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PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 1 1. Sistemas de Ar Comprimido Nos diversos processos industriais, os sistemas de ar comprimido desempenham papel fundamental na produção e representam parcela expressiva do consumo energético da instalação. Entretanto, nem sempre estas instalações recebem os cuidados devidos, passando a ser uma fonte constante de desperdícios. Um sistema de ar comprimido corretamente projetado irá proporcionar maior confiabilidade e eficiência nas ferramentas pneumáticas, bem como diminuirá os custos com energia. Esse sistema compreende três componentes principais: o compressor, a rede de distribuição e os pontos de consumo. 2. Compressores Os compressores são equipamentos eletro mecânicos, capazes de captar o ar que está no meio ambiente e armazena–lo sob alta pressão num reservatório próprio do mesmo, ou seja, eles são utilizados para proporcionar a elevação da pressão do ar. Podem ser requeridos para as mais variadas condições de operação, de modo que toda a sua sistemática de especificação, projeto, operação e manutenção dependem, fundamentalmente, da sua aplicação. Um compressor, como qualquer equipamento de fluxo, tem o seu comportamento influenciado pelas características do processo no qual está inserido. No caso dos compressores, toda essa influência pode ser precisamente representada por quatro parâmetros denominados características do processo (ou sistema), que são: Pressão de sucção: pressão do gás na entrada do compressor; Temperatura de sucção: temperatura do gás na entrada do compressor; Natureza molecular do gás: composição do gás, massa molecular; Pressão de descarga: pressão do gás na saída do compressor. Assim, podemos considerar que os valores assumidos por esses parâmetros, instantaneamente, definem todas as demais grandezas associadas ao desempenho do compressor, dentre as quais podemos citar: Vazão de operação (volumétrica ou mássica) - volume requerido para ser deslocado, entre a sucção e a descarga. Potência de compressão (N) - depende da vazão mássica e do trabalho cedido ao gás durante a compressão. PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 2 Temperatura de descarga (T2) - depende da temperatura de sucção, da relação entre as pressões de descarga e de sucção e do coeficiente politrópico. Eficiência politrópica (eficiência da compressão) - é a relação entre a energia específica útil e a energia específica cedida pelo compressor ao gás. A energia específica é a relação entre a energia e a massa de gás para um volume de controle, sendo calculada por cálculos específicos de head politrópico. Por outro lado, calcula-se a energia específica cedida através da variação da entalpia. Intensidade dos esforços. Existem vários tipos de compressores, diferenciados para suas aplicações em função dos parâmetros envolvidos, que são: Vazão de operação (Qo); Razão de compressão (P2 / P1); Composição do gás; Pressão de descarga. 2.1. Classificação dos compressores Os projetos de compressores estão fundamentados em dois sistemas conceptivos, no qual se baseiam todos os tipos de compressores de uso industrial, que são: Compressores volumétricos ou de deslocamento positivo: Nos compressores volumétricos, também chamados de compressores de deslocamento positivo, em razão de possuírem apenas um sentido de escoamento para o fluido, a elevação de pressão é conseguida através da redução do volume ocupado pelo gás e pode ser alcançada com a utilização de duas concepções diferentes de operação: em um ciclo de funcionamento ou por escoamento contínuo. Pela concepção de ciclo de funcionamento, há diversas fases para atingir a elevação de pressão e manter o escoamento. Trata-se, pois, de um processo intermitente, no qual a compressão, propriamente dita, é efetuada em um sistema fechado, isto é, sem qualquer contato com a sucção e a descarga. Nesse caso, destacam-se os compressores alternativos. Na concepção de escoamento contínuo, os rotores empurram o gás, promovendo o seu deslocamento por dentro do compressor, onde é imposta a redução do seu volume, progressivamente, da sucção