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FEP2195 - F´ısica Geral e Experimental para Engenharia I Prova P2 - Gabarito m R M 1. Uma bola de massa m e´ presa a um pino por um fio leve e inextens´ıvel de comprimento R. A bola e´ aban- donada quando o fio esta´ na horizontal (ver figura). Na parte mais baixa da trajeto´ria a bola atinge um bloco de massa M = 3m, inicialmente em repouso sobre uma superf´ıcie a´spera. A colisa˜o entre a bola e o bloco pode ser considerada como perfeitamente ela´stica. O coeficiente de atrito cine´tico entre o bloco e a superf´ıcie e´ µc. Em termos de m, R, µc e g: (a) (1,0) Quais as velocidades dos corpos apo´s a colisa˜o? (b) (0,5) Ate´ que altura a bola sobe apo´s a colisa˜o? (c) (0,5) Qual a distaˆncia percorrida pelo bloco, ate´ parar, apo´s a colisa˜o? (d) (0,5) Qual o trabalho realizado por cada forc¸a que atua sobre o bloco, desde a colisa˜o ate´ ele parar, e sobre a bola desde a colisa˜o ate´ que ela atinja a altura ma´xima? SOLUC¸A˜O: (a) Quais as velocidades dos corpos apo´s a colisa˜o? Para determinar a velocidade da bola antes da colisa˜o, vA, podemos utilizar o teo- rema trabalho-energia cine´tica, onde o trabalho da forc¸a peso e´ igual a variac¸a˜o da energia cine´tica: W = ∆T ⇒ mgR = 1 2 mv2A vA = √ 2gR Para determinar as velocidades apo´s a colisa˜o vamos utilizar a conservac¸a˜o do mo- mento linear antes e depois da colisa˜o PA = PD ⇒ mvA = MV +mvD m(vA − vD) = MV (1) onde V e vD sa˜o as velocidades do bloco e da bola depois da colisa˜o. 1 Como a colisa˜o e´ perfeitamente ela´stica temos tambe´m a conservac¸a˜o da energia cine´tica: TA = TD ⇒ 1 2 mv2A = 1 2 MV 2 + 1 2 mv2D m(v2A − v2D) = MV 2 ⇒ m(vA − vD)(vA + vD) = MV 2 Dividindo a equac¸a˜o acima pela equac¸a˜o (1) (vA + vD) = V (2) Substituindo a equac¸a˜o (2) na equac¸a˜o (1): m(vA − vD) = M(vA + vD) ⇒ (m−M)vA = (m+M)vD vD = (m−M) (m+M) vA (3) Substituindo a equac¸a˜o (3) na equac¸a˜o (2): V = vA + (m−M) (m+M) vA = 2m (m+M) vA (4) Substituindo M = 3m nas equac¸o˜es (3) e (4): vD = (m− 3m) (m+ 3m) vA = −1 2 vA V = 2m (m+ 3m) vA = 1 2 vA Velocidade da bola depois da colisa˜o vD = −1 2 √ 2gR Velocidade do bloco depois da colisa˜o V = 1 2 √ 2gR (b) Ate´ que altura a bola sobe apo´s a colisa˜o? Usando o teorema trabalho-energia cine´tica, onde o trabalho da forc¸a peso e´ igual a variac¸a˜o da energia cine´tica: W = ∆T ⇒ −mgh = 0− 1 2 mv2D 2 h = 1 2g 1 4 2gR Altura atingida pela bola depois da colisa˜o: h = R 4 (c) Qual a distaˆncia percorrida pelo bloco, ate´ parar, apo´s a colisa˜o? Usando o teorema trabalho-energia cine´tica, onde o trabalho da forc¸a de atrito e´ igual a variac¸a˜o da energia cine´tica: W = ∆T ⇒ −Mgµcd = 0− 1 2 MV 2 d = 1 2gµc 1 4 2gR Distaˆncia percorrida pelo bloco, ate´ parar, apo´s a colisa˜o: d = R 4µc (d) Qual o trabalho realizado por cada forc¸a que atua sobre o bloco, desde a colisa˜o ate´ ele parar, e sobre a bola desde a colisa˜o