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1ª Fase Roteiro Apostila 2014

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Rodrigo Bello 
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Twitter: @bellorodrigo 1
Processo PenalProcesso PenalProcesso PenalProcesso Penal 2014 2014 2014 2014 
 
 
Rodrigo BelloRodrigo BelloRodrigo BelloRodrigo Bello 
é advogado criminalista, pós-graduado lato sensu pela Universidade Gama Filho em 
Direito Penal e Processual Penal, palestrante, professor nos Cursos Fórum – Rio de 
Janeiro/RJ e Supremo Concursos – Belo Horizonte/MG. Autor das obras Guia de 
Aprovação para OAB e Resumos Gráficos de Direito Processual Penal pela Ed. Impetus 
e Manual de Prática Penal pela Ed. GEN. 
 
Contatos e Redes Sociais: 
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1. Persecução Criminal 
 
Persecução Criminal é todo aquele caminho trilhado pelo Estado a fim de 
se apurar a autoria de um crime e a materialidade do mesmo para que ao final 
seja prolatada uma decisão penal justa. Dividida em 2 fases. 
1ª Fase 2ª Fase 
Preliminar – Investigação 
Inquérito Policial, CPI 
Processual – Ação Penal 
 
 
2. Inquérito Policial 
 
Conceito: Conjunto de diligências presidido por autoridade policial com o 
intuito de investigar para se obter informações referentes aos indícios de 
autoria e materialidade do crime. 
Formas de Abertura (art. 5º CPP): De ofício pelo delegado de polícia, a 
requerimento do ofendido, mediante requisição do Ministério Público. 
Vale observar que esta abertura de Inquérito Policial, de ofício, pelo 
delegado, só acontece nos casos de ação penal pública, tema este que 
veremos na seqüência. Justifica-se essa observação, pois se o crime for de 
ação penal pública condicionada à representação ou crime de ação penal 
privada, a autoridade policial para iniciar as investigações precisa respeitar 
determinadas condições prévias, tais como a representação do ofendido ou a 
anuência da vítima. 
Já o requerimento do ofendido é chamado de notícia crime, que nada 
mais é que um pedido de abertura de inquérito policial, que pode ou não ser 
atendido pela autoridade policial. Em caso de negatória do delegado, o 
ofendido pode recorrer administrativamente (art. 5º §2º CPP) ou entregar 
diretamente a notícia crime ao membro do parquet. 
 
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Características: 
a) Oficial (art. 4º CPP): presidência do Delegado de Polícia. 
b) Escrito (art. 9º CPP) 
c) Discricionário (art. 6º, 7º e 14 CPP): a autoridade policial não segue 
um rito pré-ordenado durante a investigação. Não se aplica, 
portanto, o princípio do devido processo legal (art. 5º LIV CF). Vale 
lembrar que uma das possibilidades que o delegado tem durante as 
investigações é de ordenar a identificação do indiciado pelo processo 
datiloscópico, todavia devem ser respeitadas algumas formalidades, 
agora numa recente lei, a 12.037/09. 
d) Sigiloso (art. 20 CPP): apesar da permanência desta característica, é 
inegável que hoje ela perde sua força tendo em vista a publicidade 
constitucional (art. 5º LX), o Estatuto da OAB que permite acesso do 
advogado a qualquer inquérito policial (art. 7º XIII_XV 8.906/94) e a 
recente Súmula Vinculante 14 reproduzida a seguir: 
 
É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE 
DO REPRESENTADO, TER ACESSO AMPLO 
AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE, JÁ 
DOCUMENTADOS EM PROCEDIMENTO 
INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR ÓRGÃO 
COM COMPETÊNCIA DE POLÍCIA 
JUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO AO 
EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA. 
 
Voltando às características: 
 
e) Inquisitório: Significa a não aplicabilidade de princípios 
constitucionais sensíveis, tais como o da ampla defesa e do 
contraditório (art. 5º inc. LV CF). 
 