para a descarga. Em conseqüência, ocorre a elevação de pressão. Nesta categoria, destacam-se os compressores rotativos de palhetas, de parafusos e os de lóbulos. Compressores dinâmicos: Os compressores dinâmicos também são chamados de compressores cinéticos ou turbocompressores. Esse tipo de compressor comprime o gás pela ação dinâmica de palhetas ou de impulsores rotativos — os impelidores — que imprimem velocidade e pressão ao gás. Nesses compressores, a elevação de pressão é obtida pela variação de velocidade de PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 3 um fluxo contínuo de gás. Os compressores dinâmicos são indicados para a movimentação de grandes volumes, à baixa ou média razão de compressão (relação entre a pressão de descarga e a pressão de sucção). Estes compressores operam em alta rotação e são, geralmente, acionados por motores elétricos ou turbinas a gás. O trabalho sobre o gás é efetuado por um rotor provido de palhetas ou impelidores. A trajetória do fluxo em relação ao rotor da máquina estabelece, ainda, dois grupos desses compressores, com sensíveis diferenças de projeto e performance: Centrífugos Trajetória radial, ou seja, perpendicular ao eixo. Axiais Trajetória axial, ou seja, paralela ao eixo. 2.2. Aplicação dos compressores Serviços Ordinários Os compressores de ar para serviços ordinários são fabricados em série, visando baixo custo inicial. Destinam-se normalmente a serviços de jateamento, limpeza, pintura, acionamento de pequenas máquinas pneumáticas, etc. Sistemas Industriais Os compressores de ar para sistemas industriais destinam-se às centrais encarregadas do suprimento de ar em unidades industriais. Embora possam chegar a ser máquinas de grande porte e custo aquisitivo e operacional elevados, são oferecidos em padrões básicos pelos fabricantes. Isso é possível porque as condições de operação dessas máquinas costumam variar pouco de um sistema para outro, exceção talvez da vazão. http://www.coladaweb.com/## PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 4 Gás ou Processo Os compressores de gás ou de processo podem ser requeridos para as mais variadas condições de operação, de modo que toda a sua sistemática de especificação, projeto, operação, manutenção, etc. depende fundamentalmente da aplicação. Incluem-se nessa categoria certos sistemas de compressão de ar com características anormais. Como exemplo, citamos o soprador de ar do forno de craqueamento catalítico das refinarias de petróleo. Refrigeração Os compressores de refrigeração são máquinas desenvolvidas por certos fabricantes com vistas a essa aplicação. Operam com fluidos bastante específicos e em condições de sucção e descarga pouco variáveis, possibilitando a produção em série e até mesmo o fornecimento incluindo todos os demais equipamentos do sistema de refrigeração. 2.3. Tipos de Compressores 2.3.1. Compressores Volumétricos Alternativos Os compressores alternativos operam em regime intermitente, através do movimento alternado do pistão dentro do cilindro. Em algumas aplicações, o resfriamento do gás é efetuado simultaneamente à compressão. Nesses casos, o resfriamento se dá pela água que escoa pela camisa que envolve o cilindro. Dessa forma, a temperatura de descarga é reduzida em relação à mesma razão de compressão sem o esfriamento. 2.3.1.1. Princípio de funcionamento O princípio de funcionamento de um compressor alternativo se dá em um ciclo de quatro etapas, a saber: PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 5 Sucção - Quando o pistão se desloca, a válvula de sucção abre, permitindo a entrada do volume de gás no cilindro, na pressão P1 sucção, a mesma do reservatório de sucção. Compressão - Com as válvulas de sucção e descarga fechadas, o pistão comprime o gás segundo uma transformação politrópica. Quando o gás atinge a pressão P2, abre-se a válvula de descarga, permitindo a saída do gás para o reservatório de descarga. Descarga - O pistão desloca todo o gás que estava contido no cilindro para o reservatório de descarga a uma pressão constante P2 igual à pressão do reservatório. Expansão - Contendo o cilindro uma massa infinita de gás, ao