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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE ENSINO DEPARTAMENTO DAS ÁREAS ACADÊMICAS IV COORDENAÇÃO DA ÁREA DE MECÂNICA CAYURE DIEGO VASQUES CARNEIRO MATHEUS DANTAS DE OLIVEIRA SAULO SANTOS DE SOUZA ELABORAÇÃO DE UM ALGORITMO PARA CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA E SUA APLICAÇÃO NO DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE AR CONDICIONADO DA BIBLIOTECA DO IFG Goiânia 2016 CAYURE DIEGO VASQUES CARNEIRO MATHEUS DANTAS DE OLIVEIRA SAULO SANTOS DE SOUZA ELABORAÇÃO DE UM ALGORITMO PARA CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA E SUA APLICAÇÃO NO DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE AR CONDICIONADO DA BIBLIOTECA DO IFG Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado ao curso de Engenharia Mecânica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel(a) em Engenharia Mecânica. Área de habilitação: Engenharia Mecânica Orientador: Prof. Msc Ronay de Andrade Pereira Goiânia 2016 ii CAYURE DIEGO VASQUES CARNEIRO MATHEUS DANTAS DE OLIVEIRA SAULO SANTOS DE SOUZA ELABORAÇÃO DE UM ALGORITMO PARA CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA E SUA APLICAÇÃO NO DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE AR CONDICIONADO DA BIBLIOTECA DO IFG Trabalho de conclusão do curso de graduação apresentado à Coordenação da Mecânica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel(a) em Engenharia Mecânica. Aprovado em: ____ de _______ de _____. BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Ronay de Andrade Pereira - IFG (orientador) __________________________________________ Ricardo Vitoy - IFG (avaliador) __________________________________________ A DEFINIR - IFG (avaliador) iii REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CARNEIRO, C. D. V.; OLIVEIRA, M. D.; SOUZA, S. S., (2016). Elaboração de um Algoritmo para Cálculo de Carga Térmica e sua Aplicação no Dimensionamento do Sistema de Ar Condicionado da Biblioteca do IFG. Trabalho de Conclusão de Curso, Departamento de Engenharia Mecânica, Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Goiás, Goiânia, Goiás. CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR: Cayure Diego Vasques Carneiro Matheus Dantas De Oliveira Saulo Santos De Souza ELABORAÇÃO DE UM ALGORITMO PARA CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA E SUA APLICAÇÃO NO DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE AR CONDICIONADO DA BIBLIOTECA DO IFG GRAU / ANO: GRADUANDO EM ENGENHARIA MECÂNICA / 2015 É concedida ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnológica de Goiás permissão para reproduzir cópias deste Trabalho de Conclusão de Curso e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste trabalho poderá ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor. __________________________________________ Cayure Diego Vasques Carneiro __________________________________________ Matheus Dantas de Oliveira __________________________________________ Saulo Santos de Souza iv AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por ter nos permitido chegar até aqui e concluir o curso de Engenharia Mecânica. Ao nosso orientador professor Ronay de Andrade Pereira, pelo incentivo, simpatia e paciência no auxílio às atividades e discussões, disponibilizando seu tempo para total apoio ao trabalho de conclusão de curso. Aos amigos pela cumplicidade, ajuda, companheirismo e apoio nas horas difíceis no decorrer de todo curso. À minha família pelo apoio, paciência, incentivo e suporte que nos trouxeram até esta etapa. A todos que de maneira direta ou indireta colaboraram com este trabalho. v RESUMO A necessidade de uma grande quantidade de fórmulas para se calcular a carga térmica total de uma edificação, a não praticidade e chances de erros no cálculo manual aliada à inviabilidade econômica e complexidade da maioria dos softwares atuais utilizados para esse propósito, tornam o cálculo da carga térmica algo complicado de se realizar. Este trabalho tem o propósito de desenvolver um algoritmo que calcule a carga térmica de uma edificação – essencial na elaboração do projeto de um sistema de ar condicionado, assim como na avaliação e alteração de um sistema instalado. Para isso utilizou-se como principal norteio de referência de literatura a norma NBR-16401 que trata de dimensionamentos de sistemas de ar condicionados. O programa será desenvolvida na plataforma gratuita Scilab, onde o usuário ao executar o programa, será capaz de entrar com o máximo de variáveis possíveis que influenciam no cálculo da carga térmica de uma edificação. Uma vez desenvolvido o algoritmo, este foi posteriormente utilizado para o dimensionamento do sistema de ar condicionado da Biblioteca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Goiânia – que segundo os alunos não oferece condições de conforto adequadas aos seus ocupantes. Para fins de validação do trabalho desenvolvido utilizou-se como ferramenta de comparação de resultados o programa da fabricante de ar-condicionado da Springer® que se encontra disponível no site da empresa. Palavras-chave: Carga Térmica; Algoritmo; Biblioteca; Dimensionamento; Validação. vi ABSTRACT The need to use a large amount of formulas in order to calculate the thermal load of a building, the impracticability and error chances in manual calculation combined with the economic infeasibility and complexity of most current software used for this purpose, make the calculation of the thermal load complicated to make. This work aims to develop an algorithm that calculates the thermal load of a building – essential in the preparation of an air conditioning system project, as well as in the evaluation and modification of an installed system. To do this the NBR-16401 standard was used as the principal reference literature, that deals with dimensioning of an air conditioning system. The algorithm will be developed in the free platform Scilab, where the user will be able to enter the maximum possible variables that influence the calculation of the thermal load of a building. After that, the algorithm was used to size the air conditioning system of the Federal Institute of Education Library, Science and Technology of Goiás, Câmpus Goiânia – which according to students does not offer appropriate comfortable conditions to its occupants. For its applicability, the results of this algorithm was compared to an existing software on the Springer® company website, wich is a company that manufactures air-conditioning. Key-words: Thermal Load; Algorithm; Library; Dimensioning; Applicability. vii LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fatores que Afetam as Cargas Térmicas. ................................................................................ 1 Figura 2: Superfície exposta à radiação solar. ........................................................................................ 6 Figura 3: Trocas de caloratravés de superfícies transparentes ou translúcidas....................................... 7 Figura 4: Proteção solar de paredes opacas. ........................................................................................... 8 Figura 5: Ganho de calor através de parede transparente com proteção externa. .................................... 9 Figura 6: Ganho de calor através de parede transparente com proteção interna. .................................... 9 Figura 7: Interface inicial do programa para cálculo de carga térmica. ................................................ 17 Figura 8: Interface inicial do programa para cálculo de carga térmica. ................................................ 18 Figura 9: Interface do programa para opções referentes à condução e fontes internas. ........................ 22 Figura 10: Interface do programa para opções referentes às paredes, teto e piso do ambiente. ............ 23 Figura 11: Interface do programa para opções referentes à parede externa. ......................................... 24 Figura 12: Interface do programa para escolha de acabamentos para parede montada. ........................ 24 Figura 13: Interface do programa para escolha de alvenaria para parede montada. .............................. 25 Figura 14: Interface do programa para escolha de isolamentos para parede montada. ......................... 25 Figura 15: Interface do programa para escolha de argamassas para parede montada. ......................... 26 Figura 16: Interface do programa para escolha de cobertura para parede montada. ............................. 26 Figura 17: Interface do programa para escolha de madeiras para parede montada. .............................. 26 Figura 18: Interface do programa para definição de números de paredes internas. .............................. 27 Figura 19: Interface do programa que mostra a quantidade de paredes internas definidas - exemplo de ambiente com três repartições (paredes internas). ................................................................................ 