tão catastrófico.
Fatores que ocasionaram a guerra
Os principais fatores que causaram a Segunda Guerra Mundial estão relacionados com a ascensão dos regimes totalitários, em especial do nazismo na Alemanha. Sabemos que, com o fim da Primeira Guerra, a Alemanha foi obrigada a cumprir as sanções do Tratado de Versalhes(1919), que exigia, entre outras coisas, o pagamento de indenização e a entrega de territórios aos países vencedores da guerra. O referido tratado também proibia que a Alemanha se rearmasse, isto é, que investisse maciçamente na indústria bélica e modernizasse as suas Forças Armadas.
O fato é que, com a ascensão de Adolf Hitler ao poder, 1933, a Alemanha passou a descumprir todas as sanções do Tratado de Versalhes. Os nazistas conseguiram despertar na população alemã um sentimento de revanche com relação à derrota na Primeira Guerra. Além disso, Hitler desenvolveu um pretensioso projeto de dominação continental, que previa a escravização e o extermínio de diversos povos – a começar pelos judeus. Ideias racistas e ultranacionalistas alimentavam esse projeto. Hitler queria construir um “império de mil anos”, comandado pela raça ariana (a raça branca, germânica).
A Alemanha contou com o apoio da Itália e do Japão, com quem estabeleceu uma aliança no fim dos anos 1930 conhecida como Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Assim como a Alemanha, Itália e Japão também tinham seus projetos expansionistas. A Itália buscava influência sobre o mar Mediterrâneo e o Norte da África, e o Japão, influência sobre o Oceano Pacífico, a China e parte da Rússia (à época, pertencente à União Soviética).
Por outro lado, havia ainda as investidas do comunismo internacional no território europeu, cujo poder maior provinha da União Soviética. Desde o fim da Primeira Guerra, os comunistas procuraram implantar o seu modelo político em outros países, além da Rússia. Foi o caso, por exemplo, da Revolução Alemã de 1919, que foi dissuadida pela República de Weimar. O projeto de poder dos comunistas entrava em confronto com o ultranacionalismo nazista e fascista, e isso se refletiu na Segunda Guerra (ainda que a Alemanha tenha se unido temporariamente com a URSS).
Para saber mais detalhes sobre os fatores que contribuíram para a eclosão da guerra, clique aqui!
Primeira Fase (1939-1941)
A primeira fase da Segunda Guerra ocorreu entre 1939 e 1941. Essa fase foi caracterizada pelo acordo secreto entre Alemanha e URSS conhecido como Pacto Germano-Soviético, um pacto de não agressão entre as duas potências. Com esse pacto, foi possível que a Alemanha invadisse a Polôniaem 1º de setembro de 1939, provocando a reação de países como a França e o Reino Unido, que dois dias depois declararam guerra à Alemanha. As invasões nazistas prosseguiram em países como Tchecoslováquia e Áustria.
Nessa fase, a característica militar mais impressionante foi a chamada “Blitzkrieg”, a “Guerra-relâmpago” alemã. A tática da “Guerra-relâmpago”, com ataque rápido, pesado e por todos os lados de um determinado alvo, deu à Alemanha uma enorme vantagem no início da guerra. Em junho de 1940, grande parte do território francês já estava ocupada pelos alemães. Nesse mesmo ano, Holanda, Bélgica e Luxemburgo também sofreram a invasão nazista. Com o auxílio dos italianos, a região dos Bálcãs, onde se localiza a Grécia, também foi ocupada com certa rapidez.
No extremo Oriente, o Império Japonês tentava ocupar o território chinês no contexto de uma guerra que havia começado em 1936 e que, entre 1939 e 1941, acabou por se “fundir” com a guerra travada no Ocidente. Essa fusão aconteceu em virtude da aliança do Império Japonês com a Alemanha e a Itália.
A marinha imperial japonesa, que procurava um controle mais eficaz do Oceano Pacífico, atacou a base naval americana de Pearl Habor em 7 de dezembro de 1941. O ataque foi realizado por pilotos suicidas, chamados kamikazes, que lançaram seus aviões contra as frotas de navios dos EUA. Esse foi um dos principais acontecimentos que mudaram os rumos da guerra, pois forçou a entrada definitiva dos estadunidenses no conflito. O outro acontecimento foi o rompimento do pacto de não agressão entre Alemanha e URSS.
O Pacto Germano-Soviético foi rompido pelos alemães em junho de 1941, quando estes deram início à chamada Operação Barbarossa. Essa operação consistiu em um ataque coordenado à URSS cujo objetivo era a conquista de suas principais cidades, como Stalingrado e Moscou. O ataque nazista aos soviéticos obrigou os generais de Hitler a dividirem o exército em dois fronts, o Ocidental e o Oriental.
