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27/11/2016 1 Cessação do Contrato de Trabalho A cessação do contrato de trabalho é a extinção do vínculo de emprego, com a consequente extinção das obrigações para os contratantes. Rescisão é um termo muito utilizado nos casos de cessação do pacto laboral. Dispensa Arbitrária Art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo- se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado. CF/88 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; Cessação por Decisão do Empregador I - Dispensa do Empregado Sem Justa Causa O empregador pode dispensar o empregado sem justa causa, cessando, assim, o contrato de trabalho. Para tanto, porém, deverá pagar as reparações econômicas pertinentes: aviso prévio, 13º proporcional, férias vencidas e proporcionais, saldo de salário, saque do FGTS, multa fundiária (FGTS) de 40%, seguro desemprego (liberação das guias). Empregado com mais de 1 ano de empresa deve ser assistido pelo sindicato da categoria ou pela delegacia regional do trabalho (DRT). Com relação ao empregado celetista contratado pela União, o contrato de trabalho por tempo indeterminado somente pode ser rescindido de forma motivada, pelas seguintes razões: - Falta grave constante do art. 482 da CLT; - Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções publicas; - Necessidade de redução do quadro de empregados para reduzir despesas; - Insuficiência de desemprenho. A rescisão de empregado da União celetista fora das hipóteses acima é considerada abusiva, havendo o direito do empregado de ser reintegrado. Dispensa do Empregado Com Justa Causa O empregador poderá dispensar o empregado que comete falta grave, ou seja, com justa causa. A justa causa vem a ser o procedimento incorreto do empregado, tipificado na lei, que dá ensejo à ruptura do vínculo empregatício. Não terá direito o empregado a aviso prévio, 13° salário, férias proporcionais, saque do FGTS, multa fundiária de 40 %, e guias de seguro desemprego. O empregado somente terá direito ao saldo de salário e férias vencidas, se houver. A justa causa deverá ser prevista na lei, logo não haverá justa causa se não houver previsão legal. Assim existem as hipóteses previstas no art. 482 da CLT. A demissão deve ser imediata, tão logo constatada a falta grave cometida pelo empregado. A justa causa pode ocorrer durante o aviso prévio, perdendo o empregado o direito ao restante do prazo. Art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo. 27/11/2016 2 Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; - imoralidade, malícia, desonra. b) incontinência de conduta ou mau procedimento; - incontinência de conduta – desregramento do empregado referente a vida sexual. - mau procedimento – opção genérica, podendo nesta ser enquadradas situações não prevista nas demais alíneas do artigo. c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; - a sentença deve ter transitado em julgado e deve haver impedimento ao exercício da atividade laboral, portanto, a suspensão da execução da pena (sursis) não gera a justa causa. e) desídia no desempenho das respectivas funções; - desleixo, negligência, preguiça, desatenção, desinteresse, podendo ainda ser configurada através de um conjunto de pquenas faltas. f) embriaguez habitual ou em serviço; - abrange tanto o uso de álcool como de outras drogas. - embriaguez habitual – repetição - embriaguez no serviço – uma única vez é suficiente. - alcoolismo trata-se de doença, não podendo o empregado ser dispensado por tal razão, mas sim tratado, devendo ser encaminhado ao INSS. g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; - Deve haver prova do abandono (princípio da continuidade da relação de emprego) – fato extintivo de direito do empregado (art. 373, II, CPC) – ônus do empregador. - notificação do empregado não é obrigatória, mas medida de cautela/segurança do empregador. *jornal - não há prazo previsto em lei, mas pela jurisprudência considera-se que o abandono de emprego se configura a partir de 30 dias de faltas contínuas. Súmula nº 32 do TST ABANDONO DE EMPREGO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer. * Prazo menor - desídia j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. Cessação por Decisão do Empregado Demissão é o aviso que o empregado faz ao empregador de que não mais deseja trabalhar na empresa. É um ato unilateral, não havendo necessidade de que o empregador aceite o pedido O empregado terá de avisar o empregador com antecedência mínima de 30 dias de que não pretende continuar na empresa, devendo trabalhar durante o aviso prévio, salvo se for liberado pelo empregador. * Pedido de demissão – comunicado de rescisão. 27/11/2016 3 Não tem o empregado direito a indenização de 40%, ao saque do FGTS e às guias do seguro- desemprego. Fará jus, porém, ao 13° salário proporcional, as férias vencidas e férias proporcionais. Art. 477 § 1º - O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão, do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social. Rescisão Indireta A rescisão indireta é a forma de cessação do contrato de trabalho por decisão do empregado em virtude da justa causa praticada pelo empregador (art. 483 da CLT). Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregadoras obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. § 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do serviço. § 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho. § 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo.
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