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Resumo Internacional

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Direito Internacional e das Relações Econômicas Resumo
Prof. Marco Aurélio Moura dos Santos
E-mail: marco.aurelio.santos@fmu.br
Plano de Ensino
Direito Internacional Público:
Contexto Histórico
Sociedade Internacional
Fontes do Direito Internacional
Sujeitos de Direito Internacional
Organizações ou Comunidades
Direito Internacional do Meio Ambiente
Solução de Conflitos
Guerra e Conflitos Armados
Jurisdição Internacional
Direito Humanitário
Direito Penal Internacional
Direito Internacional Privado:
Noções do Direito Internacional Privado
Elementos de Conexão
Contratos Internacionais
Comércio Internacional
Nacionalidade – Lei de Imigração
Direito Constitucional Internacional
Bibliografia:
Direito Internacional Público – Francisco Rezek
Manual de Direito Internacional Público – Hildebrando Acciolly / Paulo B. Casella
Direito Internacional Público – Marotta Rangel
Direito Internacional Privado – Jacob Dolinger
Direito Internacional Privado – Beat Walter Rechsteiner
Direito Internacional Privado – Irineu Strenger
Contexto Histórico – Direito Internacional: criar um denominador comum entre os povos e Estados.
“Genealogia do Direito Internacional”
“Ius Gentium” – Direito dos Povos / Gentes – Direito Romano era somente para os cidadãos romanos (somente os homens) – com as conquistas do Império Romano, surge o Ius Gentium – aplicado àqueles que eram conquistados – tática dos romanos era a aculturação – Pretor Romano aplicava o ius gentium.
“Ius Inter Gentes” – Direito entre os Povos / Gentes – ideia de que havia o direito interno e o direito daqueles que eram apropriados / conquistados – início do Direito Internacional.
Idade Antiga – 4000 a.C. – 476 d.C.
Tratados sobre Conflitos Armados / Conquistas.
Alianças Militares (tratados) – Ramsés II
Tratados para impedir as Invasões Territoriais.
Em razão da deficiência e precariedade nas comunicações surge a necessidade de envio de representantes para solução de conflitos surge a “Diplomacia” (primeira ideia de Diplomacia).
Idade Média ±476 d.C.
Início do Feudalismo / Declínio do Império Romano (ficou muito grande) – Ascenção do Catolicismo
Descentralização Política – Povo, Clero e Nobreza
Cristianismo: denominador comum – textos religiosos, sagrados – conteúdo moral.
Universalidade
Fraternidade
“Igualdade perante Deus”
Gênero Humano
Declínio do Feudalismo surgimento do Absolutismo – relação Igreja e Estado
Mercantilismo Burguesia – nova classe com poder econômico
Idade Moderna
Queda de Constantinopla – era o centro do mundo no momento – início do declínio da hegemonia do catolicismo
“Paz de Westphalia” – Guerra dos 30 anos – Tratados de Paz colocam fim ao conflito religioso entre diversas nações europeias
Colonialismo / Navegações – descoberta de novos territórios e novos povos – Espanha, Holanda, Inglaterra
Francisco Vitória / Suarez – teólogos – relacionamento entre os povos conquistados e a metrópole, reinterpretaram o ius gentium e o ius inter gentes – tratamento destes novos povos.
Hugo Grócio – Tempo de Guerra e Paz – direito à soberania, determinação do território e autodeterminação – interpreta o ius gentium e o ius inter gentes e cria os conceitos de Direito Natural (denominador comum – para todos os povos) e Direito Positivo.
Nações – somente após a Revolução Francesa.
Jeremy Bentham – cria o termo International Law – Direito entre as Nações.
Congresso de Viena de 1815 – povos civilizados, o que criou uma polêmica, pois existiriam povos “não civilizados”.
Guerra somente foi considerada ilegal em 1919 no Direito Internacional, pois antes era política normal de dominação.
Após a II Grande Guerra, o Direito Internacional passa a utilizar como centro a pessoa humana, deixando de tratar somente dos aspectos econômicos e políticos – relação entre os Estados.
Sociedade Internacional
Fundamentos e Normas
Conceito de Sociedade Internacional
Conjunto de atores e sujeitos que operam no Direito Internacional
Atores: são os Estados, Organizações, e Pessoas
Sujeitos de Direitos: ONGs, grupos armados separatistas, grupos terroristas, Santa Sé (sui generis), Cruz Vermelha, Estado Islâmico, entre outros.