Segunda Fase (1942-1943)
Com a entrada dos EUA e o confronto acentuado entre soviéticos e alemães, a guerra passou ao plano realmente mundial, abrangendo, principalmente, Europa Ocidental e Oriental, Ásia Menor, Sudeste Asiático, o Extremo Oriente e o Oceano Pacífico. Essa situação inaugurou a fase de organização da resistência dos aliados (EUA, Reino Unido, França e outros países, como o Brasil) contra o Eixo Roma-Berlim-Tóquio. A União Soviética, chefiada por Josef Stalin, acabou por se unir aos aliados a fim de derrotar o inimigo em comum. Vale ressaltar que a URSS tinha seu território atacado tanto por nazistas quanto pelo Império Japonês.
Foi nesse contexto que ocorreu a famosa Batalha de Stalingrado, que perdurou pelos anos de 1942 e 1943 e resultou em um dos maiores saldos de mortos da guerra. Ela é considerada uma das batalhas mais importantes, pois os nazistas viram-se obrigados a recuar do território soviético e praticamente abandonar o front Oriental. Ao mesmo tempo, os aliados procuravam reconquistar territórios ocupados pelos nazistas a Oeste e no Mediterrâneo. Em dezembro de 1943, os líderes Churchill, do Reino Unido, Franklin Roosevelt, dos EUA, e Josef Stalin, da URSS, reuniram-se em Teerã para definir qual seria o plano para acabar de vez com o “Eixo”. Dessa reunião, resultou o chamado “Dia D”.
Terceira
Fase (1944-1945)
A terceira e última fase da Segunda Guerra foi marcada pela série de operações desencadeadas a partir do “Dia D”, isto é, o dia 6 de junho de 1944. Foi nesse dia que cerca de 100.000 soldados aliados desembarcaram nas praias da Normandia, na França. Os objetivos das operações do Dia D eram, entre outros, libertação das principais cidades europeias ocupadas pelos alemães, a ocupação de Berlim e a invasão do chamado “Ninho da Águia”, nos Alpes bávaros, o reduto do Partido Nazista, no qual se encontravam líderes do alto escalão.
Em abril de 1945, intuindo a derrocada do III Reich, Hitler suicidou-se com sua mulher, Eva Braun, em seu Bunker, em Berlim. Aos poucos, os territórios ocupados foram sendo libertados pelos aliados, que acabaram descobrindo os campos de concentração e extermínio, como o de Auschwitz. A última batalha importante travada na Europa durante a Segunda Guerra foi a Batalha de Berlim, na qual o Exército Vermelho soviético enfrentou o que restava do Exército alemão, pondo fim à guerra no continente.
Entretanto, a guerra prosseguia no Oriente, com incensantes bombardeios (convencionais) americanos às cidades japonesas, além de combates em terra firme, como foi o caso da Batalha de Iwo Jima. O ponto final da guerra e, por conseguinte, a rendição do Império Japonês só ocorreram com a suprema demonstração de poder militar por parte dos Estados Unidos com o lançamento de duas bombas atômicas. A primeira caiu sobre Hiroshima,em 6 de agosto de 1945; a segunda, em Nagasaki, em 9 de agosto do mesmo ano. Juntas, as duas bombas vitimaram cerca de 470.000 pessoas, instantaneamente.
Após esse evento traumático, o Japão assinou a sua rendição em 2 de setembro de 1945 sob a pessoa do Ministro das Relações Exteriores japonês, Mamoro Shigemitsu. A guerra chegava ao fim com sequelas bastantes difíceis de serem curadas.
GUERRA FRIA ALGUNS PONTOS ANTES DO CONCEITO
Pacto de Varsóvia
O Pacto de Varsóvia uniu em aliança militar os países do bloco socialista no pós-Segunda Guerra Mundial.
A Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos Estados Unidos e pela União Soviética, entretanto os dois países tinham posições contrárias com o fim do conflito com a Alemanha Nazista. Os Estados Unidos eram defensores da ideologia capitalista, a qual espalhava ideologicamente pelo mundo. Já a União Soviética era adepta desde a Revolução Russa em 1917 do socialismo. As duas ideologias entraram em confronto com o fim da guerra, polarizando o mundo entre capitalistas e comunistas. O choque entre as duas potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial ocorria apenas em nível ideológico, isso porque ambas possuíam armamento e condições suficientes para destruírem uma a outra. O medo e a precaução de um novo conflito com proporções extremadas criaram um clima de tensão no mundo que impedia um confronto direto, começava assim a Guerra Fria.
