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Odontogênese Histologia buco dental

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Odontogênese
Formação dos dentes desde a fase embrionária = 4ª semana de gestação (dentição decídua)
Tecidos dentários: esmalte, dentina e polpa
	Esmalte: apenas na superfície da coroa
	Dentina: abaixo do esmalte, se estendendo desde a coroa até a raiz dentária
	Polpa: localizada na cavidade pulpar, que fica no meio do dente (dentro da dentina). Tecido conjuntivo propriamente dito muito vascularizado e frouxamente arranjado.
Espaço periodontal: espaço entre o dente e as paredes dos alvéolos. Apresenta um TCPD mais fibroso, chamado de ligamento periodontal
	Tem vários feixes de fibras colágenas (fibras espessas) que prendem o dente ao alvéolo
Cemento: reveste a superfície da dentina radicular (tecido mineralizado)
Osso alveolar + ligamento periodontal + cemento = periodonto de inserção
	Não são tecidos dentários, porque não se formam na odontogênese, constituindo tecidos anexos do dente (inserção dos dentes nos alvéolos)
Todos os dentes seguem um processo similar de desenvolvimento
Apesar de cada dente se desenvolver como uma estrutura independente e de tipos dentários morfologicamente diferentes, o processo de odontogênese é basicamente o mesmo
	Diferenciação ocorre na fase da coroa
A odontogênese é igual tanto em dentes decíduos como em dentes permanentes
		Dentes decíduos: 20
	Dentes permanentes: 32
	A erupção de dentes permanentes favorece a reabsorção da raiz dos dentes decíduos
	Os molares permanentes não tem precursores
	A substituição de dentes decíduos por dentes permanentes ocorre pelo crescimento e desenvolvimento craniofacial, visto que a qualidade dos dentes é a mesma
Lâmina dentária e lâmina vestibular
4ª semana
	Formação do tubo neural (origem ectodérmica)
		Células que ficam na extremidade próxima à proeminência cefálica: células da crista neural
	Os arcos branquiais são formados pelos 3 tipos de folhetos embrionários 
	A medida que o mesoderma se especializa, vai formando o mesênquima, tipo de tecido conjuntivo 
	As células da crista neural migram para a região de mesênquima constituindo o ectomesênquima
	A partir do 27º dia há a formação de epitélio oral primitivo (odontogênico), recobrindo a superfície dos processos mandibulares e maxilares. No interior desses processo temos o ectomesênquima
Na quinta semana de vida uterina ocorre a interação do epitélio oral com o ectomesênquima, com proliferação de células do epitélio invadindo ao ectomesênquima subjacente e produzindo a banda epitelial primária, que dará origem aos futuros germes dentários. A banda epitelial primária continua invaginando em direção ao ectomesênquima de forma que chega um momento em que ela se bifurca, subdividindo-se em lâmina dentária e lâmina vestibular. A partir da lâmina dentária (futuro arco dentário) vão surgir todos os dentes, e a lâmina vestibular vai dar origem ao sulco vestibular (corredor bucal)
	Lâmina vestibular: continua a proliferação e espessamento, aumentando muito o número de células, de forma que as células centrais sofrem degeneração (falta de nutrientes), formando o sulco vestibular.
	Lâmina dentária continua proliferando e invadindo o ectomesênquima
	Surgimento de vários brotamentos = formação dos germes dos dentes decíduos
	Cada arco dentário (mandíbula e maxila) origina 10 brotamentos
Fase de Botão
Assim que há a formação do primeiro brotamento, o epitélio adquire uma forma arredondada. Essa fase é chamada de fase de botão (forma) e marca o início da formação de cada dente. As células do ectomesênquima se tornam mais numerosas e começam a se condensar na região logo abaixo do epitélio oral. O epitélio continua a se proliferar, mas encontra resistência em razão dessa condensação, então ele começará a se expandir para os lados, de forma que lembre um capuz, criando uma depressão no centro.
A época de estabelecimento do botão não é a mesma para todos os dentes.
Fase de Capuz
Caracteriza-se por uma intensa proliferação das células epiteliais, formando alças laterais em decorrência da condensação do ectomesênquima. No centro da sua parte mais profunda, o capuz epitelial apresenta uma cncavidade na qual é observada uma maior concentração de células ectomesenquimais. Uma vez estabelecida a fase de capuz, surgem vários componentes do germe dentário. A porção epitelial que apresenta várias regiões distintas é chamada de órgão do esmalte, responsável pela formação do esmalte dentário. É possível distinguir uma camada única e continua de células que constitui a periferia do órgão do esmalte: as células que estão localizadas na concavidade adjacente à condensação do ectomesênquima constituem o epitélio interno do órgão do esmalte e as células que formam a convexidade externa constituem o epitélio externo do órgão do esmalte. Na região central do órgão do esmalte observa-se células afastadas umas das outras, entre elas existem uma maior quantidade de substância fundamental rica em proteoglicanos; essas células adquirem uma forma estrelado, com prolongamentos que se contatam por desmossomos, em razão disso essa região é chamada de retículo estrelado. Ao mesmo tempo o ectomesênquima aumenta seu grau de condensação, formando uma massa de células muito próximas que é denominado de papila dentária (responsável pela formação da dentina e da polpa).
!!!! Enquanto o germe do dente decíduo está na fase de capuz já está surgindo o brotamento do dente permanente a partir da lâmina dentária.
