Buscar

Surrealismo: Arte além da razão

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Surrealismo
 Movimento artístico e literário que surge na França nos anos 20, reunindo artistas anteriormente
ligados ao Dadá. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, enfatiza o
papel do inconsciente na atividade criativa. Defende que a arte deve libertar-se das exigências da lógica
e expressar o inconsciente e os sonhos, livre do controle da razão e de preocupações estéticas ou morais.
Rejeita os valores burgueses, como a pátria e a família. O principal teórico e líder do movimento é o
poeta, escritor, crítico e psiquiatra francês André Breton, que em 1924 publica o primeiro Manifesto
Surrealista.
 A palavra surrealismo havia sido criada em 1917 pelo poeta Guillaume Apollinaire (1880-1918),
ligado ao cubismo, para identificar novas expressões artísticas. É adotada pelos surrealistas por refletir a
idéia de algo além do realismo.
 O início do movimento se dá por volta de 1922. No manifesto e nos textos teóricos posteriores,
os surrealistas rejeitam a ditadura da razão e os valores burgueses. Humor, sonho e a contralógica são os
recursos a ser utilizados para libertar o homem da existência utilitária.
 Em 1929, os surrealistas publicam um segundo manifesto e editam a revista A Revolução
Socialista. Entre os artistas ligados ao grupo, em épocas variadas, estão os escritores franceses Paul
Éluard (1895-1952), Louis Aragon (1897-1982) e Jacques Prévert (1900-1977), o escultor italiano
Alberto Giacometti (1901-1960), o dramaturgo francês Antonin Artaud, os pintores espanhóis Salvador
Dalí e Joan Miró, o belga René Magritte, o alemão Max Ernst, e o cineasta espanhol Luis Buñuel.
 Nos anos 30, o movimento internacionaliza-se e influencia várias outras tendências,
conquistando adeptos em países da Europa e nas Américas. Em 1969, após sucessivas crises, o grupo
dissolve-se.
 
 ARTES PLÁSTICAS – A pintura pode ser considerada a principal manifestação artística do
surrealismo. Rejeitada como meio de representação do mundo concreto ou da emoção do artista, ela
deve expressar o inconsciente.
 O movimento divide-se em duas vertentes. Uma mantém o caráter figurativo, mas produz formas
inusitadas a partir da distorção ou justaposição de imagens conhecidas. Um exemplo é A Persistência da
Memória, de Dalí. Em um espaço representado convencionalmente, relógios parecem estar se
derretendo.
 Os artistas da outra vertente radicalizam o automatismo psíquico, para que o inconsciente se
expresse livremente, sem controle da razão. Entre os expoentes estão Miró e Ernst. As telas do primeiro
caracterizam-se por composições de formas coloridas construídas com linhas fluidas e curvas, como em
O Carnaval de Arlequim e A Cantora Melancólica.
 Na escultura destaca-se o suíço Alberto Giacometti (1901-1966), autor da peça de madeira,
arame, fios e vidro O Palácio às Quatro da Manhã.
 
 CINEMA –Os filmes não revelam preocupação com enredo ou história. As imagens expressam
desejos não racionalizados e aversão à ordem burguesa. Buñuel, em parceria com Dalí, faz Um Cão
Andaluz (1928) e L'Âge D'Or (1930).
 
 LITERATURA – Tanto a poesia como o romance tradicionais são rejeitados pelos surrealistas. A
livre associação de idéias expressa o funcionamento do inconsciente. Por vezes são reunidas
aleatoriamente frases ou palavras recortadas de jornais. O poeta Éluard, autor de Capital da Dor, adota
esse processo de criação. André Breton, além dos textos teóricos do movimento, escreve obras
ficcionais, entre elas Nadja, O Amor Louco e Os Vasos Comunicantes.
 
 TEATRO – O surrealismo serve de base para que Artaud elabore seu teatro da crueldade. Poeta,
dramaturgo, diretor e ator francês, ele tem como proposta despertar as forças inconscientes do
espectador, para libertá-lo do condicionamento imposto pela civilização. Não há separação rígida entre
palco e platéia. Parte de sua teoria está exposta no livro O Teatro e Seu Duplo (1936). A montagem mais
representativa é a do texto Os Cenci (1935), sobre uma família italiana do Renascimento. Nos anos 40 e
50, os princípios do surrealismo influenciam o Teatro do Absurdo.
 
 SURREALISMO NO BRASIL – O surrealismo é uma das muitas influências captadas pelo
modernismo. Nas artes plásticas há traços surrealistas em algumas obras de Tarsila do Amaral, como na
tela Abaporu, e Ismael Nery, cuja tela Nu mostra uma mulher branca de um lado e negra do outro. No
início da carreira, o pernambucano Cícero Dias (1908-) pinta Eu Vi o Mundo, Ele Começava no Recife,
obra que apresenta todas as características surrealistas. Entre os escultores o movimento influencia
Maria Martins (1900-1973). Suas peças têm caráter fantástico, como o bronze O Impossível, em que
bustos humanos têm lanças no lugar da cabeça.

Outros materiais