Os blocos capitalista e socialista tornaram-se opositores ferrenhos, ambos tentavam cooptar mais países em suas respectivas ideologias. Do lado dos capitalistas, foi criada uma organização que visava reunir os países adeptos da ideologia e se ajudarem mutuamente contra qualquer possível ofensiva dos socialistas. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) reunia os países da Europa Ocidental e os Estados Unidos.
Em resposta ao grupo capitalista, a União Soviética promoveu então a criação de um grupo dos países socialistas que se comprometiam em auxílios mútuos contra ataques capitalistas, formava-se então uma aliança militar socialista. O Pacto de Varsóvia foi firmado no dia 14 de maio de 1955 na cidade de Varsóvia, Polônia, reunindo os países do bloco socialista. Entre estavam a União Soviética, Alemanha Oriental, Bulgária, Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Romênia. Entre os países socialistas do Leste Europeu, a Iugoslávia se recusou a integrar o grupo por ação de seu líder, o Marechal Tito. O comando do bloco formado ficou sob responsabilidade de Ivan Konev.
A atuação do Pacto de Varsóvia se deu no âmbito militar e no econômico, manteve a ligação entre os países membros. Mas as principais ações do Pacto de Varsóvia se deram na repressão das revoltas internas. Foi o caso no ano de 1956 quando as forças militares do grupo reprimiram ações de revoltosos na Hungria e na Polônia e também em 1968 no evento conhecido como Primavera de Praga, ocorrido na Tchecoslováquia.
A partir da década de 1980 as coisas começaram a ruir para a União Soviética e para o socialismo. A Europa passou por mudanças, a União Soviética entrou em crise, o Muro de Berlim foi derrubado e a Guerra Fria chegou ao fim. Em consequência da queda, o Pacto de Varsóvia foi extinto no dia 31 de março de 1991.
Os países que integravam o bloco socialista se reorganizaram de diferentes maneiras. A Rússia reestruturou sua própria força militar entre os anos de 1992 e 1993, enquanto as outras repúblicas uniram-se em um grupo chamado Comunidade dos Estados Independentes (CEI) que centralizou as forças armadas. A reorganização do exército russo permitiu que o país mantivesse suas tropas nos países que formavam a CEI. Em 1997 a OTAN convidou Polônia, Hungria e República Tcheca para integrar seu grupo. A Europa se deparava então com uma nova organização militar após a Guerra Fria.
Comunismo
Comunismo pode ser definido como uma doutrina política e econômica que estuda condições de libertação do chamado proletariado (classe da sociedade que tira o seu sustento única e somente da venda do seu trabalho e não do lucro de qualquer capital). Uma característica básica desta doutrina é que os meios de produção (fábricas, fazendas, minas, etc.) são disponíveis ao público, abolindo-se a propriedade privada destes.
O termo comunismo surge a partir dos trabalhos de teoria econômica do alemão Karl Marx, que, influenciado por filósofos como Hegel, tece um minucioso estudo das relações econômicas e seu histórico através dos tempos. A palavra é utilizada para descrever uma organização social só experimentada pelo ser humano em seus estágios iniciais de desenvolvimento coletivo (o chamado comunismo primitivo). No comunismo, as classes sociais não teriam razão de existir, e a coletividade viveria de maneira comunal, ou seja, trabalhando e compartilhando o resultado de seu esforço. Segundo o autor, tal estágio será atingido inevitavelmente após a experiência com o capitalismo acabar por revelar o seu natural desgaste, provocado por imperfeições inerentes à sua própria composição.
Importante lembrar que apesar da experiência vivida por várias nações no século XX, que buscavam por em prática a doutrina econômica de Marx, nenhuma destas pode ser chamada rigorosamente de comunista, sendo melhor se referir a tais regimes como socialistas, pois, o raciocínio de Marx previa a possibilidade de implantação de uma sociedade comunista somente após a experiência capitalista, algo que não aconteceu em muitos países, em especial na mais importante experiência comunista, realizada na extinta União Soviética, pois seus dirigentes resolveram transplantar um país ainda profundamente mergulhado em um regime medieval, sem qualquer cerimônia, para um sistema de economia planificada socialista.
Outro conceito nebuloso envolvendo a palavra é com relação à natureza do trabalho de Marx. Apesar de sua título mais famoso sobre o assunto ser "O Capital" (Das Kapital, em três volumes), em boa parte de sua obra Marx se dedica ao estudo da economia global, seu funcionamento, agentes e o seu respectivo comportamento social. Nem mesmo em obras como o "Manifesto Comunista", classificado como um tratado político, o autor estabelece uma teoria sobre como aconteceria a passgem do capitalismo para o comunismo em termos políticos. Em outras palavras, as bases econômicas do comunismo foram estabelecidas em seu trabalho, mas não havia nenhum detalhe sobre como seria uma política de cunho capitalista. É neste contexto que aparece Lênin e decide preencher tal lacuna, escrevendo sobre a ciência política do comunismo. É com este político russo que surge muitos
dos conceitos historicamente ligados aos partidos comunistas no mundo, como por exemplo a tomada do poder através da luta revolucionária, e que conhecemos por Marxismo-Leninismo.