Ainda na fase de capuz, o ectomesênquima que rodeia tanto o órgão do esmalte quanto a papila dentária sofre uma condensação de modo que suas células alinham-se em torno do germe dentário em desenvolvimento formando uma cápsula chamada de “folículo ou saco dentário”, responsável por proteger o germe dentário até seu desenvolvimento e pela formação do periodonto de inserção.
Fase de Câmpanula (histodiferenciação e morfodiferenciação)
Nessa fase a proliferação das células epiteliais vai diminuindo e iniciam-se os processos de morfogênese e diferenciação celular. A fase epitelial apresenta o aspecto de um sino , com sua concavidade mais acentuada e margens aprofundadas. O retículo estrelado continua a crescer em volume por causa do aumento da distância entre as as células e seus prolongamentos. É caracterizado por:
	Na região em que os epitélios externo e interno se encontram, ao nível da borda do sino, forma-se um ângulo agudo, chamada de alça cervical
	Células do epitélio externo tornam-se achatadas e as do epitélio interno alongam-se, constituindo células cilíndricas baixas e núcleo central (pré-ameloblastos)
	Aparecem entre o epitélio interno e retículo estrelado duas ou três camadas de células que pavimentosas que constituem o estrato intermediário e o folículo dentário torna-se mais evidente
	Na papila dentária, as células ectomesenquimais apresentam-se indiferenciadas na região central e ocorre a desintegração da lâmina dentária. O osso do processo alveolar em formação rodeia completamente o folículo dentário, constituindo a cripta óssea.
As células do epitélio interno tornam-se cilíndricas altas e o seu núcleo passa a se localizar do lado oposto à papila dentária (inversão da polaridade). Nesse momento, na papila dentária adjacente, as células ectomesenquimais da região periférica sob influência dos pré-ameloblastos, param de se dividir, aumentam de tamanho e começam sua diferenciação em odontoblastos, passando a secretar a primeira camada de matriz da dentina (dentina do manto – colágeno tipo I). Contatos entre odontoblastos e pré-ameloblastos desencadeiam a diferenciação final destes em ameloblastos (tornam-se adultos formando prolongamentos em direção à dentina), os quais sintetizam e secretam a matriz orgânica do esmalte (natureza não colágena)
	Fenômeno da indução recíproca com participação da lâmina basal, sendo que a dentinogênese inicia-se antes da amelogênese. 
Esses eventos iniciam-se nos locais correspondentes às futuras cúspides do dente e progridem sequencialmente, descendo
pelas vertentes das cúspides até a região da alça cervical. 
Na fase da câmpanula, verificam-se alguns fenômenos morfogenéticos que levam à formação da forma da coroa do futuro dente. Isso se deve à formação de dobras no epitélio interno do órgão do esmalte nos locais em que as primeiras células cessam sua atividade mitótica, antes da diferenciação em ameloblastos e também ao fato de que a alça cervical permanece fixa.
Fase de Coroa
A dentinogênese e amelogênese ocorrem na fase de coroa. Considerada fase avançada de câmpanula, corresponde à a deposição de dentina e esmalte da coroa do futuro dente. Essa fase progride desde os locais correspondentes das futuras cúspides para a região cervical.
Enquanto a dentina e o esmalte estão sendo produzidos, as células da papila dentária (células-tronco indiferenciadas) vão se diferenciar em fibroblastos. O fibroblastos maduros sintetizam matriz extracelular, transformando a papila dentária num TCPD, formando a polpa.
A deposição de dentina ocorre de fora para dentro (centrípeta), enquanto a de esmalte vai ocorrer de dentro para fora (centrífuga).
Quando os eventos de diferenciação alcançam a extremidade da alça cervical cessa-se a fase de coroa e incia-se a fase de raiz porque na raiz não terá deposição de esmalte, apenas de dentina.
Fase de Raiz
Na porção coronária é necessário que células epiteliais induzam células ectomesenquimais a se diferenciarem em odontoblastos. Uma vez que a raiz do dente também possui dentina, é preciso que células epiteliais também deem início ao processo de diferenciação do odontoblastos. Ao final da fase de coroa, quando os processos de diferenciação atingem a região da alça cervical, os epitélios interno e externo do órgão do esmalte que constituem a alça proliferam em sentido apical para induzir a formação da raiz do dente, sendo que a coroa se encerra onde termina o esmalte (encontro do epitélio interno e externo). As células não se aprofundam num sentido vertical em decorrência da resistência do folículo dentário e do processo alveolar que rodeiam o germe dentário. Por esse motivo o epitélio resultante das duas camadas da alça cervical sofre uma dobra, constituindo o diafragma epitelial. Essas células continuam a se proliferar formando a bainha epitelial radicular de Hertwig (entre o diafragma epitelial e a alça cervical) e marcando o começo da formação da raiz. Diafragma epitelial e bainha de Hertwig são contínuas e constituídas das mesmas células.
A fase da raiz ocorre enquanto o dente erupciona e a medida em que há a formação da raiz, o dente passa a ganhar força eruptiva. O germe dentário movimenta-se no sentido coronário.