28 Figura 20: Interface do programa para definição do tipo de parede interna selecionada pelo usuário - exemplo onde a parede II tem seu tipo especificado. ........................................................................... 28 Figura 21: Esquematização dos tipos de paredes, teto e piso de uma construção civil – exemplo de um edifício. ................................................................................................................................................ 29 Figura 22: Interface do programa para definição do tipo de teto e piso do ambiente. ........................... 30 Figura 23: Interface do programa para definição do tipo de cobertura externa do ambiente. ............... 30 Figura 24: Interface do programa para definição do tipo de cobertura interna do ambiente. ................ 31 Figura 25: Interface do programa para definição do tipo de piso ou entrepiso do ambiente. ................ 31 Figura 26: Interface do programa para exibição das paredes, teto e piso do ambiente. ........................ 32 Figura 27: Interface do programa para inserir dados referentes às pessoas presentes no ambiente. ..... 33 Figura 28: Interface do programa para selecionar o tipo de local referente às pessoas presentes no ambiente. .............................................................................................................................................. 34 Figura 29: Interface do programa para entrar com os dados referentes à iluminação do ambiente. ...... 35 Figura 30: Interface do programa para entrar com os valores de potência incandescente e fluorescente da iluminação do ambiente. .................................................................................................................. 35 Figura 31: Interface do programa para entrar com os valores de potência incandescente e fluorescente da iluminação do ambiente . ................................................................................................................. 36 Figura 32: Interface do programa para entrar com os dados referentes aos equipamentos do ambiente. ............................................................................................................................................................. 37 Figura 33: Interface do programa para entrar com os dados referentes aos equipamentos de escritórios – computadores. ................................................................................................................................... 38 viii Figura 34: Interface do programa para entrar com os dados referentes aos equipamentos de escritórios – impressoras e copiadoras. .................................................................................................................. 39 Figura 35: Interface do programa para entrar com o número de equipamentos presentes no ambiente – exemplo para impressora a laser de escritório, grande – uso contínuo. ................................................ 39 Figura 36: Interface do programa para entrar com os dados referentes aos equipamentos de escritórios – equipamentos diversos. ..................................................................................................................... 40 Figura 37: Interface do programa para entrar com os dados referentes aos equipamentos comerciais – restaurantes e lanchonetes (continua). ................................................................................................. 41 Figura 38: Orientações com insolação (Menu 1). ................................................................................. 45 Figura 39: Elementos constituintes das faixadas (Menu 2). ................................................................. 46 Figura 40: Dados iniciais pedidos pelo elemento vidraça. .................................................................... 47 Figura 41: Fatores solares de vidros sem proteção solar....................................................................... 48 Figura 42: Definição do local da proteção solar. .................................................................................. 48 Figura 43: Fatores solares de vidros com proteção solar interna. ......................................................... 49 Figura 44:Fatores solares de vidros com proteção solar externa. .......................................................... 49 Figura 45: Informações pedidas pelo componente parede opaca. ......................................................... 50 Figura 46: Dados iniciais pedidos pelos elementos opacos. ................................................................. 51 Figura 47: Escolha do material dos elementos opacados. ..................................................................... 51 Figura 48: Fatores solares de acordo com a cor dos elementos opacos. ............................................... 52 Figura 49: Print da tela do Scinotes com alguns dos vetores. ............................................................... 54 Figura 50: Menu 1 (definição do nível de vazão de ar a ser ventilado). ............................................... 55 Figura 51: Menu 2 (definição do tipo de local). ................................................................................... 56 Figura 52: Menu 3 (definição do local). ............................................................................................... 56 Figura 53: Menu 4 (definindo a configuração da distribuição de ar). ................................................... 57 Figura 54: Planta baixa Saguão. ........................................................................................................... 59 Figura 55: Resultadosobtidos - SAGUÃO........................................................................................... 60 Figura 56: Carga Térmica (Saguão) x hora .......................................................................................... 61 Figura 57: Percentual de Cada tipo de carga térmica. ........................................................................... 61 Figura 58: Planta baixa - SALA DE ESTUDO INDIVIDUAL. ........................................................... 62 Figura 59: Resultados obtidos – SALA DE ESTUO INDIVIDUAL. ................................................... 63 Figura 60: Carga Térmica (SALA DE ESTUO INDIVIDUAL) x hora. ............................................... 63 Figura 61: Percentual de Cada tipo de carga térmica - .SALA DE ESTUO INDIVIDUAL. ................ 64 Figura 62: Planta baixa - ACERVO DE PESQUISA. .......................................................................... 65 Figura 63: Resultados obtidos - ACERVO DE PESQUISA. ................................................................ 66 Figura 64: Carga Térmica (ACERVO E PESQUISA) x hora. .............................................................. 66 Figura 65: Percentual para cada tipo de carga térmica - ACERVO E PESQUISA. .............................. 67 Figura 66: Planta baixa - ACERVO DE PERIÓDICOS. ...................................................................... 67 Figura 67: Resultados obtidos - ACERVO DE PERIÓDICOS............................................................. 68 Figura 68: Carga Térmica (ACERVO DE PERIÓDICOS) x hora. ...................................................... 68 Figura 69: Percentual para cada tipo de carga térmica - ACERVO DE PERIÓDICOS. ....................... 69 Figura 70: Planta baixa - SALA DE ESTUDO COLETIVO. ............................................................... 70 Figura 71: Resultados obtidos – SALA DE ESTUDO EM GRUPO. ................................................... 70 Figura 72: Carga Térmica (SALA DE ESTUDO EM GRUPO) x hora. .............................................. 71 Figura 73: Percentual para cada tipo de carga térmica – SALA DE ESTUDO EM GRUPO. .............. 71 Figura 74: Planta baixa - SALA DE MULTIMÍDIA. ........................................................................... 72 ix Figura 75: Resultados obtidos – SALA DE MULTIMÍDIA................................................................. 73 Figura 76: Carga Térmica (SALA DE MULTIMÍDIA) x hora. ........................................................... 74 Figura 77: Percentual para cada tipo de carga térmica – SALA DE MULTIMÍDIA. ........................... 75 Figura 78: Planta baixa – COPA. ......................................................................................................... 76 Figura 79: Resultados obtidos – COPA (T-700 A). .............................................................................. 76 Figura 80: Carga Térmica (COPA T-700 A) x hora. ............................................................................ 77 Figura 81: Percentual para cada tipo de carga térmica – COPA (T-700 A). ......................................... 78 Figura 82: Planta baixa - SALA DE RESTAURAÇÃO. ...................................................................... 79 Figura 83: Resultados obtidos – SALA DE RESTAURAÇÃO E PROCESSAMENTO (T-700 C). .... 79 Figura 84: Carga Térmica (SALA DE RESTAURAÇÃO E PROCESSAMENTO T-700 C) x hora. .. 