Marxismo
O marxismo pode ser entendido como um conjunto de ideias desenvolvidas a partir das obras de Karl Marx e Friedrich Engels e que causaram grande impacto no mundo todo. Como corrente teórica, o marxismo oferece um método específico para a análise social de alguns aspectos da sociedade moderna, especialmente aqueles ligados aos conflitos de classe e a organização produtiva. O marxismo é uma teoria sobre a evolução da sociedade que pretende explicar cientificamente o capitalismo. Além disso, também se apresenta como uma corrente política voltada para a transformação radical da ordem socioeconômica. O termo “marxismo” só passou a ser utilizado anos após a morte de Marx e agrega pensamentos distintos e, as vezes, até discordantes. Vejamos alguns pontos de comum acordo entre os marxistas.
As contínuas mudanças na sociedade só podem ser explicadas quando compreendemos a forma como os seres humanos, em um determinado tempo histórico, produzem aquilo que lhes é necessário para viver. Isso é, a forma como nos organizamos coletivamente para sanar nossas necessidades (de comer, estudar ou vestir-se, por exemplo) é fundamental para compreender outros aspectos de organização da sociedade. Por isso, para Marx, captar as dinâmicas do modo de produção capitalista e as relações entre as classes sociais é fundamental para entender a organização política e as ideias dominantes de nossa época. Essa metodologia de análise social, própria do marxismo, foi batizada de materialismo histórico dialético.
Para os marxistas, a sociedade moderna está marcada por interesses antagônicos, isso é, inconciliáveis, entre as classes que possuem e as que não possuem os meios de produção – tudo aquilo que é necessário para trabalhar: como as ferramentas, o espaço ou a matéria-prima. As classes despossuídas não tem outra fonte de subsistência senão a venda de sua própria força de trabalho, o que faz com que se tornem empregadas das classes que detém os meios de produção. A existência de interesses antagônicos gera conflitos, que ficam especialmente explícitos em episódios de greve e mobilizações por aumento de salários ou pela ampliação dos direitos trabalhistas. Esses conflitos entre as classes sociais, para o marxismo, é central para compreender a própria história da humanidade.
O marxismo se coloca como uma teoria voltada para a ação. Suas perspectivas se articulam de forma a criticar o sistema econômico desde o ponto de vista do trabalhador e indicando a necessidade de melhoria das condições de vida dos trabalhadores, que geralmente são a maior parte da população. Nesse sentido, o marxismo estabelece a indispensabilidade de uma ruptura com o capitalismo rumo a adoção de um sistema político-econômico mais generoso, que rompa com as desigualdades sociais. Como seria esse sistema e de que forma chegaríamos até ele é objeto de larga discussão e discordância entre os teóricos. O fundamental aqui, é a rejeição de teorias sociais que não estejam orientadas para a ação de mudança.
Apesar de ter ganhado muita visibilidade por conta da Revolução Russa e da instauração da URSS, o marxismo foi usado de forma tosca nesse processo, apresentando uma versão ortodoxa e pretensiosa demais (que certamente seria reprovada pelo próprio Karl Marx). A crítica a perspectiva soviética foi apresentada por marxistas críticos, que admitiram os limites de sua teoria e buscaram novas interpretações menos ortodoxas para a obra de Marx e Engels, adaptando-as para compreender questões contemporâneas. No Brasil, o marxismo teve grande influência entre intelectuais de diferentes áreas, entre os quais citamos Caio Prado Júnior, Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer.
Socialismo Marxista-União soviética
O Socialismo Marxista é uma ideologia baseada nos preceitos propostos por Karl Marx.
O Socialismo é uma corrente ideológica oriunda no século XIX. O pensamento é fruto de um momento no qual o Liberalismo era a ideologia predominante na sociedade ocidental, marcando intensamente as conquistas capitalistas da Revolução Industrial. Este contexto solidificou o poder da burguesia na sociedade contemporânea, caracterizando uma fase da história da humanidade na qual a produção industrial ganhou grande incremento e junto com ela veio uma forte exploração do trabalho em favor do lucro. A crítica à ideologia liberal ganhou força com o advento das ideias socialistas. No entanto, os primeiros formuladores do pensamento socialista acreditavam que a burguesia reconheceria a exploração imposta aos operários e, a partir daí, se daria uma mudança no sistema vigente. Sendo que a burguesia compartilharia sua riqueza e seu poder e a sociedade alcançaria um modo de vida comunista. Esse tipo de formulação é uma utopia, ou seja, muito improvável, para não dizer impossível, que a classe burguesa abra mão de suas posses em prol de uma sociedade comunista. Com base nisso, a ideologia ficou conhecida como Socialismo Utópico. Em contrapartida à essa primeira corrente ideológica do Socialismo, o alemão Karl Marx apresentou reflexões mais plausíveis para a sociedade alcançar o modo de vida de uma sociedade comunista. Apresentando métodos e condições mais adequadas, os pensamentos que apresentou se tornaram uma corrente ideológica muito influente, sobretudo, no século XX.