As células da camada interna da bainha radicular de Hertwig induzem as células mesenquimais da papila dentária a se diferenciarem em odontoblastos. As células da bainham que induziram a diferenciação cessam sua proliferação. Enquanto isso, os odontoblastos sintetizam dentina radicular, aumentando gradualmente o comprimento da raiz. As células da bainha localizadas imediatamente adjacentes localizadas imediatamente adjacentes ao diafragma epitelial continuam proliferando, enquanto as outras não se dividem mais, então gera-se uma defasagem em relação ao crescimento da raiz por causa da contínua formação de dentina. O restante da bainha é fragmentado, sendo reduzida a cordões celulares. Com o progresso da fragmentação os cordões se rompem, constituindo grupos isolados de células, soltos no folículo dentário, denominados restos epiteliais de Malassez. 
O periodonto de inserção é formado durante a fase de raiz (decorrente do folículo dentário). Quando a dentina entra em contato com as células indiferenciadas do folículo dentário (após a fragmentação da bainha epitelial), induz essas células a se se diferenciarem em cementoblastos, secretando cemento, que recobre a porção radicular da dentina. Simultaneamente, as células do lado externo do folículo se diferenciam em osteoblastos, formando o osso alveolar, enquanto as da região central tornam-se principalmente fibroblastos e formam o ligamento periodontal (só haverá ligamento periodontal onde houver cemento).
A fase de raiz é concluída com a formação da dentina radicular, até o fechamento do ápice. 
Enquanto ocorre a fase de raiz e o dente erupciona, aumenta o teor de mineral do esmalte durante sua maturação pré-eruptiva. Então, o órgão do esmalte será reduzido a uma camada única de células, constituindo o epitélio reduzido do esmalte, que recobre-o até a erupção se completar (contribui para a formação do epitélio juncional da gengiva).
Os dentes permanentes que tem predecessor decíduo desenvolvem-se a partir do broto do permanente (fase de capuz), enquanto os molares permanentes desenvolvem-se diretamente da lâmina dentária original, que se estende posteriormente.
Correlações clínicas
Tumores e cistos odontogênicos podem ser caracterizados como tentativas frustradas de se formar um dente a partir da interação entre remanescentes da odontogênese
	Órgão do esmalte: ameloblastoma (tumor odontogênico) – pode ser causado pela lâmina dentária também (origem epitelial) 
	Lâmina dentária: agenesia (não foi suficiente para formar todos os dentes) e dentes supranumerários (proliferação exagerada)
	Restos epiteliais de Malassez: podem se tornar ativas e proliferar, podendo originar cistos periodontais
Dentes e Zyca: febre exantemática pode causar problemas aos ameloblastos, fazendo com que o esmalte produzido não seja suficiente ou não mineralizado de maneira adequada (hipoplasia do esmalte)
Complexo dentina-polpa
A dentina e a polpa são dois tecidos intimamente relacionados (topografia, origem e função). A dentina é um tecido mineralizado de natureza conjuntiva que constitui a maior parte do dente, sendo recoberta pelo esmalte na porção coronária e pelo cemento na porção radicular. A polpa é um tecido conjuntivo não mineralizado, frouxamente arranjado e muito vascularizado, que se comunica com o ligamento periodontal pelo forame apical e foraminas acessórias (pode ser encontrada na câmara pulpar e no canal radicular).
A constituição orgânica e mineral da dentina é semelhante à do tecido ósseo, entretanto a dureza da dentina é considerada um pouco maior que a do osso (e menor que a do esmalte). É uma estrutura avascular que não apresenta células no seu interior, apenas os prolongamentos dos odontoblastos estão dentro de túbulos que percorrem desde a polpa até a junção amelodentinária.
Desenvolvimento (dentinogênense)
A dentina e a polpa se originam da papila dentária 
	Diferenciação dos odontoblastos (células da periferia da papila dentária)
	Formação da matriz orgânica da dentina
	Formação da dentina do manto
	Formação da dentina circumpulpar
	Formação da dentina radicular
	Desenvolvimento da polpa
Diferenciação dos odontoblastos: Células ectomesenquimais da periferia da papila dentária se diferenciam em odontoblastos. Durante as fases de botão e capuz, todas as células do epitélio interno do órgão do esmalte estão em contínua divisão, determinando o aumento de volume do germe dentário. Estabelecida a fase de câmpanula, o germe dentário para de crescer, tendo todos os elementos celulares necessários para formar as estruturas dentárias.
	Primeiro podemos perceber o fenômeno de margeação, em que as células ectomesenquimais aproximam-se do epitélio interno e emitem prologamentos, tornando-se pré-odontoblastos. Após esse processo, nos locais correspondentes às futuras cúspides coronárias, a atividade mitótica interrompe-se e as células do epitélio interno do órgão do esmalte (cilíndricas baixas ou cúbicas com núcleo central) tornam-se fracamente cilíndricas e núcleos voltados para o estrato intermediário, passando a se chamarem de pré-ameloblastos.
	Quase imediatamente após essas modificações, outras são observadas nas células da papila dentária subjacente: células da periferia da papila dentária tornam-se maiores com prologamentos, muitas organelas e iniciam a polarização dos núcleos. Passam a secretar matriz
orgânica (dentina), sendo chamadas de odontoblastos em diferenciação
	Os pré-ameloblastos induzem a diferenciação dos odontoblastos. A medida que o desenvolvimento avança, os curtos processos das células ectomesenquimais da periferia tornam-se cada vez mais próximos da lâmina basal.
	A diferenciação propriamente dita incia-se após a última divisão dos pré-odontoblastos, sendo caracterizada pelo término de ciclo celular, início da polarização e, ainda modificações transcricionais e não-trasncricionais. 