80 Figura 85: Percentual para cada tipo de carga térmica – SALA DE RESTAURAÇÃO E PROCESSAMENTO (T-700 C)........................................................................................................... 81 Figura 86: Resultado total obtido. ........................................................................................................ 82 Figura 87: Carga Térmica Total x hora. ............................................................................................... 82 x LISTA DE TABELAS Tabela 1: Equipamento selecionado para ambiente SALA DE ESTUDO INDIVIDUAL. ................... 83 Tabela 2: Equipamento selecionado para ambiente SALA DE PROCESSAMENTO E RESTAURAÇÃO. ............................................................................................................................... 83 Tabela 3: Equipamento selecionado para ambiente SALA DE ESTUDO EM GRUPO. ...................... 83 Tabela 4: Equipamento selecionado para ambiente MULTIMÍDIA. .................................................... 83 Tabela 5: Equipamento selecionado para ambiente ACERVO DE PESQUISA. .................................. 84 Tabela 6: Equipamento selecionado para ambiente SAGUÃO............................................................. 84 Tabela 7: Equipamento selecionado para ambiente ACERVO DE PERIÓDICOS. ............................. 84 Tabela 8: Equipamento selecionado para ambiente COPA. ................................................................. 84 Tabela 9: Dados do Saguão – um dos ambientes da Biblioteca do IFG. ............................................... 91 Tabela 10: Dados do Acervo de Pesquisa (T-800 A) – um dos ambientes da Biblioteca do IFG. ........ 91 Tabela 11: Dados do Acervo de Periódicos (T-800 B) – um dos ambientes da Biblioteca do IFG. ...... 92 Tabela 12: Dados da Sala de Estudo em Grupo (T-700) – um dos ambientes da Biblioteca do IFG. ... 92 Tabela 13: Dados Sala de Multimídia (T-700 G) – um dos ambientes da Biblioteca do IFG. .............. 93 Tabela 14: Dados da Sala de Estudo Individual (T-700 D) – um dos ambientes da Biblioteca do IFG. ............................................................................................................................................................. 93 Tabela 15: Dados da Copa (T-700 A) – um dos ambientes da Biblioteca do IFG. ............................... 94 Tabela 16: Dados da Sala de Restauração e Processamento (T-700 C) – um dos ambientes da Biblioteca do IFG. ................................................................................................................................ 94 Tabela 17: Valores de coeficiente de absorção (α) e Emissividade (ɛ). ................................................ 95 Tabela 18: Valores de coeficiente de absorção da radiação solar (α), específico de pintura. ................ 95 Tabela 19: Fator Solar (Str) de vidros. ................................................................................................. 96 Tabela 20:Fator solar das proteções das vidraças (para vidros simples com Str=0,85)......................... 96 Tabela 21: Dados de radiação solar incidente (Ig) sobre planos verticais e horizontais (W/m2). .......... 97 Tabela 22: Dados de radiação solar incidente (Ig) sobre planos verticais e horizontais (W/m2). .......... 97 Tabela 23: Dados de radiação solar incidente (Ig) sobre planos verticais e horizontais (W/m2). .......... 98 Tabela 24: Coeficientes de Transmissão de Calor dos Materiais de Construção (continua). ................ 98 Tabela 25: Diferencial de Temperatura nos Projetos - DT - Baseado na Diferença de 9,4 ºC entre a Temperatura Externa e o Recinto Condicionado. ............................................................................... 100 Tabela 26: Taxas Típicas de Calor Liberado por Pessoas. .................................................................. 101 Tabela 27: Valores Recomendados para Consumo de Energia Elétrica para Iluminação (continua). . 102 Tabela 28: Taxas Típicas de Dissipação de Calor de Equipamentos de Escritório – Computadores. . 103 Tabela 29: Taxas Típicas de Dissipação de Calorde Equipamentos de Escritório – Impressoras e Copiadoras. ........................................................................................................................................ 104 Tabela 30: Taxas Típicas de Dissipação de Calor de Equipamentos de Escritório – Equipamentos Diversos. ............................................................................................................................................ 104 Tabela 31: Taxas Típicas de Dissipação de Calor e Umidade de Alguns Equipamentos Comerciais – Restaurantes e Lanchonetes................................................................................................................ 105 Tabela 32: Vazão eficaz minima de ar exterior para ventilação. ........................................................ 106 Tabela 33: Eficiência da distribuição de ar nas zonas de ventilação ................................................... 107 Tabela 34: Correções para a temperatura externa de projeto em função da hora considerada. ........... 107 xi ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1 1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................... 3 1.1.1 Objetivo geral............................................................................................................... 3 1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 3 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 3 2. Fundamentação TEÓRICA – REVISÃO DE LITERATURA ........................................ 5 2.1 CARGA TÉRMICA DEVIDO ÀS FONTES EXTERNAS ............................................ 5 2.1.1 Cargas de insolação...................................................................................................... 5 2.2 CARGA TÉRMICA DEVIDO ÀS FONTES INTERNAS ........................................... 10 2.2.1. Carga de Condução – Calor Sensível......................................................................... 10 2.2.2. Carga Devida às Pessoas – Calor Sensível e Calor Latente....................................... 12 2.2.3. Carga Devida à Iluminação – Calor Sensível ............................................................ 12 2.2.4. Carga Devida aos Equipamentos ............................................................................... 13 2.3 CARGA TÉRMICA DEVIDO À RENOVAÇÃO DE AR ........................................... 13 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 16 4. RESULTADOS – DESCRIÇÃO E ANÁLISE ............................................................. 16 4.1 PROGRAMAÇÃO PARA O CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA DEVIDA À CONDUÇÃO E FONTES INTERNAS ................................................................................... 18 4.2 PROGRAMAÇÃO PARA O CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA DEVIDA À INSOLAÇÃO ........................................................................................................................... 43 4.3 PROGRAMAÇÃO PARA O CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA DEVIDA À RENOVAÇÃO DE AR ............................................................................................................ 53 4.4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE AR CONDICIONADO DA BIBLIOTECA DO IFG ............................................................................................................ 58 4.4.1 Carga Térmica – Saguão ............................................................................................ 58 4.4.2 Sala de Estudo Individual .......................................................................................... 61 4.4.3 ACERVO DE PESQUISA ......................................................................................... 64 4.4.4 ACERVO DE PERIÓDICOS .................................................................................... 67 4.4.5 Sala de Estudo em Grupo (T-700) ............................................................................. 69 4.4.6 Sala de Multimídia (T-700 G).................................................................................... 72 4.4.7 Copa (T-700 A) .......................................................................................................... 75 xii 4.4.8 Sala de Restauração e Processamento (T-700 C) ...................................................... 78 4.4.9 Carga Total da Edificação (Soma dos Ambientes) .................................................... 81 4.5 EQUIPAMENTOS SELECIONADOS ......................................................................... 83 5. VALIDAÇÃO DO MÉTODO....................................................................................... 85 6. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 86 7. SUGESTÃO PARA TRABALHO FUTURO ............................................................... 88 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 89 APÊNDICE A – TABELAS DE RESULTADOS ................................................................... 