se deslocar ligeiramente o pistão, haverá uma rápida expansão desse gás. Ao atingir o gás a pressão P1 igual à pressão do reservatório de sucção, abre-se a válvula de sucção, o cilindro recebe nova massa de gás e os processos se repetem. Um tipo de Compressor Volumétrico Alternativo é o de Membrana. Estes compressores são utilizados nas indústrias alimentícias, farmacêuticas e químicas pois o ar não entra em contato com as partes móveis, uma vez que ele é separado por uma membrana, e portanto não é contaminado com os resíduos do óleo (figura abaixo). http://www.coladaweb.com/## PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 6 2.3.2. Compressores Volumétricos Rotativos Os compressores de parafuso são do grupo dos compressores volumétricos rotativos e empregados para baixas vazões. Apresentam como vantagens o baixo custo de manutenção e operação em relação aos alternativos e possuem maior relação peso x potência. 2.3.2.1. Princípio de Funcionamento A compressão é obtida com o gás sendo admitido através da câmara de entrada para preencher o espaço entre os lóbulos adjacentes dos rotores. Quando os rotores estão em funcionamento, esse espaço se move para a frente da câmara, vedando o espaço proveniente da entrada. À medida que a rotação continua, o espaço ocupado pelo gás é reduzido, causando a O eixo de manivelas (A) do compressor é essencialmente uma bomba hidráulica. O pistão (1) se move no cilindro (2) e pulsa o fluido hidráulico no cabeçote (B), produzindo um movimento oscilatório do grupo do diafragma (8). O grupo do diafragma consiste de três diafragmas presos e vedados na periferia entre a placa de gás e a placa de orifício. A placa de orifício ou de sulcos (4) tem o papel de distribuir o fluido hidráulico uniformemente sob o diafragma e a placa de gás (5) contém as válvulas de retenção de aspiração (6) e descarga (7). Estas duas placas têm um contorno especial nas suas faces internas e o seu conjunto montado forma a câmara do compressor. O seu perfil é cuidadosamente projetado de modo a minimizar as tensões no diafragma. Uma bomba a pistão chamada de bomba de compensação trabalha através de um excêntrico montado no eixo de manivelas. A cada curso do pistão, um excesso de fluido hidráulico é injetado na câmara de óleo, compensando qualquer vazamento em volta do pistão e garantindo que o diafragma (8) faz contato pleno com a placa de gás.(5). O volume da folga é assim reduzido ao mínimo. O excesso de fluido hidráulico introduzido pela bomba de compensação escapa através de uma válvula de alívio ajustável chamada de limitador de pressão (3) e retorna para o cárter. PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 7 compressão. O gás é descarregado quando exposto à câmara de saída. O ciclo de compressão pode ser visualizado na ilustração a seguir: Os rotores diferem na forma e são identificados pelos títulos de “macho” e “fêmea”. O rotor macho possui quatro lóbulos em forma de uma hélice ao longo do corpo do rotor. De modo parecido, o rotor fêmea possui seis sulcos formados no lado oposto da hélice em relação ao rotor macho. Nos compressores de parafusos, a compressão é realizada pela máquina, portanto, progressivamente, ou seja, é possível ter um fluxo inverso de gás no seu interior através do giro no sentido contrário dos fusos. Esses compressores podem ser dos tipos: seco ou molhado com óleo de lubrificação. No caso dos compressores de parafuso do tipo seco, os parafusos são acionados simultaneamente por um conjunto de engrenagens, em que o rotor macho é acionado pelo motor e este aciona o rotor fêmea através da engrenagem. Nessa configuração, os rotores não se tocam e, por isso, não é necessária a lubrificação entre os rotores. Já nos compressores de parafuso molhado, o rotor macho é acionado pelo motor, que aciona o rotor fêmea através da interferência entre si, isto é, o rotor macho aciona diretamente o rotor fêmea. Por causa dessa interferência, é necessária a injeção de óleo de lubrificação para formar uma película entre os rotores. O gás de entrada é misturado ao óleo lubrificante no interior da carcaça do compressor. Esse óleo auxilia na lubrificação dos fusos e refrigera os componentes internos da PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 8 máquina, contribuindo, também, para o controle de temperatura da descarga, o que torna possível alcançar a taxa de compressão requerida com apenas um estágio. 