	A célula odontoblástica se alonga e o núcleo permanece na extremidade oposta ao epitélio interno (polo proximal). No polo distal dos odontoblastos formam-se vários processos curtos, que com a deposição e o avanço da polarização, forma-se um prolongamento único (prolongamento odontoblástico), que mantém uma bifurcação terminal. 
Formação da matriz orgânica
Os componentes da matriz orgânica da dentina são produzidos pelos odontoblastos (porção distal)
	Colágeno I (85%)
	Colágeno III e V (5%)
	Componentes não colagênicos: sialoproteína dentinária, fosfoproteína dentinária, proteínas da matriz dentária osteopontina, osteocalcina, osteonectina, etc 
A secreção dessa matriz se dá por vesículas, chamadas de vesículas/grânulos de secreção, que se localizam ao longo do prolongamento odontoblástico.
Formação da dentina do manto
É a primeira camada de dentina formada e responsável pela formação da junção amelodentinária: fibrilas de colágeno e vesículas da matriz são os elementos mais importantes. Dentinogênese precede a amelogênese. Ela inicia-se com a secreção dos principais componentes da matriz, sendo as fibrilas de colágenos os elementos mais importantes. São dispostas (fibrilas grossas) de forma perpendicular à lâmina basal e à superfície dos pré-ameloblastos. Simultaneamente com a secreção das primeiras fibrilas, aparecem corpúsculos arredondados ou ovais rodeados de membrana, denominados de vesículas da matriz, situados entre as fibrilas.
Com o aparecimento dos primeiros componentes da matriz orgânica da dentina, os pré-ameloblastos completam sua diferenciação tornando-se ameloblastos, enquanto a lâmina basal torna-se descontínua. Com o aumento da produção da dentina e o deslocamento de corpos celulares dos odontoblastos em direção à papila dentária, os processos curtos tornam-se um prolongamento longo e único, que se apresentam bi ou trifurcados.
Uma vez formada uma fina camada de matriz orgânica, inicia-se a deposição de mineral em seu interior, nas vesículas da matriz (ponto de gatilho). Formam-se pontos de mineralização, até que se mineralize esse tecido por completo.
!!!!!!A dentina do manto é produzida por odontoblastos em diferenciação 
Quando a dentina alcança proporção de 10-30 mm, os odontoblastos completam sua diferenciação e polarização e agora formarão a dentina circumpulpar.
Formação da dentina circumpulpar
Inicia-se com a diferenciação completa dos odontoblastos (maior parte da dentina). A partir desse momento os odontoblastos deslocam-se centrípetamente (aposição centrípeta). Durante a formação da dentina por aposição centrípeta sempre permanece uma camada não mineralizada de pré-dentina, adjacente ao corpo dos odontoblastos. Quando mineralizada constituirá a primeira camada de dentina circumpulpar, adjacente a outra camada recém-formada de pré-dentina.
Ela é constituída de fibrilas colágenas (dispostas em torno do longo eixos dos túbulos dentinários) e moléculas promotoras de mineralização (secretadas no interior da matriz), que permitem a calcificação da matriz orgânica.
O prolongamento odontoblástico ocupa um espaço denominado túbulo dentinário, sendo constituído por uma dentina que recobre a parede do túbulo, a dentina peritubular e pelo espaço periodontoblástico, camada muito fina de material não calcificado. A dentina localizada entre os túbulos é denominada de dentina intertubular (maior parte do tecido). Os túbulos dentinários resultam da permanência dos prolongamentos odontoblásticos durante a dentinogênese. Durante a formação da dentina, esses prolongamentos sofrem uma retração e com isso, as extremidades distais passam a ser preenchidas pelo fluído dentinário.
A mineralização da dentina circumpulpar segue um padrão globular. A mineralização se inicia nas vesículas da matriz, das quais a mineralização progride para as fibrilas colágenas e para os espaços interfibrilares localizados em sua volta, formando glóbulos de calcificação. A coalescência desses glóbulos resulta no aparecimento de pequenas regiões hipomineralizadas que constituem a dentina interglobular. Após a formação de várias camadas de dentina circumpulpar, o processo de mineralização torna-se mais regular, sendo menos evidentes as regiões interglobulares, o padrão permanece globular, porém a partir de glóbulos ou calcosferitos muito menores.
Formação da dentina radicular
O início da dentinogênese radicular marca o início da fase de raiz da odontogênese. 
Na dentina radicular, as células epiteliais da bainha de Hertwig induzem a diferenciação dos odontoblastos, sendo que pouco tempo depois ocorre a fragmentação da bainha, constituindo-se os restos epiteliais de Malassez.
As fibrilas colágenas mais grossas da primeira camada de dentina radicular dispõe-se paralelas ao longo eixo da raiz (na coroa a deposição é perpendicular). Os odontoblastos apresentam seus prolongamentos mais ramificados que os odontoblastos da porção coronária e os corpos são menos alongados.
Desenvolvimento da polpa
A polpa origina-se da papila dentária. As mudanças na papila começam na fase de campânula, quando as células ectomesenquimais da sua periferia diferenciam-se em odontoblastos. O restante da papila é constituído de células indiferenciadas, fusiformes ou estreladas, com numerosos prolongamentos citoplasmáticos e quase desprovidos de organelas, com uma abundante matriz extracelular com escassas e finas fibrilas colágenas e grande quantidade de substância fundamental.