91 ANEXO 1 – TABELAS NORMAS ......................................................................................... 95 1 1. INTRODUÇÃO A carga térmica é a quantidade de calor sensível e latente, que deve ser retirada ou colocada no recinto, a fim de proporcionar as condições de conforto desejadas ou manter o ambiente adequado para a conservação de um produto ou para realização de um processo de fabricação (Frota & Schiffer, 2001). Quando a refrigeração se faz necessária, a carga térmica é a soma dos ganhos de calor do ambiente por diferentes meios, como a transmissão entre as paredes por condução, a infiltração, incidência solar e a geração interna que pode ser pessoas, luzes, equipamentos elétricos instalados. A Figura 1 mostra esses fatores responsáveis pelo ganho ou perda de calor em um recinto que se deseja condicionar. Figura 1: Fatores que Afetam as Cargas Térmicas. Fonte: SOBRAL, M. (2009). O cálculo da carga térmica total de um ambiente envolve um grande número de variáveis e constantes a serem aplicados em equações. Muitas vezes, tais variáveis dependem do tempo, como é o caso da incidência solar, por isso, a fim de determinar o calor máximo a ser retirado ou adicionado é preciso realizar um cálculo horário da carga térmica. Devido à quantidade de equações a serem resolvidas, o cálculo manual se torna oneroso e demorado, por isso, a idealização de um algoritmo pouparia todo esforço manual, trazendo rapidez e praticidade ao projeto de refrigeração. Contudo, as indústrias já vêm utilizando softwares para a determinação dessa carga térmica, mas, estes não são gratuitos e nem didáticos. 2 O Scilab é uma ferramenta de fácil utilização, muito difundido no ambiente acadêmico, gratuito e de fonte livre para a computação numérica. Sua biblioteca inclui centenas de funções matemáticas as quais facilitam o equacionamento. Por tais motivos, ele será utilizado na elaboração do algoritmo responsável pelo cálculo do fluxo de calor. Nele será colocado todas as tabelas e fórmulas necessárias e o usuário entrará com as variáveis do processo como; hora, número de pessoas, equipamentos dentre outros. O programa, então, será utilizado para dimensionar o sistema de ar condicionado da biblioteca do IFG Câmpus Goiânia.3 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral Elaborar um algoritmo para cálculo de carga térmica de resfriamento que considere o maior número de variáveis possíveis influenciáveis, com uma interface amigável, intuitiva e sobretudo que ofereça ao usuário acuracidade nos resultados obtidos, utilizando como principal fonte de referência a NBR-16401. O programa deverá considerar as variações de carga térmica a cada hora. 1.1.2 Objetivos específicos Desenvolver o algoritmo na plataforma gratuita do Scilab e utiliza-lo para o dimensionamento do sistema de ar condicionado ideal para a biblioteca do IFG, considerando renovação de ar. Todos os dados influenciáveis na carga térmica para cada um dos ambientes presentes da biblioteca do IFG serão coletados, uma vez dimensionados todos estes, a edificação como um todo será avaliada no que diz respeito a sua carga térmica e vazão total de ar. Porventura o algoritmo, para fins de validação, será comparado com uma fonte confiável de cálculo de carga térmica. 1.2 JUSTIFICATIVA Segundo Dossat (1980), a carga térmica no equipamento de refrigeração, raramente resulta de alguma fonte particular de calor. De preferência, ela é a soma do calor que usualmente se desprende de várias fontes diferentes. Cada uma dessas fontes possui uma importância variável de acordo com cada aplicação. O cálculo da carga térmica envolve uma grande quantidade de fórmulas a serem resolvidas de forma manual. No entanto, esse processo nem sempre é o mais satisfatório com relação à praticidade e a acuracidade, pois, o mercado de engenharia é muito competitivo e para o profissional se sobressair é necessário que os projetos sejam realizados no menor tempo e com a maior confiabilidade possível. Portanto, o intuito deste trabalho é fornecer uma 4 ferramenta gratuita, precisa e eficiente que realize o cálculo da carga térmica de qualquer ambiente. O atual sistema de ar-condicionado da biblioteca do IFG não tem dado conforto térmico adequado aos alunos, principalmente nos meses de temperaturas mais elevadas como agosto, setembro, outubro e novembro. Então, a ferramenta criada nesse trabalho será utilizada para o dimensionamento do sistema de ar condionado da biblioteca. Neste dimensionamento será considerada a renovação de ar, algo fundamental em ambientes com muitas pessoas, para evitar a transmissão de doenças respiratórias. 5 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA – REVISÃO DE LITERATURA O regime ao qual o calor deve ser removido do material ou câmara refrigerada, a fim de produzir e manter as condições de temperatura desejada é chamado carga de refrigeração, carga de resfriamento ou carga térmica (Dossat, 1980). O calor pode ser introduzido no recinto a condicionar por: condução, insolação, dutos, pessoas, equipamentos, infiltração, ventilação. (Creder, 2004). A penetração de ar externo no recinto afeta tanto a temperatura do ar como sua umidade. É comum na prática fazer distinção entre esses dois efeitos. Assim sobre a temperatura denomina-se calor sensível, ao passo que aquele sobre a umidade é denominado calor latente (Stoecker e Jones, 1985). 2.1 CARGA TÉRMICA DEVIDO ÀS FONTES EXTERNAS 2.1.1 Cargas de insolação O sol, por ser uma fonte de calor, quando incide sobre uma edificação provoca aumento da carga térmica dos seus ambientes. O calor recebido depende da intensidade da radiação incidente, das temperaturas dentro e fora do ambiente, da velocidade interna e externa do vento, e também das características térmicas como; condutividade, resistência térmica, absorção e reflexão de calor dos elementos da edificação, esses elementos podem ser classificados em opacos e transparentes ou translúcidos (Frota & Schiffer, 2001). Superfícies Opacas De acordo com Frota e Schiffer (2001), a Figura 2 representa o fluxo de calor que penetra em uma superfície exposta à radiação solar e submetida à diferença de temperatura entre os ambientes que a separa. Frota também afirma que a seguinte equação pode ser utilizada para determinar o fluxo térmico. 6 Figura 2: Superfície exposta à radiação solar. Fonte: Frota e Schiffer (2001), pág. 42 𝑞 = (𝑈 ∗ 𝛼 ∗ 𝐼𝑔) ℎ𝑒 + 𝑈 ∗ (𝑡𝑒 − 𝑡𝑖) (1) Onde: U= Coeficiente global de transmissão de calor (W/𝑚2ºC); 𝑡𝑒= Temperatura do ar externo (ºC); α= Coeficiente de absorção da radiação solar; 𝐼𝑔= Intensidade de radiação solar incidente global (W/𝑚 2); ℎ𝑒= Coeficiente de condutância térmica superficial externa (W/𝑚 2ºC); 𝑡𝑖= Temperatura do ar interno (ºC). A parcela U∗α ℎ𝑒 = 𝑆𝑜𝑝 , se refere ao fator de ganho solar do material opaco, ao passo que U*(𝑡𝑒- 𝑡𝑖), corresponde ao ganho de calor decorrente da diferença de temperatura. Os valores de ɛ (emissividade térmica) e α (absorção térmica) para vários materiais de construção estão expostos na Tabela 17, e a Tabela 18 expõe coeficientes de absorção α em função da cor da parede, a Tabela 21 até a 24 trazem intensidades de radiação solar em função da latitude, orientação cartográfica e mês do ano e a Tabela 34 mostra correções para a temperatura externa de projeto em função da hora considerada. 7 Superfícies Transparentes ou Translúcidas Quando materiais transparentes são expostos à radiação solar e sujeitos a diferença de temperatura dos ambientes que o delimitam, o sistema de fluxo térmico é como o exposto na Figura 3. A equação do fluxo de calor se diferencia da utilizada em elementos opacos pela adição do termo (τ𝐼𝑔), que corresponde à parcela de energia que penetra por transparência. Figura 3: Trocas de calor através de superfícies transparentes ou translúcidas. Fonte: Frota e Schiffer (2001), pág. 43 𝑞 = ( 𝑈 ∗ 𝛼 ℎ𝑒 + 𝜏) ∗ 𝐼𝑔 + 𝑈 ∗ (𝑡𝑒 − 𝑡𝑖) (2) U∗α ℎ𝑒 + τ = 𝑠𝑡𝑟 é o fator de ganho solar da superfície transparente e 𝑈 ∗ (𝑡𝑒 − 𝑡𝑖) trata-se do ganho de calor quando 𝑡𝑒>𝑡𝑖 (Frota e Schiffer, 2001). A Tabela 19 apresenta valores de fator solar para diversos tipos de vidro. Proteção de Elementos Opacos Frota e Schiffer (2001) afirmam que o mecanismo de troca de calor quando colocado um quebra-sol para proteger a parede opaca é como o mostrado na Figura 4, e que a intensidade de fluxo de calor que penetra no ambiente é dado pela Equação 3. Sendo 𝛼∗ o novo valor de absorção da radiação solar que depende do tipo de proteção da parede. 8 Figura 4: Proteção solar de paredes opacas. Fonte: Frota e Schiffer (2001), pág. 45 𝑞 = ( 𝑈 ∗ 𝛼∗ ℎ𝑒 + 𝜏) ∗ 𝐼𝑔 + 𝑈 ∗ (𝑡𝑒 − 𝑡𝑖) (3) Segundo Croiset (1972) citado por Frota e Schiffer (2001, p. 45), 𝛼∗ pode assumir os seguintes valores, com base em experimentos. a) Quebra-sol contínuo vertical, diante de parede vertical: 0,20 a 0,25 b) Quebra-sol contínuo vertical com face externa branca e face interna pouco emissiva, diante de parede vertical: 0,10 a 0,15 c) Cobertura com sombreamento de quebra-sol contínuo: 0,15 a 0,20 d) Cobertura com sombreamento de quebra-sol contínuo com face externa clara, face interna pouco emissiva e material isolante: 0,05 Proteção de Elementos Transparentes ou Translúcidos Frota e Schiffer (2001) compreende que a proteção de elementos transparentes como janelas e paredes de vidro, pode ser interna ou externa, no entanto, com a proteção externa um menor fluxo de calor será transmitido para o ambiente, como pode ser visto nas Figura 5 e 6, pois o vidro funciona como uma estufa quando a proteção é interna.9 Figura 5: Ganho de calor através de parede transparente com proteção externa. Fonte: Frota e Schiffer (2001), pág. 47 Figura 6: Ganho de calor através de parede transparente com proteção interna. Fonte: Frota e Schiffer (2001), pág. 47 A Equação 4 descreve o processo de transmissão de calor quando existe proteção aos elementos transparentes, nesta, U∗α ℎ𝑒 = 𝑠𝑡𝑟 se refere ao fator de ganho solar da proteção do vidro. A Tabela 20 apresenta valores desse fator para diversos tipos de proteção como persianas, venezianas e cortinas (Frota e Schiffer, 2001). 𝑞 = ( 𝑈 ∗ 𝛼 ℎ𝑒 + 𝜏) ∗ 𝐼𝑔 + 𝑈 ∗ (𝑡𝑒 − 𝑡𝑖) (4) ∴ 𝑞 = 𝑆𝑡𝑟 ∗ 𝐼𝑔 + 𝑈 ∗ (𝑡𝑒 − 𝑡𝑖) 10 2.2 CARGA TÉRMICA DEVIDO ÀS FONTES INTERNAS 2.2.1. Carga de Condução – Calor Sensível De acordo com Creder (2004) a expressão geral da transmissão de calor por condução e por hora pode ser expressa, para materiais homogêneos, paredes planas e paralelas da seguinte forma: 𝑞𝑠 = 𝐴 ∗ 𝐾 ∗ 𝐷 𝑥 (5) Onde: 𝑞𝑠 é a taxa de fluxo de calor transmitida em kcal/h; 𝐴 é a área da superfície normal ao fluxo em m2; 𝑥 é a espessura do material em m; 𝐾 é a condutividade térmica do material por unidade de comprimento e unidade de área em kcal em m/(h·m2·ºC); D é a diferença de temperatura entre as duas superfícies separadas pela espessura 𝑥 em ºC. Creder (2004) diz que quando o material não é homogêneo, como, por exemplo, uma parede construída com tijolos, massa e isolamento, a equação toma a seguinte forma: 𝑞𝑠 = 𝐴 ∗ 𝐶 ∗ 𝐷 (6) Onde: 𝑞𝑠 é o fluxo de calor kcal/h; 𝐴 é a área em m2; 𝐶 é a condutância em kcal/h·m2·ºC; D é a diferença de temperatura entre as superfícies em ºC. A transferência de calor do ar a uma superfície, ou vice-versa, se processa por meio da condutância da superfície de contato ou filme (Creder, 2004). A condutância superficial é a quantidade de calor transferido, em kcal/h, do ar para a superfície, ou vice-versa, por metro quadrado e por ºC de diferença de temperatura. Se o fluxo for uniforme, esta transferência pode ser expressa pela fórmula: 𝑞𝑠 = 𝐴 ∗ ℎ ∗ 𝐷 (7) 11 Onde: 𝑞𝑠 é o fluxo de calor kcal/h 𝐴 é a área em m2 ℎ é a condutância superficial em kcal/h · m2 · ºC D é a diferença de temperatura entre a superfície e o ar em contato em ºC Os valores de h, conforme Creder (2004), dependem da cor e rugosidade da superfície, bem como da velocidade do vento, com seus valores médios de: - ar parado = 1,46 a 1,63 BTU/h ft2 · ºF = 7,13 a 7,96 kcal/h·m2·ºC - ar a 12 km/h = 4,0 BTU/h ft2 · ºF = 19,5 kcal/h·m2·ºC - ar a 24 km/h = 6,0 BTU/h ft2 · ºF = 29,3 kcal/h·m2·ºC Para Creder (2004), os cálculos da carga térmica do ar condicionado, usa-se um coeficiente U, mais fácil de ser obtido, medindo-se a temperatura do ar em ambos os lados da superfície. Esse coeficiente é chamado coeficiente global de transmissão de calor e é definido como o fluxo de calor por hora através de um m2 de superfície, quando a diferença entre as temperaturas do ar nos dois lados da parede ou teto é de um grau centígrado. 𝑞𝑠 = 𝐴 ∗ 𝑈 ∗ 𝐷 (8) Onde: 𝑞𝑠 é o fluxo de calor kcal/h; 𝐴 é a área em m2; 𝑈 é o coeficiente global de transmissão de calor em kcal/h·m2·ºC; D é a diferença de temperatura em ºC. Quando se usam vários materiais nas paredes que separam os ambientes, para cálculos mais precisos deve-se utilizar as resistências que cada material opõe ao fluxo. Essas resistências são os inversos das condutividades e condutâncias e são somadas do mesmo modo que resistências em série de um circuito elétrico. A Tabela 24 fornece os coeficientes de transmissão de calor dos materiais de construção (Creder, 2004). A Tabela 34 fornece o diferencial de temperatura usado nos projetos - DT - baseado na diferença de 10º C entre a temperatura externa e o recinto condicionado (Creder, 2004). Se o diferencial de temperatura for diferente de 10° C soma-se à tabela o que exceder deste valor. 12 2.2.2. Carga Devida às Pessoas – Calor Sensível e Calor Latente Todo ser humano emite calor sensível e calor latente, que variam conforme esteja o indivíduo, em repouso ou em atividade. Se submetido à atividade física violenta, o corpo humano pode emitir até cinco vezes mais calor do que em repouso. Considerando que a temperatura média normal de uma pessoa é de 37ºC (98,6°F), verifica-se experimentalmente que quanto maior é a temperatura externa, maior é a quantidade de calor latente emitida, e quanto menor esta temperatura, maior é o calor sensível. Isso pode ser explicado do seguinte modo: o organismo humano possui um mecanismo termostático que, atuando sobre o metabolismo, mantém a temperatura do corpo aproximadamente constante, embora variem as condições externas (Creder, 2004). Se a temperatura exterior é superior a 37°C (98,6°F), o calor é transferido do exterior para o corpo, e isso provoca a transpiração e em consequência a eliminação de vapor d'água pela respiração, adicionando apenas calor latente ao ar. Se a temperatura exterior é inferior a 15,6°C (60°F), a transferência de calor se dá do corpo para o ambiente, porém somente na forma de calor sensível. Entre essas temperaturas externas, ou seja, entre 15,6°C e 37°C, o corpo humano emite calor sensível e calor latente ao ambiente, mantendo constante o calor total (Creder, 2004). A Tabela 26, baseada na NBR-6401, fornece os valores do calor liberado pelas pessoas em função da temperatura e da atividade. 2.2.3. Carga Devida à Iluminação – Calor Sensível De acordo com Creder (2004), temos: Iluminação incandescente: 𝑞 = 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑤𝑎𝑡𝑡𝑠, 𝑒𝑚 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑆𝐼 (9) 𝑞 = 𝑤𝑎𝑡𝑡𝑠 ∗ 3,4, 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑞 é 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝐵𝑇𝑈/ℎ (10) Iluminação fluorescente: 𝑞 = 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑤𝑎𝑡𝑡𝑠 ∗ 0,86, 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑞 é 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ (11) 13 Deve-se levar em conta, no cálculo da carga térmica, que nem sempre todas as lâmpadas estão ligadas na hora que se tomou por base para o cálculo, geralmente na hora em que a carga térmica de insolação é máxima muitas lâmpadas podem estar desligadas. A Tabela 27 fornece os valores recomendados para consumo de energia elétrica para iluminação (Creder, 2004). 2.2.4. Carga Devida aos Equipamentos Os equipamentos presentes no interior de um ambiente condicionado influenciam significativamente no cálculo da carga térmica, uma vez que estes liberam calor e/ou umidade. Logo para se ter um valor mais preciso desta grandeza é necessário saber a quantidade de equipamentos de cada tipo presentes no recinto. É importante lembrar que para cada tipo de equipamento existe uma quantidade específica de calor e umidade liberado, daí a importância de se conhecer todos os equipamentos existentes. As Tabela 28, 30, 31 e 32 fornecem valores médios de calor (sensível e/ou latente) liberados por diversos tipos de equipamentos que podem eventualmente estar presentes no interior de um ambiente. Utilizando esses valores é possível se ter uma noção da quantidade total de calor liberado pelos equipamentos somando-se as contribuições parciais de cada um destes de acordo com suas especificidades. 2.3 CARGA TÉRMICA DEVIDO À RENOVAÇÃO DE AR Um Sistema de ar condicionado tem a qualidade de seu ambiente interno controlado através da renovação do ar exterior e a utilização de filtros. Esta renovação reduz a concentração de poluentes gasosos, biológicos e químicos no ambiente. (ABNT 16401-3, 2008) Paramanter a concentração de poluentes no ambiente interior em nível aceitável, deve- se calcular a vazão mínima necessária de ar exterior em qualidade admissível que deve ser ventilado para o ambiente interno. Esta vazão mínima necessária é definido pela NBR 16401- 3 como Vazão Eficaz. Ela considera a vazão de ar exterior relacionada a pessoas e a vazão relacionada à área ocupada. 𝑉𝑒𝑓 = 𝑃𝑧 ∗ 𝐹𝑝 + 𝐴𝑧 ∗ 𝐹𝑎 (12) 14 Onde: Vef é a vazão eficaz de ar exterior em (L/s); Pz é o número máximo de pessoas na zona de ventilação; Fp é a vazão por pessoa em (L/s); Az é a área útil ocupada pelas pessoas em (m 2); Fa é a vazão por área útil ocupada em (L/s.m 2); Os valores de Fp e Fa são expostos na Tabela 32. O valor obtido para vazão eficaz deve ainda ser corrigido pela eficiência da distribuição de ar na zona. A NBR 16401-3 traz a Equação 13 para sua determinação. 𝑉𝑧 = 𝑉𝑒𝑓 𝐸𝑧 (13) Onde: Vz é a vazão de ar exterior a ser suprida na zona de ventilação; Ez é a eficiência da distribuição de ar na zona conforme a Tabela 33. Esta penetração de ar no recinto, por sua vez, adiciona carga térmica sensível e/ou latente. De acordo com Creder (2004), esta perda ou ganho de calor pode ser calculado através das Equações 14 e 15. 