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Língua Portugues 1500 questões (7)

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Aula 07
1.500 Questões de Português Divididas Por Assunto
Professor: Fernando Pestana
Lşngua Portuguesa 
1.500 QuestƁes Comentadas 
Prof. Fernando Pestana ʹ Aula 07 
 
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AULA 07: Compreensmo de textos, 
coesmo e coerrncia, tipologia textual. 
 
 
Salve, salve, meus nobres!!! 
 
 Sim, p a ~ltima aula. Sim, nmo chore, porque hoje eu perdi a linha: 
coloquei 351 quest}es para vocr treinar! J 
 
 Sim, eu me empolguei. Depois de tudo calculado, eu me dei conta 
de que o curso deveria se chamar ³1.767 quest}es comentadas de 
portugurs´. 
 
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... 
 
 Bem, concurseiro, que p concurseiro de verdade, nmo vai 
reclamar de 267 quest}es a mais, de b{nus, certo? Entmo, 
aproveiteeeeeee!!!!!!!!!! JJJJ 
 
 
Para mais informao}es, conte comigo 
sempre por este e-mail: 
fernandopest@yahoo.com.br. 
 
 
Quest}es de concursos 
 
 
As quest}es de 1 a 12 smo da banca Funcab (2013 e 2014). 
 
Boa resoluomo!!! 
 
Texto 
 
O que constryi o elo social, o que faz existirem tantos vtnculos? Esti 
ficando cada vez mais diftcil viver em sociedade, bem sabemos. Nossos 
tempos privatizaram muito do que era p~blico. ³A praoa p do povo, como 
o cpu p do condor´: o verso de Castro Alves parece, hoje, estranho. Quem 
vai j praoa? A praoa, aliis, era ji uma herdeira pobre da igora, da praoa 
ateniense, que nmo foi lugar do ou da conversa mole, mas da decismo 
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polttica. A igora era praoa no sentido forte, onde as quest}es cruciais da 
coletividade eram debatidas e decididas. 
Mas mesmo a praoa, na acepomo de espaoo em que as pessoas se 
socializam, se enfraqueceu. e significativo que Roberto DaMatta, ao 
analisar a oposiomo entre o mundo dompstico e o p~blico na sociedade 
brasileira, oponha j casa a rua, e nmo a praoa. A praoa favorece a 
circulaomo, no sentido quase etimolygico, do ctrculo, da ida e vinda, do 
encontro e reencontro: quem se lembra do que se chamava footing nas 
cidades do interior (os rapazes e mooas dando voltas na praoa, uns no 
sentido do relygio e outros no contririo, de modo a se cruzarem seguidas 
vezes) sabe do que falo. Ji a rua p caminho de ida sem volta. Fica-se na 
praoa, anda-se na rua. Vai-se, sai-se. 
Ou tomemos outro lado da mesma questmo. Como puxamos assunto 
com um estranho? Alfred Jarry, o autor de Ubu rei, dizia que um dia 
encontrou uma mooa linda, na sala de espera de um mpdico. Nmo sabia 
como abordi-la ± como iniciar a conversa. Sacou entmo de um revylver, 
deu um tiro no espelho que havia ali, voltou-se para ela e disse: 
Mademoiselle, agora que quebramos la glace (palavra que quer dizer 
tanto o gelo quanto o espelho)... e ybvio que era uma brincadeira; a 
piada valia mais para ele do que a conquista amorosa; imagino a mooa 
gritando, fugindo; mas a questmo fica: como quebrar o gelo, como criar 
um elo? 
Stendhal, no seu ensaio ³A compdia p imposstvel em 1836´, diz que 
os cortesmos, reunidos em Versalhes por Luts XIV, obrigados a ficar li o 
dia todo, ou achavam assunto ± ou morreriam de tpdio. Assim, diz ele, 
nasceu a arte da conversa. Temas pequenos, leves, mas sobretudo 
agradiveis comeoaram a constituir um ponto de encontro de seus desejos 
e interesses. e nesse mesmo spculo XVII, segundo Peter Burke [...], que 
franceses, ingleses e italianos reivindicam a invenomo da conversa como 
arte. Regra suprema: nmo falar de negycios ou trabalho. Regra 
suplementar: agradar js mulheres. A arte da conversa p uma retyrica do 
dia a dia. Ela se abre atp mesmo para uma dimensmo segunda, que p a 
arte da seduomo. Casanova era grande conversador e sedutor renomado. 
Eis a questmo: uma sociedade que se civiliza precisa de assuntos 
que sirvam de ponto de encontro para as pessoas, e sobretudo para os 
estranhos que assim entram em contato. No campo, conheoo quase todos 
os vizinhos; na cidade grande, porpm, a maioria p de estranhos. Sai-se do 
mundo rural quando se comeoa a conhecer o diferente, o outro ± e a 
aceiti-lo. Isso se di mediante a oferta de assuntos que abram uma 
conversa. 
Dat a importkncia de express}es que minimizam ou mesmo 
aparentemente humilham essa conversa mole, como o small talk, o papo 
furado ou a bela expressmo ³jogar conversa fora´, que p muittssimo sutil, 
porque dilapidamos palavras justamente para construir amizades, isto p, 
dissipamos nosso tempo, como num potlatch indtgena, precisamente para 
criar o que hi de melhor na vida. 
 
(RIBEIRO, Renato J. <www.renatojanine.pro.br/FiloPol/elosocial.html>) 
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1- Para persuadir o leitor a concluir como ele, vale-se o articulista de 
todas as estratpgias argumentativas a seguir, COM EXCEd­O DE: 
 
A) recorrer ao argumento de autoridade. 
B) reportar-se a passagem de texto literirio. 
C) apoiar-se em fatos histyricos. 
D) apelar para o anedytico, para o riso. 
E) apontar dados estattsticos. 
 
2- Em relaomo ao ponto de vista emitido no pertodo imediatamente 
anterior, o papel argumentativo do enunciado: ³Nossos tempos 
privatizaram muito do que era p~blico.´ († 1) p: 
 
A) generalizar. 
B) comparar. 
C) concluir. 
D) justificar. 
E) exemplificar. 
 
3- Apys fazer concessmo a comentirio que tende a conduzir a outra 
conclusmo, o autor retoma a linha de orientaomo argumentativa do texto 
com as seguintes palavras: 
 
A) ³...onde as quest}es cruciais da coletividade eram debatidas e 
decididas.´ († 1) 
B) ³Como puxamos assunto com um estranho?´ († 3) 
C) ³...mas a questmo fica: como quebrar o gelo, como criar um elo?´ († 3) 
D) ³Regra suplementar: agradar js mulheres.´ († 4) 
E) ³Casanova era grande conversador e sedutor renomado.´ († 4) 
 
4- Altera fundamentalmente o sentido do enunciado no texto a 
substituiomo do conector proposta em: 
 
A) ³A praoa, ALIÈS, era ji uma herdeira pobre da igora...´ († 1) / afinal 
B) ³MAS mesmo a praoa [...] se enfraqueceu.´ († 2) / Nmo obstante 
C) ³Ela se abre ATe MESMO para uma dimensmo segunda...´ († 4) / 
inclusive 
D) ³DAË a importkncia de express}es que minimizam...´ († 6) / Donde 
E) ³...ISTO e, dissipamos nosso tempo, como num potlatch...´ († 6) / vale 
dizer 
 
5- O pronome ou advprbio pronominal que faz referrncia, nmo a um 
segmento do texto, mas a algo que se encontra no universo fora dele, 
esti destacado em: 
 
A) ³...deu um tiro no espelho que havia ALI...´ († 3) 
B) ³...obrigados a ficar LÈ o dia todo...´ († 4) 
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C) ³...um ponto de encontro de SEUS desejos e interesses.´ († 4) 
D) ³ISSO se di mediante a oferta de assuntos...´ († 5) 
E) ³...dissipamos NOSSO tempo...´ († 6) 
 
6- Invertem-se os termos da relaomo de causalidade observada em: ³Nmo 
sabia como abordi-la ± como iniciar a conversa. Sacou entmo de um 
revylver, deu um tiro no espelho...´ († 3) com a seguinte redaomo: 
 
A) Nmo sabendo como abordi-la ± como iniciar a conversa, sacou de um 
revylver, deu um tiro no espelho... 
B) Por nmo saber como abordi-la ± como iniciar a conversa, sacou de um 
revylver, deu um tiro no espelho... 
C) Nmo sabia como abordi-la ± como iniciar a conversa, razmo por que 
sacou de um revylver, deu um tiro no espelho... 
D) Nmo sabia como abordi-la ± como iniciar a conversa, porquanto sacou 
de um revylver, deu um tiro no espelho... 
E) Nmo sabia como abordi-la ± como iniciar aconversa; sacou, pois, de 
um revylver, deu um tiro no espelho... 
 
