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EEK340 TECNOLOGIA DO CALOR Prof. Nisio INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS COMPRESSORES 1. COMPRESSORES 1.1. Introdução Compressores são máquinas destinadas à movimentação de fluidos compressíveis, os gases e vapores. Os compressores além de imprimir o movimento são também destinados a elevar a pressão do fluido, significativamente. VENTILADORES SOPRADORES COMPRESSORES TRABALHO DE COMPRESSÃO 2 1 P P w v dP w é o trabalho mecânico, mínimo, necessário para elevar a pressão de P1 a P2 e v o volume específico (m 3 /kg). O volume específico de gases e vapores em igualdade de pressão e temperatura inicial é muito superior a dos líquidos. A conclusão é que compressores são máquinas que consomem mais energia que bombas para pressurizar fluidos. P v 1 2 P2P1 gases e vapores líquidos 1 2 Esta aparente deficiência é ao mesmo tempo uma vantagem conceitual dos compressores Estas máquinas são capazes de transferir a gases e vapores grandes quantidades de energia, isto se deve a própria elasticidade de gases e vapores. Esta energia acumulada trará grande utilidade aos fluidos processados pelos compressores. P v 1 2 P2P1 gases e vapores líquidos 1 2 Classificação dos Compressores. Os compressores de deslocamento positivo são aqueles que o trabalho mecânico fornecido pelo acionador é utilizado para conduzir porções do fluido a uma cavidade, reduzir o volume desta, provocando o aumento de pressão e posteriormente deslocando o fluido para fora desta cavidade. Este ciclo se repete configurando um funcionamento intermitente. O deslocamento é classificado como positivo por terem aproximadamente a mesma trajetória o impelidor e o fluido comprimido. Compressores de deslocamento positivo (fluxo intermitente) dinâmicos (fluxo contínuo) Compressores deslocamento positivo - exemplo Mono cilindro Rotativo Orbitais Multi cilindro LinearAlternativo Virabrequim & Biela Placas swash Eixo único Eixo duplo Pistão rolante Pêndulo Palheta deslizante Parafuso único Parafuso (lóbulo helicoidal) Anel Líquido Lóbulo (reto, roots) Scroll Trocoidal Compressores de deslocamento positivo ( Volumétricos) Virabrequim & Biela Faixa de aplicação dos compressores em R&AC COMPRESSORES VOLUMÉTRICOS INDUSTRIAIS Alternativos multicilindro (virabrequim & biela) Rotativo de palhetas deslizantes Rotativo parafuso único Rotativo de lóbulo Rotativo parafuso de eixo duplo Alternativos multicilindro (virabrequim & biela) Rotativo de palhetas deslizantes •Rotativo de lóbulo •Rotativo parafuso único •Rotativo parafuso único •Rotativo parafuso de eixo duplo •Rotativo parafuso de eixo duplo •Rotativo parafuso de eixo duplo - detalhe dos parafusos COMPRESSORES DINÂMICOS utilizam a energia do acionador para comunicar energia cinética ao fluido e esta será convertida em aumento da pressão por aumento na área transversal ao escoamento do fluido no interior do compressor. COMPRESSORES CENTRÍFUGOS COMPRESSORES AXIAIS COMPRESSORES CENTRÍFUGOS COMPRESSORES CENTRÍFUGOS COMPRESSORES AXIAIS COMPRESSORES AXIAIS Compressores Típicos de Refrigeração para o segmento DOMÉSTICO E COMERCIAL Compressores Volumétricos compressores herméticos - compressor+motor elétrico numa carcaça única compressores semi-herméticos - compressor e motor elétrico em carcaça diversas, unidas por ligações aparafusadas. compressores abertos - compressor e motor elétrico (acionador) fisicamente separados Compressor hermético - ALTERNATIVO Compressor hermético - ALTERNATIVO Compressor semi-hermético - ALTERNATIVO Compressor semi- hermético - ALTERNATIVO Compressor semi-hermético ALTERNATIVO Compressor aberto ALTERNATIVO Compressor aberto ALTERNATIVO