Prazo (Art. 10 CPP): 10 dias indiciado preso, 30 dias indiciado solto. Vale 
lembrar que este termo “indiciado” é o mais técnico para àqueles que são 
investigados preliminarmente. Já “acusado” é àquele que responde 
processualmente. 
Encerramento do Inquérito Policial: O delegado de polícia, ao encerrar as 
investigações, não poderá arquivar o inquérito policial (art. 17 CPP). Deverá 
elaborar um relatório (art. 10§1º CPP) e enviá-lo ao titular da ação penal 
pública (Ministério Público) quando se tratar de crimes dessa titularidade e 
para o juízo competente, nos demais casos, ou seja, nos casos de 
investigações preliminares acerca de crimes de ação penal privada (art. 19 
CPP). 
Na grande maioria, ou seja, crimes de ação penal pública, o promotor de 
justiça quando recebe o inquérito policial poderá adotar 3(três) medidas. Em 
primeiro lugar sendo verificados os indícios de autoria e materialidade, ele 
deverá propor a denúncia (ação penal pública) conforme art. 24 CPP. Por outro 
lado, poderá ainda requisitar novas diligências se assim entender conveniente 
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(art. 16 CPP). Concluindo, pode ainda o órgão ministerial opinar pelo 
arquivamento (art. 28 CPP). 
Arquivamento significa encerramento das investigações. Essa postura 
pode acontecer quando o membro do parquet entende que não tem subsídios 
para a propositura da ação penal. O juiz é chamado para fiscalizar a atuação 
ministerial e pode ou não homologar seu pedido. Não homologando este 
pedido, o Procurador Geral de Justiça é chamado para resolver o impasse. 
Pode adotar assim a postura de propositura da ação penal ou confirmar o 
arquivamento, medida esta que será definitiva. Todo este procedimento poderá 
ser analisado legalmente com a simples leitura do art. 28 CPP. 
 
 
 
3. Ação Penal 
 
� . Pública � Incondicionada (100 CP – 24 CPP) 
 
� Condicionada a) representação do ofendido 
(100 §1º CP e 24 CPP) 
 
 b) requisição do Ministro da 
Justiça (100§1º CP e 24 CPP) 
 
 
� . Privada � Exclusiva (100 §2º CP e 30 CPP) 
 
� Personalíssima (236 §único CP) 
 
� Subsidiária da Pública (100 §3º CP e 29-46 
CPP) 
 
4. Competência 
 
Tema de extrema complexidade que pode ser, didaticamente, 
simplificada com a estipulação de uma nova ordem dos incisos do art 69 do 
CPP. 
 
Ordem Artigo Competência 
em razão 
Objetivo Característica 
1º Art. 69 
V 
Conexão ou 
Continência 
Reunião 
processual 
nos casos de 
concursos de 
agentes e de 
crimes 
Regra Geral em 
nome da economia 
processual e 
segurança jurídica 
2º Art. 69 Prerrogativa de Foro Constitucional, 
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inc. 
VII 
Função Privilegiado Absoluta, Especial 
3º Art. 69 
inc. III 
Natureza da 
Infração 
Justiça 
Especializada 
Constitucional, 
Absoluta, Geral 
4º Art. 69 
inc I-II 
Local Justiça 
Comum 
Infraconstitucional, 
Relativa, Geral 
5º Art. 69 
inc IV, 
VI 
Distribuição e 
Prevenção 
Residuais Residuais 
 
 
Esta súmula aplicar-se-á quando tivermos eventual concurso de crimes 
envolvendo detentores de prerrogativa de função. Com base nesta regra, o 
processo do mensalão se encontra no STF, pois alguns dos acusados, por 
ostentarem a condição de Deputado Federal, atraem os demais que não 
possuem originariamente competência na mais alta corte do país. 
UESTÃO 
 
5. Prova 
 
A doutrina mais moderna de processo penal conceitua prova como sendo 
tudo aquilo que tem por objetivo tentar demonstrar a exatidão dos fatos sobre 
o crivo do contraditório. Perfeita a definição, ocasionando assim, uma 
impossibilidade de utilização desse termo durante as investigações 
preliminares inquisitórias, onde não se permite reagir de algo produzido 
naquele instante. 
Sobre o tema, corriqueiro em exame de ordem, importante o candidato 
ficar atento às inúmeras novidades surgidas desde 2003, com a lei 10.792 e 
com a mais recente 11.690/08, esta fazendo parte da recente reforma 
processual penal. 
 
Princípios da Prova: 
a) Princípiodo Livre Convencimento ou da Persuasão Racional ou 
do Livre Convencimento Motivado (art. 155 CPP c/c Exposição 
de Motivos CPP VII) � Ordena uma livre e fundamentada 
apreciação da prova, não podendo o magistrado entender que 
uma prova seria mais importante do que outra. Impede, 
portanto, o princípio autoritário da prova legal ou tarifada. 
b) Princípio do Ônus da Prova (art. 156 CPP) � A prova da 
alegação incumbirá a quem a fizer. Notemos que o art. 156 2ª 
parte permite que o juiz facultativamente possa perquirir 
provas. Essa 2ª parte não é vista muito bem por grande parte 
da doutrina que defende o princípio acusatório, onde o juiz 
deve-se manter imparcial e eqüidistante da colheita de provas. 
 
