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Módulo I Controladoria Geral da União Estrutura e Instrumentos de Apuração

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23/03/2018 Módulo I - Controladoria Geral da União: Estrutura e Instrumentos de Apuração
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Módulo I - Controladoria Geral da União: Estrutura e Instrumentos
de Apuração
Controladoria Geral da União: Estrutura e Instrumentos de Apuração
Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB
Curso: Deveres, Proibições e Responsabilidades do Servidor Público Federal
Livro: Módulo I - Controladoria Geral da União: Estrutura e Instrumentos de Apuração
Impresso por:Gabriel Gaia Duarte
Data: Sexta-feira, 23 Mar 2018, 13:39
23/03/2018 Módulo I - Controladoria Geral da União: Estrutura e Instrumentos de Apuração
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Sumário
Módulo I - CGU: Estrutura e Instrumentos de Apuração
Unidade 1 - A Controladoria-Geral da União e o Sistema Correcional: instrumentos de apuração disciplinar
Unidade 2 - A estrutura regimental da CGU
Pág. 3
Pág. 4
Unidade 3 - Especificidade das Corregedorias
Pontos Comuns na Via Hierárquica
Exercícios de Fixação - Módulo I
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Módulo I - CGU: Estrutura e Instrumentos de Apuração
Ao final do Módulo I, o aluno deverá ser capaz de
identificar os instrumentos de apuração disciplinar na
Controladoria Geral da União (CGU).
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Unidade 1 - A Controladoria-Geral da União e o Sistema Correcional: instrumentos de
apuração disciplinar
Há variações, órgão a órgão, de a quem pessoalmente a norma atribui a competência para apreciar as notícias de supostas irregularidades e para
instaurar a sede disciplinar; mas, por outro lado, padroniza-se que, institucionalmente, a apuração de irregularidades na administração pública, em
regra, é efetuada no próprio órgão onde ela ocorreu.
A Controladoria-Geral da União (CGU) foi criada no dia 2 de abril de 2001, pela Medida Provisória n° 2.143-31. Inicialmente denominada
Corregedoria-Geral da União (CGU), o órgão é vinculado diretamente à Presidência da República. A CGU teve originalmente como propósito
declarado o de combater, no âmbito do Poder Executivo Federal, a fraude e a corrupção e promover a defesa do patrimônio público.
Quase um ano depois, o Decreto n° 4.177, de 28 de março de 2002, integrou a Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) e a Comissão de
Coordenação de Controle Interno (CCCI) à estrutura da então Corregedoria-Geral da União. O mesmo Decreto n° 4.177 transferiu para a
Corregedoria-Geral da União as competências de Ouvidoria-Geral, até então vinculadas ao Ministério da Justiça.
A Medida Provisória n° 103, de 1° de janeiro de 2003, convertida na Lei n° 10.683, de 28 de maio de 2003, alterou a denominação do órgão para
Controladoria-Geral da União, assim como atribuiu ao seu titular a denominação de Ministro de Estado do Controle e da Transparência.
Posteriormente, o Decreto n° 5.683, de 24 de janeiro de 2006, alterou a estrutura da CGU, conferindo maior organicidade e eficácia ao trabalho
realizado pela instituição, trazendo à Corregedoria-Geral da União (unidade integrante da CGU) uma estrutura para acompanhamento, fiscalização
e orientação dos trabalhos correcionais. Além disso, também foi criada a Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas
(SPCI) - atualmente Secretaria de Transparência e Prevenção da Corrupção (STPC) -, responsável por desenvolver mecanismos de prevenção à
corrupção. Desta forma, o agrupamento das principais funções exercidas pela CGU – controle, correição, prevenção da corrupção e ouvidoria – foi
efetivado, consolidando-as em uma única estrutura funcional.
Mais recentemente, a estrutura regimental da CGU foi alterada por meio do Decreto nº 8.109/13. Assim, no âmbito da Corregedoria-Geral da União,
além das Corregedorias Adjuntas das Áreas Econômica, de Infraestrutura e Social, que englobam um total de dezoito Corregedorias Setoriais,
foram criadas duas novas coordenações: Responsabilização de Entes Privados e Monitoramento de Processos Disciplinares. 