No início da fase de coroa é evidente a vascularização da papila graças à penetração de ramos da artéria alveolar, os quais chegam até a periferia onde está localizada a camada de odontoblastos secretores. As primeiras fibras nervosas na papila aparecem mais tarde, quando a fase de coroa está francamente estabelecida. 
Com o avançar da dentinogênese, o volume da papila diminui devido à deposição centrípeta de dentina. A transformação da papila em polpa se completa, portanto, durante os estágios avançados da erupção dentária, quando do aparecimento do dente na cavidade oral e não na fase de campânula, quando é formada a camada de odontoblastos.
Tipos de dentina - Estrutura
	Dentina primária: dentina do manto e circumpulpar
	Dentina secundária: dentina circumpulpar
	Dentina secundária: Reacional e reparativa 
Dentina primária
Dentina formada até o fechamento do ápice radicular, compreende a dentina do manto e a dentina circumpulpar.
	Dentina do manto
A mineralização incia-se nas vesículas de matriz, centros de calcificação, porém essa mineralização tem grau menor que a da dentina circumpulpar. Os túbulos dentinários não possuem dentina peritubular. As fibrilas colágenas são longas e dispõem-se perpendicularmente à lâmina basal, estabelecendo, juntamente com o esmalte, a junção amelodentinária. Essas fibrilas grosseiras da dentina do manto recebem o nome de fibras de von Korff.
	Dentina circumpulpar
Constitui a maior parta da espessura total da dentina, sendo que a dentina primária e secundária tem basicamente a mesma estrutura. Ela é constituída estruturalmente pela dentina peritubular e pela dentina intertubular. Os túbulos dentinários constituem a principal característica da estrutura da dentina. São túneis originados pela formação da dentina mineralizada e estão localizados ao redor dos prolongamentos odontoblásticos. Porém, os túbulos nem sempre contém prolongamentos em toda a sua extensão, devido á retração durante a formação da dentina circumpulpare e na extremidade próxima ao limite amelodentinário
os túbulos são preenchidos pelo fluido dentário.
Os túbulos percorrem toda a espessura da dentina e seguem um trajeto sinuoso, com forma de um “s” alongado. A dentina peritubular é hipermineralizada, enquanto a dentina intertubular possui fibrilas de colágeno perpendiculares aos túbulos. Ao examinarmos áreas da dentina circumpulpar podemos perceber um número diferente de túbulos: na dentina próxima à junção amelodentinária observamos túbulos de menor diâmetro e menos numerosos (19.000/mm²); já na dentina próxima da polpa (corpo celular), adjacente à pré-dentina, temos túbulos de maior diâmetro e mais numerosos (45.000/mm²). Os túbulos possuem numerosas ramificações que se intercomunicam denominados de canalículos.
Espaço odontoblástico é o espaço virtual (muito pequeno localizado entre a parede mineralizada de dentina peritubular e a membrana plasmática do prolongamento, preenchido pelo fluido dentinário e uma fina matriz não mineralizada, chamada de bainha de Neumann.
A dentina interglobular é constituída por regiões de matriz hipomineralizada, sendo mais visualizada no limite entre a dentina do manto e a dentina circumpulpar. Essas áreas resultam da fusão inadequada dos glóbulos de mineralização ou calcosferitos. Também é percorrida por túbulos, porém estes carecem de dentina peritubular.
A formação da dentina segue um padrão rítmico: longas fases de formação da dentina são seguidas por curtos espaços de repouso. Isso determina a formação de linhas incrementais perpendiculares ao longo eixo dos túbulos, denominadas linhas de von Ebner.
A camada granulosa de Tomes é formada pelas numerosas ramificações e alças terminais dos prolongamentos odontoblásticos na região de raiz. Na porção radicular dos dentes preparados por desgaste, observa-se na camada mais externa uma camada de aspecto granular.
Dentina secundária
Formada após o fechamento do ápice radicular, ocorrendo durante toda a vida, porém num ritmo fisiológico. É constituída pela dentina circumpulpar, sendo que esta é similar à dentina primária.
	A constante deposição de dentina durante a vida do indivíduo provoca maior dificuldade de acesso à câmara pulpar e/ou canais radiculares durante os tratamentos endodônticos realizados em pacientes idosos.
Dentina terciária
Formada frente a uma agressão/injúria (atrição ou cárie) e tem estrutura irregular
	Reacional: estrutura irregular e não tem túbulos
	Reparativa: dentina do tipo osteóide
Pré-dentina
A pré-dentina é a camada não mineralizada que permanece no dente adulto separando os odontoblastos da dentina mineralizada. Permanece sempre, evitando o contato da dentina com a polpa, que poderia reabsorvê-la. É constituída por fibras colágenas e contém maior quantidade proteoglicanos e glicosaminoglicanos que a dentina mineralizada. 
Polpa dentária
Tecido conjuntivo frouxo com duas camadas periféricas: a camada de odontoblastos e a região subodontoblástica. 
	Odontoblastos
Os odontoblastos dispõem-se em paliçada, constituindo uma só camada de células colada à pré-dentina, portanto localizadas na periferia da polpa dentária. Porém os prolongamentos ficam nos túbulos dentinários enquanto o corpo celular se encontra na polpa. Na região de coroa observamos células cilíndricas altas e com núcleos polarizados no polo proximal, apresentando um aspecto pseudoestratificado. Na porção radicular temos células cúbicas, com aparência de única camada de células. Os prolongamentos têm diâmetro maior próximo ao corpo e vai afunilando na extremidade.