O Socialismo Marxista é uma ideologia que também almeja alcançar o comunismo, só que por caminhos diversos e mais plausíveis do que o Socialismo Utópico. Na formulação de Karl Marx, a sociedade precisa passar por etapas até obter as condições necessárias para o comunismo. Assim, a sociedade capitalista precisaria se desenvolver a tal ponto que pudesse permitir ao proletariado o controle dos meios de produção em uma sociedade socialista e, só depois de cumpridas as duas primeiras etapas, haveria condições necessárias para o comunismo. O pensamento de Karl Marx foi desenvolvido baseando-se nos estudos das obras de intelectuais franceses e do alemão Hegel, e, na verdade, recebeu também grande auxílio de outro alemão, Friedrich Engels.
O Socialismo Marxista, também chamado simplesmente de Marxismo, no entanto, vai muito além. É um conjunto de ideias filosóficas, econômicas, políticas e sociais que conquistará vários seguidores. O Marxismo compreende o homem como um ser social e histórico e se baseia em concepções materialista e dialética da História. A vida social é interpretada segundo o modo de produção e a luta de classe que ela desencadeia. São conceitos muito importantes para compreensão do chamado Socialismo Marxista que, em contrapartida ao Socialismo Utópico, pode também ser chamado de Socialismo Científico.
A sociedade, segundo o Socialismo Marxista, é descrita da seguinte forma. A história humana é observada ressaltando os aspectos materiais, ou seja, dando importância fundamental para as relações econômicas que a permeiam. Para Marx, essa base econômica seria a determinante dos aspectos políticos, culturais e também religiosos. Dado esse significativo valor atribuído às questões econômicas, a sociedade é marcada por uma dialética que opõe dois grupos, a burguesia e o proletariado. Entendendo que o primeiro refere-se aos detentores do meio de produção e o segundo, sem tais posses, vendem seu trabalho, fazendo a engrenagem do sistema capitalista funcionar. No entanto, a burguesia explora o máximo possível da mão-de-obra para obter seus lucros, é a chamada mais-valia. O trabalhador gera produtos de alto valor agregado, porém o salário é reduzido e muitas vezes ainda é consumidor do que produz. É dessa situação de exploração capitalista promovida pela burguesia sobre o proletariado que nasce a chamada luta de classes, segundo Karl Marx. Para o Socialismo Marxista, a tensão existente na mais-valia promoveria uma união da classe proletária que, em busca de uma sociedade mais igualitária, tomaria posse dos meios de produção
e os passaria ao controle do Estado, encarregado de representar a coletividade. Seria o contexto de uma Revolução Socialista. Com o tempo, o próprio Estado não seria mais necessário, levando-se em consideração que não haveria mais dominação de uma classe sobre outra, resultando no que é, para Karl Marx, a etapa mais desenvolvida das relações humanas, uma sociedade comunista.
Essas proposições do Socialismo Marxista influenciaram diversas atividades humanas no século XX, influenciando diversos movimentos. Dentre eles estão a Revolução Russa, a Revolução Cubana e a Revolução Chinesa. No entanto, os países que adotaram posturas ditas socialistas desvirtuaram significativamente os preceitos de Karl Marx. Ainda assim, o Marxismo foi muito influente nas Ciências Humanas ao longo da segunda metade do século XX. Embora não tão admirada quanto já fora, a ideologia Marxista permanece influente.
Socialismo Utópico
Socialismo Utópico é a primeira corrente do moderno pensamento filosófico socialista, surgida no primeiro quartel do século XIX e que desenvolvia conceitos e ideias definidas como utópicas para os pensadores socialistas que surgiriam posteriormente. Estes primeiros pensadores do moderno socialismo não reconheciam autoridade externa, além de subordinar a religião, a ciência, sociedade e instituições políticas a uma drástica e permanente crítica. Tudo o que era produzido pela humanidade deve justificar sua existência, ou seja, demonstrar sua utilidade ou então ser combatida até que deixasse de existir. A razão era a medida de todas as coisas. À toda forma de tradição, sociedade, governo, costume ou similar existente, toda velha noção tradicional deveria ser considerada irracional e combatida.