COMPRESSOR ALTERNATIVO PARA VEICULOS E ROTATIVOS DE PALHETA DESLIZANTE COMPRESSORES ROTATIVOS DE PALHETA FIXA COMPRESSORES ROTATIVOS SCROLL ANÁLISE DE COMPRESSORES VOLUMÉTRICOS ALTERNATIVOS A compressão em compressores volumétricos Análise via volumes de controle. admissão descarga VOLUME DE CONTROLE (VC) 1 2 VC 2 1 t t M (t) m (t) m (t) 0 t 1 aplicando o operador média temporal definido como, dt admissão descarga VOLUME DE CONTROLE (VC) 1 2 t t t VC 2 1 t t t M (t)1 1 1 dt m (t) dt m (t) dt 0 t VC VC 2 1 0 1 (M (t ) M (t)) m m 0, Se - o período de observação - for suficientemente grande 2 1m m m t VC VC VC VC t 2 1 (E (t ) E (t)) 1 Q ( h u dS h u dS) dt W t t SC VC VC(t) SC ˆQ (t) e dV h u n dS W (t) t admissão descarga VOLUME DE CONTROLE (VC) 1 2 1ª Lei da termodinâmica para volumes de controle O trabalho de contração e expansão do volume de controle, via o movimento da superfície de controle que faceia a cabeça do pistão é a maneira pela qual o trabalho é fornecido ao vapor no tempo de compressão e cedido por ele no curso relativo a aspiração. Já a energia no interior do VC é uma função do tempo cuja derivada foi aproximada por diferenças finitas. Tomando a média temporal t VC 2 1 VC2 1t 1 Q ( h m h m ) dt W Supondo novamente suficientemente grande h h h e m m m , t VC 2 1 VC2 1t 1 Q ( h m h m ) dt W h 0 e m 0 VC 2 1 VC2 1 2 1Q ( h h ) m h m h m W Na avaliação da média do produto de flutuações h m é necessário reconhecer que a única motivação para a existência de variações periódicas em 2h e 1h seriam a abertura e fechamento das válvulas provocando uma variação na pressão do fluido e uma conseqüente variação de temperaturas, esta por sua vez influenciando a entalpia média na seção. Esta variação é assumida desprezível para efeitos do balanço de energia e desta forma h 0 fazendo com que h m 0 tanto na sucção como na descarga. VC 2 1 VC2 1 2 1Q ( h h ) m h m h m W VC VC2 1 Q ( h h ) m W Supondo conhecidas as seguintes grandezas, utilizadas na definição das condições operacionais de um compressor alternativo: Temperatura e pressão na sucção ( t1, P1) Temperatura e pressão na descarga ( t2, P2) Conhecido o gás pode-se esboçar num diagrama pressão versus entalpia os seguintes pontos: Entalpia Pressão Linha de vapor saturado s= co ns t 1 2s t1 t2 2 P1 P2 t2s Entalpia Pressão Linha de vapor saturado s= co ns t 1 2s t1 t2 2 P1 P2 t2s VC VC 2 1W Q m (h h ) comp VC comp comp VC comp W W (W 0) Q Q Q 0 comp comp 2 1 comp comp W Q h h w q m m 2s 1 sh h w 2 2s comp s comp comp s comp2 2s comp h h w w q w 1 q ou h h irreversibilidades q s s comp w . w Observa-se que o efeito do resfriamento durante a compressão é reduzir o aumento de entalpia (temperatura) na descarga do compressor Análise via massa de controle (sistema fechado). Este caminho esta associado à análise dos “diagramas indicadores” que são obtidos a partir de medidas da pressão interna a câmara de compressão versus a posição da face do pistão em contato com o fluido. Esta posição da face define um volume que é usualmente a variável independente deste diagramas. A seguir um esboço de um diagrama indicador idealizado para um compressor alternativo com válvulas automáticas. V V V V DPD PD PD PA D A PA=PB B D A D A B CPD=PC CD A PC=PD PC=PD 1 – Fechamento da válvula de descarga e início da sucção 2 – Abertura da válvula de admissão ao final da expansão (D – A) 3 - Admissão do gás (A-B) 4 – Fechamento da válvula de admissão e compressão (B-C) 5– Abertura da válvula de descarga e processo de deslocamento do gás comprimido (C-D) CICLO IDEAL DE COMPRESSORES ALTERNATIVOS V |B B A B D D A B D D A v B D B D B D B D B D A D A B D D D V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V 