 
 
 
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6. Procedimento Ordinário 
 
O procedimento ordinário, mais genérico e abrangente, sofreu inúmeras 
alterações com a recente reforma processual de 2008. A lei 11.719/08 
começa inovando trazendo uma certeza legal em relação à escolha dos 
procedimentos, senão vejamos com a análise do art. 394 §1º CPP. 
Penas Máximas Abstratas acima de 4 anos � Procedimento Ordinário; 
Penas Máximas Abstratas abaixo de 4 anos � Procedimento Sumário; 
Crimes de Menor Potencial Ofensivo � Procedimento Sumaríssimo. 
Assim sendo procedimento ordinário, o procedimento se inicia com: 
1) propositura da ação – obrigatoriedade em cumprimento dos 
requisitos do art. 41 e 44 do CPP; 
2) recebimento da ação e citação do acusado – o que ocasiona o 
recebimento de uma ação penal é o preenchimento das 
condições da ação (art. 395 CPP). Com o recebimento, em 
regra, o juiz mandará o oficial de justiça citar pessoalmente o 
acusado para responder a acusação e tomar conhecimento da 
amplitude da acusação. Caso o réu se oculta para não ser 
citado, este será citado por hora certa (art. 362 CPP). Trata-se 
de uma novidade da lei 11.719/08. Ainda permanece a citação 
por edital nos casos do art. 363§1º CPP. 
3) Com a citação realizada, segundo o novo artigo 363 CPP, o 
processo terá completada sua formação. 
4) Em 10 dias o acusado deverá apresentar a resposta do 
acusado, também chamada de resposta preliminar ou defesa 
prévia. Peça importantíssima, de apresentação obrigatória, 
onde o acusado deverá colocar tudo quer for interessante para 
sua defesa. 
5) Possibilidade de Absolvição Sumária (art. 397 CPP). 
Excludentes, atipicidade, dentre outras causas, geram a 
absolvição sumária. 
6) Marcação da Audiência de Instrução e Julgamento em 60 dias 
(art. 400 CPP). Rege esta audiência o princípio da concentração 
dos atos instrutórios. A intenção da reforma é condensar todos 
os atos de instrução numa só audiência (ofendido + 
testemunhas de acusação(8) + testemunhas de defesa(8) + 
perito + acareações + reconhecimento de pessoas + 
interrogatório). Destacamos a posição do interrogatório agora 
no final da instrução, gerando assim uma maior possibilidade 
de exercício do princípio constitucional da ampla defesa. 
7) Neste momento duas possibilidades podem acontecer. 1ª: não 
havendo necessidade alguma de diligência ou sendo 
indeferidas, serão abertas as alegações orais por 20min 
prorrogável por mais 10min, primeiro a acusação, depois a 
defesa (art. 403 CPP). Entretanto, 2ª possibilidade: se o fato 
for complexo, muitos acusados ou sendo caso de procederem 
com algumas diligências, o juiz encerra a audiência. Após a 
realização das diligências, o magistrado abre vista à acusação 
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para apresentar em 5 dias Alegações Finais Escritas por 
Memoriais. Após, vista a defesa para também em 5 dias 
apresentar suas Alegações Finais Escritas por Memoriais (art. 
403§3º CPP). 
8) Sentença (art. 381 CPP): será prolatada em audiência se as 
alegações finais forem orais (regra – art. 403 CPP) ou após 10 
dias no caso das alegações finais escritas por memoriais (art. 
404 §único CPP). 
 