ONU: EI é um grupo armado com intenções terroristas.
Fundamentalista. Islamismo – é o Islã político.
Conceito de Direito Internacional Público
Critério dos Sujeitos Intervenientes: Estados, indivíduos, corporações, organizações internacionais e outros que intervêm para que seja tomada uma decisão no Direito Internacional – grupos terroristas e outros.
Critério das Matérias Reguladas: inúmeras – relações entre os Estados (Tratados e Convenções); regular clima (meio ambiente), comércio internacional, matérias sanitárias, doenças crônicas (diabetes, aids, chicungunha), crimes internacionais etc. Direito do Mar, Direito Marítimo, Questões Territoriais, Direitos Humanos (humanitário), Imigrações etc.
Critério das Fontes Normativas: fontes gerais (Tratados e Convenções), princípios...
Características do Ordenamento Jurídico
Descentralização: não existe um poder central. ONU é um órgão global de cooperação entre os Estados – não tem poder central.
Horizontalização: igualdade jurídica entre os Estados e Soberania. Um Estado não pode se intrometer nos outros Estados.
Sanções Políticas, Econômicas, Jurídicas: declarações e resoluções da ONU, retirada de Estado de alguma comunidade (Ex.: suspensão da Venezuela do Mercosul), boicote, embargos, descumprimento de carta da OEA (indenizações, anulações de decisões etc.). Brasil recebeu punição por violência policial e erros judiciários – indenização – OEA.
Sistemas / Relação do DIP e o Direito Interno
Dualista: após a assinatura de um tratado, é transformado em norma interna – Brasil – também faz a constitucionalização dos tratados sobre direitos humanos.
A partir do momento em que assina o tratado, já cria obrigações recíprocas, que devem ser cumpridas. Ratificação pelo Congresso e Decreto Presidencial é para criar o procedimento (norma interna). Neste processo já analisa se há normas contraditórias e as revoga.
Monista: após a assinatura de um tratado não há a necessidade de nenhum procedimento interno – Ex.: França. Não precisa passar no Parlamento para ser transformado em lei. Maior rapidez.
Fundamentos e Normas Cogentes – Direito Internacional tem normas escritas, é positivado – tratados e convenções (normalmente escritos nas línguas dos dois Estados e uma terceira língua). Não há codificação.
“Pacta Sunt Servanda” – os pactos (obrigações) devem ser cumpridos de boa-fé – trazido do Direito Romano.
Boa-fé nas relações internacionais e no cumprimento das obrigações assumidas, em continuação do pacta sunt servanda.
“Jus Cogens” – Art. 53 a 64 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados – junto com a Declaração Universal dos Direitos Humanos é considerada uma norma geral (tentativa de codificação) – é cogente, imperativa (norma geral e aceita pelo Direito Internacional). Trata de como se constrói um Tratado. Estabelece procedimentos, pessoas que podem participar das negociações, princípios gerais de Direito Internacional (não agressão, não intervenção, respeito à soberania, legítima defesa dos Estados, autodeterminação dos Estados etc.).
Normas Imperativas – todos os Estados têm que respeitar.
Regras Gerais – não há a necessidade de assinatura e/ou ratificação, que serão seguidas pela Sociedade Internacional.
Diferente do TPI, que necessitou da adesão de 90 Estados para o início de sua atuação.
Derrogação apenas por normas de mesmo status – jurisprudência de Direito Internacional.
Rol originário das Fontes de Direito Internacional Público
Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça – criou as normas em caráter geral – jurisdição: conflito entre os Estados, entendimento sobre tratados entre os Estados
– somente sobre Estados. Também tem competência consultiva – Ex.: interpretação de um tratado com relação a um caso (entendimento) – parece uma jurisprudência.
Liga das Nações foi criada após a I Grande Guerra e extinta antes da II Grande Guerra. ONU foi criada após a II Grande Guerra, e assumiu todos os documentos da extinga Liga das Nações.
Convenções (multilateral – entendimento sobre temas específicos) / Tratados (em geral bilaterais, com questões específicas; obrigações assumidas entre os Estados)
Costume Internacional – normas que não são escritas, antecedem as normas escritas. Ex.: não agressão; não intervenção nos Estados; respeito à integridade territorial do Estado; boa-fé nas relações internacionais; passagem inocente ou pacífica (mar territorial ou espaço aéreo).
