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Caso concreto 2 Historia do Direito Brasileiro

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Carlos Magno da Silva Alves
Caso concreto 2 Historia do Direito brasileiro
O Foral de Olinda de 1537 é o documento histórico mais antigo relativo à cidade e elevou o 
povoado de
Olinda à condição de Vila, estabelecendo seu patrimônio público, bem como um plano de ocupação
territorial. Foi produzido pelo primeiro capitão donatário de Pernambuco (Duarte Coelho) aos 
povoadores
e moradores, cedendo o direito de uso da terra, mas sem transferir sua propriedade. Ainda hoje a
Prefeitura Municipal se utiliza do documento para fundamentar a cobrança de ?foro anual e também
de
?laudêmio?. Inconformado, José, morador em terreno passível de cobrança, afirma que no Brasil 
não se
reconhece um documento com quase cinco séculos de existência, além do que os forais não 
possuem
força jurídica.
a) o que é uma Carta Foral?
R- Uma carta de foral, ou simplesmente foral, era um documento real utilizado em Portugal, que 
visava estabelecer um concelho e regular a sua administração, deveres e privilégios. A palavra 
"foral" deriva da palavra portuguesa "foro", que por sua vez provém do latina "fórum".
b) Com que fundamento o Município de Olinda continua cobrando o foro anual e laudêmio?
R- A cobrança oriunda do Foral de Olinda não é um tributo, e sim um foro. A Prefeitura de Olinda 
cobra 0,2% do valor do imóvel a título de foro, vitaliciamente, porque o Município de Olinda é 
proprietário dos bens da antiga Vila de Olinda, que abrange inclusive parte signficativa de Recife, 
sendo assegurado ainda hoje o direito de propriedade por dois princípios: ato jurídico perfeito e 
direito adquirido. 
O Foral de Olinda foi dado em 12/03/1537. Duarte Coelho, donatário da Capitania de Pernambuco, 
fez a doação conferindo à povoação de Olinda o título de vila e estabelecendo um amplo patrimônio
para o "Concelho" (como se escrevia, na época). O Foral de Olinda é uma doação pura e simples, 
sem qualquer restrição, e nenhum ato o revogou, nem tão pouco se processou a anexação aos bens 
da União, pela via expropriatória, com indenização ao município. 
O fato é que um título de aquisição não perde sua eficácia por ser antigo. Lembre-se que o ato 
jurídico perfeito é intangível, salvo por força de norma constitucional originária, de modo que o 
Foral de Olinda vai atazanar as pessoas até o fim dos tempos, a não ser para quem resgate o contrato
de aforamento, uma alternativa dada a quem é foreiro.

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