Nesse rumo, o art. 18 da Lei nº 10.683, de 28/05/03, impõe à Controladoria-Geral da União encaminhar aos órgãos competentes as
representações ou denúncias fundamentadas que receber e acompanhar e inspecionar as apurações. Daí, sempre que a Controladoria-Geral da
União constatar omissão da respectiva autoridade instauradora ou, facultativamente, nos casos envolvendo lesão ou ameaça de lesão a
patrimônio federal, os §§ 1º, 2º e 4º do artigo supra conferem-lhe os poderes de avocar o apuratório e de instaurar procedimento para apurar a
inércia da autoridade originariamente competente. A saber, a Lei nº 10.683, de 28/05/03, dispõe sobre a atual organização da Presidência da
República e dos Ministérios e prevê a Controladoria-Geral da União como um órgão integrante da Presidência da República, com status de
Ministério, assistindo diretamente o Chefe do Poder Executivo nos assuntos relacionados à defesa do patrimônio público, no sentido amplo da
expressão.
 
 Lei nº 10.683, de 28/05/03, Arts. 17 e 18
Em relação especificamente ao Sistema de Correição do Poder Executivo Federal, tal sistema foi criado pelo Decreto nº 5.480, de 30 de junho de
2005, e constitui-se de unidades voltadas às atividades de prevenção e apuração de irregularidades disciplinares, desenvolvidas de forma
coordenada e harmônica.
Alterado pelo Decreto nº. 7128, de 2010, o Decreto 5.480, de 30/06/2005, e elenca as competências de seus órgãos integrantes, a saber, da
Controladoria-Geral da União, como órgão central; das unidades correcionais setoriais, junto aos Ministérios (corregedorias vinculadas técnica e
hierarquicamente ao órgão central); das unidades correcionais seccionais (corregedorias dos órgãos componentes da estrutura dos Ministérios,
bem como de suas autarquias e fundações e empresas estatais); e da Comissão de Coordenação e Correição (colegiado de função consultiva,
com o fim de uniformizar entendimentos). Em reforço ao já abordado linhas acima (que, embora ainda como exceção, alguns órgãos públicos
federais já contam em seu organograma com uma unidade especializada para a matéria correcional), este Decreto impõe a tendência crescente de
os órgãos instituírem suas corregedorias, como reflexo da atual relevância da matéria.
 
 Decreto nº 5.480, de 30/06/05, Arts 2º ao 6º e 8º
 
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Unidade 2 - A estrutura regimental da CGU
A estrutura regimental da Controladoria-Geral da União foi aprovada por meio do Decreto n° 5.683, de 24/01/06, posteriormente revogado pelo
Decreto 8.109, de 17/09/13, de onde se extrai que, na matéria que aqui mais interessa, ou seja, na competência correcional, o órgão central
conta com a Corregedoria-Geral da União, tendo em sua jurisdição três Corregedorias Adjuntas, subdivididas por área de atuação (de Área
Econômica, de Área de Infra-Estrutura e de Área Social). Abaixo dessas três Corregedorias Adjuntas, situam-se as unidades correcionais setoriais,
junto aos Ministérios das respectivas áreas. Por fim, dentro das unidades correcionais setoriais, encontram-se as unidades correcionais seccionais,
quais sejam, as corregedorias dos órgãos de cada Ministério.
 Decreto nº 8.109 de 17/09/13, Arts 3º, 15 e 16
Atendendo aos dispositivos acima, a Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, regulamentou o Sistema de Correição do Poder Executivo Federal e, em
síntese, definiu os instrumentos a serem utilizadosno Sistema, nas atividades relacionadas à correição, e estabeleceu competências.
Quanto a este último tema, em que pese à conceituação dos procedimentos correcionais se refletir em todo o Sistema, desde o órgão central até
as unidades seccionais, tem-se que, a rigor, a Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, em quase toda sua abrangência, tão-somente disciplinou
competências da Controladoria-Geral da União e das unidades setoriais. A citada Portaria-CGU não disciplinou as competências das unidades
seccionais, preservando, tanto para apuração de irregularidades quanto para responsabilização, as respectivas normatizações já adotadas em
cada órgão. Assim, tem-se que os ordenamentos internos vigentes nas unidades correcionais seccionais para a matéria disciplinar permanecem
integralmente aplicáveis e válidos, não conflitando com o ordenamento do órgão central e das unidades setoriais. 