Princípios Gerais de Direito – Ex.: respeitar a coisa julgada, respeitar a lei dos Estados, passagem de estrangeiro, diplomatas, extradição, nacionalidade, identidade (documentação) etc.
Decisões Judiciárias / Doutrina – é uma fonte do Direito Internacional – Ex.: parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de Haia.
Equidade – igualdade entre os Estados.
“a”, “b” e “c” são Fontes Primárias, e “d” e “e” são Fontes Secundárias.
“Soft Law” – tratados comerciais menores (nem todos os Estados Americanos são obrigados a seguir) – também é fonte do Direito Internacional.
Questões:
Conceitue no Direito Internacional atores e sujeitos.
Com relação a sistemas de Direito Internacional e Direito Interno, conceitue as duas teorias.
Do que se trata Jus Cogens (normas cogentes) no Direito Internacional? Exemplifique com uma norma.
Considerando o Estatuto da CIJ, cite e explique suas principais fontes.
Sujeitos do Direito Internacional
Estados: ator do Direito Internacional – sujeito principal – dos Estados surgem as relações internacionais.
Coletividades Interestatais: também é ator do Direito Internacional – sujeitos de direitos e deveres. Ex.: ONU (Carta de São Francisco) – três sedes: EUA, Genebra, Viena –; OEA
Coletividades Não Estatais: não são sujeitos “completos” no Direito Internacional. Detêm algumas características e podem celebrar alguns tratados.
Beligerantes: Ex.: Sandinistas (Nicarágua) – Pacto Andino, 1979; FARCs – grupos armados que tomam parte do território de determinado Estado e se insurgem contra alguma questão (separar, contra ditador, mudar sistema político, fazer revolução etc.). Não difundem o terror. Questões de segurança internacional.
Insurgentes: Ex.: grupos paramilitares; militares boicotando a monarquia no Brasil – insurgem contra o sistema político, nem sempre são armados e não detêm o controle de um território.
Movimentos de Libertação Nacional: Ex.: OLP, Luta para Independência da Argélia
Santa Sé – Tratado de Latrão, 1929 – sujeito de direito internacional – detém características de Estado, mas não é um Estado (não está na ONU) – tem jurisdição sobre seus religiosos; direito canônico, eclesiástico; mas um crime dentro do Vaticano está sob a jurisdição italiana – não tem todos os elementos objetivos de Estado (território, governo soberano, povo).
Soberana Ordem de Malta: ordem criada para ajuda de feridos de guerra – é anterior à Cruz Vermelha.
Cruz Vermelha Internacional: ajuda humanitária em conflitos armados (tem imunidade) – sujeito de direitos.
Sociedades Comerciais: transnacionais, grandes grupos, grandes empresas – muito importantes nas questões econômicas – são sujeitos de direitos.
ONGs: Green Peace, Médicos Sem Fronteiras, ILA (International Law Association).
Indivíduos: após 1945, com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o indivíduo foi introduzido como sujeito no Direito Internacional (dignidade da pessoa humana) – Ex.: responsabilizar os indivíduos por atos de Estado (Ex.: genocídio, crimes de guerra etc. – Direito Penal Internacional).
Estado como Pessoa de Direito Internacional
Elementos Objetivos
Território: garantia dada ao Estado interna e externa, e é onde exerce sua jurisdição – espaço aéreo, mar territorial, plataforma continental – além destes limites é espaço internacional.
Governo Soberano: soberania pode ser por manifestação popular, ou de outra maneira diferente.
Povo: vínculo jurídico com o Estado – direito de nacionalidade – ius solis ou ius sanguíneo – adotados de forma constitucional.
Convenção de Montevidéu sobre Direitos e Deveres dos Estados, 1933
Povoação Permanente: população que tenha vínculo jurídico de permanência.
Território Determinado: história do próprio Estado, Tratados e Acordos relacionados a regiões anexadas.
Governo Autônomo: determina a soberania do Estado.
Elementos Subjetivos:
Governo independente e autônomo na condução dos negócios estrangeiros: reconhecimento do Estado nas relações internacionais.
Existência de autoridade efetiva dentro do território: reconhecida pelo povo.
Necessidade de território delimitado: tratados, convenções, questões históricas.
Direitos Fundamentais do Estado
Exercer sua jurisdição em seu território – sem impedimentos ou ingerência de outros Estados.
Igualdade Jurídica – entre Estados
Independência em relação ao demais
Utilização de bens comuns – mar internacional, Antártida e Antártica. