SINDROME DE DOWN E A FALA EBOOK

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Síndrome de Down e a fala: 
como estimular a 
habilidade oral
03 Introdução
05 Principais dificuldades no desenvolvimento da fala
08 Como estimular a fala das crianças com Down
13 Hierarquia de dicas
16 Estímulo para adultos
18 Dicas para estimular o desenvolvimento da fala
22 Conclusão
24 Sobre a Incluo
Introdução
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INTRODUÇÃO
Quando a criança com síndrome de Down dá os primeiros passos para descobrir o mundo, os pais começam a 
se preocupar com outras áreas do aprendizado e atividades psicomotoras dela. O atraso no desenvolvimento 
da fala é uma dessas questões — e uma das maiores dificuldades encontradas pelos pais.
Como sabemos, a síndrome de Down é causada por uma anomalia genética no cromossomo 21 e é natural as 
crianças terem um atraso no desenvolvimento de forma geral, incluindo a aquisição da linguagem e da fala.
Sabe-se que o desenvolvimento de todo o processo de comunicação depende de vários fatores, e 
um hábito muito comum dos pais é confiar que a criança desenvolverá a fala a seu tempo. Dessa 
forma, não se preocupam em incentivá-la por meio de exercícios ou em procurar um especialista 
para orientá-los. Nesse contexto, a criança perde a oportunidade de se comunicar melhor e aprimorar 
essa habilidade.
Por outro lado, muitos especialistas comprovaram que a prática de exercícios no ambiente familiar ajuda 
grandemente no aprendizado da fala, pois, na maior parte do dia, a criança está com familiares. A seguir, 
detalhamos quais são as principais dificuldades no desenvolvimento da fala e alguns hábitos que os pais 
podem colocar em prática para melhorar os resultados.
Principais dificuldades no 
desenvolvimento da fala
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PRINCIPAIS DIFICULDADES NO DESENVOLVIMENTO DA FALA
Em alguns pontos, o desenvolvimento da fala de crianças 
com síndrome de Down é parecido com o das outras. A 
principal diferença é que esse potencial geralmente se 
aprimora de forma mais lenta.
Por esse motivo, apesar de os pais terem papel fundamental 
no desenvolvimento da fala da criança, é essencial o 
acompanhamento de um profissional especializado em 
problemas de comunicação, geralmente um fonoaudiólogo, 
pois ele poderá orientar a família sobre possíveis problemas.
As crianças com síndrome de Down se desenvolvem de 
formas diferentes umas das outras, mas a fala compreensível 
costuma aparecer aproximadamente por volta dos dois 
anos de idade. Aos três, começam a formar pequenas frases 
e, depois, aprendem a falar frases mais compostas. Para 
esclarecer o tema, listamos três características de risco 
que podem interferir no desenvolvimento da comunicação 
da criança:
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PRINCIPAIS DIFICULDADES NO DESENVOLVIMENTO DA FALA
DIFICULDADE DE MEMORIZAÇÃO
Devido à baixa memorização de gestos e movimentos da fala, a criança com síndrome de Down pronuncia 
a mesma palavra de formas diferentes. É como se ela estivesse falando o termo pela primeira vez.
HIPOTONIA
Caracteriza-se pela redução do tônus e da força dos músculos da boca e da face, ou seja, a estrutura muscular 
fica flácida, e isso provoca um desequilíbrio. Nas crianças com síndrome de Down, há uma alteração na 
arcada dentária, projeção no maxilar inferior e interferência na posição da língua e dos lábios, o que faz 
com que a criança crie o hábito de ficar de boca aberta e com a língua para fora.
Com isso, ela passa a respirar pela boca, o que altera o palato, conhecido como “céu da boca”, prejudicando 
também os movimentos da fala e dificultando articulação e pronúncia de determinadas letras e fonemas.
INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
Como a criança respira pela boca, ela se torna mais suscetível a problemas respiratórios, aumentando a 
dificuldade de desenvolver a fala.
Como estimular a fala 
das crianças com Down
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COMO ESTIMULAR A FALA DAS CRIANÇAS COM DOWN
Desde que o bebê nasce, ele passa a absorver e observar as 
pessoas que convivem com ele. Bocejos, choros, soluços e 
murmúrios são formas de comunicação e, desde o início, 
os pais devem estimular a criança, conversando muito, 
chamando-a pelo nome e fazendo contato corporal e 
visual. Como diz uma expressão popular, “tudo comunica”, 
até mesmo o silêncio.
Então, cabe aos pais, familiares e amigos 
próximos aproveitar brincadeiras e até mesmo 
carinhos para a criança se comunicar. À medida 
que o bebê se desenvolve, ele passa a responder 
e a reagir a esses estímulos, percebendo o que 
acontece à sua volta, mesmo sem ainda saber 
se comunicar.
Na sequência, conheça técnicas que podem ser usadas 
pela família no início do desenvolvimento da linguagem.