Texto 
 
O Brasil, em trinta anos, avanoou muittssimo em matpria 
democritica. Antes, nosso recorde de liberdade democritica eram as 
duas dpcadas incompletas entre o fim da ditadura Vargas e o comeoo do 
regime militar. De 1982 para ci, mudou bastante coisa. O partido 
comunista foi legalizado ± ele tinha sido proibido ao longo de quase toda 
a sua histyria. A inflaomo, que fazia trooa da Polttica, foi controlada. As 
poltticas sociais, que eram sacrificadas em nome da luta contra a inflaomo, 
vieram para ficar. A sociedade brasileira, atp 2005, era uma pirkmide, na 
qual as classes A/B tinham menos gente que a C, que era menor que as 
D/E. Em 2010, era ji um losango, no qual a classe C supera tanto as 
mais ricas quanto as mais pobres. Cinquenta milh}es de pessoas subiram 
da pobreza para a classe mpdia. Hoje, ningupm concorre ao poder com 
chances se nmo tiver um projeto de maior inclusmo social. Em trrs 
dpcadas, fomos da ditadura, com mi distribuiomo de renda, para uma 
democracia que parece consolidada. [«] 
O auge da vida democritica p o momento do voto. A democracia, 
regime em que a maioria escolhe os governantes, p tambpm o regime da 
igualdade, em que todos trm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres, 
integrados ou exclutdos. Por isso, tenho sustentado que ela p o regime 
mais ptico que existe. Melhor dizendo, p o ~nico regime que hoje 
podemos considerar ptico. As formas de governo que a teoria 
antigamente chamava de monarquia ou aristocracia, considerando-as 
legttimas, atualmente apenas podem ser chamadas de ditaduras. Uma 
ditadura, em nossos dias, p ilegttima. Sy a democracia p legttima. 
Mas surge um problema sprio. Na etica, operamos com o certo e o 
errado, o bem e o mal. Nmo existe uma tabela ~nica do certo e errado 
³em si´, ou ³para Deus´, ou para a humanidade inteira. Divergrncias 
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ocorrem. Mas, sejam quais forem, concordamos quanto a muitos valores. 
³Nmo mataris´ p um deles, mesmo que discutamos como defini-lo: esse 
preceito protbe a legttima defesa? Inclui a falta de solidariedade com o 
faminto? Em que pesem essas diferenoas, quando falamos em etica, 
atributmos valores, positivos e negativos, js condutas. 
Di para fazer o mesmo na Polttica? Faz parte da essrncia 
democritica o direito j divergrncia. Mas aplicar o critprio do certo e 
errado j Polttica pode nos levar a sy tolerar um lado, condenando o outro 
como errado, desonesto, imoral. Isso significa abolir a discordkncia. 
Quem pensa assim, se chegar ao poder, p um perigo ± porque teri o DNA 
do ditador. O mtnimo, numa democracia, p ter os dois lados opostos, 
divergentes, mas respeitados. Porpm, se eu aplicar o modelo da etica j 
Polttica, entenderei que um lado p o bem, e o outro, o mal; e, portanto, 
tentarei impedir ³o mal´ atp mesmo de concorrer. Assim foi a perseguiomo 
ao comunismo, no Brasil, mesmo quando nmo ttnhamos uma ditadura 
escancarada. Assim foi a perseguiomo aos partidos liberais nos regimes 
comunistas. 
Hi satda? O mais ybvio p: a etica p um prp-requisito. Queremos, de 
todos os candidatos, que sejam honestos. Que nmo sejam antipticos. E, 
entre os postulantes decentes, optaremos por critprios poltticos. [«] 
 
(RIBEIRO, Renato Janine. : nž 74, setembro de 2012, p. 82.) 
 
7- Para persuadir o leitor a concluir como ele, vale-se o autor de todas as 
estratpgias argumentativas a seguir, EXCETO: 
 
A) explorar exemplos extratdos de nossa histyria polttica. 
B) recorrer a dados estattsticos. 
C) usar a 1 pessoa do plural, para alinhar-se com o leitor. 
D) manter a consistrncia do racioctnio. 
E) ilustrar ponto de vista com passagem de texto literirio. 
 
8- O autor inicia refutaomo de argumento voltado para conclusmo contriria 
jquela a que pretende chegar dizendo que: 
 
A) ³[...] De 1982 para ci, mudou bastante coisa. [...]´ (parigrafo 1) 
B) ³[...] Por isso, tenho sustentado que ela p o regime mais ptico que 
existe. [...]´ (parigrafo 2) 
C) ³[...] Melhor dizendo, p o ~nico regime que hoje podemos considerar 
ptico. [...]´ (parigrafo 2) 
D) ³[...] Mas, sejam quais forem, concordamos quanto a muitos valores. 
[...]´ (parigrafo 3) 
E) ³[...] Faz parte da essrncia democritica o direito j divergrncia. [...]´ 
(parigrafo 4) 
 
9- Hi evidente equtvoco na identificaomo do segmento de texto a que se 
refere o pronome em destaque na seguinte alternativa: 
 
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A) ³[...] ao longo de quase toda a SUA histyria.´ (parigrafo 1) / o partido 
comunista 
B) ³[...] regime em QUE a maioria escolhe os governantes [...]´ 
(parigrafo 2) / regime 
C) ³[...] considerando-AS legttimas [...]´ (parigrafo 2) / monarquia ou 
aristocracia 
D) ³µNmo mataris¶ p um DELES [...]´ (parigrafo 3) / muitos valores 
E) ³[...] ESSE preceito protbe a legttima defesa? [...]´ (parigrafo 3) / 
³Nmo mataris´ 
 
10- Preserva-se o sentido de: ³Em que pesem essas diferenoas, quando 
falamos em etica, atributmos valores, positivos e negativos, js condutas.´ 
(parigrafo 3), com a substituiomo de EM QUE PESEM por: 
 
A) A despeito de 
B) A partir de 
C) ¬ vista de 
D) ¬ luz de 
E) Acerca de 
 
11- Em: ³[...] mesmo quando nmo ttnhamos uma ditadura escancarada.´ 
(parigrafo 4), a palavra MESMO esti empregada com sentido idrntico ao 
que expressa em: 
 
A) Revimos toda a matpria, mesmo a ji sabida. 
B) Mesmo doente e febril, foi trabalhar. 
C) Apys tanta luta, estava mesmo muito cansado. 
D) Era forte, mas ele mesmo nmo sabia o que fazer. 
E) Smo muito diferentes, mas trm o mesmo gosto. 
 
Texto 
 
Com o aperfeiooamento da genptica e sua integraomo a sistemas 
ultrainformatizados, solucionar crimes que pareciam perfeitos esti cada 
vez mais ficil. Onze de setembro de 2001. Dois avi}es se chocam contra 
o World Trade Center, no coraomo de Nova York. 2.749 pessoas morrem. 
Para a maior parte dos americanos, o fundamental p descobrir os 
responsiveis pelo atentado terrorista. Mas, para os parentes daqueles 
que estavam nos prpdios, o mais urgente p outra coisa: identificar seus 
filhos, pais, maridos e esposas. 
Apenas 291 corpos foram encontrados intactos. Os outros se 
transformaram em mais de 19 mil partes, um teroo delas tmo pequenas 
que satam de li em tubos de ensaio. O colapso dos ediftcios e o fogo que 
atingiu temperaturas superiores a 1000 ƒC no primeiro dia de incrndio 
destrutram boa parte do material genptico das vttimas. Nove meses 
depois, menos da metade delas havia sido identificada. Sem poder contar 
com a anilise de impress}es digitais, arcadas dentirias e outros mptodos 
tradicionais, o Escrityrio de Exames Mpdicos da Cidade de Nova York criou 
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uma junta de especialistas para orientar os testes de DNA. Para o 
governo dos EUA, consolar os familiares das vttimas do 11 de Setembro 
tornou-se uma questmo de honra nacional, na qual todo esforoo 
tecnolygico deveria ser empregado. 
Estava para comeoar o maior ± e provavelmente mais diftcil ± 
trabalho de pertcia criminal da histyria da humanidade. ³Nenhum de nys 
sabia quanto tempo a investigaomo poderia durar´, diz o geneticista do 
Instituto Nacional de Pesquisas do Genoma Humano Leslie Biesecker, um 
dos especialistas envolvidos no processo. Em 7 anos, a foroa-tarefa que 
uniu biylogos, qutmicos, mpdicos-legistas, engenheiros, matemiticos e 
programadores conseguiu resultadosinpditos, que hoje comeoam a ser 
empregados ao redor do planeta. 
Os esforoos de identificaomo das vttimas do WTC smo uma prova de 
que, hoje, desvendar crimes sy p posstvel com equipes multidisciplinares. 
Alpm de aperfeiooar a clissica coleta de evidrncias, elas trabalham no 
desenvolvimento de sofisticadas tpcnicas de testes de DNA e softwares 
especializados que formam uma estrutura de fazer inveja a Sherlock 
Holmes. Esse arsenal high tech tem deixado a vida dos bandidos 
complicada: esti cada vez mais duro cometer um crime perfeito. Cirncia 
contra o crime. 
 
(ARAÒJO, Tarso. in , agosto de 2008.) 
 
12- De acordo com a leitura do texto, pode-se afirmar que: 
 
A) o ~nico objetivo do governo americano apys o atentado de 11 de 
setembro era encontrar os terroristas. 
B) o uso de novas tecnologias descartou o trabalho de investigaomo dos 
peritos. 
C) sy nove meses apys o atentado do World Trade Center foi posstvel 
identificar todas as vttimas. 
D) uma equipe de profissionais de diferentes especialidades contribui para 
que o trabalho de investigaomo tenha bons resultados. 
E) os Estados Unidos monopolizam a tecnologia desenvolvida apys o 
atentado e se negam a compartilhar informao}es com outros patses. 
 
 
CEPERJ - SEPLAG - ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORdAMENTO ± 
2012 
 
 
PLANEJAMENTO PRETENDE DESBUROCRATIZAR 
 
Brastlia, 22/12/2011 ± Para desburocratizar e modernizar a 
administraomo p~blica federal, o Ministprio do Planejamento, Oroamento e 
Gestmo (MPOG) assinou acordo de cooperaomo com o Instituto Nacional de 
Tecnologia da Informaomo (ITI). O objetivo do termo p propor e 
implementar o Plano Nacional de Desmaterializaomo de Processos 
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(PNDProc), que prevr a utilizaomo da documentaomo eletr{nica em todos 
os trkmites de processos. O extrato do pacto entre as entidades foi 
publicado nesta quarta-feira, 21, no Diirio Oficial da Unimo. 
Delfino Natal de Souza, secretirio de logtstica e tecnologia da 
informaomo, defende que esta nova modalidade de gestmo de documentos 
iri modernizar a gestmo p~blica ao permitir que o gerenciamento de 
processos seja feito de forma eletr{nica. ³Na pritica significa o 
reconhecimento de um documento digital. Significa nascer, ser 
encaminhado e decidido sem a utilizaomo de papel´, explica. 
O acordo, que tem duraomo de trrs anos, prevr a criaomo de 
normas, implantaomo de projeto piloto, definiomo de padr}es, 
metodologias e soluo}es tecnolygicas para a disseminaomo do plano. 
Para divulgar o PNDProc, tambpm estmo previstas no termo de 
cooperaomo a capacitaomo de servidores p~blicos que atuam na irea de 
documentaomo, como os que trabalham em protocolos e secretarias, por 
exemplo. 
Como yrgmo central do Sistema de Administraomo dos Recursos de 
Tecnologia da Informaomo (SISP), a Secretaria de Logtstica e Tecnologia 
da Informaomo (SLTI) deve prover o suporte para a realizaomo das ao}es 
do PNDProc. A secretaria deve ainda atender aos Padr}es de 
Interoperabilidade do Governo Eletr{nico (e-Ping) e tambpm do Modelo 
de Acessibilidade de Governo Eletr{nico (e-MAG) na implementaomo do 
plano. 
O secretirio explica ainda que o acordo nmo prevr a digitalizaomo de 
processos antigos. ³As ao}es para a implantaomo do plano sermo feitas no 
trkmite de novas documentao}es´, relata. 
(Ministprio do Planejamento) 
 
13- O primeiro parigrafo do texto desempenha a funomo de: 
 
A) despertar a curiosidade do leitor em relaomo ao conte~do do texto. 
B) resumir os typicos mais importantes do projeto publicado. 
C) explicar ao leitor menos informado as finalidades do MPOG. 
D) demonstrar a necessidade do processo de desburocratizaomo proposto. 
E) justificar a necessidade de cooperaomo do MPOG com o ITI. 
 