Em relação às diferenças com o procedimento sumário, poderíamos 
destacar 3(três): Número de Testemunhas, que no sumário são 5(cinco – art. 
532 CPP) ao invés de 8(oito) do ordinário. No procedimento ordinário deve-se 
marcar a audiência em 60 dias. No sumário em 30 dias (art. 531 CPP). E no 
sumário só temos possibilidade de alegações finais orais (art. 534 CPP), 
enquanto que no ordinário temos a regra na oralidade e a exceção a escrita. 
Segue abaixo quadro sistemático do novo procedimento ordinário para 
um estudo esquematizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PROCEDIMENTO ORDINÁRIO - 394§1º I CPP 
Crimes cuja pena máxima for igual ou superior a 4 anos de pena privativa de liberdade 
 
Oferecimento da Ação Recebimento da Ação (art. 396 c/ 399 CPP) Resposta do Acusado 
Penal – Denúncia ou Queixa ���� + Citação (art. 396 c/c 351 CPP) ���� ou 
(Arts. 41-44 c/c 396 CPP) *casos de rejeição da ação (art. 395 CPP) Defesa Prévia 
 Citação Pessoal (art. 351CPP) 10 dias 
 Citação Por Hora Certa (art. 362 CPP) 
 Citação Por Edital (art. 363 §1º CPP) (Art. 396-A CPP) 
 
 
���� Absolvição Sumária ���� Audiência de Instrução .Ofendido (art. 201 CPP) 
 (art. 397 CPP) e Julgamento em 60 dias .Testemunhas de Acusação (202 CPP) 
 (art. 400 CPP) .Testemunhas de Defesa (202 CPP) 
 .Perito (art. 400§2º CPP) 
 .Acareação (art. 229 CPP) 
 .Reconhecimento de Pessoas (art. 226 CPP) 
 .Interrogatório (art. 185 CPP) 
 
 
���� Sem Diligências (art. 402 c/c 403 CPP) ���� Alegações Finais Orais ���� Sentença 
 em 20min +10min (art. 403 CPP) 
(art. 403 c/c 381 CPP) 
���� Com Diligências (art. 403§3º c/ 404 CPP) ���� Alegações Finais Escritas ���� Sentença 
 por memorial em 5 dias 10 dias 
 (art. 403 §3º 404 §ú CPP) (art. 404 §ú CPP) 
 
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7. Prisão Cautelar 
 
 
PRISÃO EM 
FLAGRANTE 
PRISÃO 
TEMPORÁRIA 
PRISÃO 
PREVENTIVA 
PRISÃO 
DOMICILIAR 
Art. 301 CPP e 
seguintes 
Lei 7960/89 Art. 311 CPP Art. 317 CPP 
 
 
Modalidades: 
 
 
301 1ª Parte: 
Facultativo 
301 2ª Parte: 
Obrigatório ou 
Compulsório 
302 I-II: Próprio, 
Perfeito ou Real 
302 III – Impróprio 
ou Imperfeito 
302 IV – Presumido 
ou Ficto 
Particularidades: 
1) Somente 
durante IP 
2) Crimes do art. 
1º inc III e 
Hediondos 
(8.072/90) 
3) Prazo Certo e 
Determinado. 
Art. 2º 
7.960/89 – 5 
dias 
prorrogáveis 
por igual 
período ou Art. 
2º §4º 
8.072/90 – 30 
dias 
prorrogáveis 
por igual 
período 
4) Mandado de 
Prisão serve 
como Nota de 
Culpa 
5) Independe de 
Alvará de 
Soltura 
 
Requisitos (312 
CPP): 
 
 
.garantia da 
ordem pública 
.garantia da 
ordem econômica 
. assegurar a 
aplicação da lei 
penal 
.conveniência da 
instrução criminal 
 
.indícios de autoria 
.materialidade do 
fato 
 
*2 últimos 
obrigatórios 
conjugados com 
os demais 
 
 
 
 
 
 
Consiste no 
recolhimento 
do indiciado 
ou acusado 
em sua 
residência, só 
podendo nela 
ausentar-se 
com 
autorização 
judicial. 
Situações: 
Preparado (S. 145 
STF) - ilegal 
Forjado - ilegalEsperado - legal 
Retardado - legal 
Legitimados: 
 
Delegado de Polícia 
Ministério Público 
Legitimados: 
Delegado de 
Polícia 
Ministério Público 
Querelante 
Juiz de Ofício, 
durante a ação 
penal somente 
Assistente 
Hipóteses: 
-Maior de 80 
Anos; 
- 
Extremamente 
debilitado por 
motivo de 
doença grave; 
- 
Imprescindível 
aos cuidados 
especiais de 
menor de 6 
anos de idade 
ou com 
deficiência; 
-Gestante a 
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partir do 
7ºmês de 
gravidez ou 
sendo esta de 
alto risco 
Art. 304 – Recibo de 
Entrega 
Requisitos (art. 1º 
inc lei 7.960/89): 
I+III ou II+III ou 
I+II+III 
Art. 313: I - 
apenas 
para crimes 
dolosos 
com pena superior 
a 
4 anos. 
Demais casos na 
lei. 
 