𝑞𝑠 = 0,29 ∗ 𝑄 ∗ (𝑡𝑒 − 𝑡𝑖) (14) 𝑞𝐿 = 1,2 ∗ 𝑄 ∗ 𝐷𝐿 (15) Onde: qs é o calor sensível em kcal/h; qL é o calor latente em kcal/h; DL é a variação de entalpia do calor latente em kcal/kg; Q é a vazão de ar eficaz corrigida em m3/h; te é a temperatura do ar exterior em ºC; ti é a temperatura do ar interior em ºC. Já para Stoecker e Jones (1985), os valores de calor trocado podem ser calculados pelas Equações 16 e 17. 𝑞𝑠 = 1,23 ∗ 𝑄 ∗ (𝑡𝑒 − 𝑡𝑖) (16) 15 𝑞𝐿 = 3000 ∗ 𝑄 ∗ (𝑊𝑒 − 𝑊𝑖) (17) Onde: qs é o calor sensível em Watts; qL é o calor latente em Watts; Q é vazão de ar eficaz corrigida em L/s; W é a umidade absoluta em kg de vapor de água/kg de ar seco; te é a temperatura do ar exterior em ºC; ti é a temperatura do ar interior em ºC. 16 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia a ser utilizada abrange: pesquisa literária em fontes físicas e eletrônicas e recursos computacionais para projeto e programação, como os softwares AutoCAD® e Scilab. Serão inseridas as fórmulas inerentes ao cálculo da carga térmica no Scilab, assim como as tabelas e constantes para a sua resolução. O usuário irá inserir as características do ambiente que deseja saber a carga térmica e o algoritmo lhe mostrará tal resultado. A planta baixa da biblioteca do IFG câmpus Goiânia será desenhada utilizando o AutoCAD® e todos os dados relacionados ao cálculo da carga térmica serão coletados, para que seja feito o dimensionamento ideal do sistema de ar condicionado utilizando o programa desenvolvido. 4. RESULTADOS – DESCRIÇÃO E ANÁLISE Com base na fundamentação teórica exposta no capítulo anterior, foi possível desenvolver o algoritmo proposto com a utilização do software Scilab. O programa possui em seu interior uma biblioteca formada por dados e coeficientes estabelecidos por normas vigentes. O usuário precisa entrar com informações características do ambiente a ser dimensioando como área, pé direito e temperatura interna. Os dados presentes na biblioteca do programa e aqueles inseridos pelo usuário, são utilizados em equações para posteriormente o algoritmo disponibilizar o resultado do cálculo da carga térmica. O programa é dividido em três partes principais e deve ser executado na ordem mostrada na janela inicial, pois as partes são dependentes. O Fluxograma 1 mostra a estrutura geral do algoritmo. Uma vez inicializado o programa, o usuário irá se deparar com a interface inicial mostrada na Figura 7. Nesta etapa do programa são definidos a área ocupada, o número máximo de pessoas e a temperatura interna (conforme norma) do ambiente que se pretende calcular a carga térmica. 17 Fluxograma 1:Estutura geral do algoritimo para cálculo de carga térmica. Fonte: Próprio autor. Figura 7: Interface inicial do programa para cálculo de carga térmica. Fonte: Próprio autor. 18 Uma vez feito isso o usuário será direcionado para o menu principal, onde, deverá entrar com os dados referentes à condução e fontes internas, insolação e ventilação, conforme Figura 8. Figura 8: Interface inicial do programa para cálculo de carga térmica. Fonte: Próprio autor. 4.1 PROGRAMAÇÃO PARA O CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA DEVIDA À CONDUÇÃO E FONTES INTERNAS Para o cálculo da carga térmica devida à condução e fontes internas foi densenvolvido um algoritmo que se fundamenta principalmente na norma NBR-16401. Ao entrar na opção condução e fontes internas, o usuário é solicitado a inserir as informações pertinentes às 19 paredes, piso, teto, pessoas, iluminação e equipamentos do ambiente que pretende calcular a carga térmica. O Fluxograma 2 mostra o desenvolvimento desse algoritmo. Fluxograma 2: Estrutura do algoritmo para cálculo de carga térmica devida à condução e fontes internas (continua). 20 Fluxograma 2: Estrutura do algoritmo para cálculo de carga térmica devida à condução e fontes internas (continua). 21 Fluxograma 2: Estrutura do algoritmo para cálculo de carga térmica devida à condução e fontes internas (continua). 22 Fluxograma 2: Estrutura do algoritmo para cálculo de carga térmica devida à condução e fontes internas (conclusão). Fonte: Próprio autor. A Figura 9 mostra as opções oferecidas pelo programa na etapa condução e fontes internas. A opção 1 refere-se à condução, e nessa opção o usuário irá definir as paredes, teto e piso do ambiente a condicionar. Figura 9: Interface do programa para opções referentes à condução e fontes internas. Fonte: Próprio autor. 23 Uma vez escolhida a opção 1, a interface mostrada na Figura 10 será apresentada ao usuário. Nesse menu ele deverá definir um tipo de parede externa (parede sob insolação) e de um até três tipos de paredes internas (paredes internas a edificação que fazem fronteira com o ambiente). Figura 10: Interface do programa para opções referentes às paredes, teto e piso do ambiente. Fonte: Próprio autor. Entrando com a opção 1 (parede externa), segue a interface da Figura 11. A partir daí o usuário precisa selecionar entre os modelos de paredes aquela que lhe interessa. Caso a opção de parede procurada não esteja no menu, o usuário pode montar a sua própria parede selecionando a opção 5 (montar própria parede). 24 Figura 11: Interface do programa para opções referentes à parede externa. Fonte: Próprio autor. Selecionando a opção 5 as interfaces mostradas nas Figura 12, 13, 14, 15, 16 e 17 serão exibidas. Cada uma dessas interfaces tem por objetivo fornecer ao usuário opções de camadas que constituem a parede a ser montada, sendo estas: acabamentos, alvenaria, isolamentos, argamassas, cobertura e madeiras. Figura 12: Interface do programa para escolha de acabamentos para parede montada. Fonte: Próprio autor. 25 Figura 13: Interface do programa para escolha de alvenaria para parede montada. Fonte: Próprio autor Figura 14: Interface do programa para escolha de isolamentos para paredemontada. Fonte: Próprio autor. 26 Figura 15: Interface do programa para escolha de argamassas para parede montada. Fonte: Próprio autor. Figura 16: Interface do programa para escolha de cobertura para parede montada. Fonte: Próprio autor. Figura 17: Interface do programa para escolha de madeiras para parede montada. Fonte: Próprio autor. 27 O usuário deve selecionar apenas as opções que lhe interessa e em seguida entrar com a opção “sair”. Uma vez definida a parede externa e selecionado a opção 6 (voltar), o usuário deve agora entrar com o número de paredes internas do ambiente (Figura 18) selecionando a opção 2 (parede interna) e logo em seguida definir cada uma dessa(s) parede(s) interna(as) do ambiente. Figura 18: Interface do programa para definição de números de paredes internas. Fonte: Próprio autor. Tendo definido o número de paredes internas do ambiente, deve-se agora definir a constituição dessa(s) parede(s). A Figura 19 mostra a interface apresentada logo em seguida ao usuário. Nesta, dependendo do número de repartições escolhidas, cada uma destas paredes devem ter seus tipos especificados, para isso basta selecionar a parede que se deseja trabalhar e realizar o mesmo procedimento para a parede externa em relação à escolha do tipo de parede (Figura 20). 28 Figura 19: Interface do programa que mostra a quantidade de paredes internas definidas - exemplo de ambiente com três repartições (paredes internas). Fonte: Próprio autor. Figura 20: Interface do programa para definição do tipo de parede interna selecionada pelo usuário - exemplo onde a parede II tem seu tipo especificado. Fonte: Próprio autor. 29 Uma vez definida as paredes externa e interna(s) do ambiente, o usuário deve agora definir o tipo de teto (cobertura externa ou interna) e piso ou entrepiso do ambiente. A diferença entre cobertura externa e interna é que a primeira sofre insolação enquanto a outra não. A cobertura interna é aquela que divide repartições de um ambiente (como em um andar de um edifício). O piso é adotado nesse trabalho como sendo aquele que liga diretamente o ambiente ao chão, não ocorrendo dessa forma trocas de calor via condução. Todavia, entrepiso é aquele que faz divisão entre o ambiente e uma repartição qualquer localizada imediatamente abaixo desta, havendo trocas de calor por condução entre as repartições divididas. A Figura 21 esquematiza esses conceitos. Figura 21: Esquematização dos tipos de paredes, teto e piso de uma construção civil – exemplo de um edifício. Fonte: Blog Concursos para Arquitetos, 2014. A Figura 22 mostra a interface para a definição de teto e piso. O usuário deve definir o tipo de cobertura nas opções 1 ou 2 (externa - Figura 23 ou interna - Figura 24) e na opção 3 o usuário deve definir o tipo de piso ou entrepiso conforme Figura 25. Uma vez definidos esses parâmetros o usuário deve selecionar a opção 4 e voltar para o menu anterior. 30 Figura 22: Interface do programa para definição do tipo de teto e piso do ambiente. Fonte: Próprio autor. Figura 23: Interface do programa para definição do tipo de cobertura externa do ambiente. Fonte: Próprio autor. 