14- O texto apresentado p do tipo informativo. Entre as marcas abaixo, 
aquela que p inadequada em relaomo a esse tipo de texto p: 
 
A) o enunciador do texto informativo p dono de um saber desconhecido 
do p~blico leitor a que o texto se destina. 
B) o conte~do do texto informativo pressup}e um interesse qualquer por 
parte do p~blico leitor. 
C) a variedade lingutstica do texto informativo, pelo pryprio fato de 
pretender que algo seja divulgado, p popular e informal. 
D) o texto informativo tem sua qualidade relacionada j precismo e 
atualidade das informao}es prestadas. 
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E) a credibilidade e a autoridade do meio de divulgaomo p parte 
importante da eficirncia do que p informado. 
 
15- Instituto Nacional da Tecnologia da Informaomo (ITI) p o nome da 
instituiomo com quem o MPOG assinou acordo de cooperaomo. 
 
Pelo que p expresso no texto, esse parceiro se encarregari de: 
 
A) substituir a documentaomo eletr{nica por outra mais moderna. 
B) contornar o desconhecimento de usuirios em relaomo j Informitica. 
C) gerenciar os processos de forma a empregar pouco papel. 
D) digitalizar os processos antigos, em algum momento futuro. 
E) capacitar mmo de obra para a implantaomo do projeto. 
 
 
CEPERJ - PROCON-RJ - ANALISTA DE PROTEd­O E DEFESA DO 
CONSUMIDOR ± 2012 
 
CONSUMISMO INFANTIL, UM PROBLEMA DE TODOS 
 
Ningupm nasce consumista. O consumismo p uma ideologia, um 
hibito mental forjado que se tornou umas das caractertsticas culturais 
mais marcantes da sociedade atual. Nmo importa o grnero, a faixa etiria, 
a nacionalidade, a crenoa ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que smo 
impactados pelas mtdias de massa smo estimulados a consumir de modo 
inconsequente. As crianoas, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, 
mais vulneriveis que os adultos, nmo ficam fora dessa lygica e 
infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves consequrncias 
relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotizaomo 
precoce, consumo precoce de tabaco e ilcool, estresse familiar, 
banalizaomo da agressividade e violrncia, entre outras. Nesse sentido, o 
consumismo infantil p uma questmo urgente, de extrema importkncia e 
interesse geral. 
De pais e educadores a agentes do mercado global, todos voltam os 
olhares para a infkncia í os primeiros preocupados com o futuro das 
crianoas, ji os ~ltimos fazem crer que estmo preocupados apenas com a 
gankncia de seus negycios. Para o mercado, antes de tudo, a crianoa p 
um consumidor em formaomo e uma poderosa influrncia nos processos de 
escolha de produtos ou servioos. As crianoas brasileiras influenciam 80% 
das decis}es de compra de uma famtlia (TNS/InterScience, outubro de 
2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodompsticos, quase tudo dentro de 
casa tem por tris o palpite de uma crianoa, salvo decis}es relacionadas a 
planos de seguro, combusttvel e produtos de limpeza. A publicidade na TV 
p a principal ferramenta do mercado para a persuasmo do p~blico infantil, 
que cada vez mais cedo p chamado a participar do universo adulto 
quando p diretamente exposto js complexidades das relao}es de 
consumo sem que esteja efetivamente pronto para isso. 
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As crianoas smo um alvo importante, nmo apenas porque escolhem o 
que seus pais compram e smo tratadas como consumidores mirins, mas 
tambpm porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fipis a 
marcas e ao pryprio hibito consumista que lhes p praticamente imposto. 
Nada, no meio publicitirio, p deliberado sem um estudo detalhado. 
Em 2006, os investimentos publicitirios destinados j categoria de 
produtos infantis foramde R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor, 
2005x2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade nmo se dirige 
js crianoas apenas para vender produtos infantis. Elas smo assediadas 
pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos 
direcionados tambpm aos adultos. Em maroo de 2007, o IBOPE Mtdia 
divulgou os dados de investimento publicitirio no Brasil. Segundo o 
levantamento, esse mercado movimentou cerca de R$ 39 bilh}es em 
2006. A televismo permanece a principal mtdia utilizada pela publicidade. 
Ao cruzar essa informaomo com o fato de a crianoa brasileira passar em 
mpdia quatro horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo j 
programaomo televisiva (Painel Nacional de Televisores, IBOPE 2007) p 
posstvel imaginar o impacto da publicidade na infkncia. No entanto, 
apesar de toda essa foroa, a publicidade veiculada na televismo p apenas 
um dos fatores que contribuem para o consumismo infantil. A TNS, 
instituto de pesquisa que atua em mais de 70 patses, divulgou dados em 
setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as 
crianoas brasileiras nas priticas de consumo. Elas sentem-se mais 
atratdas por produtos e servioos que sejam associados a personagens 
famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinimo dos amigos 
tambpm foi identificada como uma forte influrncia. 
Nmo p por acaso que o consumismo esti relacionado j ideia de 
devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragpdias naturais, como 
queimadas, furac}es, inundao}es gigantescas, enchentes e pertodos 
prolongados de seca, smo muito mais comuns e frequentes, foi porque a 
exploraomo irresponsivel do meio ambiente prevaleceu ao longo de 
dpcadas. 
Concentrar todos os esforoos no consumo p contribuir, dia apys dia, 
para o desequiltbrio global. O consumismo infantil, portanto, p um 
problema que nmo esti ligado apenas j educaomo escolar e dompstica. 
Embora a questmo seja tratada quase sempre como algo relacionado j 
esfera familiar, crianoas que aprendem a consumir de forma 
inconsequente e desenvolvem critprios e valores distorcidos smo de fato 
um problema de ordem ptica, econ{mica e social. 
O Projeto Crianoa e Consumo [...] combate qualquer tipo de comunicaomo 
mercadolygica dirigida js crianoas por entender que os danos causados 
pela lygica insustentivel do consumo irracional podem ser minorados e 
evitados, se efetivamente a infkncia for preservada em sua essrncia como 
o tempo indispensivel e fundamental para a formaomo da cidadania. 
Indivtduos conscientes e responsiveis smo a base de uma sociedade mais 
justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida nmo apenas como um 
conceito a ser perseguido, mas uma pritica a ser vivida. 
http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/ConsumismoInfantil.aspx 
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16- O texto pode ser considerado argumentativo principalmente porque: 
 
A) defende um ponto de vista 
B) apresenta a descriomo de fatos 
C) recorre a elementos narrativos 
D) aparenta uma neutralidade objetiva 
E) resume as informao}es pertinentes 
 
17- A afirmaomo do texto que mais claramente reitera o tema sintetizado 
e anunciado pelo tttulo p: 
 
A) ³Ningupm nasce consumista.´ 
B) ³Nesse sentido, o consumismo infantil p uma questmo urgente, de 
extrema importkncia e interesse geral.´ 
C) ³Nada, no meio publicitirio, p deliberado sem um estudo detalhado.´ 
D) ³A opinimo dos amigos tambpm foi identificada como uma forte 
influrncia.´ 
E) ³Concentrar todos os esforoos no consumo p contribuir, dia apys dia, 
para o desequiltbrio global.´ 
 