Art. 306 – 
Obrigações do 
Delegado de Polícia 
após a lavratura do 
APF – Retrato Fiel 
dos incisos 
LXII,LXIII,LXIV do 
art. 5º CF 
Momentos (art.1º 
inc I lei 7.960/89): 
 
Somente durante o 
Inquérito Policial 
Momentos (art. 
311 CPP): 
 
Durante o 
Inquérito Policial e 
Ação Penal 
 
 
 
 
8. Recursos 
 
Sobre a teoria geral dos recursos, algumas considerações podem ser 
traçadas. 
 
Características/Princípios: 
� Voluntários (art. 574 CPP); 
� Taxativos; 
� Tempestivos; 
� Unirrecorríveis; 
� Fungibilidade (art. 579 CPP); 
� Vedação da Reformatio in Pejus (art. 617 CPP); 
� Indisponibilidade para o Ministério Público (art. 576 CPP); 
� Anteriores à Coisa Julgada 
� Inconformismo; 
� Reexame de determinada matéria. 
 
Efeitos: 
� Devolutivo; 
� Suspensivo; 
� Extensivo (art. 580 CPP); 
� Regressivo (art. 589 CPP). 
 
Pressupostos – Juízo de Admissibilidade (em regra): 
 
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Admissibilidade 
Juízo que Proferiu a Decisão 
Órgão a quo 
Folha de Rosto 
Análise dos seguintes Pressupostos: 
- previsão legal 
- forma prescrita 
- tempestividade 
 
Juízo de Mérito (em regra): 
 
Mérito 
Juízo da Instância Superior 
Órgão Ad Quem 
Folha de Razões 
Análise do Mérito Recursal – Fatos – Fundamentos - Pedido 
 
Apresentação dos Recursos e seus objetivos: 
 
 
Recurso Art. Prazo Em face de: 
Recurso em 
Sentido Estrito 
Art. 581 CPP 5 dias (art. 586) 
5 dias por 
instrumento + 2 
dias para razões 
(art. 587 – 588) 
Decisões 
Interlocutórias 
Apelação Art. 593 CPP 
Art. 82 lei 
9.099/95 
5 dias (art. 593) 
5 dias por termo 
+ 8 para razões 
(art. 600) 
10 dias (art. 82 
9.099/95) 
Sentença Penal 
Embargos 
Infringentes e 
de Nulidade 
Art. 609 §único 
CPP 
10 dias (art. 609 
§único) 
Acórdão não 
unânime 
Embargos de 
Declaração 
Arts. 382 - 619 
CPP e art. 83 lei 
9.099/95 
2 dias (arts. 382-
619) 
5 dias (art. 83 
§1º lei 9.099/95) 
Sentença penal 
ambígua, 
obscura, omissa, 
contraditória 
Recurso 
Especial 
Art. 105 III CF – 
art. 26 lei 
8.038/90 
15 dias (art. 26 
lei 8.038/90) 
Acórdão que 
desrespeita lei 
federal 
Recurso 
Extraordinário 
Art. 102 III CF – 
26 lei 8.038/90 
15 dias (art. 26 
lei 8.038/90) 
Acórdão que 
desrespeita a 
Constituição 
Carta 
Testemunhável 
Art. 639 CPP 48 horas Decisões que 
denegam recurso 
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e/ou de não 
prosseguimento 
dos recursos 
Agravo em 
Execução 
Art. 197 lei 
7.210/84 
 
Súmula 700 STF 
5 dias (segue o 
rito procedimental 
do Recurso em 
Sentido Estrito 
art. 586 CPP) 
Incidentes na 
Execução Penal 
Recurso 
Ordinário em 
Habeas Corpus 
Art. 30 lei 
8.038/90 
5 dias (art. 30 lei 
8.038/90) 
Decisões 
denegatórias de 
Habeas Corpus 
nos Tribunais 
 
 
9. Ações Autônomas de Impugnação 
 
Temos duas ações autônomas de impugnação com disposição no Código 
de Processo Penal: 
 
Revisão Criminal (art. 621 CPP); 
Habeas Corpus (art. 5º LXVIII CF c/c art. 647 CPP). 
 