ate´ que ela atinja a altura ma´xima? Trabalho das forc¸as agindo sobre a bola: Forc¸a peso: WP = −mgh = −mgR 4 Trac¸a˜o no fio: WT = 0 Trabalho das forc¸as agindo sobre o bloco: Forc¸a peso: WP = 0 Forc¸a normal: WN = 0 Forc¸a de atrito: WA = −Mgµcd = −3mgµc R 4µc = −3mgR 4 3 l m m A B 2. Uma estrutura r´ıgida triangular e´ constru´ıda com treˆs has- tes iguais e seu plano e´ vertical, com a base na horizontal. Nos dois outros lados esta˜o enfiadas duas bolinhas ideˆnticas de massa m, atravessadas por um arame r´ıgido e leve AB, de modo que podem deslizar sobre as hastes com atrito des- prez´ıvel, mantendo sempre o arame na horizontal. As duas bolinhas tambe´m esta˜o ligadas por uma mola leve de constante ela´stica k e comprimento relaxado l0. A energia potencial do sistema em func¸a˜o do comprimento l da mola e´: U(l) = 1 2 k(l − l0)2 − √ 3mgl (a) (0,5) Para que valor de l o sistema esta´ em equil´ıbrio? (b) (0,5) Se soltarmos o sistema na situac¸a˜o em que a mola esta´ relaxada, qual e´ o menor e qual o maior valor de l no movimento subsequ¨ente? (c) (0,5) Se soltarmos o sistema na situac¸a˜o em que a mola esta´ relaxada, para que valor de l a velocidade do sistema sera´ ma´xima? (d) (1,0) Se soltarmos o sistema na situac¸a˜o em que a mola esta´ relaxada, qual o valor da velocidade ma´xima do sistema? SOLUC¸A˜O: (a) Para que valor de l o sistema esta´ em equil´ıbrio? O sistema esta´ em equil´ıbrio quando F (l) = 0 F (l) = − d dl U(l) = k(l − l0)− √ 3mg k(l − l0)− √ 3mg = 0 O sistema estara´ em equil´ıbrio para l = l0 + √ 3mg k (b) Se soltarmos o sistema na situac¸a˜o em que a mola esta´ relaxada, qual e´ o menor e qual o maior valor de l no movimento subsequ¨ente? Quando a mola esta´ relaxada l = l0. A energia potencial do sistema para l = l0 e´ dada por: U(l0) = − √ 3mgl0 4 O movimento subsequ¨ente do sistema ocorrera´ entre l = l0 e o valor de l onde U(l) = U(l0): 1 2 k(l − l0)2 − √ 3mgl = − √ 3mgl0 1 2 k(l − l0)2 − √ 3mg(l − l0) = 0 1 2 k(l − l0)− √ 3mg = 0 O movimento ocorrera´ para os valores de l: Mı´nimo: l = l0 Ma´ximo: l = l0 + 2 √ 3mg k (c) Se soltarmos o sistema na situac¸a˜o em que a mola esta´ relaxada, para que valor de l a velocidade do sistema sera´ ma´xima? A velocidade do sistema e´ ma´xima para o valor de l onde a energia potencial e´ mı´nima, ou seja, no ponto de equil´ıbrio: l = l0 + √ 3mg k (d) Se soltarmos o sistema na situac¸a˜o em que a mola esta´ relaxada, qual o valor da velocidade ma´xima do sistema? Como a velocidade e´ ma´xima no ponto de mı´nimo da energia potencial, podemos usar a conservac¸a˜o da energia mecaˆnica para determinar o valor da velocidade: ∆T = ∆U ⇒ 1 2 2mv2M = U(l0)− U(lM) mv2M = − √ 3mgl0 − 1 2 k ( l0 + √ 3mg k − l0 )2 + √ 3mg ( l0 + √ 3mg k ) mv2M = − √ 3mgl0 − 1 2 k 3m2g2 k2 + √ 3mgl0 + 3m2g2 k mv2M = 3 2 m2g2 k 5 vM = √ 3m 2k g 3. Um corpo de massa M = 20 kg move-se na direc¸a˜o positiva do eixo x com velocidade inicial