Liberalismo
Liberalismo é uma teoria política e social que enfatiza fundamentalmente os valores individuais da liberdade e da igualdade. Para os liberais, todo indivíduo têm direitos humanos inatos. O governo tem o dever de respeitar tais direitos e deve atuar principalmente para resolver disputas quando os interesses dos indivíduos se chocam. De acordo com a filosofia política liberal, a sociedade e o governo devem proteger e promover a liberdade individual, em vez de impor constrangimentos; a pluralidade e a diversidade devem ser encorajadas e a sociedade deve ser igual e justa na distribuição de oportunidades e recursos. O liberalismo é, portanto, uma teoria individualista, pois entende que o indivíduo tem prioridade sobre o coletivo. As teorias liberais clássicas surgiram influenciadas pelo iluminismo europeu e revoluções burguesas, a partir do século XVII, para se oporem às formas de Estado absoluto. Elas defendem as instituições representativas e a autonomia da sociedade civil, do espaço econômico (mercado) e cultural (opinião pública) frente ao Estado. Nesse sentido, a história do liberalismo está intimamente ligada ao próprio desenvolvimento da democracia nos países do ocidente. Os sistemas democráticos assumem as premissas básicas do Estado liberal, no qual sua principal função seria o de garantir os direitos do indivíduo contra o autoritarismo político e, para atingir esta finalidade, exige formas, mais ou menos amplas, de representação política.
Entre os liberais, porém, não há consenso acerca da amplitude desejável da participação política dos cidadãos. Enquanto pensadores liberais como Locke, Montesquieu e Constant afirmavam que a participação dos cidadãos através das eleições e atuando em cargos representativos seria a melhor forma de liberdade política, Tocqueville defendia que a verdadeira ética liberal somente poderia se concretizar na atividade política ativa e no associativismo.
Na história do pensamento ocidental, surgiram vários tipos de liberalismo. Em geral, os teóricos se diferenciavam por dar maior ênfase na liberdade ou na igualdade, ou divergiam ainda na forma com que propunham reconciliá-los. O liberalismo clássico tende a insistir que os direitos civis são fundamentais para os seres humanos, enquanto o liberalismo igualitário contemporâneo concentra-se mais na igualdade e argumenta que o governo ou a sociedade devem aumentar seu alcance de intervenção em áreas como saúde, educação e bem-estar social.
Historicamente, os pensadores liberais defenderam a liberdade econômica contra o Estado: o Estado não deveria se intrometer no livre jogo do mercado, organizado por contratos entre particulares. Defendia-se um Estado pouco interventor, que não interferisse na resolução dos conflitos entre empregados e empregadores, entre as diferentes empresas, deixando a livre concorrência recompensar o melhor ator econômico. A liberdade econômica foi sintetizada na frase de “laissez faire, laissez passer”, que em francês significa “deixe fazer, deixe passar”. Na segunda metade do século XX, o liberalismo econômico clássico inspirou o surgimento de teorias conhecidas como neoliberalismo, que defendem uma diminuição drástica do Estado em favor do livre mercado. As principais críticas que recebem os liberais estão justamente na sua associação com o livre mercado e o capitalismo.
Alguns notáveis ​​teóricos vinculados ao liberalismo clássico foram John Locke, John Stuart Mill, Isaiah Berlin, Montesquieu, Voltaire, Benjamin Constant, Immanuel Kant, Adam Smith e Alexis de Tocqueville.
Absolutismo
Resultante do processo de centralização política das monarquias nacionais europeias, o absolutismoera um sistema político da Idade Moderna. Suas principais características são: ausência de divisão de poderes, poder concentrado no Estado e política econômica mercantilista. Numa monarquia absolutista, o rei tinha com seus súditos uma relação marcada pelo princípio da fidelidade: todos, sem exceção, deviam obediência e respeito ao monarca e seus representantes. Estes possuíam a prerrogativa de julgar e legislar ao invocar a mera vontade do soberano. Isso quer dizer, é claro, que questionar publicamente o desejo do monarca ou de seus agentes poderia ser considerado por si só um crime passível de punição, como pôde ser visto durante o reinado daquele que é considerado o expoente máximo do absolutismo: o monarca francês Luís XIV (1638-1715), cognominado como o Rei Sol. Durante seu reinado, ele concederia prêmios em dinheiro e incentivos fiscais à burguesia de modo a favorecer as manufaturas, e aplacaria a influência da nobreza ao distribuir favores, pensões e empregos na sede da corte dos Bourbon em Versalhes, onde viveriam milhares de aristocratas subordinados a ele. Deste modo, Luís XIV obteve sucesso em controlar ambos os grupos sociais.