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COMO ESTIMULAR A FALA DAS CRIANÇAS COM DOWN
BALBUCIO
No primeiro mês de vida, o bebê costuma emitir sons mais prolongados, como um “a” mais extenso. Depois 
de alguns meses, ele passa e balbuciar uma maior variedade de sons, como o clássico “da da”. É o período 
em que o bebê começa a descobrir os sons que ele pode praticar com os lábios, língua e músculos, como 
um ensaio para a fase que virá.
Nessa fase, é importante os pais prestarem atenção quando eles começam a emitir esses sons, sorrir 
em aprovação, responder aos sons conversando com eles. Por exemplo, se o bebê balbucia durante a 
amamentação, interaja falando sobre mamar e se alimentar.
Nesse período, ele não consegue interpretar as palavras que escuta, mas começa a associar que a mãe 
aumenta o tom de voz quando está irritada e fala de forma mais calma quando está tranquila.
Outra dica importante é estimular a audição da criança, chamando a atenção dela para barulhos 
e sons diferentes na sua rotina, como o canto de passarinhos, toque de telefone, chocalhos, entre 
outros. Aproximadamente aos 10 meses, os pais podem começar a estimular o bebê a produzir sons 
como: estalar a língua, jogar beijo, assoprar velas e apitos.
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COMO ESTIMULAR A FALA DAS CRIANÇAS COM DOWN
Importante fazer o exame auditivo anualmente, ou 
quando necessário.
GESTOS
Após a criança começar a balbuciar sons, ela passa 
a usar comunicação não verbal para se comunicar, 
como gestos de “tchau”, “olhe”, “pare” e “me pegue 
no colo”, estendendo os braços em direção a um 
adulto, por exemplo.
É importante destacar que os gestos 
não devem substituir a fala, mas devem 
ser usados como um apoio para o 
entendimento. Por esse motivo, nunca 
deixe de utilizar o recurso da fala descritiva 
na rotina do bebê (hora da alimentação, 
troca de fraldas, banhos, entre outros).
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COMO ESTIMULAR A FALA DAS CRIANÇAS COM DOWN
PRIMEIRAS FALAS
Geralmente, as primeiras palavras que o bebê começa a falar são as que são utilizadas frequentemente. Por isso, 
são as primeiras a serem entendidas e repetidas. É comum que sejam nomes de pessoas, objetos e bichinhos 
de estimação, pois são personagens do dia a dia que ele associa a uma palavra, dando nome a cada um.
Nessa fase, a criança passa a compreender a função da fala no convívio social. Em outras palavras, ela sabe que 
precisa se comunicar para conseguir o que deseja. Continue estimulando a criança a descobrir novas palavras 
e na formação de pequenas frases.
Após a fase de se comunicar com uma palavra, a criança começa a desenvolver pequenas sentenças. A quantidade 
de palavras vai variar de criança para criança, indo de duas até quatro ou mais palavras. Nesse período, os 
pais precisam ter mais paciência e buscar uma orientação médica mais próxima para o desenvolvimento da 
linguagem, pois o domínio da fala torna-se mais difícil para a criança com síndrome de Down.
À medida que as frases ficam maiores, maior é o desafio para as crianças, pois aumenta a complexidade da 
construção de frases e regras gramaticais. Pesquisadoresjá indicaram que as meninas e meninos com síndrome 
de Down conseguem entender mais do que formular frases, assim como é mais fácil para eles repetir as frases 
do que criá-las.Obviamente cada ser é singular e tem suas particularidades.
Hierarquia de dicas
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HIERARQUIA DE DICAS
Lista criada com informações de Positive AACtion 
— Rocky Bay.
1. PAUSA COM EXPECTATIVA
Dê à cr iança tempo para responder ou a 
oportunidade para iniciar uma comunicação.
2. DICA NÃO VERBAL INDIRETA
Use uma linguagem corporal para indicar à criança 
que você espera algo (por exemplo: expressão facial 
de expectativa, coçar o queixo, olhar de dúvida etc.).
3. DICA VERBAL INDIRETA
Use uma pergunta não específica para indicar à 
criança que algo é esperado dela (por exemplo: “E 
agora?”, “O que devemos fazer em seguida?”).
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HIERARQUIA DE DICAS
4. SOLICITE UMA RESPOSTA
Se você ainda não tiver uma resposta, pode tentar 
direcionar a criança de maneira mais específica 
(por exemplo: “O que você quer?”, “Você precisa 
me pedir”).
5. DICA GESTUAL
Você pode apontar ou tocar em uma imagem ou 
objeto para auxiliar a criança a iniciar a mensagem.
6. DICA VERBAL PARCIAL
Se você ainda não tiver retorno, dê uma parte da 
resposta esperada (por exemplo: “Você foi ao...”).
7. MODELO DIRETO
Se você ainda não tiver retorno, modelo no 
comunicador da criança (por exemplo: “o urso está 
triste”). Pare e espere a criança imitar ou responder.
8. ASSISTÊNCIA FÍSICA
Dê assistência (mão sobre mão) para ajudar a criança 
a formar a mensagem usando seu comunicador.
Estímulo para adultos
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ESTÍMULO PARA ADULTOS
Além das crianças, os jovens e adultos com síndrome de Down também podem apresentar trocas na fala, 
como substituir o “p” pelo “b”, “d” pelo t”, “v” por “f”. Dessa forma, “pato” vira “bato”, por exemplo. Para os 
jovens e adultos que não puderam trabalhar o desenvolvimento da fala desde a infância, é recomendado 
procurar um fonoaudiólogo para orientar e tratar essas dificuldades da linguagem.
Nesse caso, realiza-se um trabalho de discriminação auditiva. Com o profissional que faz o 
acompanhamento médico, os pais devem mostrar para a criança que os sons são diferentes, 
demonstrando pausadamente a forma correta. Quando não tratada logo na infância, essa dificuldade 
pode prejudicar o processo de alfabetização.
Outra dificuldade apresentada no desenvolvimento da fala de adultos é a prática de uma fala “madura” e 
inteligível, tanto para inserção no mercado de trabalho quanto para as relações sociais. Com acompanhamento 
médico, os pais também podem descobrir quais variações são toleráveis, de acordo com o desenvolvimento 
da pessoa.
Dicas para estimular o 
desenvolvimento da fala
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DICAS PARA ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO DA FALA
Além das dicas citadas anteriormente, 
enumeramos uma lista de atividades que 
te ajudarão a estimular o desenvolvimento 
da fala do seu filho. Confira:
1. VOCABULÁRIO DO DIA A DIA
Aproveite as oportunidades da sua rotina 
com a criança. Por exemplo, se você está 
ensinando o nome dos alimentos, use 
o momento das refeições e vá falando 
o nome dos principais itens do prato 
e suas características, se são duros ou 
moles, quentes ou frios, doces ou salgados. 
Por associação, a criança vai aumentar o 
vocabulário naturalmente, sem pressão 
ou cobranças e de forma agradável.
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DICAS PARA ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO DA FALA
2. ENSINE UMA COISA DE CADA VEZ
Respeite o tempo da criança. Ensine novas palavras por etapas e só avance para uma nova fase após ela 
conseguir assimilar e superar a fase atual. Lembre-se de que, antes de nomear uma pessoa, objeto ou ação, 
a criança precisa estar familiarizada com a situação e ter tido contato por diversas vezes.
3. CORRIJA DANDO O EXEMPLO
Ao corrigir a criança dizendo “não é ‘palácio’, e sim ‘palhaço’”, você pode intimidá-la. Portanto, prefira responder 
usando a expressão correta: “É verdade, filho, o palhaço está feliz”, por exemplo. Sempre evite repetir a forma 
errada da pronúncia e fale corretamente, principalmente quando a criança já tem conhecimento sobre o 
uso adequado da palavra.
4. FALE DE FORMA CORRETA
Não use diminutivos, como “caminha” e “livrinho”, pois eles prejudicam o entendimento, a distinção entre 
uma palavra e outra e a inteligibilidade. Também fale as palavras de forma correta e inteira, evitando dividir 
em sílabas, como “ca-mi-sa”, pois isso prejudica a aprendizagem da fala.
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DICAS PARA ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO DA FALA
5. COMPLETE A FRASE
É comum a criança empregar poucas palavras e esperar que você entenda a mensagem. Exemplo: “xixi”, 
representando que ela quer fazer xixi. Quando isso ocorrer, responda perguntando: “Você quer fazer xixi?” e 
aguarde a resposta. Com o passar do tempo, ela vai se acostumar com as variações da linguagem e passará 
a formar suas próprias frases afirmativas, interrogativas e negativas.
6. LEIA HISTÓRIAS INFANTIS
Outro método que ajuda no desenvolvimento da fala é ler histórias infantis para a criança. Além de ser uma 
forma lúdica e divertida de aprender, a criança poderá aumentar o vocabulário. Priorize as histórias mais 
simples e os livros mais atrativos para ela. A cada página, comente e identifique as figuras das ilustrações.
7. REPERTÓRIO MUSICAL
Como já sabemos, a música é muito utilizada como recurso pedagógico para o aprendizado, e com as crianças 
com síndrome de Down não é diferente. Cante cantigas e músicas infantis para ela. Além de estimular a 
audição, a música tranquiliza e ajuda no processo de desenvolvimento da fala.
Conclusão
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CONCLUSÃO
Neste conteúdo, você aprendeu sobre as dificuldades da fala enfrentadas por crianças com síndrome de 
Down e conheceu muitas orientações para desenvolver a linguagem do seu filho ou filha. Esperamos que 
coloque nossas dicas em prática e que, dia após dia, aprimore essa habilidade que é tão importante para o 
desenvolvimento social, físico e emocional da criança.
A Incluo nasceu do desejo de oferecer aos pais de crianças com down, profissionais e 
às pessoas interessadas na temática, não apenas uma fonte confiável de informação, 
mas um canal para conectá-las entre si e também a profissionais e empresas que 
acreditam na inclusão como forma de combater o preconceito e facilitar a inserção 
das pessoas com down na sociedade.
O objetivo é empoderar e minimizar a invisibilidade social que as pessoas com 
deficiência ainda enfrentam no dia a dia. Queremos estabelecer com credibilidade, 
responsabilidade e segurança a conexão entre pessoas com down, profissionais, 
instituições, empresas e a sociedade.
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