v = 20 m/s. Uma explosa˜o interna de curta durac¸a˜o divide o corpo em treˆs pedac¸os. Imediatamente apo´s a explosa˜o, um dos fragmentos, com massa m1 = 10 kg, afasta-se do local da explosa˜o com velocidade v1 = 40 m/s ao longo do eixo y positivo. Um segundo fragmento, com massam2 = 4, 0 kg, tem velocidade de mo´dulo 50m/s na direc¸a˜o x negativa. (a) (1,5) Determine a velocidade do terceiro fragmento. Escreva sua expressa˜o em termos dos vetores unita´rios nas direc¸o˜es x e y. Calcule seu mo´dulo e direc¸a˜o, tomada a partir do eixo x positivo. Explique o princ´ıpio f´ısico usado no ca´lculo da velocidade do terceiro fragmento e o motivo para sua validade. (b) (1,0) Calcule a quantidade de energia liberada na explosa˜o. SOLUC¸A˜O: (a) Determine a velocidade do terceiro fragmento. Escreva sua expressa˜o em termos dos vetores unita´rios nas direc¸o˜es x e y. Calcule seu mo´dulo e direc¸a˜o, tomada a partir do eixo x positivo. Explique o princ´ıpio f´ısico usado no ca´lculo da velocidade do terceiro fragmento e o motivo para sua validade. Supondo que as forc¸as que atuam durante o curto intervalo de tempo da explosa˜o sa˜o muito mais intensas que a forc¸a da gravidade, podemos considerar o sistema isolado, ou seja, somente sob a influeˆncia de forc¸as internas. Assim, podemos utilizar a conservac¸a˜o do momento linear: Mvıˆ = m1v1ˆ−m2v2ıˆ+m3~v3 ~v3 = (Mv +m2v2) m3 ıˆ− m1v1 m3 ˆ Substituindo os valores nume´ricos: ~v3 = (20 · 20 + 4 · 50) 6 ıˆ− 10 · 40 6 ˆ Vetor velocidade do terceiro fragmento:~v3 = ( 100ıˆ− 200 3 ˆ ) m/s 6 Mo´dulo da velocidade do terceiro fragmento: v3 = √ 1002 + ( 200 3 )2 v3 = √ 13 3 100 m/s Direc¸a˜o da velocidade do terceiro fragmento: θ = arctan ( −200 3 · 1 100 ) θ = arctan ( −2 3 ) (b) Calcule a quantidade de energia liberada na explosa˜o. A energia liberada na explosa˜o sera´ igual a` diferenc¸a entre a energia cine´tica final e inicial Q = Tf − Ti = 1 2 m1v 2 1 + 1 2 m2v 2 2 + 1 2 m3v 2 3 − 1 2 Mv2 Q = 1 2 ( 10 · 1600 + 4 · 2500 + 6 · 13 9 · 10000− 20 · 400 ) Q = 157000 3 J 1) A figura mostra um canhão utilizado na Primeira Guerra Mundial montado sobre um carro ferroviário posicionado de modo a atirar um projétil a um ângulo θ . Com o carro inicialmente em repouso, o canhão atira um projétil de massa PM com velocidade inicial pv em relação a um referencial fixo nos trilhos. A massa do canhão é CM , o disparo durou um intervalo de tempo tΔ e a altura máxima que o projétil atinge é h . Suponha desprezível a resistência do ar e considere um sistema de referência fixo em relação ao trilho, em que o eixo x está na horizontal e o eixo y corresponde à vertical. Expresse as respostas em termos de PM , CM , θ , pv , tΔ , h e 1v (item d) a) (1.0) – Qual é o módulo da velocidade de recuo do canhão? b) (1.0) – Obtenha a força média que o canhão exerceu sobre o projétil. c) (1.0) – Quais são as coordenadas cmx e cmy do centro de massa do sistema