No dente formada os odontoblastos podem estar sintetizando e secretando (principalmente colágeno tipo I) ou em estado de repouso. Os corpos celulares dos odontoblastos estabelecem contato entre si por numerosas junções intercelulares
	Região subodontoblástica
Pode ser dividida em duas partes: uma mais periférica, denominada zona pobre em células e outra subjacente a esta, denominada de zona rica em céulas.
		Zona pobre em células: A zona pobre em células é atravessada por numerosos prolongamentos de células subjacentes, vasos e fibras nervosas (plexo vascular). Também é chamada de zona de Weill.
	Zona rica em células: Formada pelos corpos celulares bipolares que emitem os prolongamentos para a zona acelular e para região central da polpa. Constituída principalmente por células indiferenciadas (stem cells), que podem repor a camada de odontoblastos, mas que também pode conter fibroblastos
	Região central da polpa
A região central da polpa é constituída por um tecido frouxo singular. 
	Muitos fibroblastos (aspecto fusiforme, núcleo ovóide e muito prolongamentos) e fibrócitos
	Produção e renovação da MEC (colágeno + subst. fundamental
	Células mesenquimais indiferenciadas
	Macrófagos e linfócitos (plasmócitos em casos de pulpite)
Vascularização da polpa
Se dá pelos ramos das artérias alveolares superior e inferior, que entram através do forame apical e dos forames acessórios. Eles chegam até a região subodontoblástica, onde se ramificam constituindo o plexo vascular, na câmara pulpar. A partir do plexo vascular formam-se vários capilares que atravessam a zona pobre em células até chegar a camada odontoblástica, onde formam alças entre os odontoblastos. Vasos linfáticos são também observados na polpa.
Inervação da polpa
As fibras nervosas do nervo trigêmio penetram pelo forame apical e pelos forames acessórios com grossos feixes. Chegam a região odontoblástica, ramificando-se profusamente, formando o plexo nervoso de Raschkow. Alguns axônios adentram a porção inicial dos túbulos dentinários, ficando em íntimo contato com os prolongamentos odontoblásticos.
Sensibilidade dentinária
	Inervação direta da dentina
	Odontoblastos diretamente como transdutor do impulso (crista neural – memória neural)
	Teoria hidrodinâmica: movimentação do fluido dentinário que gera ondas que alcançam as fibras nervosas
A intervenção e qualquer região da dentina é capaz de produzir dor que pode ser de intensidade variável e também depender da condição da polpa
Esmalte
O esmalte é a estrutura que recobre a coroa dos dentes, é o tecido mais mineralizado do organismo e é formada a partir de um tecido epitelial de origem ectoderma. Após a erupção do dente é o único tecido mineralizado completamente acelular. A natureza cristalina/translúcida do esmalte deve-se ao seu alto conteúdo inorgânico (dentina dá a cor ao dente – tons de amarelo):
	Conteúdo inorgânico (97%): cristais de hidroxiapatita (fosfato de cálcio), carbonato, sódio, magnésio, cloreto e potássio, flúor (contribui para manter o processo de mineralização equilibrado)
	Água (2%)
	Conteúdo orgânico (1%): proteínas, carboidratos e lipídios (escassos)
Desenvolvimento (amelogênese)
Os ameloblastos passam por várias fases funcionais durante a amelogênese. Os pré-ameloblastos completam sua diferenciação em ameloblastos somente após a deposição da primeira camada de dentina, assim a formação do esmalte inicia-se apenas na fase de coroa. Então desde a fase de células indiferenciadas do epitélio interno até a maturação pré-eruptiva do esmalte, os ameloblastos passam por fases sucessivas de desenvolvimento:
	Morfogenética
	Diferenciação
	Secretora
	Maturação e proteção
Fase morfogenética
O epitélio interno do órgão do esmalte determina a forma da coroa do dente. 
Início da fase de câmpanula: a atividade proliferativa vai reduzindo e vão surgindo dobras nos locais de parada, correspondentes aos vértices das futuras cúspides do dente (ou borda incisal). As células do epitélio interno mudam de forma, deixando de serem cúbicas para se tornarem cilíndricas (fase de diferenciação).
Fase de diferenciação
EI → pré-ameloblastos → ameloblastos
	Células do epitélio interno sofrem redução/parada proliferativa, deixando de serem cúbicas e tornando-se cilíndricas
	Surgimento do estrato intermediário (duas ou três camadas de células achatadas
	Com o alongamento das células do EI, ocorre a inversão da polaridade do núcleo (próximo ao estrato
intermediário – polo apical)
	Concentração do retículo endoplasmático e complexo de Golgi se concentram no polo basal (produção dos componentes do esmalte) = nesse momento as células se denominam de pré-ameloblastos
	Os pré-ameloblastos induzem a diferenciação das células da papila dentária. Enquanto isso o processo de diferenciação dos futuros ameloblastos continua gradualmente, completando-se apenas após a formação da dentina do manto (primeira camada de dentina – odontoblastos em diferenciação)
	Degradação da membrana basal (pré-ameloblastos liberam enzimas) ao mesmo tempo em que se denvolvem numerosos e curtos processos na superfície basal, que formam contatos com processos de odontoblastos e com vesículas de matriz. Esses processos são chamados de processos de Tomes, sendo que os pré-ameloblastos só se diferenciam completamente em ameloblastos após a formação desses processos, preste a secretar matriz.