1 c 1 c c V V V V Adicionando a hipótese de gás ideal ou simplesmente considerando a existência de um expoente n que permita a 11 nn D D v 1 n A A 1 n v p determinação correta do rendimento volumétrico temos, P P 1 c c 1 c c PP 1 c c r CD A B P V D B D máxima P mínima B D B A V c , razão de espaço morto V V P r , razão de pressões P V V - volumes deslocado V V - volume útil Diagrama indicador ideal e o rendimento volumétrico p vr e/ou c O rendimento volumétrico para um compressor volumétrico real, com válvula de admissão, difere do ideal devido o aumento do volume específico em função do aquecimento sofrido pelo refrigerante durante a sua passagem pelas diversas partes do compressor. Em resumo o que ocorre com o refrigerante ao passar pelo compressor pode ser melhor entendido com os croquis abaixo, Estado 3 Estado 4 Exemplo do percurso interno do refrigerante desde a entrada no compressor até a saída de um compressor hermético volumétrico ESTADO TERMODINÂMICO 3 ESTADO TERMODINÂMICO B Exemplo do percurso interno do refrigerante desde a entrada no compressor até a câmara de compressão Esquema da passagem nas válvulas B A B A 3B v B D B D B 3 1 D 3 3n P A B B V V V Vmassa admitida vv V V massa passível de ser adimitida V V v v V v v 1 c c 1 c c r V v v Observe que agora a razão de pressão inclui a perda de carga na sucçã o e a sobrepressão na descarga. Diagrama indicador real B max v 3 v V V v 2 p max B D p para o compressor alternativo , d V N V V N L (capacity displacement) 4 onde onde N é o número de cilindros succionado a cada ciclo do compressor L - curso do pistão d - diâmetro do pistão - número de ciclos por unidade de tempo Vazões Volumétricas Vazão volumétrica máxima D A ABCDA ABCDA C B W P dV V dP V dP V dP. Definir o comportamento do gás Estabelecer o modelo de compressão/expansão Trabalho ideal por ciclo DA B C P V P v R T T, M p v dh du c e c . dT dT Gases Ideais k Para processos isentrópicos, P v const. 1 k A v B P 1 c c , P k 1 k A B C B B Pk W P V V 1 k 1 P k 1 k B B max v A Pk W N W P V 1 . k 1 P Retomando a equação do processo isentrópico, , mantendo-se a reversibilidade e supondo que a troca de calor irá conduzir a outro expoente para o volume específico, chamado expoente politrópico n. Então o processo politrópico correspondente será escrito, nP v const. v n k T ds q c dT, n 1 Valor para n Resultado em Processo 0 pq c dT isobárico 1 dT 0 Isotérmico k q 0 Isentrópico 1 n k Para gases´perfeitos em compressões reversíveis O processo politrópico de gás ideal e a compressão real P h T. s T ds dh v dP, supondo o processo isobárico de gás ideal, 0P p 0 P P ss ln c T ln c T c c Ln(h) = Ln(cPT) s P1 P3 P2 1 ys 2s xxs y 2 zs ys x minxs 1min P 1 x y x h h wh hw ... w h h h h w O rendimento politrópico difere neste contexto do rendimento isentrópico pois o primeiro leva em conta cada estágio da compressão enquanto que o último avalia o processo de compressão como um todo, assim tem-se 2s 1 s 2 1 h h , h h xs 1 ys x zs ysmin P 2 1 h h h h h hw w h h P s Ln(h) = Ln(cPT) s P1 P3 P2 1 ys 2s xxs y 2 zs s p P dh v dP , dh c dT P dT (k 1) dP . T k P P k 1 k 2 2 1 1 T P T P 2s 1 s 2 1 T T T T P k 1 k 2 1 s k 1 k 2 1 P 1 P , P 1 P k n q Tds P dv . k 1 A equação acima mostra que na compressão real o n associado deve ser maior do k isto porque dv < 0 e q > 0. Observe que o sinal do calor, positivo, indica que para reproduzir a compressão real o calor deve ser fornecido ao fluido. A indústria tem por prática avaliar compressores de ar ou compressores de um único estágio de compressão usando equações isentrópicas e para todos os demais as equações do processo politrópico.
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