2.3.3. Compressores Dinâmicos Centrifugos (Radiais) Os compressores centrífugos utilizam o princípio da aceleração centrífuga para aumentar a pressão do gás. São chamados também de compressores radiais, porque o fluxo do gás direciona-se radialmente em relação ao eixo, na saída de cada impelidor. Esses compressores, em geral, possuem um ou mais impelidores montados em um eixo e dotados de pás, normalmente encurvadas no sentido inverso ao da rotação do eixo, que se dispõem na direção do raio do impelidor. PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 9 2.3.3.1. Princípios de funcionamento Sob o efeito da rotação, forma-se uma corrente de gás, aspirado pela parte central do impelidor e projetado para a periferia, na direção do raio, pela ação da força centrífuga, alcançando os difusores. Os difusores são um conjunto de condutos estacionários que envolvem o rotor, conduzindo o gás em uma trajetória radial e espiral para a periferia. Dessa maneira, a área de passagem é aumentada gradativamente, pois o escoamento é de dentro para fora. Isso faz com que o gás, ao atravessá-lo, sofra uma desaceleração que resulta em um aumento de pressão, chamado efeito difusor. Nos compressores centrífugos, o gás é acelerado no impelidor e sua velocidade é, então, convertida em pressão adicional por desaceleração gradual no difusor, ou seja: o impelidor transfere energia ao gás e o difusor converte a energia de velocidade em pressão. Os compressores centrífugos são idênticos às bombas centrífugas, possuindo ambas as mesmas partes básicas. Contudo, pode-se distinguir uma bomba de um compressor centrífugo de vários estágios pela variação de espessura dos impelidores dos compressores, ao passo que os impelidores das bombas têm a mesma espessura em todos os estágios. Os gases, contrariamente aos líquidos, são compressíveis, portanto, sofrem uma redução de volume a cada pressurização. O gás aspirado através do bocal de sucção do compressor desloca-se radialmente até a entrada do primeiro impelidor. Nele, o gás é acelerado e expelido, também radialmente, de volta ao difusor, que é uma passagem anular, de largura normalmente constante, na qual o escoamento continua a se processar - só que agora livremente e não mais impulsionado - em uma trajetória espiralada que lhe propiciará certa desaceleração, com conseqüente ganho de pressão. Ao atingir as partes mais externas da máquina, o escoamento é captado pela curva de retorno, que o conduz ao canal de retorno e, deste, ao próximoestágio de compressão. Naturalmente, a curva e o canal de retorno nunca poderão apresentar seção transversal (área) decrescente, para não anular o processo de difusão. O canal de PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 10 retorno possui um aumento progressivo da seção transversal de passagem do gás para compensar o efeito bocal que ocorre durante o escoamento de fora para dentro e que, conseqüentemente, aumentaria a velocidade do gás, ou seja, pelo projeto compensa- se o efeito bocal do escoamento do gás, em razão da sua trajetória, por uma difusão por aumento da área de passagem do gás. 2.3.4. Compressores Dinâmicos Axiais Os compressores axiais pertencem ao grupo dos compressores dinâmicos e são empregados para comprimir grandes vazões de ar. Esses compressores são empregados nas plantas de craqueamento catalítico das refinarias e também são muito empregados nas turbinas a gás, com a finalidade de suprir ar como fluido motriz. Como são máquinas operatrizes, necessitam de alguma máquina motriz para acioná- las, ou seja, algum tipo de motor. Alguns desses compressores são acionados com motores elétricos, outros por turbinas a vapor e, no caso dos compressores axiais que equipam as turbinas a gás, são acionados pela roda da turbina. 