canhão+projétil, no instante em que o projétil atinge a altura máxima h ? Assuma que no instante do tiro o centro de massa encontra-se na origem do sistema de coordenadas. d) (1.0) – Ao atingir a altura máxima o projétil explode dividindo-se em duas partes, cada uma com massa igual à metade da massa do projétil. Uma dessas partes saí da explosão com velocidade 1v dirigida verticalmente para baixo. Qual é o módulo da velocidade 2v da outra parte? y x θ 4. A figura mostra um canha˜o utilizado na Primeira Guerra Mundial montado sobre um carro ferrovia´rio posicionado de modo a atirar um proje´til com um aˆngulo θ com relac¸a˜o a` horizontal. Com o carro inicialmente em repouso, o canha˜o atira um proje´til de massa MP com velocidade inicial vP em relac¸a˜o a um referencial fixo nos trilhos. A massa do canha˜o mais o carro e´ MC . O disparo durou um intervalo de tempo ∆t. Suponha desprez´ıvel a resisteˆncia do ar e considere um sistema de refereˆncia fixo em relac¸a˜o ao trilho, em que o eixo x esta´ na horizontal e o eixo y corresponde a` vertical. Expresse as respostas em termos de MP , MC , θ, vP e ∆t 7 (a) (1,0) Qual e´ o mo´dulo da velocidade de recuo do canha˜o? (b) (0,5) Obtenha a forc¸a me´dia que o canha˜o exerceu sobre o proje´til. (c) (1,0) Quais sa˜o as coordenadas xcm e ycm do centro de massa do sistema canha˜o + proje´til, no instante em que o proje´til atinge a sua altura ma´xima? Assuma que no instante do tiro o centro de massa encontra-se na origem do sistema de coordenadas. SOLUC¸A˜O: (a) Qual e´ o mo´dulo da velocidade de recuo do canha˜o? Conservac¸a˜o do momento linear ao longo da direc¸a˜o x: 0 = MCV +MPvP cos(θ) onde V e´ a velocidade de recuo do canha˜o V = MP MC vP cos(θ) (b) Obtenha a forc¸a me´dia que o canha˜o exerceu sobre o proje´til. Usando o teorema impulso-momento linear: ~F∆t = ∆~p = MPvP cos(θ)ˆı+MPvP sen(θ)ˆ ~F = MPvP ∆t [cos(θ)ˆı+ sen(θ)ˆ] Mo´dulo da forc¸a me´dia: F = MPvP ∆t (c) Quais sa˜o as coordenadas xcm e ycm do centro de massa do sistema canha˜o + proje´til, no instante em que o proje´til atinge a sua altura ma´xima? Assuma que no instante do tiro o centro de massa encontra-se na origem do sistema de coordenadas. Como na˜o existem forc¸as externas agindo sobre o sistema na direc¸a˜o x, e como a coordenada xcm do centro de massa se encontra em repouso antes do disparo, ela na˜o pode se deslocar, assim, xcm = 0. Para determinar a coordenada do centro de massa na direc¸a˜o y, ycm, e´ necessa´rio determinar a altura ma´xima alcanc¸ada pelo proje´til, h. 8 Tempo necessa´rio para atingir a altura ma´xima (vy(t) = 0): vy(t) = vP sen(θ)− gt th = vP sen(θ) g Altura ma´xima: h = vP sen(θ)th − 1 2 gt2h h = v2P sen 2(θ) g − 1 2 g v2P sen 2(θ) g2 h = 1 2 v2P sen 2(θ) g Coordenada ycm: ycm = MP · h+MC · 0 MP +MC Coordenadas do centro de massa: xcm = 0 e ycm = 1 2 ( MP MP +MC ) v2P sen 2(θ) g 9
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