31 Figura 24: Interface do programa para definição do tipo de cobertura interna do ambiente. Fonte: Próprio autor. Figura 25: Interface do programa para definição do tipo de piso ou entrepiso do ambiente. Fonte: Próprio autor. 32 Depois de definida as paredes, piso e teto do ambiente o usuário pode agora verificar os dados inseridos selecionando a opção 4 (exibir paredes, cobertura e entrepiso/piso). Uma vez feito isso, uma interface onde exibe todas as paredes, teto e piso é mostrada, conforme um exemplo exposto na Figura 26. Figura 26: Interface do programa para exibição das paredes, teto e piso do ambiente. Fonte: Próprio autor. 33 O usuário deve agora validar esses dados selecionando a opção 5 (validar carga térmica de condução interna). Entrando com essa opção, ele tem acesso à um gráfico que expõe a carga térmica devido à condução interna. Voltando ao menu (condução e fontes internas) e selecionando a opção 2 (dados referentes à carga devida às pessoas) a interface da Figura 27 é exibida. Nesse menu o usuário deve selecionar o tipo de local (opção 1 – Figura 28) e em seguida deve validar a carga devida às pessoas (opção 2 – Figura 29). Figura 27: Interface do programa para inserir dados referentes às pessoas presentes no ambiente. Fonte: Próprio autor. 34 Figura 28: Interface do programa para selecionar o tipo de local referente às pessoas presentes no ambiente. Fonte: Próprio autor. No menu (condução e fontes internas), selecionando a opção 3 (dados referentes à carga devida à iluminação), a interface da Figura 29 é exibida. Nesse menu o usuário escolhe entrar com os valores de potência de luminosidade selecionando a opção 1 (entrar com dados específicos da iluminação) conforme Figura 30 ou selecionar o tipo de local (opção 2 – Figura 31) e em seguida deve validar a carga devida à iluminação. 35 Figura 29: Interface do programa para entrar com os dados referentes à iluminação do ambiente. Fonte: Próprio autor. Figura 30: Interface do programa para entrar com os valores de potência incandescente e fluorescente da iluminação do ambiente. Fonte: Próprio autor. 36 Figura 31: Interface do programa para entrar com os valores de potência incandescente e fluorescente da iluminação do ambiente . Fonte: Próprio autor. 37 Selecionando a opção 4 (dados referentes à carga devida aos equipamentos) no menu (condução e fontes internas) a interface da Figura 32 é exibida. Nesse menu o usuário entra com os equipamentos presentes no ambiente selecionando as opções 1 (Figura 33), 2 (Figura 34), 3 (Figura 36), 4 (Figura 37) e valida a carga térmica devido aos equipamentos selecionados. Figura 32: Interface do programa para entrar com os dados referentes aos equipamentos do ambiente. Fonte: Próprio autor. 38 Figura 33: Interface do programa para entrar com os dados referentes aos equipamentos de escritórios – computadores. Fonte: Próprio autor. 39 Figura 34: Interface do programa para entrar com os dados referentes aos equipamentos de escritórios – impressoras e copiadoras. Fonte: Próprio autor. É importante lembrar que uma vez definido o tipo de equipamento presente no ambiente, o usuário deve inserir o número de equipamentos para cada tipo conforme Figura 38. Figura 35: Interface do programa para entrar com o número de equipamentos presentes no ambiente – exemplo para impressora a laser de escritório, grande – uso contínuo. Fonte: Próprio autor. 40 Figura 36: Interface do programa para entrar com os dados referentes aos equipamentos de escritórios – equipamentos diversos. Fonte: Próprio autor. 41 Figura 37: Interface do programa para entrar com os dados referentes aos equipamentos comerciais – restaurantes e lanchonetes (continua). 42 Figura 37: Interface do programa para entrar com os dados referentes aos equipamentos comerciais – restaurantes e lanchonetes (conclusão). Fonte: Próprio autor.Após inserir todos os dados do menu “condução e fontes internas”, o usuário precisa selecionar a opção 5 (validar carga devida à condução e fontes internas). Nesta opção, é possível visualizar o valor da carga térmica, referente as informações inseridas no item condução e fontes internas. A partir daí o usuário deve prosseguir com a execução do programa selecionando a opção 6 (sair) e entrar sequencialmente com os dados referentes à carga devida à insolação e renovação de ar. 43 4.2 PROGRAMAÇÃO PARA O CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA DEVIDA À INSOLAÇÃO A carga térmica de insolação é um dos principais problemas encontrados pelos projetistas de sistemas de ar condicionado, pois, não existem normas específicas para o cálculo e em muitos casos ela é responsável pela maior parte da carga térmica total do ambiente. A carga de insolação depende da intensidade de radiação solar e essa varia de acordo com a latitude do local, orientação cartográfica, dia do ano e horário, por isso, o algoritmo calcula a carga em quatro datas críticas do ano que são 22 de dezembro, 22 de março, 22 de junho e 22 de setembro nas orientações sul, sudeste, leste, nordeste, norte, noroeste, oeste, sudoeste e horizontal (cobertura). O Fluxograma 3 mostra a estrutura do algoritmo construído para o cálculo da carga térmica de insolação. 44 Fluxograma 3: Estrutura do algoritmo para cálculo da carga térmica de insolação. Cargas de Insolação 2- Sudeste (SE)1- Sul (S) 3- Leste (E) 4- Nordeste (NE) 5- Norte (N) 6- Noroeste (NW) 7- Oeste (W) 8- Sudoeste (SW) 9- Horizontal (Cobertura) D 1- Vidraça 2- Parede opaca 3- Porta de vidro 4- Porta opaca 5- Janela de vidro 6- Janela opaca 7- Superfície opaca 8- Superfície de vidro Espessura do vidro ? Área com insolação ? Possui proteção solar? Escolha o fator solar de acordo com o tipo de vidro Não Interna ou externa ? Escolha o fator solar Escolha o fator solar Sim Interna Externa Área com insolação? Escolha o coeficient e de absorção Espessura do material ? Área com insolação ? Escolha o material ou digite o coeficient e global Escolha o coeficient e de absorção 9- Validação 10- Voltar 10- Validação 11- Voltar D D D D D D D D V V P P V O V O O V O Escolha o coeficient e de absorção Y Fonte: Próprio autor. Na primeira janela desta etapa do programa, mostrada na Figura 38 o usuário especifica as orientações com insolação, uma de cada vez. Após especificar a orientação uma segunda janela é aberta como a exposta na Figura 39, nesta o projetista seleciona apenas os elementos presentes na orientação especificada. 45 Figura 38: Orientações com insolação (Menu 1). Fonte: Próprio autor. 46 Figura 39: Elementos constituintes das faixadas (Menu 2). Fonte: Próprio autor. Ao selecionar um elemento, o usuário deve entrar com as informações pedidas, depois de inseri-las o programa volta à janela mostrada na Figura 39, para ele selecionar outro elemento presente na faixada em questão. Quando o projetista terminar de inserir todos os elementos presentes na orientação, é preciso que ele digite a opção 9 mostrada na Figura 39 para que o algoritmo faça o cálculo da carga de insolação e valide a entrada das informações. Em seguida, o usuário deve digitar 10 para voltar à janela exibida na Figura 38, caso exista outra orientação com insolação esta deve ser selecionada e o processo descrito anteriormente é repetido. Após entrar com os dados de todas as orientações com insolação o projetista precisa digitar a opção 10 mostrada na Figura 38 para o programa realizar o cálculo total da carga de 47 insolação, posteriormente a opção 11 deve ser selecionada para voltar e inserir as outras informações pertinentes ao cálculo da carga térmica. Quando os elementos vidraça, janela de vidro, porta de vidro e superfície de vidro são selecionados o usuário é solicitado a entrar com a espessura do vidro, a área com insolação e o fator solar que depende do tipo de vidro ou da proteção solar, quando o elemento possui esta. Na Figura 40 o programa pede para o usuário digitar a espessura do vidro, a área com insolação e pergunta se o elemento possui ou não proteção solar. Se não apresenta proteção, a opção 1 deve ser digitada e então a janela exposta na Figura 41 é aberta para que o fator solar mais adequado ao tipo de vidro utilizado seja digitado. Caso o vidro apresente proteção solar a opção 2 deve ser a escolhida, com isso o algoritmo pergunta ao projetista onde a proteção se encontra, como mostrado na Figura 42. Se a proteção é interna a imagem da Figura 43 é aberta na tela, caso a proteção seja externa a Figura 44 é exibida ao usuário, em ambas as situações ele deve escolher o fator solar mais adequado à proteção utilizada. Figura 40: Dados iniciais pedidos pelo elemento vidraça. Fonte: Próprio autor. 48 Figura 41: Fatores solares de vidros sem proteção solar. Fonte: Próprio autor baseado em Frota e Schiffer (2001). Figura 42: Definição do local da proteção solar. Fonte: Próprio autor. 49 Figura 43: Fatores solares de vidros com proteção solar interna. Fonte: Próprio autor baseado em Frota e Schiffer (2001). Figura 44:Fatores solares de vidros com proteção solar externa. Fonte: Próprio autor baseado em Frota e Schiffer (2001). 