2.3.4.1. Princípio de funcionamento O princípio de funcionamento dos compressores axiais é o da aceleração do ar, com posterior conversão em pressão. Os compressores axiais são formados por componentes estacionários – anéis com aletas estatoras – e por componentes rotativos – anéis com palhetas rotoras. Cada estágio de compressão é formado por um rotor com palhetas e um anel com aletas estatoras. O rotor com palhetas é responsável pela aceleração do ar, como um ventilador. Nessa etapa, o ar recebe trabalho para aumentar a energia de pressão, velocidade e temperatura. O anel de aletas estatoras tem a finalidade de direcionar o ar para incidir com um ângulo favorável sobre as palhetas do próximo estágio rotor e promover a desaceleração do fluxo de ar para ocorrer a conversão da energia de velocidade em pressão. Essas máquinas são projetadas para que a velocidade na entrada de cada rotor seja a mesma para a condição de máxima eficiência. Esse processo é repetido nos estágios subseqüentes do compressor, sendo que, em cada estágio, promove um pequeno aumento de pressão. O fluxo de ar no compressor se dá paralelo ao eixo (axial); as palhetas e aletas vão diminuindo de tamanho da admissão para a descarga com o propósito de manter a velocidade do ar constante, isto é, dentro da faixa de operação, pois a pressão aumenta a cada estágio e, respectivamente, a massa específica também, segundo a equação da continuidade Q = v x s x ρ, Onde: Q é a vazão volumétrica; v é a velocidade; s é a área; PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 11 ρ é a massa específica). As aletas estatoras do último estágio agem como pás-guias de saída ou Outlet Guide Vanes (OGV), que direcionam o ar em um fluxo axial estabilizado para a carcaça traseira do compressor, e daí para o seu destino final. 3. Resfriador Posterior O ar aspirado pelo compressor contém um determinado teor de umidade. Posteriormente, a medida que o ar comprimido se resfria na linha de distribuição, a umidade se condensará na tubulação, provocando corrosão, além de ser extremamente indesejável em certas aplicações como a pintura, transporte pneumático e na vida útil das ferramentas. Desse modo, após a compressão, torna-se necessário reter o vapor d’água existente no ar. Isso será feito no resfriador posterior que reduzirá a temperatura do ar comprimido a uma temperatura inferior a da linha de distribuição e conseqüentemente condensará esse vapor d’água. Junto a esse resfriador existirá um separador de condensado onde a umidade do ar será retirada manual ou automaticamente. O melhor local para o resfriamento é diretamente junto ao orifício de saída do ar. O sistema mais simples para os resfriadores posteriores é o de casco e tubos, onde o ar passa através dos tubos em sentido contrário ao percorrido pela água (a queda de pressão em um resfriador posterior é relativamente pequena). PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 12 4. Reservatório Pulmão Uma instalação de ar comprimido é normalmente equipada com um ou mais reservatórios de ar que têm pôr funções: armazenar o ar comprimido para consumo; equalizar as pressões das linhas de consumo; eliminar umidade do ar. Sua capacidade deve ser de 6 a 10 vezes a capacidade do compressor pôr segundo. Deve ser instalado fora da casa dos compressores e preferencialmente na sombra. Todo reservatório deve possuir válvulas de segurança, manômetro e termômetro. Outra questão é que os resfriadores posteriores e separadores de condensado obtém uma eficiência na retenção da umidade em torno de 80-90%. O restante acompanha o ar comprimido até o reservatório, onde a velocidade é consideravelmente reduzida fazendo com que a maior parte dos condensados residuais deposite-se sobre as paredes e escorra para o fundo deste. Assim é muito importante a existência de uma tubulação de dreno na parte mais baixa do reservatório a fim de permitir a retirada dessa água (aproximadamente 5% da umidade é retida neste estágio). 5. Secadores de ar Consiste no terceiro estágio da separação da umidade contida no ar comprimido. Sua finalidade é manter o ponto de orvalho do ar, na pressão de saída do sistema, 10ºC abaixo da mínima temperatura do ambiente onde estão os instrumentos. Sua utilização é necessária quando um ar de altíssima qualidade é requerido (instrumentação). Os secadores podem ser por refrigeração ou com agentes secantes. 