Nesta época, surgiriam teorias políticas que justificavam tamanho poder. A primeira apareceria ainda no século XVI, na obra A República, do francês Jean Bodin (1530-96). Esses escritos defendiam que o fortalecimento do Estado, gerando uma soberania inalienável e indivisível por parte do soberano, era a única maneira realmente eficaz para se combater a instabilidade política. Essa linha de pensamento seria complementada por O Leviatã, do inglês Thomas Hobbes (1588-1679), que afirmaria que o rei não deveria justificar seus atos perante ninguém. Mas seriam as ideias do bispo francês Jacques Bénigne Bossuet (1627-1704) que se provariam mais influentes para o regime absolutista. Em sua obra A política inspirada na Sagrada Escritura, ele apresenta a origem da realeza como divina. O monarca seria o representante de Deus na Terra, e, como tal, suas vontades seriam infalíveis, não cabendo aos súditos questioná-las. Essas ideias formariam a base da doutrina política oficial do absolutismo francês, sendo conhecidas em seu conjunto como a teoria do direito divino dos reis.
Uma condição essencial para a formação deste tipo de monarquia foi a grande quantidade de arrecadação alcançada após a consolidação do projeto de colonização nas Américas. Isso enriqueceria substancialmente as monarquias nacionais, possibilitando a manutenção dos exércitos e marinhas. Com o tempo, surgiria a noção do metalismo, uma das questões mais importantes da nova política econômica do período que se convencionou
chamar de mercantilismo. Para o metalismo, a riqueza de um reino seria medida pela quantidade de metais preciosos dentro de suas fronteiras. Para garantir isso, era fundamental que fossem vendidas mais mercadorias do que compradas, a fim de que fosse alcançada uma balança comercial positiva. Para conseguir tal objetivo, o Estado intervinha na economia e impunha o protecionismo, de modo que as barreiras alfandegárias ficassem praticamente intransponíveis para os produtos estrangeiros.
União Soviética
A União Soviética foi o país que representou o bloco comunista no mundo a partir de 1922 e combateu a polaridade capitalista até 1991.
No começo do século XX, a Rússia ainda era um país muito atrasado em relação aos demais. O modo de produção russo ainda era feudal, o país era absolutista e governado por um czar. Ainda no final do século XIX, foi construída uma estrada que permitiu uma rápida industrialização de regiões como Moscou e São Petersburgo, só que a Rússia não tinha estrutura para suportar uma drástica mudança. Os camponeses acabaram ficando na mesma situação de miséria.
Em 1905, as insatisfações da população russa culminaram em um movimento de contestação ao sistema que, mesmo sem uma liderança definida ou propósitos muito claros, resultou na chamada Revolução Russa de 1905. O evento é considerado um ensaio geral para a grande revolução que ocorreria no ano de 1917 e transformaria significativamente a estrutura do país. Em 1905, o czar perdeu a admiração que sustentava dos súditos, conseguiu ainda se sustentar no poder até 1917, mas a Revolução Russa de 1917 condenou o czar Nicolau II à morte. Este movimento foi conduzido pelo Partido Bolchevique, o qual reunia um grupo mais radical que defendia mudanças através da ação revolucionária.
Foi em 1922 que se constituiu oficialmente a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Esta se formou como um grande país de dimensões continentais e reuniu Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Transcaucásia, Estônia, Lituânia, Letônia, Moldávia, Georgia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguizão e Tadjiquistão. O transcorrer da Primeira Guerra Mundial foi vital para o novo movimento revolucionário na Rússia e a formação de um grande país de cunho comunista.
Lênin foi o grande nome da formação da União Soviética, ele foi o responsável por conduzir os trabalhadores na revolução e por estruturar a política e a economia do novo país. Após sua morte, Stalin assumiu o controle da União Soviética, instalando uma ditadura socialista que se estenderia até a década de 1950.
A União Soviética conheceu grande crescimento e, por se tratar de um país com bases comunistas, passou ilesa pela Crise de 1929 que abalou profundamente vários países capitalistas. Na Segunda Guerra Mundial, a União Soviética foi uma das grandes vencedoras, ao lado dos Estados Unidos. Os dois países foram os grandes ganhadores da guerra, entretanto um deles, Estados Unidos, defendia a ideologia capitalista, enquanto a União Soviética defendia a ideologia comunista. A polaridade entre os dois países dividiu o mundo em um novo confronto a partir de 1945, a Guerra Fria.