 
CEPERJ - ITE-RJ - Analista de Gestmo Organizacional - 
Administraomo ± 2012 
 
A CONSOLIDAd­O DA REGULARIZAd­O FUNDIÈRIA COMO 
POLËTICA URBANA NO BRASIL 
 
A promulgaomo da Constituiomo Federal em 1988 coroou o longo 
processo de democratizaomo do pats iniciado, ainda, no final dos anos 
1970. A democratizaomo do pats foi a ocasimo proptcia para uma reflexmo 
mais acurada sobre a integraomo socioespacial das camadas urbanas mais 
desprotegidas, tanto no plano jurtdico quanto no plano social. Diante das 
press}es dos movimentos sociais urbanos, o capttulo constitucional sobre 
a polttica urbana (artigos 182 e 183) reconheceu que tanto a propriedade 
quanto a prypria cidade devem exercer uma funomo social. Esse mesmo 
artigo estabeleceu que o munictpio exerce, de agora em diante, um papel 
central na elaboraomo e na aplicaomo das poltticas de desenvolvimento 
urbano local. O instrumento de base dessa polttica p doravante o Plano 
Diretor municipal, exigrncia constitucional para todas as cidades com 
mais de 20 mil habitantes. As disposio}es desse capttulo constitucional se 
focalizam, assim, na instituiomo de medidas aptas a dissuadir a 
concentraomo especulativa do solo, assim como possibilitar a legalizaomo 
das formas informais de acesso j moradia. 
Este ~ltimo aspecto revela-se crucial diante do tndice de 
informalidade fundiiria das cidades brasileiras. Segundo Edpsio Fernandes 
(2002, p.52), essa informalidade pode atingir, por exemplo, quase 50% 
da populaomo das duas principais metrypoles brasileiras (Smo Paulo e Rio 
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de Janeiro). Ao regulamentar as disposio}es do supracitado capttulo 
constitucional, a lei do Estatuto da Cidade (Lei nž 10.257 de 10 de julho 
de 2001) contribuiu para consolidar a regularizaomo fundiiria como uma 
das principais diretrizes da polttica urbana no Brasil. Antes de analisarmos 
as disposio}es da legislaomo brasileira sobre esse assunto, imp}e-se, 
inicialmente, uma breve anilise das diferentes quest}es sociopoltticas 
relativas j legalizaomo do solo. 
A regularizaomo fundiiria consiste em regularizar a posse dos 
habitantes e promover a urbanizaomo do local sem recorrer j remoomo da 
populaomo para outras localidades. A regularizaomo fundiiria p 
frequentemente limitada j transferrncia de tttulos fundiirios, sobretudo 
os de propriedade privada. Medida, aliis, preconizada como ³soluomo 
milagrosa´ pelas instituio}es internacionais e celebrizada, nos ~ltimos 
anos, pelos trabalhos do economista peruano Hernando de Soto. Os 
governos dos patses em desenvolvimento abandonaram, a partir dos anos 
1980, os esforoos para a construomo em massa de moradias populares na 
periferia das cidades e se concentraram, sobretudo, na ideia de que a 
legalizaomo do informal, aliada a uma desregulamentaomo mais acentuada 
do mercado imobiliirio, poderia atenuar o preoo do solo, suscitando, 
enfim, uma oferta mais consistente de moradias, erguidas, geralmente, 
pela autoconstruomo. O balanoo que se obtpm 20 anos mais tarde p, 
todavia, um enorme fracasso. A regularizaomo fundiiria, onde foi 
efetivamente realizada, liberou o solo e desencadeou uma pressmo do 
mercado imobiliirio sobre os bairros beneficiados que eram, atp entmo, 
relativamente protegidos, justamente em razmo da sua ilegalidade. O 
fen{meno atual de segregaomo urbana torna-se, assim, mais um produto 
derivado das leis de mercado que o resultado da recusa, por parte das 
autoridades p~blicas, do reconhecimento oficial da existrncia dos bairros 
informais. A soluomo do mercado originou outras formas de exclusmo que 
apenas fizeram aumentar o ctrculo de informalidade, agora concentrado 
nas regi}es cada vez mais perifpricas, insalubres e/ou ecologicamente 
precirias das cidades. 
Esse modelo, ao menos no caso espectfico das favelas, foi apenas 
parcialmente aplicado no Brasil. A polttica de urbanizaomo das favelas, 
implementada a partir dos anos 1980, nmo foi necessariamente seguida 
da regularizaomo fundiiria plena desses espaoos. A ilegalidadefundiiria, 
conjugada j violrncia imposta pelos narcotraficantes num grande n~mero 
de favelas, desestimula, nos dias atuais, a entrada dos grandes 
promotores imobiliirios no mercado imobiliirio das favelas. O fim das 
poltticas de remoo}es em massa e a ausrncia de um controle p~blico mais 
efetivo sobre o crescimento das favelas asseguraram, todavia, a relativa 
seguranoa da posse dos habitantes das favelas e o florescimento do 
mercado imobiliirio no interior desses espaoos. Esse mercado se 
apresenta concentrado nas mmos de alguns ³latifundiirios´, muitas vezes 
ligados js redes mafiosas locais. A flexibilidade urbantstica nas favelas 
permite, ainda, uma oferta consistente de habitao}es a preoos reduzidos. 
A despeito da especulaomo imobiliiria, as favelas se revelam, pelo menos 
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por enquanto, um relevante meio de acesso j moradia para as camadas 
mais desfavorecidas das metrypoles brasileiras. 
Nesse contexto, a regularizaomo fundiiria deve-se concentrar menos 
sobre uma lygica mercadolygica de fluidificaomo das transao}es 
imobiliirias e de alargamento da base fundiiria fiscal do munictpio do que 
sobre a reduomo da inseguranoa que afeta as relao}es fundiirias, como 
aliis ji destacou a campanha pela seguranoa da posse, promovida pela 
UN-Habitat, desde 1997. A precariedade jurtdica do acesso ao solo nas 
favelas sempre serviu como justificativa nmo somente para as expuls}es 
arbitririas, mas tambpm para a ausrncia de servioos p~blicos adequados 
nesses espaoos. A inseguranoa fundiiria tambpm limitou o investimento 
dos moradores em suas casas e em seus bairros. A regularizaomo 
fundiiria se manifesta, assim, como um elemento imprescindtvel para se 
materializar o direito j moradia, integrando, aliis, esse direito espectfico 
ao leque de direitos que constitui o direito j cidade. 
A legalizaomo da mora dia garante, de fato, direitos sociopoltticos js 
populao}es das favelas que adquirem recursos jurtdicos indispensiveis 
para enfrentar os diferentes conflitos de ordem fundiiria/imobiliiria, seja 
entre vizinhos, seja ante os pretensos proprietirios dos terrenos 
ocupados pela favela, ou mesmo ante as autoridades p~blicas. A 
regularizaomo fundiiria pode, por sua vez, desempenhar um importante 
papel na planificaomo urbana, por meio da imposiomo de regras 
urbantsticas js construo}es e ao uso do solo nas favelas. Dependendo da 
natureza do tttulo outorgado aos habitantes, ela pode atp mesmo 
contribuir ativamente para a gestmo do fundiirio, limitando tanto a 
excessiva valorizaomo do solo quanto o aumento da exclusmo espacial no 
interior das metrypoles. 
(Adaptado de: GONCALVES, R.S. Repensar a regularizaomo fundiiria como 
polttica de integraomo socioespacial. Estud. av., 2009, vol.23, n.66. 
Dispontvel 
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 
40142009000200017&lng=en&nrm=iso>) 
 
18- O texto p um fragmento de artigo acadrmico. Dentre as 
caractertsticas desse grnero, o texto nmo apresenta: 
 
A) predomtnio da impessoalidade 
B) citao}es expltcitas de outros textos 
C) preponderkncia de sequrncias descritivas 
D) emprego da norma de presttgio 
E) presenoa de argumentaomo 
 
 
CEPERJ - SEFAZ - ANALISTA DE CONTROLE INTERNO ± 2012 
 
RISCOS DE CONTÈGIO 
 
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Ao olharmos os desafios que temos pela frente para o pryximo ano, 
nmo podemos nos despreocupar com os desdobramentos da crise mundial 
e suas repercuss}es no nosso pats. 
Recentemente, em reunimo de que participei com empresirios, na 
presenoa de diferentes ministros da irea econ{mica, pude perceber uma 
forte motivaomo de trabalho em equipe e uma vismo unificada sobre o 
crescimento da economia para 2012. Em contato mais recente com a 
imprensa, nossa presidente transmitiu confianoa, reiterando que nossa 
economia possa nos pryximos anos crescer de 4,5% a 5%, enquanto as 
previs}es para o ano que se encerra estmo em torno de 3%. 
O ministro da Fazenda, em entrevista a diferentes jornais, reiterou 
essa confianoa no crescimento da economia e listou os fatores que em 
sua opinimo smo capazes de sustenti-lo. Entre eles, lembrou a elevaomo do 
salirio mtnimo no primeiro trimestre, que deve injetar cerca de R$47 
bilh}es na economia, fortalecendo ainda mais a convicomo de que o 
mercado interno seri o grande ativo a diferenciar a nossa economia dos 
patses desenvolvidos. 
Outros aspectos por ele lembrados foram o crpdito interno, o 
ckmbio mais favorivel aos exportadores, taxa de juros decrescendo, o 
PAC2 e o Minha Casa Minha Vida. (....) 
Roberto Teixeira da Costa, O Globo, 31-12-2011 
 
19- Nessa introduomo de um artigo mais longo, p correto afirmar que o 
autor do texto: 
 
A) mostra os riscos de contigio da crise externa sobre a nossa economia. 
B) indica uma vismo otimista de nossa economia por parte das 
autoridades. 
C) ironiza as previs}es econ{micas para 2012 por parte do ministro da 
Fazenda. 
D) elogia as medidas econ{micas tomadas pelas autoridades diante dos 
riscos da crise global. 
E) demonstra confianoa, sem reservas, nas declarao}es oficiais sobre a 
situaomo econ{mica do pats. 
 
20- Tendo em vista o tttulo dado ao texto ± Riscos de contigio ±, pode-se 
prever que o restante do texto deveri abordar: 
 
A) novas declarao}es de outras autoridades sobre a economia. 
B) conclusmo com desejos de que tais previs}es se realizem. 
C) inclusmo de riscos que podem perturbar as previs}es. 
D) prevismo dos resultados positivos dos fatores de desenvolvimento 
apontados 
E) indicaomo de novos fatores nmo inclutdos na declaraomo do Ministro. 
 
21- ³...uma vismo unificada sobre o crescimento da economia para 2012´; 
com o termo ³vismo unificada´, o autor do texto quer dizer que: 
 
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A) todas as autoridades da irea econ{mica prediziam a mesma coisa. 
B) o governo havia ordenado que se previsse a mesma coisa. 
C) a vismo transmitida pelas autoridades carecia de discussmo. 
D) a vismo das autoridades tinha sido unificada a partir de dados. 
E) as autoridades tinham sido unificadas no ministprio da Fazenda. 
 