50 Ao selecionar o elemento parede opaca, o algoritmo requer que o usuário entre com a área de insolação e com o fator de absorção de calor que depende da cor externa da parede. A Figura 45 exibe essa situação no programa. Figura 45: Informações pedidas pelo componente parede opaca. Fonte: Próprio autor baseado em Frota e Schiffer (2001). No momento em que os componentes janela opaca, porta opaca e superfície opaca são selecionados, o algoritmo solicita ao projetista a espessura, a área com insolação, o tipo de material e o fator de absorção que depende da cor externa do componente. Inicialmente ele pede a espessura e a área do elemento com insolação como exposto na Figura 46 e, após a inserção desses dados, a janela mostrada na Figura 47 é aberta na tela para a seleção do material do elemento, posteriormente a imagem exibida na Figura 48 é exposta para que o usuário escolha o fator de absorção mais adequado à cor utilizada. 51 Figura 46: Dados iniciais pedidos pelos elementos opacos. Fonte: Próprio autor. Figura 47: Escolha do material dos elementos opacados. Fonte: Próprio autor. 52 Figura 48: Fatores solares de acordo com a cor dos elementos opacos. Fonte: Próprio autor baseado em Frota e Schiffer (2001). Ao selecionar qualquer uma das orientações presentes na Figura 38, o algoritmo mostra ao usuário uma lista com vários componentes de construção, Figura 39, para ele escolher quais estão presentes não orientação selecionada, no entanto, ao entrar na opção 9 ( horizontal), o projetista apenas informa o fator de absorção de calor de acordo com a cor da cobertura. Atualmente uma das principais preocupações na engenharia é a otimização energética. Este programa foi projetado levando em conta esta peculiaridade, pois é muito comum váriosprojetistas de ar condicionado dimensionarem os sistemas considerando uma temperatura de bulbo seco constante ao longo do dia e taxas de insolação pouco precisas devido a grande variação desta. No entanto, a temperatura varia ao longo dia, a temperatura ás 9 horas da manhã é diferente daquela às 14 horas da tarde. A insolação é outra que varia com o horário e, além disso, apresenta valores diferenciados de acordo com a latitude do local e a orientação da superfície com insolação. Este algoritmo leva em conta todas essas características, buscando um dimensionamento mais eficiente e otimizado. 53 4.3 PROGRAMAÇÃO PARA O CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA DEVIDA À RENOVAÇÃO DE AR O algoritmo para o cálculo da parcela de carga térmica devida à renovação de ar consiste na aplicação direta da NBR-16401. Esta norma traz todos os coeficientes necessários para encontrar o valor de vazão, que é chamada de “Vazão Eficaz” (Vef) pelo texto, no qual este será utilizado para determinar tanto a carga devido ao calor sensível quanto o calor latente. O desenvolvimento do algoritmo se baseou no Fluxograma 4. Fluxograma 4: Algoritmo para cálculo de carga térmica devido à renovação de ar. Começar programa Definir o Nível de Vazão Informar a área ocupada Definir o Tipo do Local Definir o Local dentre as opções A opção escolhida está correta? Não Prosseguir para Cálculo (digite 9) A Definir a Eficiência da vazão Informar a temperatura externa (TBS ºC) Informar a temperatura interna (TBS ºC) Informar a umidade absoluta externa (kg vapor/kg ar seco) Informar a umidade absoluta interna (kg vapor/kg ar seco Valor da Carga térmica Sim A Fim Programa Informar a quantidade de pessoas Fonte: Próprio autor. 54 Primeiramente, foi inserido a Tabela 32 no SciNotes na forma de vetores, onde cada coluna do vetor remete a coluna da tabela na seguinte ordem: [ 𝐷 , 𝑁1, 𝑁2, 𝑁3] 𝑣𝑒𝑡𝑜𝑟 = [ 𝑝𝑒𝑠𝑠 𝑚2 , 𝐹𝑝, 𝐹𝑎, 𝐹𝑝, 𝐹𝑎, 𝐹𝑝, 𝐹𝑎,] Para cada local trazido pela tabela existe um vetor com todos os valores de densidade e dos coeficientes “Fp” e “Fa” para cada nível. A Figura 7 mostra um exemplo de alguns vetores criados. Figura 49: Print da tela do Scinotes com alguns dos vetores. Fonte: Próprio autor. Os vetores criados são funcionais apenas para o ponto de vista da programação. Este, não aparece para o usuário nesta maneira já que seus valores são fixos conforme o definido na NBR-16401 e não podem ser alterados. Seus valores são usados nas equações que vêm mais à frente. Para o usuário, as primeiras variáveis a serem definidas é o nível de vazão. Por recomendação da norma, os níveis devem ser decididos pelo cliente. 55 Após exibir na tela do Console um menu com a característica de cada nível, o usuário é perguntado qual destas opções deseja-se escolher, conforme mostrado na Figura 50. Com isso, é definido interno ao código de programação a variável “nível” que, posteriormente, será usada para buscar os valores de “Fp” e “Fa” já que, conforme mostrado na fórmula do vetor, existe um par desses coeficientes para cada um dos 3 níveis. Através do condicional “if” do Scilab, é determinado duas variáveis que farão esta busca dentro de cada vetor. Para o nível 1 se tem as posições 2 e 3 por exemplo, sendo então atribuído estes valores às duas variáveis definidas como “a” e “b”. Figura 50: Menu 1 (definição do nível de vazão de ar a ser ventilado). Fonte: Próprio autor. Após definir o nível que se deseja trabalhar é o tipo de local que se deseja obter a demanda térmica. A NBR-16401 divide esses locais em 8 tipos diferentes, existindo, para cada um desses, um conjunto de diferentes locais. Com isso o usuário recebe na tela as opções possíveis do tipo de local que se deseja trabalhar em um segundo menu. A Figura 51 mostra ainda que neste mesmo menu é possível finalizar o programa ou prosseguir para o cálculo da carga térmica. 56 Figura 51: Menu 2 (definição do tipo de local). Fonte: Próprio autor. Após o usuário definir o tipo de local são dadas as opções de locais propriamente dito referente ao tipo escolhido no passo anterior. Então, a fim de confirmação, é perguntado se o local escolhido está correto. Caso esteja, o usuário recebe novamente o menu 3, mostrado na Figura 52, onde deve ser decidido agora pela opção 7 “Voltar” do menu. Esta opção o leva ao menu 2 para então prosseguir para o cálculo. Desta maneira, o programa só irá iniciar os cálculos uma vez que foi definido o local e escolhido a opção 9 do menu 2, conforme mostrado na Figura 51. . Figura 52: Menu 3 (definição do local). Fonte: Próprio autor. 57 Esta parte da programação é colocada em “loop mode” com o uso da função “while”. Esta função faz com que os menus se repitam até ser decidido pela opção 9 ou 10 do menu 2. Quando isso ocorre, pula-se para a próxima linha fora do bloco da função “while”. Dentro do comando “while” ainda foi usado o comando “case”, sendo cada opção do menu referente a um “case”. Dentro destes, o programa seleciona os valores dos coeficientes “Fa” e “Fp” do vetor que contém os dados e calcula o valor de vazão eficaz pela Equação (12) A próxima etapa para o usuário é definir a configuração da distribuição de ar, que por sua vez determina a eficiência da distribuição de ar na zona de ventilação. De maneira simples, é exposto o menu 4 com as opções de configurações determinado pela norma. Assim como anteriormente, o usuário entra com o número da opção que atende as características do seu projeto. Figura 53: Menu 4 (definindo a configuração da distribuição de ar). Fonte: Próprio autor. Os valores de eficiência referente a cada configuração foram colocados na forma de um vetor coluna, sendo 9 linhas, cada uma referente a uma opção do menu. Quando é definido a opção deste menu, atribui-se esse valor a uma variável que é responsável por fazer a busca do valor de eficiência dentro do vetor. Definir o valor da eficiência permite então que se calcule a vazão eficaz corrigida, definido neste trabalho pela Equação (13). 58 Por último, o algoritmo calcula o calor latente e sensível através das Equações (16) e (17) tendo as temperaturas e umidades absolutas já definidas para cada hora do dia. Essas temperaturas estão definidas na Tabela 09 para a região de Goiânia, que de acordo com o manual consultado, possui uma amplitude térmica de aproximadamente 10 ºC. No caso específico deste trabalho, serão utilizados as temperaturas para a região de Goiânia. 4.4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE AR CONDICIONADO DA BIBLIOTECA DO IFG Como forma de validação, a demanda térmica atual dos ambientes da biblioteca do IFG foi calculada utilizando o algorítmo proposto. Inicialmente os dados presentes nas Tabelas 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 26 do Apêndice A foram inseridos, para que a carga de cada ambiente fosse calculada, pois cada uma dessas tabelas mencionadas mostram os dados específicos de cada ambiente da biblioteca, necessários para o cálculo da carga térmica. Posteriormente as cargas dos ambientes foram somadas para obter o valor total. Todas as paredes escolhidas no programa são do tipo meia vez com tijolo de 10 cm e 25 mm de reboco em cada lado. As vidraças são de 5 mm de espessura do tipo cinza sombra. Algumas dessas ainda possuem proteção como mostram as tabelas citadas acima. Os resultados plotados pelo programa são; carga
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