!!!!! Ameloblasto em diferenciação (sem processos de Tomes) produz fina camada de esmalte: esmalte aprismático
Fase secretora
No início da fase secretora, têm sua superfície basal plana, porém já têm todas as características das células sintetizadoras e secretoras de proteínas.
Esmalte aprismático → Processo de Tomes → Esmalte prismático 
(composição idêntica, diferindo na organização estrutural dos cristais de hidroxiapatita)
	Matriz orgânica (1%): amelogeninas e não amelogeninas (enamelina, tufelina e amelina). São proteínas distintas das que constituem as matrizes de natureza colágena
	Matriz inorgânica (97%)
Esmalte aprismático: primeira camada de esmalte produzida pelo ameloblasto sem processo de Tomes (ameloblastos em diferenciação). Os cristais de hidroxiapatita são dispostos de forma aleatória, sem formar prismas e são depositados em contato direto com a dentina do manto. Após essa camada delgada de esmalte aprismático, os ameloblastos adquirem processos de Tomes.
Esmalte prismático: cristais de hidroxiapatita estão dispostos de forma paralela entre si, formando barras ou colunas cilíndricas que se estendem desde o esmalte aprismático até a superfície externa do dente, semelhantes a prismas devido à movimentação dos ameloblastos durante a deposição e mineralização,
Nas regiões que contêm ameloblastos secretores, ocorre a involução dos demais elementos do órgão do esmalte. Na região da matriz em formação, o órgão do esmalte sofre colapso, tornando possível a aproximação entre epitélio externo e ameloblastos, e de ameloblastos e folículo dentário, de onde vai receber nutrição. Após se completar o colapso é formada uma estrutura com duas a três camadas de células pavimentosas, localizada adjacente à camada ameloblástica.
Ao finalizar a fase secretora, o ameloblasto não mais apresenta processo de Tomes.
Fase de maturação
	Colapso do EI com EE (fracamente)
	Redução da altura dos ameloblastos (regressão – volta a tornar-se cúbica) e a superfície distal (basal) ondulada torna-se plana e lisa (perda dos processos de Tomes)
	Ameloblastos passam a degradar e remover o excesso de matriz orgânica, possibilitando o crescimento dos cristais de mineral (influxo de íons) = tecido mais mineralizado, mais translúcido
	Se caracteriza pelo aumento do componente mineral = maturação pré-eruptiva
Fase de proteção
Continuação da fase de maturação
	A superfície distal dos ameloblastos torna-se completamente lisa e a altura diminui ainda mais
	Colapso do órgão do esmalte, resultando numa camada única de células epiteliais, denominado de epitélio reduzido do esmalte, estrutura que reveste e protege a coroa até sua erupção na cavidade oral
	Após a erupção, o epitélio reduzido desaparece da superfície do esmalte na região de coroa. Ele vai invaginar contribuindo para formação do epitélio juncional da gengiva
Correlações clínicas
	Pode ocorrer um defeito na fase secretora, de forma que o esmalte não vai ser depositado de forma adequada e teremos uma quantidade insuficiente de matriz (dentes pequenos) = amelogênese imperfeita do tipo hipoplásica
	Se durante a fase de maturação não ocorrer uma mineralização adequada, os dentes terão tamanho normal, pois a matriz foi depositada numa quantidade adequada, mas não ocorrerá mineralização suficiente, resultando num esmalte quebradiço.
Periodonto de inserção
Periodonto não é tecido dentário. Ele é constituído pelas estruturas que participam na sustentação dos dentes na maxila e mandíbula e pode ser dividido em duas partes: 
	Periodonto de inserção: cemento, osso alveolar e ligamento periodontal (ancoragem do dente no alvéolo)
	Periodonto de proteção: gengiva (recobre)
Cemento, osso alveolar (camada superficial de osso que circunda o alvéolo) e ligamento periodontal têm a mesma origem ectomesenquimal, a partir das células do folículo dentário, e o desenvolvimento deles ocorre simultaneamente. É importante ressaltar também que a fase de raiz, a formação do periodonto de inserção e a erupção do dente ocorrem ao mesmo tempo.
Cemento 
Tecido conjuntivo avascular (depende do ligamento periodontal para se nutrir) e mineralizado que recobre a dentina radicular, tendo como principal função a inserção de fibras do ligamento periodontal na raiz do dente. O cemento é semelhante ao tecido ósseo, porém os fenômenos de reabsorção e neoformação ocorrem com baixa intensidade.
	Matriz orgânica: colágeno I e proteínas não colagênicas (osteopontina, sialoproteína óssea, fibronectina, etc)
	Matriz inorgânica (60%): fosfato de cálcio – não forma cristais de hidroxiapatita
	Células: cementoblastos e cementócitos (dentro da matriz), ambos similares aos osteoblastos e osteócitos
Desenvolvimento: O início do processo de formação do cemento coincide com o início da formação radicular do dente, em que células ectomesenquimais do folículo dentário se diferenciam em cementoblastos. Quando se inicia a fragmentação da bainha epitelial de Hertwig (constituindo os restos epiteliais de Malassez), as células ectomesenquimais do folículo dentário entram em contato com a raiz em formação, pelos espaços que aparecem entre as células. As células ectomesenquimais diferenciam-se em fibroblastos (formação da matriz orgânica do cemento e do osso) e cementoblastos e passam a sintetizar e secretar a matriz orgânica do cemento.