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Pág. 3
De forma muito sintética, pode-se estabelecer que o presente texto, ao longo de todos os seus tópicos, visa a, precipuamente, descrever em
detalhes a condução do rito disciplinar no âmbito específico das unidades seccionais.
Todavia, em função da edição da Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, como exceção, no presente tópico, a partir deste ponto, serão apresentadas
as inovações e as peculiaridades mais relevantes deste dispositivo de interesse restrito, em comparação com aquelas normas de aplicação geral. A
concentração, em um tópico à parte, dos dispositivos que vinculam apenas o órgão central e as unidades setoriais obriga que aqui tão-somente
sejam citados conceitos, institutos e princípios, de forma bastante resumida e sem intuito de descrevê-los ou explicá-los.
O conteúdo final do presente tópico deve ser visto como uma breve antecipação de temas, que serão detidamente descritos e explicados ao
longo de todos os demais tópicos deste texto, voltados para o regramento geral.
Em que pese à aplicação restrita do presente tópico, as inovações e peculiaridades trazidas pela Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, que, em sua
maior parte, não vincula as unidades seccionais, onde for cabível, podem ser tomadas nessas corregedorias como recomendações, visto que não
afrontam o que será detalhadamente descrito ao longo dos demais tópicos deste texto.
A Portaria-CGU elenca que a atividade correcional utilizará como instrumentos a investigação preliminar, a sindicância investigativa, a sindicância
patrimonial, a sindicância contraditória, o processo administrativo disciplinar e a inspeção. Dentre esse universo de instrumentos, empregam-se
para apuração de irregularidades a investigação preliminar, as três espécies de sindicância e o processo administrativo disciplinar (excluindo-se a
inspeção); e, para a apuração de responsabilidade, apenas sindicância contraditória e o processo administrativo disciplinar são válidos (excluindo
também a investigação preliminar e as sindicâncias investigativa e patrimonial).
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06 - Art. 3°
Parágrafo único. A atividade de correição utilizará como instrumentos a investigação preliminar, a inspeção, a sindicância, o processo
administrativo geral e o processo administrativo disciplinar.
Art. 5° No âmbito do Órgão Central e das unidades setoriais, a apuração de irregularidades será realizada por meio de investigação preliminar,
sindicância, inclusive patrimonial, e processo administrativo disciplinar.
Parágrafo único. Nas unidades seccionais, a apuração de irregularidades observará as normas internas acerca da matéria.
A investigação preliminar é procedimento realizado no âmbito do órgão central e das corregedorias setoriais, instaurado de forma sigilosa (sem
publicidade), por ordem do Ministro de Estado do Controle e da Transparência, do Secretário-Executivo, do Corregedor-Geral ou dos Corregedores
Adjuntos, de ofício ou à vista de denúncia (inclusive anônima) ou representação, quando não se justifique nem a imediata instauração e nem o
arquivamento liminar. Como o próprio nome indica, trata-se de procedimento que antecede a fase contraditória, de forma que seu rito é
inquisitorial, pois não há a quem se garantir prerrogativas de defesa, e visa a coletar elementos para subsidiar a decisão de instaurar ou não
sindicância, inclusive patrimonial, ou processo administrativo disciplinar (no caso de arquivamento, a decisão compete ao Corregedor-Geral). Esta
investigação preliminar a cargo do órgão central ou das unidades setoriais tem prazo de sessenta dias, podendo ser prorrogada por igual prazo.
 Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 6º ao 9º 
A sindicância investigativa (ou preparatória), a cargo das mesmas autoridades acima, também é um procedimento, no âmbito do órgão central e
das corregedorias setoriais, que antecede a instauração da sede contraditória e, portanto, tem rito inquisitorial, pois não há a quem garantir
prerrogativas de defesa e pode ser conduzida por um ou mais servidores (não necessariamente estáveis). Tem prazo de trinta dias, podendo ser
prorrogada por igual prazo.
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06 - Art. 4° Para os fins desta Portaria, ficam estabelecidas as seguintes definições:
II - sindicância investigativa ou preparatória: procedimento preliminar sumário, instaurada com o fim de investigação de irregularidades
funcionais, que precede ao processo administrativo disciplinar, sendo prescindível de observância dos princípios constitucionais do contraditório e
da ampla defesa;
Art. 12. § 1° No caso de sindicância meramente investigativa ou preparatória, o procedimento poderá ser instaurado com um ou mais
servidores.
A sindicância patrimonial é um procedimento instaurado de forma sigilosa (sem publicidade), por ordem do Ministro de Estado do Controle e da
Transparência, do Secretário-Executivo, do Corregedor-Geral ou dos Corregedores Adjuntos, de ofício ou destinado a apurar denúncia (inclusive
anônima) ou representação que noticie indícios de enriquecimento ilícito em decorrência de incompatibilidade patrimonial com a renda. Tem rito
inquisitorial, pois não há a quem garantir prerrogativas de defesa e pode ser conduzida por dois ou mais servidores (não necessariamente
estáveis). Dentre seus atos de instrução, pode-se fazer necessário solicitar o afastamento de sigilos fiscal e bancário (primeiramente ao próprio
sindicado). A sindicância patrimonial tem prazo de trinta dias, podendo ser prorrogado por igual período, e pode redundar em arquivamento ou na
instauração de processo administrativo disciplinar. Não obstante, da mesma forma como se aplica ao processo administrativo disciplinar, esses
prazos não devem ser entendidos como fatais, podendo, desde que haja motivação e justificativa, a sindicância ser novamente designada após
sessenta dias.
 Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 16º ao 19º
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Esses dois instrumentos empregados na apuração de responsabilidades no âmbito do órgão central e das unidades correcionais setoriais podem ser
instaurados (ou avocados) pelo Ministro de Estado do Controle e da Transparência, Secretário-Executivo, Corregedor-Geral ou Corregedores
Setoriais.
 Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 10º ao 12º
A sindicância acusatória (contraditória) é o procedimento para apurar responsabilidade de menor gravidade e pode, se for o caso, após
respeitados o contraditório e a ampla defesa, redundar em apenação; deve ser conduzida por comissão de dois ou três servidores estáveis,
no prazo de até trinta dias, prorrogado por igual período. O processo administrativo disciplinar é o instrumento para apurar responsabilidade de
servidorpor infração cometida no exercício do cargo ou a ele associada, sob rito contraditório, podendo aplicar todas as penas estatutárias;
deve ser conduzido por comissão formada por três servidores estáveis, no prazo de até sessenta dias, prorrogado por igual período. 
Certamente você já percebeu que a habilidade de leitura é
a sua grande aliada. Seja disciplinado nesse sentido,
concentre-se na leitura da “Base Legal” e valorize o tempo
investido no curso.
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As instaurações desses dos ritos disciplinares a cargo das corregedorias setoriais devem ser comunicadas à Corregedoria-Geral, para
acompanhamento e avaliação. O julgamento cabe ao Ministro de Estado do Controle e da Transparência, em caso de penas expulsivas e
suspensão superior a trinta dias; ao Corregedor-Geral, em caso de suspensão de até trinta dias; e aos Corregedores Adjuntos, em caso de
advertência ou arquivamento, cabendo pedido de reconsideração à autoridade que decidiu e um grau de recurso nas decisões dos Corregedores
Adjuntos e do Corregedor-Geral.
 Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 4º, 12 a 15 
Por fim, fora do conceito de procedimentos de apuração de irregularidades, a inspeção destina-se a obter informações e documentos e a aferir o
cumprimento de normas, orientações técnicas, recomendações e determinações, bem como verificar a regularidade, eficiência, eficácia e prazos
dos trabalhos no Sistema. Pode ser realizada pelo órgão central nas unidades setoriais e, por estas, nos Ministérios e nas unidades seccionais.
 Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 20 a 23
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Unidade 3 - Especificidade das Corregedorias
Alguns órgãos e entidades da administração pública federal dispõem, por norma específica (seja lei orgânica, estatuto ou regimento interno), de
unidade especializada na matéria disciplinar, normalmente chamada de Corregedoria, dotada de competência exclusiva para o assunto. Antecipe-
se que tal especificidade, visando à qualificação, especialização, isenção, imparcialidade e eficiência, em nada afronta os dispositivos legais acima
reproduzidos. 
Nesses órgãos, os deveres de representar e de apurar têm algumas peculiaridades em comparação com a regra geral acima descrita. O servidor
que tem ciência de suposta irregularidade (exclusivamente em função do exercício do cargo, de forma direta ou indireta) deve representar, na via
hierárquica, por intermédio de seu chefe imediato, não ao superior hierárquico do representado, mas sim ao titular da sua própria unidade ou do
órgão, que por sua vez, deve encaminhar a representação ao titular da unidade especializada - Corregedoria. Perceba-se que não
necessariamente o procedimento passa pelo superior hierárquico do representado.
Ou seja, diferentemente da regra geral vigente na administração pública (em que o dever de apurar guarda proximidade com o representado, em
linha hierárquica), nesses órgãos que possuem unidade especializada na matéria, este dever de apurar é deslocado exclusivamente para a unidade
especializada, que não mantém qualquer vinculação com a unidade de lotação do representado ou de ocorrência do fato. Os titulares das demais
unidades do órgão não têm competência para instaurar processo administrativo disciplinar, devendo encaminhar à unidade correcional aquelas
notícias de supostas irregularidades. 
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Pontos Comuns na Via Hierárquica
De uma forma ou de outra, seja pela regra geral da via hierárquica, seja pela atipicidade da unidade especializada, a autoridade legal, estatutária
ou regimentalmente competente, ao ter ciência do cometimento de suposta irregularidade associada direta ou indiretamente ao exercício de cargo
público, após avaliar que a representação não é de flagrante improcedência (em ato chamado de exame ou juízo de admissibilidade), é obrigada,
pelo art. 143 da Lei nº 8.112, de 11/12/90, a promover a imediata apuração.
Lei nº 8.112, de 11/12/90 - Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração
imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
Tanto é verdade que ela pode incorrer em crime de condescendência criminosa se, por indulgência, deixa de responsabilizar o servidor subordinado
que cometeu infração (administrativa ou penal) no exercício do cargo ou não leva o fato ao conhecimento da autoridade competente.
Código Penal (CP) - Condescendência criminosa
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício de cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena -detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.
A despeito de o parágrafo único do art. 116 da Lei nº 8.112, de 11/12/90, determinar que a representação seja oferecida em via hierárquica, caso
o representante a formule diretamente à autoridade competente para matéria correcional, sem fazê-la passar por seu chefe imediato, à vista do
atendimento de valores mais relevantes (associados à moralidade na sede pública), não se deve, tão-somente por esta lacuna formal, deixar de se
recepcionar a representação e muito menos, se for o caso de ela mostrar-se relevante, omitir-se na determinação da imediata apuração. Nesses
casos, cabe à autoridade competente para matéria correcional dar ciência ao chefe imediato do representante, a fim de suprir a exigência legal,
podendo ainda, em regra, sopesados os motivos para o servidor ter atravessado diretamente a representação, abstraindo-se de atos eivados de
má-fé, dispensar qualquer medida correcional contra o representante.
Uma situação que bem exemplifica a hipótese acima (seja na regra geral da apuração em via hierárquica, seja existindo Corregedoria) é quando o
representante tem alguma desconfiança da imparcialidade de seu chefe imediato ou quando este é justamente o representado. Nesses casos,
justificadamente, recomenda-se que a representação seja dirigida à autoridade imediatamente superior ao representado.
Convém, por oportuno, salientar que eventuais representações encaminhadas unicamente a órgãos externos (como, por exemplo, Ministério
Público Federal, Departamento de Polícia Federal -DPF, Controladoria-Geral da União -CGU) não afastam a obrigação de representar internamente.
Ressalte-se que, em tese, a ausência da representação interna pode acarretar responsabilização administrativa disciplinar, conforme dever
estabelecido no art. 116, VI e XII, da Lei nº 8.112, de 11/12/90.
Para conhecer a Controladoria Geral da União-CGU, acesse o site clicando aqui. 
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Exercícios de Fixação - Módulo I
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo I do curso de Direitos e Deveres
do Servidor Público Federal. Como parte do processo de aprendizagem,
sugerimos que você faça uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de
Fixação. O resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como
oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo.
Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a correção imediata das
suas respostas!
Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.

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