6. Rede de Distribuição Para determinar-se o melhor traçado da tubulação é necessário conhecer a localização dos principais pontos de consumo, assim como os pontos isolados. O tipo de rede a ser empregada (aberta ou fechada) deve ser analisado. Em alguns casos pode ser adequado um circuito fechado em anel. Outras situações podem exigir uma combinação de anéis e linhas diretas ou ainda somente uma linha direta pode ser suficiente. A grande vantagem do circuito fechado é que se ocorrer um grande consumo inesperado de ar em qualquer linha, o ar pode ser fornecido de duas direções, diminuindo a queda de pressão. Mesmo com todos os dispositivos de eliminação da umidade (já vistos), a tubulação nunca estará isenta do mesmo. Poços de drenagem (com purgadores) devem ser PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 13 instalados ao longo da linha a fim de recolher o condensado formado. Recomenda-se que estes poços tenham diâmetro igual ao da linha e fiquem no máximo a 40 metros de distância entre si. Sempre que possível, às tubulações devem ser inclinadas no sentido do fluxo, em pelo menos 5% para facilitar a drenagem e diminuir a perda de carga. As tomadas de ar devem ser feitas sempre pela parte superior da tubulação, assegurando assim fornecimento de ar de melhor qualidade ao equipamento. 7. Acessórios Definido o lay-out da rede principal, os ramais e as linhas de serviço aos pontos de consumo se definem os acessórios necessários. Filtro comum o Para eliminação das partículas que contaminam o ar comprimido (poeiras, umidade, óleo) e que não foram eliminadas pelos separadores da rede. Filtro coalescente o Sua principal característica é a grande eficiência na retirada do óleo contido no ar. A coalescência consiste na coleta de finas partículas em suspensão nos gases, através da coesão entre elas, formando partículas maiores que são mais facilmente removíveis. Reguladores de pressão o Muitas das operações devem ser realizadas a uma pressão menor que a da linha de alimentação.Para tanto, usam-se reguladores para adequar a PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 14 pressão a um valor desejado. São usadas válvulas de ação direta (recomendadas para redução de pressão de um só equipamento, e em aplicações sem grandes variações de fluxo) e válvulas de duplo diafragma (recomendadas para fornecimento de ar à vários equipamentos). Lubrificadores o Quando se usa o ar para acionar motores, cilindros, válvulas, etc. é necessário instalar um lubrificador. Os elementos lubrificantes reduzem o atrito e consistem basicamente de um depósito de óleo que tenha sido desenhado de tal maneira que, quando o ar circula pôr ele, uma quantidade de óleo transforma-se em neblina. O óleo conduzido pela corrente de ar lubrifica as partes móveis do equipamento acoplado. Devem ser evitados óleos com aditivos, pois o óleo é eliminado sob a forma de vapor, através de válvulas de exaustão de equipamentos pneumáticos, sendo, portanto, tóxicos. Purgadores o Eliminador automático da água que se acumula nas diferentes partes da instalação de ar comprimido. O mais indicado é do tipo eliminador de bóia, que abre somente para descarregar a água, fechando hermeticamente após a sua eliminação. Separadores de umidade o Os purgadores se encarregam de descarregar a água acumulada no fundo do tubo principal ou em qualquer ponto da instalação; nada pode fazer com relação a neblina de gotículas de água que podem estar suspensa no ar. Os separadores de umidade cumprem esta missão. Mangueiras o Ferramentas pneumáticas e outros dispositivos acionados a ar comprimido são em geral ligados à rede de ar através de mangueiras. Essas mangueiras devem ser leves, flexíveis e suportar a pressão do ar (4 a 5 vezes a pressão máxima de trabalho) e resistir as intempéries. São formadas pôr uma camada externa de borracha, uma camada intermediária de lona e uma camada interna bastante lisa a fim de apresentar a mínima resistência possível para o ar. Mangueiras de 1” ou mais devem ser preferencialmente ser fixadas no solo. Engates rápidos o As mangueiras são ligadas à rede e as ferramentas através de engates de acoplamento. Quando a mangueira fica perfeitamente ligada à ferramenta, emprega-se com freqüência o engate tipo rosca. O engate de garras é muito empregado e oferece grande possibilidade de combinação visto que as garras são de igual tamanho para vários diâmetros da tubulação ou mangueira. 