 
CEPERJ - DEGASE - AGENTE SOCIOEDUCATIVO ± 2012 
 
A NOVA RIQUEZA DOS POBRES 
 
Dezembro p o mrs das compras, como maio p o das noivas, agosto 
p o do desgosto, junho p o das fogueiras e fevereiro p o do Carnaval. Os 
estudantes aguardam dezembro como o mrs das fprias; as crianoas, 
como o do Natal. Para os trabalhadores, p o mrs em que eles pensam que 
estmo mais ricos. 
Recebem o 13ž salirio ou parte dele ² e compram. A verdade p 
que ji hi algum tempo vrm se sentindo menos pobres, vrm comprando. 
Compram de tudo. Um compra geladeira nova porque a velha, bom, gelar 
ela gelava direitinho, mas gastava muita energia. Outro compra televismo 
nova porque a velha nmo tem tela plana de LCD, 42 polegadas, e a vizinha 
pensa que p melhor do que a gente sy porque comprou uma de 36 
polegadas. Compram DVD, celular para a filha adolescente, forno de 
micro-ondas, MP3, 4, 5, freezer, videogames, fogmo novo, carro. Qual p a 
migica? e a prestaomo que ³cabe no bolso´. 
Perdiam dinheiro para a inflaomo, agora perdem para os juros. 
Em vez de guardarem o dinheiro por seis meses e comprarem j vista com 
desconto, preferem parcelar em doze meses e pagar o dobro, ou em 24 
meses e pagar o triplo. Ficam na mmo de espertos, aqueles que lucravam 
com especulao}es de curto prazo durantea grande inflaomo e agora 
lucram financiando prestao}es. Os novos compradores nmo fazem essa 
conta. Cabendo no oroamento do mrs, pagam. Querem se sentir parte da 
grande naomo de consumidores, participar da vida colorida dos an~ncios 
da televismo, esquecer por um momento que nmo trm escola, atendimento 
mpdico, transporte, esgoto, seguranoa... 
O marido da senhora que faz limpeza na casa de uma amiga esteve 
desempregado quase um ano. Como nmo tem nenhum preparo tpcnico, 
integrava a turma do bico. Arranjou emprego e, no dia do primeiro 
pagamento, ele e a mulher compraram uma geladeira nova. Trrs meses 
depois, ele estava desempregado outra vez, de volta ao bico. Nmo se 
abalaram. O que importa para eles p que a geladeira esti em casa hi 
quatro meses e estmo conseguindo pagar, seguem tocando a vida. 
² Se nys nmo tivesse comprado a geladeira, nmo ia comprar nunca 
² diz ela, otimista, bebendo sua igua geladinha e mantendo protegido o 
leite das crianoas. 
Essa atitude otimista acontece em um momento crttico para o 
trabalhador no mundo. Caem os investimentos e o comprcio entre as 
nao}es. As ind~strias investem em processos de produomo que rendem 
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mais e custam menos. Novas tecnologias provocam dispensas, e nmo sy 
por li. Resulta o que se poderia chamar de globalizaomo do olho da rua. 
Mais de 200 milh}es de trabalhadores formais perderam o emprego 
no mundo, segundo a Organizaomo Internacional do Trabalho; quase 1 
bilhmo de pessoas em condio}es de trabalhar nmo encontram vagas, 700 
milh}es vivem de expedientes, se virando. e a globalizaomo do bico. 
Milh}es sem conta nmo conseguem nem se virar. e a globalizaomo do 
dane-se. 
Os temores que a crise li de fora desperta nos analistas e 
alarmistas daqui parecem nmo atingir os moradores das ireas carentes 
das grandes cidades brasileiras. e fantistica a capacidade que eles trm 
de acreditar no melhor, em meio j incerteza. 
Se alguma conclusmo se pode tirar da ingrnua tendrncia 
compradora daqueles que trm tmo pouco, p a de que ela nasce de um 
incompreenstvel otimismo ² incompreenstvel para nys, atormentados da 
classe mpdia. Ao redor deles pipocam dificuldades, mas eles, confiantes, 
jogam com o destino como se ele fosse uma MegaSena que um dia vai 
dar. 
(Ivan Angelo, Veja SP, 14/12/2011) 
 
22- De acordo com a leitura do texto, pode-se dizer que o tttulo ± ³A nova 
riqueza dos pobres´ ± p ir{nico porque: 
 
A) A riqueza corresponde, na verdade, a uma capacidade de 
endividamento 
B) A pobreza constitui, na sociedade atual, uma condiomo insuperivel 
C) Os consumidores podem, ao longo do tempo, acumular dinheiro 
D) Os trabalhadores vivem, em nossos dias, uma euforia de consumo 
E) A globalizaomo trouxe, para todas as classes, um certo 
empobrecimento 
 
23- O texto p uma cr{nica, que comenta um aspecto da vida cotidiana a 
partir da vismo do autor. 
 
O fragmento que melhor demonstra a presenoa de uma opinimo do autor 
p: 
 
A) ³Dezembro p o mrs das compras, como maio p o das noivas...´ 
B) ³Recebem o 13ž salirio ou parte dele ² e compram.´ 
C) ³A queda da inflaomo deixou sobrar no bolso deles a parte do salirio 
que se queimava na fogueira do aumento de preoos.´ 
D) ³Em vez de guardarem o dinheiro por seis meses e comprarem j vista 
com desconto, preferem parcelar em doze meses e pagar o dobro...´ 
E) ³As ind~strias investem em processos de produomo que rendem mais e 
custam menos.´ 
 
24- A pequena narrativa do caso da senhora que faz limpeza na casa da 
amiga do cronista cumpre, no texto, a seguinte funomo: 
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A) Contestar dados estattsticos posteriormente citados 
B) Exemplificar atitude posteriormente descrita 
C) Detalhar casos anteriormente narrados 
D) Contradizer ideia anteriormente exposta 
E) Reforoar discurso constantemente relatado 
 
25- ³Resulta o que se poderia chamar de globalizaomo do olho da rua.[...] 
e a globalizaomo do bico. [...] e a globalizaomo do dane-se.´ 
 
A sequrncia acima caracteriza a globalizaomo a partir da desestruturaomo 
do mundo do trabalho. 
 
Do ponto de vista dos recursos da linguagem p correto afirmar que, no 
contexto, ocorre uma: 
 
A) gradaomo, com o aumento progressivo das dificuldades 
B) contradiomo, entre os modos de sobrevivrncia do desempregado 
C) rnfase, com a intensificaomo da afirmativa inicial 
D) retificaomo, pela correomo gradual das informao}es iniciais 
E) exemplificaomo, pelo relato de situao}es espectficas 
 
 
CEPERJ - PROCON-RJ - AGENTE DE PROTEd­O E DEFESA DO 
CONSUMIDOR ± 2012 
 
O LENDÈRIO PAËS DO RECALL 
Moacyr Scliar 
 
³MINHA QUERIDA DONA: quem lhe escreve sou eu, a sua fiel e 
querida boneca, que vocr nmo vr hi trrs meses. Sei que vocr sente 
muitas saudades, porque eu tambpm sinto saudades de vocr. Lembro de 
vocr me pegando no colo, me chamando de filhinha, me dando papinha... 
Vocr era, e p, minha mmezinha querida, e p por isso que estou lhe 
mandando esta carta, por meio do cara que assina esta coluna e que, 
sendo escritor, acredita nas coisas da imaginaomo. 
Posso lhe dizer, querida, que vivi uma tremenda aventura, uma 
aventura que em virios momentos me deixou apavorada. Porque tive de 
viajar para o distante pats do recall. 
Aposto que vocr nem sabia da existrncia desse lugar; eu, pelo 
menos, nmo sabia. Para li fui enviada. Nmo sy eu: bonecas defeituosas, 
ursinhos idem, eletrodompsticos que nmo funcionavam e peoas de 
automyvel quebradas. Nys todos ali, na traseira de um gigantesco 
caminhmo que andava, andava sem parar. 
Finalmente chegamos, e ali estivamos, no misterioso e, para mim, 
assustador pats do recall. Um homem nos recebeu e anunciou, muito 
secamente, que o nosso destino em breve seria traoado: as bonecas (e os 
ursinhos, e outros brinquedos, e objetos virios) que tivessem conserto 
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seriam consertados e mandados de volta para os donos; quanto tempo 
isso levaria era imprevistvel, mas trrs meses era o mtnimo. Uma boneca 
que estava do meu lado, a Liloca, perguntou, com os olhos arregalados, o 
que aconteceria a quem nmo tivesse conserto. O homem nmo disse nada, 
mas seu sorriso sinistro falava por si. 
Passamos a noite num enorme pavilhmo destinado especialmente js 
bonecas. eramos centenas ali, algumas com probleminhas pequenos (um 
braoo fora do lugar, por exemplo), outras ji num estado lamentivel. 
Estava muito claro que para virias de nys nmo haveria volta. 
Naquela noite conversei muito com minha amiga Liloca -sim, 
querida dona, jquela altura ji pramos amigas. O infort~nio tinha nos 
unido. Outras bonecas juntaram-se a nys e logo formamos um grande 
grupo. Estivamos preocupadas com o que poderia nos suceder. 
De repente a Liloca gritou: ³Mas, gente, nys nmo somos obrigados a 
aceitar isso! Vamos fazer alguma coisa!´. Nys a olhamos, espantadas: 
fazer alguma coisa? Mas fazer o qur? 
Liloca tinha uma resposta: vamos tomar o poder. Vamos nos 
apossar do pats do recall. 
No comeoo, aquilo nos pareceu absurdo. Mas Liloca sabia do que 
estava falando. A mme da dona dela tinha sido uma militante 
revolucioniria e sempre falava nisso, na necessidade de mudar o mundo, 
de dar o poder aos mais fracos. 
Ora, dizia Liloca, ningupm mais fraco do que nys, pobres, 
desamparados e defeituosos brinquedos. Nmo devertamos aguardar 
resignadamente que decidissem o que fazer com a gente. 
De modo,querida dona, que estamos aqui preparando a revoluomo. 
Breve estaremos governando o pats do recall. Mas nmo se preocupe, eu a 
convidarei para uma visita. Vocr poderi vir a qualquer hora. E nmo 
precisari de recall para isso.´ 
Folha de S. Paulo (SP) 25/2/2008 
 
26- O texto enquadra-se no grnero carta, o que pode ser percebido, 
dentre outros traoos, pela seguinte marca lingutstica: 
 
A) narraomo detalhada 
B) citao}es entre aspas 
C) interrogao}es diretas 
D) recursos de humor 
E) vocativo inicial 
 