A Guerra Fria foi um confronto ideológico que colocou em choque as ideologias capitalistas e comunistas no mundo. Os líderes do capitalismo eram os Estados Unidos e do comunismo era a União Soviética. Como ambos os países, vencedores da Segunda Guerra Mundial, desfrutavam de armamento capaz de realizar uma mútua destruição, o confronto direto entre eles não ocorreu. Em lugar disso, vários conflitos surgiram no mundo tendo a influência e o apoio, militar e econômico, de tais países. O grande símbolo da Guerra Fria foi o Muro de Berlim, o qual cortou a cidade alemã de Berlim em lado ocidental e lado oriental, sendo ocidental capitalista e oriental comunista.
A União Soviética travou grande conflito com os Estados Unidos pela influência ideológica no mundo durante algumas décadas. No início da década de 1980, entretanto, a União Soviética já se mostrava desgastada e incapaz de se sustentar em sua ideologia. Seus produtos e estrutura política já estavam sucateados, várias medidas foram implantadas para tentar dar sobrevida ao sistema. A população já não estava mais satisfeita com as promessas comunistas e se revoltara contra as rígidas regras impostas pela União Soviética ao longo dos anos. Em 1989 foi derrubado o Muro de Berlim, símbolo da Guerra Fria. Muitos consideram a ocasião como o marco do fim do socialismo no mundo. A União Soviética, por sua vez, chegou ao fim em 1991 quando foi desmembrada em vários outros países.
Revolução Russa
No século XIX, a Rússia juntamente com a Inglaterra, a França, a Alemanha e a Áustria, era uma das maiores potências européias, porém enquanto os outros países cresciam, faziam reformas e se industrializavam, a Rússia não se modernizava.  Rússia era considerada um país atrasado em relação aos demais. Sua economia baseava-se na agricultura. Os servos trabalhavam, mas os senhores feudais não tinham o menor interesse de modernizar as plantações.
O país era governado pelo Czar (Imperador), que tinha poder absoluto, ou seja, todos estavam submetidos a ele, inclusive a Igreja Católica Ortodoxa.
Entre os anos de 1854 e 1856, a Rússia entrou em guerra com a Inglaterra, França e Turquia (Guerra da Criméia), mas foi derrotada justamente por causa do atraso em que se encontrava o país.
Então, o czar Alexandre II tomou algumas providências:
- Aboliu a servidão
- Vendeu terras aos camponeses
- Mandou ocupar novas áreas agrícolas
Tudo isso trouxe benefícios para o país que cresceu e se tornou exportador de grãos, além de ter favorecido o aumento da população. Esse aumento trouxe algumas conseqüências graves, como por exemplo, a dificuldade de se encontrar emprego e a baixa produtividade agrícola gerando fome e revolta.
A saída encontrada pelo governo foi estimular um programa de industrialização, isso permitiu que muitos estrangeiros fossem para a Rússia e várias fábricas foram implantadas, conseqüentemente entre os anos de 1880 e 1900 e Rússia apresentou as maiores taxas de crescimento industrial.
Enquanto o país se modernizava o absolutismo continuava intacto e isso causava descontentamento entre a população que se unia cada vez mais.
Em 1904 a Rússia se envolveu em uma guerra contra o Japão. Este conflito desorganizou a economia piorando a situação dos operários e camponeses. A humilhação da derrota acirrou os ânimos contra o czar. No ano seguinte, os habitantes saíram em uma passeata a fim de entregar um abaixo-assinado ao Imperador pedindo melhoras nas condições de vida e a instalação de um parlamento. O czar respondeu com um massacre promovido por suas tropas, aumentando ainda mais a revolta do povo.
Apesar de tudo, ele fez algumas concessões e dentre elas estava a instalação do parlamento (Duma).
Entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia voltou a ter uma aparente tranqüilidade, pois houve uma alta no crescimento industrial e os camponeses ganharam terras.
Grande parte da oposição era socialista e se baseava nas idéias de Karl Marx, eles acreditavam que todos os problemas do país só acabariam se o capitalismo fosse abolido e o comunismo fosse implantado.
Os comunistas se dividiam em dois grupos: Bolcheviques e Mencheviques.
- Bolcheviques: queriam derrubar o czarismo pela força, eram liderados por Lênin.
- Mencheviques: propunham a implantação do socialismo através de reformas moderadas.
Com o advento da Primeira Grande Guerra (1914) o povo russo se sentiu na obrigação de lutar, porém o combate trouxe algumas conseqüências:
- Desorganização da economia
- Fome, pobreza e racionamento
- Saques, passeatas e protestos contra o czar
- Renúncia do czar em 1917 diante da pressão popular
A deposição do Imperador não trouxe tranqüilidade aos russos, pelo contrário, o conflito passou a se dar entre os elementos da oposição.
Com a derrubada do czar, o governo provisório (cujos membros se identificavam com os interesses da burguesia russa) assumiu o poder.

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