A revisão criminal tem por objetivo reconhecer eventuais erros 
judiciários que podem ser analisados de forma exemplificativa no art. 621 CPP. 
Trata-se de um meio de impugnação privativo da defesa e que não possui 
prazo legal para sua interposição (art. 622 CPP). 
Em relação a competência da revisão, chamamos atenção ao art. 624 
CPP. Notemos que o artigo supra não menciona o Superior Tribunal de Justiça, 
fazendo com que o operador do direito se atente ao artigo constitucional 
referente ao tema (art. 105 I e CF). 
Objetiva-se, assim, o reconhecimento do erro judiciário para que seja 
liquidado o valor na esfera apropriada. 
 
Em relação ao Habeas Corpus, remédio jurídico constitucional, este pode 
ser impetrado por qualquer pessoa, mesmo sem capacidade postulatória e visa 
proteger o bem jurídico mais importante que temos: a liberdade. O que seria 
da vida sem liberdade? 
Vislumbramos algumas hipóteses de Habeas Corpus: 
 
a) HC Preventivo: na iminência da perda da liberdade. Objetiva-se a 
expedição do salvo conduto. Em recente decisões, diversos tribunais 
brasileiros rechaçaram a possibilidade desta medida para que o 
motorista não realizasse o bafômetro. Vejamos notícia vinculada no 
site JusBrasil que retrata decisão de nosso órgão maior: 
“O ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo 
Tribunal Federal (STF), arquivou um pedido de 
Habeas Corpus preventivo (HC 95287) feito por um 
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advogado mineiro que pretendia não ter de se 
submeter à Lei Seca (Lei 11.705 /08), que 
estabelece punições como suspensão do direito de 
dirigir e prisão para quem for flagrado dirigindo sob 
efeito de álcool. Na opinião do advogado, a lei é 
inconstitucional porque fere o princípio da 
presunção da inocência. Além disso, ao obrigar o 
cidadão a fazer uso do bafômetro, ela também 
violaria o direito constitucional que afirma que 
ninguém será obrigado a produzir provas contra si 
mesmo. Outra inconstitucionalidade, no entender do 
advogado, se encontra no artigo 165 da citada lei, 
que manda aplicar as penalidades do código ao 
condutor que recusar submeter-se ao bafômetro. 
O advogado pretendia conseguir um habeas 
preventivo, com a expedição de ofício pelo STF 
dirigido ao Comando Geral da Polícia Militar em 
Minas Gerais e à Secretaria de Segurança Pública 
do estado. O documento deveria determinar a 
esses dois órgãos que se abstivessem de aplicar 
contra ele os rigores da Lei Seca perda da carteira 
e do direito de dirigir por 12 meses, se fosse pego 
dirigindo com teor alcoólico no sangue em níveis 
acima dos determinados na lei. E que não fosse 
considerado desobediência se ele decidisse não se 
submeter à lei. 
Decisão 
O presidente do Supremo ressaltou, em sua 
decisão, que não compete ao STF julgar pedido de 
habeas contra a Polícia Militar e a Secretaria de 
Segurança de Minas Gerais. Ele negou seguimento 
à ação no STF e determinou a remessa do pedido 
para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. “ 
b) HC Propriamente Dito: a liberdade já foi burlada. Ou através de um 
título prisional ou até mesmo através de investigações e ações penais 
recebidas sem o mínimo lastro probatório exigido. Objetiva-se, muitas 
das vezes com base em liminar, o alvará de soltura. 
 
c)HC de Ofício: deferido pelo magistrado, de ofício, sem provocação (art. 
654 §2º CPP). 
 
Os personagens de tão importante medida podem ser vislumbrados no 
art. 654 CPP: 
Impetrante – art. 654 §1º c; 
Paciente – art. 654 §1º a; 
Coator – art. 654 §1º c; 
 
 
Rodrigo Bello 
www.professorrodrigobello.blogspot.com.br 
Twitter: @bellorodrigo 13
Novas Súmulas STJ: 
 
Súmula 505 : A competência para processar e julgar as demandas que têmpor objeto obrigações decorrentes dos contratos de planos de previdência 
privada firmados com a Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social - 
REFER é da Justiça estadual. 
Súmula 504: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do 
emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do 
dia seguinte ao vencimento do título. 
Súmula 503: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do 
emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte 
à data de emissão estampada na cártula. 
Súmula 502: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em 
relação ao crime previsto no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda 
 CDs e DVDs piratas . 
Súmula 501: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde 
que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais 
favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo 
vedada a combinação de leis. 
Súmula 500: A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da 
prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal. 
Súmula 499: As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às 
contribuições ao Sesc e Senac, salvo se integradas noutro serviço social.

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