Os fibroblastos se diferenciam primeiro e secretam fibrilas colágenas que formam a maior parte da matriz orgânica do cemento no terço cervical da raiz = 1ª camada de cemento – fibras colágenas extrínsecas. Já os cementoblastos secretam a maior parte da matriz orgânica no terço médio e apical = fibras colágenas intrínsecas.
Tipos de cemento
	Cemento acelular (fibras colágenas extrínsecas): Tem aspecto homogêneo devido à mineralização uniforme e é encontrado terço cervical de todos os dentes, constituída por grossos feixes de fibras colágenas produzidos pelos fibroblastos e se caracteriza por não aprisionar os cementoblastos na matriz.
	Cemento celular (fibras mistas): os cementócitos residem em lacunas individuais , a semelhança dos osteócitos no tecido ósseo. Apresenta maior espessura que o cemento acelular, sendo encontrado nos terços médio e apical. As fibras são oriundas tanto dos fibroblastos quanto dos cementoblastos. 
	Cemento celular (fibras intrínsecas): O cemento de fibras exclusivamente extrínsecas só é possível quando o cemento e o ligamento periodontal já estão formados, ou seja, em casos de reparação ou cicatrização (movimentação ortodôntica ou doença periodontal. 
Células
	Cementoblastos: são responsáveis pela formação da matriz intrínseca do cemento. Tem forma ovalada, com citoplasma basófilo e se assemelham aos osteoblastos. A matriz orgânica é constituída de 90% de colágeno tipo I e a medida que é produzida, vai aprisionando os cementoblastos, que se tornam cementócitos.
	Cementócitos: possuem numerosos prolongamentos que se comunicam com as células adjacentes pelo canalículos. Tem baixa atividade metabólica e sua nutrição depende de vasos sanguíneos do ligamento, pelo
canalículos que se dirigem à porção externa do cemento.
Limite amelocementário
Determina a separação entre coroa e raiz do dente (encontro de esmalte e cemento)
	Borda a borda (30%): 
	Cemento recobre parte do esmalte (60%) = durante a fase de erupção, quando o epitélio reduzido se rompe, permitindo que o cemento cubra parte do esmalte 
	Não encontro de cemento e esmalte (10%): não fragmentação da bainha epitelial de Hertwig, não expondo a dentina a ser coberta pelo cemento
	Implicação clínica: se o paciente tiver recessão gengival a dentina poderá ficar exposta nessa área, constituindo uma região suscetível à sensibilidade dentinária. 
Ligamento periodontal
O ligamento periodontal é um tecido conjuntivo frouxo (pode ser considerado denso não modelado) atravessado por grossos feixes colágenos (feixes principais) que atravessam todo o espaço periodontal, se inserindo no cemento e no osso alveolar. É um tecido não mineralizado e ricamente vascularizado (alta atividade metabólica) e celular, que estabelece a articulação dento-alveolar. Ele amortece as forças mastigatórias e desempenha importante papel na acomodação dos arcos dentários durante os movimentos mastigatórios. Existem além dos feixes principais, feixes acessórios que ligam um feixe principal a outro ou à matriz. 
As extremidades das fibras colágenas presas ao cemento e ao osso sofrem mineralização. Elas são denominadas de Fibras de Sharpey e são importantíssimas por representar a íntima ligação entre dente-osso-ligamento, dando sustentação ao dente.
Estrutura
Células
	Fibroblastos (forma alongada e fusiforme, com núcleo ovoide) em sua maioria: responsáveis pela formação e degradação do colágeno 
	Células indiferenciadas (podem dar origem a novos fibroblastos)
	Restos epiteliais de Malassez (podem formar cistos)
	Células transitórias (sistema imune)
	Osteoblastos e cementoblastos
Matriz celular
Formação das fibras colágenas = renovação e remodelação (fibroblastos)
	Fibras principais: longas e espessas
	Fibras de Sharpey: representam a função de ancoragem desempenhada pelo periodonto de inserção
	Fibras secundárias: orientação irregular
	Fibras oxitalânicas: semelhantes às fibras elásticas (acomodação e amortecimento)
	Substância fundamental
Osso alveolar
Camada delgada de osso que está em contato com o ligamento periodontal e recobre as paredes dos alvéolos. Pode ser chamado de lâmina dura (radiograficamente apresenta maior radiopacidade) e é semelhante a qualquer tecido ósseo. 
Osso basal: corpo da maxila e mandíbula
x 
Processo alveolar: cripta óssea, forma-se devido ao desenvolvimento do dente
x 
Osso alveolar
Periodontite
Gengivite: inflamação do periodonto de proteção (gengiva) = gengiva lisa, brilhante, inchada, sangrante
	Tratamento: profilaxia = escovação e uso de fio dental
Periodontite: evolução da gengivite = doença crônica
	Invasão bacteriana advinda da placa, ocasionando o processo inflamatório, onde todos os componentes do periodonto de inserção são afetados = fibras de Sharpey começam a se soltar e o osso é reabsorvido, evidenciando assim a raiz do dente
	Doença multifatorial: placa aliada á suscetibilidade do paciente
	Tratamento: raspagem do tártaro e enxerto ósseo e gengival

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