 
CEPERJ - CEDAE - ADVOGADO ± 2012 
 
DE FORMAd­O DE OPINI­O 
 
Nmo, nmo vou falar da mooa que estava no Canadi, cujo nome nmo 
digo para nmo me aliar ao tam-tam dos tambores da floresta. O que pode 
nos interessar p a frase emitida pela agrncia que cuida da sua imagem ± 
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sim, ji tem agrncia ± dizendo que sua agenciada vai se ³posicionar como 
a formadora de opinimo que tem potencial para ser.´ E qual p o potencial 
necessirio para ser formador de opinimo? No passado, a carteirinha de 
formador de opinimo sy era dada em funomo da sabedoria. Ouviam-se os 
sibios. Nmo havendo sibios dispontveis, ouvia-se, emitida pelos mais 
velhos, a voz da experirncia. Um certo saber era necessirio, fosse ele 
espectfico ou generalizado. 
Depois, deixou de ser. Nos anos em que trabalhei em publicidade, 
fiz virias campanhas imobiliirias com atores. Sempre os mais famosos, 
os que estavam nas telas da TV. Nenhum deles entendia coisa alguma do 
mercado de imyveis ou sequer pediu que lhe fosse mostrada e explicada a 
planta dos apartamentos que estava ajudando a vender. Ainda assim, sua 
presenoa era uma garantia de sucesso. Para formar a opinimo alheia nmo p 
necessirio sequer ter uma opinimo prypria relevante. No lugar da 
sabedoria entrou a imagem. A imagem nmo p a pessoa. A imagem nmo 
precisa sequer corresponder exatamente j pessoa. A imagem p um 
replicante, construtdo, js vezes com grande tpcnica, a partir da pessoa. 
Como p, entmo, que acreditamos nas recomendao}es feitas por algupm 
que, em termos de gente, p o equivalente a uma bolsa Vuitton vinda do 
Paraguai? 
O mecanismo p fascinante. Se queremos uma opinimo jurtdica, 
procuramos um advogado; se queremos uma opinimo de sa~de, 
procuramos um mpdico; e para opinar sobre o projeto de uma ponte 
fazemos recurso a um engenheiro. Mas na hora de comprar um 
apartamento ou um carro, dois projetos de peso que empenham parte 
relevante do nosso oroamento, deixamos que nossa opinimo seja formada 
por uma imagem, um quase fantasma. E seguimos o gosto de fantasmas 
na compra do sabonete, na preferrncia por uma marca, na escolha do 
esmalte de unhas. Nmo sei se Lilia Cabral ji fez publicidade de massa de 
rejunte para azulejos ou de vilvula para descarga de banheiro, sei porpm 
que seria um sucesso, embora todos estejam cientes de que nmo p ela 
quem entende de obra e de material de construomo, p Griselda, e Griselda 
sy existe na novela e no imaginirio das pessoas. 
Entmo, o que forma opinimo nmo p sequer a imagem. e a aomo da 
imagem sobre o imaginirio. No fim das contas, tudo se passa na nossa 
prypria cabeoa. E o que os marqueteiros fazem p estudar nossa cabeoa ± 
nmo uma por uma, porque isso roubaria o mercado de trabalho dos 
psicanalistas, mas por amostragens ± para criar imagens conformes a ela 
e aos desejos que a habitam, imagens que aceitaremos de braoos 
abertos, implorando por suas opini}es. E a sabedoria, onde fica? Se nmo 
vier em roupa de gala, se nmo avanoar no red carpet, se nmo for muito 
alardeada antes e durante por todas as mtdias sociais e nem tanto, se 
nmo estiver no Canadi, coitada!, ningupm a quereri, ningupm diri para 
ela ai se eu te pego! Bem pensa Carlinhos Brown, que, no discurso para o 
posstvel Oscar, diri js crianoas que nmo copiem seus tdolos, porque ³o 
conhecimento nmo esti nos tdolos. Ëdolo cuida de sua carreira (...). 
Escutem seus pais!´. 
Marina Colasanti, (Estado de Minas, 09/02/2012) 
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27- No terceiro parigrafo, o exemplo de publicidade de material de 
construomo sustenta a seguinte ideia: 
 
A) reforoar a tese de que apenas atores famosos promovem a venda de 
produtos cotidianos 
B) demonstrar a preponderkncia das imagens difundidas sobre as pessoas 
que as representam 
C) explicitar a vasta experirncia da autora no ramo da publicidade, 
antecipando um comercial 
D) refutar a imagem negativa de atores conhecidos, proveniente da 
competiomo com os novos 
E) contrapor o sucesso instantkneo de pessoas comuns j influrncia de 
atores consagrados 
 
Texto 
 
POBRES PAGAM MAIS IMPOSTO QUE OS RICOS NO BRASIL 
 
Os 10% mais ricos concentram 75% da riqueza do pats. Para 
agravar ainda mais o quadro da desigualdade brasileira, os pobres pagam 
mais impostos que os ricos. 
Segundo levantamento feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa 
Econ{mica Aplicada), apresentado hoje (15/5) ao CDES (Conselho de 
Desenvolvimento Econ{mico e Social) reunido em Brastlia, os 10% mais 
pobres do pats comprometem 33% de seus rendimentos em impostos, 
enquanto que os 10% mais ricos pagam 23% em impostos. 
³O pats precisa de um sistema tributirio mais justo que seja 
progressivo e nmo regressivo como p hoje. Ou seja, quem ganha mais 
deve pagar mais; quem ganha menos, pagar menos´, disse o presidente 
do Ipea, Marcio Pochmann, durante a apresentaomo do levantamento, que 
foi feito por pesquisadores das diretorias de Estudos Sociais, 
Macroeconomia e Estudos Regionais e Urbanos, para contribuir na 
discussmo da reforma tributiria. 
Os n~meros do Ipea mostram que os impostos indiretos (aqueles 
embutidos nos preoos de produtos e servioos) smo os principais indutores 
dessa desigualdade. Os pobres pagam, proporcionalmente, trrs vezes 
mais ICMS (Imposto sobre Circulaomo de Mercadorias e Servioos) que os 
ricos. Enquanto os ricos desembolsam em mpdia 5,7% em ICMS, os 
pobres pagam 16% no mesmo imposto. 
Nos impostos diretos (sobre renda e propriedade) a situaomo p 
menos grave, mas tambpm desfavorivel aos mais pobres. O IPVA 
(Imposto sobre Propriedade de Vetculos Automotores) tem praticamente a 
mesma incidrncia para todos, com altquotas variando de 0,5% para os 
mais pobres a 0,6% e 0,7% para os mais ricos. Ji o IPTU (Imposto sobre 
Propriedade Territorial e Urbana) privilegia os ricos. Entre os 10% mais 
pobres, a altquota mpdia p de 1,8%; ji para os 10% mais ricos, a 
altquota p de 1,4%. 
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³As mans}es pagam menos imposto que as favelas, e estas ainda 
nmo trm servioos p~blicos como igua, esgoto e coleta de lixo´, alertou o 
presidente do Ipea. 
 
28- Pode-se considerar o texto, quanto a seu grnero, como: 
 
A) informativo, ji que comunica ao leitor algo que pode nmo ser de seu 
conhecimento. 
B) descritivo, visto que caracteriza e qualifica elementos de uma 
pesquisa. 
C) narrativo, porque relata as diversas etapas de um processo. 
D) publicitirio, em razmo de pretender convencer os leitores de algo. 
E) preditivo, pois projeta os resultados da pesquisa para uma situaomo 
futura. 
 
 
CEPERJ - SEPLAG - ANALISTA EXECUTIVO ± 2013 
 
Texto 
 
O CENÈRIO ATUAL 
 
Vivemos em uma era de grandes conquistas. Os avanoos cienttficos, 
as vacinas, o computador, a internet, entre muitas outras novidades, 
trouxeram a fartura alimentar, a cura de doenoas, maior velocidade na 
transmissmo de informao}ese um potencial quase infinito de conforto e 
diversmo a uma parcela da populaomo mundial. Porpm, na contrammo 
desse processo, encontra-se grande parte da populaomo mundial, que se 
vr exclutda de seus direitos bisicos de cidadania, sem acesso j sa~de, 
educaomo, igua, moradia, informaomo e, alpm disso, tendo seus direitos j 
integridade ftsica e moral constantemente violados. 
A essas quest}es somam-se outros graves problemas, como, por 
exemplo, a intolerkncia, verificada em seus mais variados aspectos: 
polttico, religioso, ptnico, sexual, de grnero, de idade, de condiomo social, 
etc. Essa intolerkncia muitas vezes p levada a extremos, chegando j 
violrncia ftsica, j xenofobia, ao racismo, j discriminaomo e a muitas 
outras formas de desrespeito ao outro. Tambpm smo frequentes as 
violao}es de princtpios pticos, como a corrupomo que, particularmente no 
Brasil, implica sprios prejutzos ao desenvolvimento social, polttico e 
econ{mico do pats. 
O mais alarmante, contudo, p que hoje atp mesmo a existrncia dos 
seres vivos encontra-se em risco, devido, entre outros fatores, ao 
consumo sem limites e aos danos que vrm se infringindo ao meio 
ambiente: desmatamento, extinomo de esppcies, destruiomo da camada de 
oz{nio, excesso de emissmo de gis carb{nico, poluiomo, aquecimento 
global, etc. 
Embora o quadro seja sombrio, p importante saber que a situaomo 
com a qual nos deparamos nmo p irreverstvel e nmo devemos nos 
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acomodar. A Histyria mostra que foram os sonhos e a crenoa no potencial 
criativo do ser humano o combusttvel essencial para a mudanoa das 
sociedades ao longo dos tempos. 
(Gislaine & Reinaldo, Histyria em Movimento, Atica: Smo Paulo, 2012) 
 
29- O texto lido pode ser classificado como: 
 
A) dissertativo expositivo, pois fornece uma sprie de informao}es sem a 
pretensmo de defender qualquer linha ideolygica de pensamento. 
B) descritivo, ji que fornece ao leitor caractertsticas da sociedade atual 
C) narrativo, visto que apresenta uma sprie de fatos em sequrncia 
cronolygica 
D) conversacional, porque, do primeiro ao ~ltimo parigrafo, simula uma 
conversaomo com o leitor 
E) dissertativo argumentativo, ji que apresenta uma tese sobre o cenirio 
atual e argumenta com sinais de esperanoa para o futuro 
 
30- A alternativa em que o valor do termo sublinhado esti corretamente 
indicado p: 
 
A) ³O mais alarmante, contudo, p que hoje atp mesmo a existrncia dos 
seres vivos encontra-se em risco,...´ ± conclusmo 
B) ³O mais alarmante, contudo, p que hoje atp mesmo a existrncia dos 
seres vivos encontra-se em risco,...´ ± inclusmo 
C) ³... devido, entre outros fatores, ao consumo sem limites´ ± explicaomo 
D) ³Tambpm smo frequentes as violao}es de princtpios pticos,...´ ± 
oposiomo 
E) ³... como a corrupomo que, particularmente no Brasil, implica sprios 
prejutzos ao desenvolvimento social, polttico e econ{mico do pats´ ± 
comparaomo 
 