8. Sistema Ineficiente Um sistema de ar comprimido ineficiente poderá acarretar um aumento significativo nos custos de operação. Os prejuízos resultantes dessa situação decorrem de uma baixa PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 15 pressão de trabalho, aumento do ciclo de operação dos equipamentos, baixa qualidade do ar e vazamentos. 8.1. Qualidade do Ar Para assegurar a operação confiável do compressor, o ar aspirado deve ser limpo e não conter poeira, fuligem ou partículas sólidas, pois caso contrário, esses poluentes ficarão em suspensão no óleo lubrificante ocasionando desgaste excessivo dos cilindros, anéis dos pistões, mancais, etc. e conseqüentemente aumentando os custos de manutenção. Assim, deve-se evitar que a casa dos compressores fique localizada perto de chaminés, caldeiras, fornos ou equipamentos de jatos de areia. Sua localização ideal é próxima dos principais pontos de consumo do ar, visando redução no custo da tubulação e menor perda de pressão. Outro aspecto importante para assegurar a aspiração de um ar limpo é a instalação no compressor de um filtro de admissão de ar (no mínimo a 2 metros acima do solo e 2,5 metros de distância de qualquer parede). Devem ser instalados diretamente na entrada do compressor. 8.2. Vazamentos Os vazamentos merecem uma atenção especial, pois desperdiçam grande quantidade de energia. Na prática é impossível eliminar totalmente os vazamentos de um sistema, no entanto ele não deve exceder a 5% da capacidade instalada. As tabelas a seguir apresentam o desperdício de energia provocado por vazamentos. Diametro do Furo Vazamento de Ar à 6 bar Potência Requerida p/ Compressão (mm) (l/s) (m³/min) (kW) 1 1 0,06 0,3 3 10 0,60 3,1 5 27 1,62 8,3 10 105 6,30 33,0 Pressão Manométrica (bar) Descarga de ar em l/s através de diferentes orifícios 0,5 1,0 2,0 3,0 5,0 10,0 12,5 (mm) 0,5 0,06 0,22 0,92 2,10 5,7 22,8 35,5 1,0 0,08 0,33 1,33 3,00 8,4 33,6 52,5 2,5 0,14 0,58 2,33 5,50 14,6 58,6 91,4 5,0 0,25 0,97 3,92 8,80 24,4 97,5 152,0 7,0 0,33 1,31 5,19 11,60 32,5 129,0 202,0 A metodologia apresentada abaixo mostra como realizar uma medição quantitativa de vazamentos (controle tipo parada e partida e velocidade constante): a) Tomar um compressor com capacidade conhecida. Se existir mais de um, escolher, um com capacidade aproximada de 20% da capacidade total instalada. PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 16 b) Todos os pontos de consumo de ar devem estar conectados normalmente, mas não em operação. c) A entrada em carga e alívio do compressor deve ser feita manualmente. d) São necessários dois cronômetros. e) Os níveis de pressão de carga e alívio são determinados pôr exemplo: carga 6,5 bar e alívio 7,0 bar f) Colocar o compressor em carga até a pressão atingir 7,0 bar. Pôr em alívio e acionar o cronômetro nº1 (mantê-lo em funcionamento durante todo o teste - T). g) Quando a pressão baixar para 6,5 bar, colocar o compressor em carga novamente e acionar o cronômetro nº2 (mantê-lo em funcionamento enquanto o compressor estiver carregando - t). h) repetir o teste cinco vezes. i) quando a pressão atingir novamente 7,0 bar no ciclo final, paralisar ambos os cronômetros. Vazamentos = Q x t / T, onde: Q => capacidade do compressor t => tempo em carga do cronômetro nº2 T => tempo total do cronômetro nº1 8.3. Temperatura do ar A temperatura de sucção do ar que será aspirado pelo compressor é um aspecto muito importante, pois quanto mais quente o ar, menor o rendimento da instalação. Este aumento de temperatura diminui a massa específica do ar (massa de ar contida uma unidade de volume) em cerca de 1%, resultando também 1% a mais no volume. Para satisfazer essa condição é necessário captar o ar fora da casa dos compressores. Exemplos: A 15ºC a massa específica do ar é 1,225 Kg/m3 A 30º C a massa específica do ar é 1,164 Kg/m3 (- 5%) 8.4. Tubulação de admissão de ar A tubulação de aspiração de ar deve ser projetada de maneira a ter o mínimo comprimento e o menor número de curvas possível a fim de minimizar a perda de carga. Para cada 4ºC de acréscimo na temperatura do ar aspirado, o compressor consumirá 1% a mais de potência para entregar o ar nas mesmas condições Para cada 25 mbar de perda de carga na aspiração o rendimento do compressor irá cair 2%. PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 17 8.5. Capacidade de ar necessária É de fundamental importância o conhecimento da quantidade exata de ar necessária para todos os equipamentos pneumáticos existentes. Uma estimativa abaixo dessa capacidade resultará em pressões inadequadas nos pontos de consumo e estimativas muito altas acarretarão grande investimento inicial e baixa eficiência do sistema. A maioria dos equipamentos pneumáticos opera a 6 bar de pressão manométrica. Para se conseguir esse nível de pressão no equipamento final é necessário um cuidadoso cálculo para se determinar a pressão de trabalho do compressor. Devemos ter uma pressão de ar suficiente nos pontos de consumo. A pressão do ar exerce uma influencia muito grande no desempenho das ferramentas pneumáticas. Uma pressão de trabalho muito baixa, diminui a potência dessas ferramentas, resultando aumento no tempo de operação e conseqüentemente aumentando os custos deprodução. Uma das causas da baixa pressão nos locais de consumo pode ser a produção de uma quantidade insuficiente de ar comprimido (é comum acrescentar novas ferramentas a uma linha já existente, sem verificar se isso afeta o desempenho do sistema). Para evitarmos isso, devemos sempre ter um compressor de capacidade adequada a fim de manter a pressão nos pontos de consumo. Um sistema sobrecarregado, trabalhando além da capacidade original provocará uma baixa pressão nos locais de consumo. Para obtenção da carga máxima do compressor será necessário somar o consumo total de todos os equipamentos consumidores existentes (em l/s). A carga média do compressor é obtida multiplicando-se o consumo total de ar pelo fator de utilização (tempo estimado de trabalho de cada ferramenta durante uma hora). Convém admitir uma tolerância de 10 a 15% da capacidade do compressor devido aos vazamentos e estimar o aumento da capacidade do sistema para futuras expansões também entre 10 a 15% ao ano. 8.6. Controles do Compressor Um compressor de ar deve ter necessariamente um sistema de regulagem de capacidade de tal ordem que adapte sua produção as condições de consumo. Parada e partida O motor elétrico que aciona o compressor é desligado quando a pressão do reservatório atinge um determinado valor. Geralmente utilizado em compressores pequenos e serviço intermitente. Velocidade constante O motor elétrico que aciona o compressor permanece sempre ligado. Quando a pressão do reservatório atinge determinado valor pré-fixado, a válvula de aspiração será deslocada e permanecerá aberta. A partir desse momento, todo ar aspirado será descarregado pela válvula. Duplo controle PROCESSOS INDUSTRIAIS COMPRESSORES INDUSTRIAIS 18 Permite operar o compressor dos dois modos (Parada/Partida e Velocidade Constante) por intermédio de uma chave seletora. Recomendada para casos de consumo irregular com picos de demanda por um certo período e longos períodos de pouca ou nenhuma utilização de ar comprimido. Atualmente os sistemas de controle dos compressores utilizam a tecnologia dos inversores de freqüência. Desse modo, a velocidade do motor elétrico é continuamente ajustada dependendo da demanda de ar, resultando em considerável economia de energia. Isso elimina a necessidade de alterar o controle para "partida" e "parada" ou então promover uma atuação na válvula de sucção. 8.7. Manutenção do Compressor Os custos operacionais são afetados diretamente pela eficiência de um sistema de manutenção. Uma manutenção adequada evita paradas de emergência aumentando a disponibilidade do equipamento para a operação.
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