 
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Um circo e um antipalhaoo 
 
1Em 1954, numa cidadezinha universitiria dos Estados Unidos, vi ³o 
maior circo do mundo´, que continua a ser o sucessor do velho Barnum & 
Bailey, velho conhecido dos meus primeiros dias de estudante nos 
Estados Unidos. Vi entmo, com olhos de adolescente ainda um tanto 
menino, maravilhas que sy para os meninos trm plenitude de encanto. 
Em 1954, revendo ³o maior circo do mundo´, confesso que, diante de 
certas faoanhas de acrobatas e domadores, senti-me outra vez menino. 
8O monstro ± porque p um circo-monstro, que viaja em trrs vastos 
trens ± chegou de manhm a Charlottesville e partiu j noite. Ao som das 
~ltimas palmas dos espectadores juntou-se o rutdo metilico do desmonte 
da tenda capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras 
em forma de x, quase iguais js dos teatros e que, como por migica, 
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foram se fechando e formando grupos exatos, tantas cadeiras em cada 
grupo logo transportadas para outros vag}es de um dos trens. E com as 
cadeiras, foram sendo transportadas para outros vag}es jaulas com 
tigres; e tambpm girafas e elefantes que ainda hi pouco pareciam 
enraizados ao solo como se estivessem num jardim zoolygico. A verdade 
p que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta migica 
tambpm de circo: a do pryprio circo gigante desaparecer sob seus olhos, 
sob a forma de pacotes prontos a seguirem de trem para a pryxima 
cidade. 
22O grnio de organizaomo dos anglo-americanos p qualquer coisa de 
assombrar um latino. Arma e desarma um circo gigante como se armasse 
ou desarmasse um brinquedo de crianoa. E o que o faz com os circos, faz 
com os ediftcios, as pontes, as usinas, as fibricas: uma vez planejadas, 
erguem-se em pouco tempo do solo e tomam como por migica relevos 
monumentais. 
28Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaoo 
principal. Circo norte-americano? Pensa-se logo num palhaoo para fazer 
rir meninos de dez anos e menin}es de quarenta com suas piruetas e 
suas infantilidades. 
32O desse circo ± hoje o mais cplebre dos palhaoos de circo ± p uma 
esppcie de antipalhaoo. Nmo ri nem sequer sorri. Nmo faz uma pirueta. 
Nmo di um salto. Nmo escorrega uma ~nica vez. Nmo cai esparramado no 
chmo como os clowns convencionais. Nmo tem um is de copas nos fundos 
de suas vestes de palhaoo. 
37O que faz quase do princtpio ao fim das funo}es do circo p olhar 
para a multidmo com uns olhos, uma expressmo, uns modos tmo tristes 
que ningupm lhe esquece a tristeza do clown diferente de todos os outros 
clowns. Trata-se na verdade de uma audaciosa recriaomo da figura de 
palhaoo de circo. E o curioso p que, impressionando os adultos, 
impressiona tambpm os meninos que talvez continuem os melhores jutzes 
de circos de cavalinhos. 
44Audaciosa e triunfante essa recriaomo. Pois nmo hi quem saia do 
supercirco, juntando js suas impress}es das maravilhas de acrobacia, de 
trabalhos de domadores de feras, de equilibristas, de bailarinas, de 
cantores, de c{micos, a impressmo inesperada da tristeza desse 
antipalhaoo que quase se limita a olhar para a multidmo com os olhos 
mais magoados deste mundo. 
 
FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. Smo Paulo: Ctrculo do Livro. Ediomo 
Especial para MPM Propaganda, 1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O 
Cruzeiro, Rio de Janeiro, seomo Pessoas, coisas e animais, em 8 jul. 1956). Adaptado. 
 
31- A palavra monstro (l. 8) aplicada a circo deve-se ao fato de este 
(A) possibilitar um deslocamento ripido. 
(B) provocar som alto devido ao desmonte das tendas. 
(C) ser capaz de preencher trrs vag}es. 
(D) proporcionar o transporte das cadeiras misturadas aos animais. 
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(E) ter possibilidade de se mudar atp mesmo nos grandes frios do 
inverno. 
 
32- Os trechos de ³Em 1954 [...] encanto´ (l. 1-5) e ³O grnio de 
organizaomo [...] monumentais.´ (_. 22-27) caracterizam-se, quanto ao 
tipo de texto predominante, por serem, respectivamente 
(A) descriomo e narraomo 
(B) narraomo e argumentaomo 
(C) narraomo e descriomo 
(D) argumentaomo e descriomo 
(E) argumentaomo e narraomo 
 
33- Pela leitura do segundo parigrafo, pode-se perceber que o material 
com que p basicamente feita a estrutura da tenda p 
(A) metal 
(B) madeira 
(C) plistico 
(D) granito 
(E) tijolo 
 
34- A partir do conhecimento do que p um palhaoo, infere-se que um 
antipalhaooage da seguinte maneira: 
(A) ri e faz rir. 
(B) gira e rodopia. 
(C) escorrega e cai. 
(D) expressa tristeza. 
(E) veste-se de palhaoo. 
 
 
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CONTROLE JÒNIOR ± 2012 
 
Setor de Informao}es 
I 
 
O rapazinho que seguia j minha frente na Visconde de Piraji 
abordou um velho que vinha em sentido contririo: 
² O senhor pode me informar onde p a Rua Gomes Carneiro? 
O velho ficou calado um instante, compenetrado: 
² Vocr vai seguindo por aqui ² falou afinal, apontando com o 
braoo: ² Ali adiante, depois de passar a praoa, dobra j direita. Segue 
mais dois quarteir}es. Chegando na Lagoa... 
Nmo resisti e me meti no meio: 
² Me desculpe, mas Gomes Carneiro p logo ali. 
Mostrei a esquina, na direomo oposta. 
² Ah, p aquela ali? ² o velho nmo se abalou: ² Pois eu estava 
certo de que era li para os lados da Lagoa. 
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E foi-se embora, muito digno. O rapazinho me agradeceu e foi-se 
embora tambpm, depois de resmungar: 
² Se nmo sabe informar, por que informa? 
Realmente, nmo hi explicaomo para esta estranha compulsmo que a 
gente sente de dar informaomo, mesmo que nmo saiba informar. 
 
II 
 
Pois ali estava eu agora na esquina das Ruas Bulh}es de Carvalho e 
Gomes Carneiro (a tal que o rapazinho procurava), quando fui abordado 
pelo motorista de um carro j espera do sinal. 
² Mooo, o senhor pode me mostrar onde fica a casa do sogro do 
doutor Adolfo? 
Seu pedido de informaomo era tmo surpreendente que nmo resisti e 
perguntei, para ganhar tempo: 
² A casa do sogro do doutor Adolfo? 
Ele deixou escapar um suspiro de cansaoo: 
² O doutor Adolfo me mandou trazer o Dodge dele de Pedro 
Leopoldo atp a casa do sogro, aqui no Rio de Janeiro. O carro esti velho, 
penei como o diabo para trazer atp aqui. Perdi o endereoo, sy sei que p 
em Copacabana. 
O Dodge do doutor Adolfo. O doutor Adolfo de Pedro Leopoldo. 
Aquilo me soava um tanto familiar: 
² Como p o nome do sogro do doutor Adolfo? 
Ele cooou a cabeoa, encafifado: 
² O senhor sabe que nmo me lembro? Um nome esquisito... 
Esse doutor Adolfo de Pedro Leopoldo mora hoje em Belo 
Horizonte? 
² Mora sim senhor. 
² Tem um irmmo chamado Oswaldo? 
² Tem sim senhor. 
² Por acaso o nome dele p Adolfo Gusmmo? 
² Isso mesmo. O senhor sabe onde p que p a casa do sogro dele? 
Respirei fundo, mal podendo acreditar: 
² Sei. O sogro dele mora na Rua Souza Lima. e aqui pertinho. Vocr 
entra por ali, vira aquela esquina, torna a virar a primeira j esquerda... 
Ele agradeceu com a maior naturalidade, como se achasse 
perfeitamente normal que a primeira pessoa abordada numa cidade de 
alguns milh}es de habitantes soubesse onde mora o sogro do doutor 
Adolfo, de Pedro Leopoldo. Antes que se fosse, nmo sei como nmo me 
ajoelhei, tomei-lhe a brnomo e pedi que me informasse o caminho da 
morada de Deus. 
 
SABINO, Fernando. A volta por cima. Rio de Janeiro: Record, 1990. p. 34-39. 
Adaptado. 
 
35- A frase em que o sentido do termo entre parrnteses corresponde ao 
da palavra negritada p: 
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(A) ³O rapazinho que seguia j minha frente na Rua Visconde de Piraji 
abordou um velho´ - (assustou) 
(B) ³O velho ficou calado um instante, compenetrado.´ - (convencido) 
(C) ³Realmente, nmo hi explicaomo para esta estranha compulsmo´ 
(impulsmo) 
(D) ³Seu pedido de informaomo era tmo surpreendente´ (inesperado) 
(E) ³Ele cooou a cabeoa encafifado´ (interessado) 
 
36- Ao usar a palavra digno, na frase ³E foi-se embora, muito digno.´, o 
narrador 
(A) ironiza o descompromisso do velho em dar a informaomo errada. 
(B) elogia a extrema pacirncia do velho em escutar a explicaomo dele. 
(C) ressalta a modpstia do velho ao reconhecer que estava, de fato, 
errado. 
(D) critica a falta de educaomo do velho ao atender a uma pessoa 
desconhecida. 
(E) valoriza o cariter conciliador do velho, que nmo se exalta ao defender 
sua opinimo. 
 
37- Entre as linhas 13 e 14 (O rapazinho me agradeceu e foi-se embora 
tambpm, depois de resmungar) do texto, afirma-se que o rapazinho 
resmungou. Isso aconteceu porque 
(A) estava mal-humorado. 
(B) esta era a sua forma de agradecer. 
(C) nmo recebeu a informaomo que queria. 
(D) a rua que ele procurava ficava na direomo oposta. 
(E) o velho lhe dera a informaomo, mesmo sem saber informar. 
 
38- No ~ltimo parigrafo, fica claro que o motorista logo encontrou, dentre 
milh}es de habitantes de uma cidade, uma pessoa que sabia a resposta 
exata j sua d~vida. Assim, no ~ltimo pertodo, a reflexmo do narrador 
indica que este 
(A) se considerava bastante religioso. 
(B) queria pedir uma informaomo divina. 
(C) achava o motorista um homem de muita sorte. 
(D) gostaria de conversar mais com o motorista. 
(E) estava com pressa e precisava ir-se embora. 
 
39- A anilise da abordagem temitica das passagens I e II do texto 
permite concluir que ambas 
(A) relatam fatos acontecidos na rua. 
(B) recriminam a irresponsabilidade de algumas pessoas. 
(C) denunciam a falta de sinalizaomo na cidade. 
(D) registram cenas ttpicas de cidades do interior. 
(E) revelam a irritaomo do narrador com pessoas desnorteadas. 
 
40- A anilise do texto leva a concluir que smo caractertsticas pessoais do 
narrador o fato de ele ser 
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(A) natural de Minas Gerais, desconfiado e religioso 
(B) solidirio, observador e bem-humorado 
(C) natural de Minas Gerais, preconceituoso e bem-humorado 
(D) bem situado, intrometido e crente 
(E) observador, inconveniente e crpdulo 
 
 
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REPIQUE DAS MESMAS PALAVRAS 
 
Palavras consideradas diftceis, como ³engalanada´, ji nmo atraem 
muitos autores de escola de samba. A busca agora p pela comunicaomo 
direta. Em 2011, ³vai´ seri a palavra mais repetida nos desfiles das 12 
escolas do Grupo Especial: 19 vezes no total. Em seguida, uma variaomo 
do mesmo verbo: ³vou´, com dez repetio}es. Essa tambpm seri a 
incidrncia de ³vida´ e ³amor´ (dez vezes cada uma). ³Luz´ e ³mar´ (nove 
vezes) fecham o pydio das mais populares de 2011. Isto sem considerar 
as repetio}es de uma mesma m~sica, uma vez que ela nmo muda durante 
todo o desfile das escolas. 
Outrora clissicas, palavras como ³relicirio´ e ³divinal´ sy 
aparecermo uma vez cada uma. E ³engalanado´, que ji teve seus dias de 
estrela, ficari mesmo de fora dos desfiles do Grupo Especial. 
Para especialistas, as palavras mais usadas atualmente smo curtas, 
chamam o p~blico e motivam os componentes. 
² ³Vai´ p a clara tentativa do compositor de empolgar e envolver a 
plateia desde o concurso das escolas, quando tem que mostrar js 
comiss}es julgadoras que suas m~sicas trm capacidade de empolgar. 
³Vou´ esti na linha de ³vai´: chama, motiva. Quanto a ³vida´ e ³amor´, 
refletem o otimismo do carnaval. Nenhuma palavra fica no campo 
semkntico do pessimismo, tristeza. E ³mundo´ deixa claro o aspecto 
grandioso, assim como ³cpu´ ² disse o jornalista Marcelo de Mello, jurado 
do estandarte de Ouro desde 1993. 
Dudu Botelho, compositor do Salgueiro, p um dos compositores dos 
sambas de 2007, 2008 e 2011. O samba de sua escola, aliis, tem trrs 
das seis palavras mais recorrentes: ³vida´, ³luz´ e ³mar´: 
² O compositor tenta, atravps da letra, estimular o componente e a 
comunidade a se inserir no roteiro do enredo.Todas as palavras mais repetidas no carnaval estmo entre as mais 
usadas nos sambas das ~ltimas campems dos anos 2000. ³Terra´ foi a 
mais escolhida (11 vezes). Em seguida, apareceram ³vou´ e ³pra´ (nove 
vezes); ³luz´, ³mar´, e ³fp´ (oito); ³Brasil´ (sete); e ³vai´, ³amor´, 
³carnaval´ e ³liberdade´ (seis); e ³vida´ (cinco). 
Para Marcelo de Mello, a repetiomo das mesmas palavras indica um 
empobrecimento das letras: 
² O visual ganhou um peso grande. A ~ltima escola que venceu um 
campeonato por causa do samba foi o Salgueiro em 1993, com o refrmo 
³explode coraomo´. 
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MOTTA, Cliudio. Repique das mesmas palavras. O Globo, 09 fev. 2011. Adaptado 
 
41- Segundo o Texto I, o motivo real para o emprego de palavras mais 
curtas se di porque 
(A) insere o componente no enredo da escola. 
(B) identifica o falante no seu contexto lingutstico. 
(C) estabelece uma comunicaomo ficil com a escola. 
(D) estimula os m~sicos a criarem letras mais inspiradas. 
(E) envolve o p~blico no processo de criaomo dos compositores. 
 
42- O Texto I pode ser lido como um jogo de oposio}es. A ~nica oposiomo 
que N­O aparece na matpria p 
(A) passado / presente 
(B) otimismo / pessimismo 
(C) tradiomo / modernidade 
(D) rapidez / lentidmo 
(E) envolvimento / passividade 
 
43- A escolha do tttulo de um texto nunca p aleatyria. O emprego da 
palavra repique no tttulo do Texto I revela a intenomo de 
(A) valorizar um dos instrumentos mais populares da bateria. 
(B) criar uma identidade com o universo lingutstico do samba. 
(C) apontar uma relaomo entre a natureza da palavra e o seu sentido. 
(D) evidenciar o contraste entre os tempos de outrora e o da atualidade. 
(E) reconhecer a importkncia da empolgaomo dos componentes da escola 
de samba. 
 
 
CESGRANRIO ± FINEP ± ANALISTA (JURËDICA) ± 2011 
 
RETRATOS DE UMA ePOCA 
Mostra exibe cart}es-postais de um tempo que nmo volta mais 
 
Em tempos de redes sociais e da presenoa cada vez maior da 
internet no cotidiano, pouca gente se recorda de que nem sempre tudo foi 
assim tmo ripido, instantkneo e impessoal. Se os adultos esquecem logo, 
crianoas e adolescentes nem sabem como os avys de seus avys se 
comunicavam. Hi 15 dias, uma educadora no Recife, Niedja Santos, 
indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicaomo que 
eles conheciam. Nenhum citou cart}es-postais. 
Pois eles ji foram tmo importantes que eram usados para troca de 
mensagens de amor, de amizade, de votos de felicidades e de versos 
enamorados que hoje podem parecer cafonas, mas que, entre os spculos 
XIX e XX, sugeriam apenas o sentimento movido a sonho e romantismo. 
Para se ter uma ideia de sua importkncia, basta lembrar um pouco da 
histyria: nasceram na Èustria, na segunda metade do spculo XIX, como 
um novo meio de correspondrncia. E a invenomo de um professor de 
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Economia chamado Emannuel Hermann fez tanto sucesso que, em apenas 
um ano, foram vendidos mais de dez milh}es de unidades sy no Impprio 
Austro-H~ngaro. Depois, espalharam-se pelo mundo e eram aguardados 
com ansiedade. 
² A moda dos cart}es-postais, trazida da Europa, sobretudo da 
Franoa, no intcio do spculo passado para o Recife de antigamente, tornou-
se uma mania que invadiu toda a cidade ± lembra o colecionador Liedo 
Maranhmo, que passou meio spculo colecionando-os e reuniu mais de 600, 
253 dos quais estmo na exposiomo ³Postaes: A correspondrncia afetiva na 
Coleomo Liedo Maranhmo´, no Centro Cultural dos Correios, na capital 
pernambucana. 
O pesquisador, residente em Pernambuco, comeoou a se interessar 
pelo assunto vendo, ainda jovem, os postais que eram trocados na sua 
prypria famtlia. Depois, passou a compri-los no Mercado Smo Josp, reduto 
da cultura popular do Recife, onde eram encontrados em caixas de sapato 
ou pendurados em cord}es para chamar a atenomo dos visitantes. Boa 
parte da coleomo vem dat. [...] ² Acho que seu impacto p justamente o 
de trazer para o mundo contemporkneo o glamour e o romantismo de um 
meio de comunicaomo tmo usual no passado ² afirma o curador Gustavo 
Maia. 
² O que mais chama a atenomo p o sentimento romkntico como 
conceito, que pode ser percebido na delicadeza perdida de uma forma de 
comunicaomo que hoje esti em desuso ² reforoa Bartira Ferraz, outra 
curadora da mostra. [...] 
 
LINS, Lettcia. Retratos de uma ppoca. Revista O Globo, Rio de Janeiro, n. 353, p. 26-28, 
1ž maio 2011. Adaptado. 
 
44- A ideia contida nos dois primeiros parigrafos p a de que 
(A) a necessidade de comunicaomo interpessoal desenvolveu-se sy com a 
internet. 
(B) os cart}es-postais eram, j sua ppoca, considerados cafonas. 
(C) a atividade interpessoal realizada hoje pela internet era realizada, 
antes, similarmente por meio dos cart}es-postais. 
(D) a importkncia dos cart}es-postais se deveu ao fato de terem sido 
criados na Europa e, entmo, trazidos para o Brasil. 
(E) os cart}es-postais eram o principal meio de correspondrncia entre os 
professores na Èustria. 
 
45- As afirmao}es abaixo relacionam-se ao professor Emannuel Hermann. 
I ± Deixou de ser professor de Economia, apys vender mais de dez 
milh}es de postais. 
II ± Inventou os cart}es-postais. 
III ± Nasceu na segunda metade do spculo XIX. 
Esti contido no texto o que se afirma em 
(A) I, apenas. 
(B) II, apenas. 
(C) III, apenas. 
Lşngua Portuguesa 
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(D) I e II, apenas. 
(E) II e III, apenas. 
 
46- O trecho ³Hi 15 dias, uma educadora no Recife, Niedja Santos, 
indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicaomo que 
eles conheciam. Nenhum citou cart}es postais.´ classifica-se como do tipo 
textual narrativo. 
 
PORQUE 
 
A narraomo se caracteriza pela apresentaomo de um evento marcado 
temporalmente, com a participaomo dos personagens envolvidos. 
Analisando-se as afirmao}es acima, conclui-se que 
 
(A) as duas afirmao}es smo verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
(B) as duas afirmao}es smo verdadeiras e a segunda nmo justifica a 
primeira. 
(C) a primeira afirmaomo p verdadeira e a segunda p falsa. 
(D) a primeira afirmaomo p falsa e a segunda p verdadeira. 
(E) as duas afirmao}es smo falsas. 
 
 
CESGRANRIO ± FINEP ± TeCNICO (APOIO ADM. E SECR.) ± 2011 
 
AULAS DE PIANO 
 
A primeira vez que pousei meus dez dedos sobre o teclado de uma 
miquina de escrever (na ppoca, claro, nmo havia computador), fui tomada 
por uma mistura de prazer e reconhecimento. Era como se tivesse 
encontrado meu lugar no mundo. Isso aconteceu quando eu era 
adolescente ± nmo lembro exatamente quando, nem onde ± e talvez fosse 
um sintoma de que eu me tornaria, muito tempo depois, escritora. Mas 
na hora, interpretei de outra forma: achei que aquela sensaomo boa vinha 
do fato de eu ser uma pianista frustrada. Assim, colocando os dedos 
sobre as teclas da miquina, eu satisfazia, ao menos em parte, o desejo 
nunca alcanoado de dominar outras teclas, as musicais. 
Sempre senti muittssimo por nmo ter aprendido piano. Nmo sei o que 
aconteceu. Meu pai se diz ele pryprio um pianista frustrado e poderia ter 
resolvido isso atravps de mim, mas nmo o fez. Estudei balp clissico, 
moderno, sapateado, cantei em coral, fiz aula de m~sica na escola, mas, 
por uma razmo ou por outra, nunca me puseram para aprender piano. 
Quando cresci e estava para fazer vestibular, sem ter ideia de que 
carreira

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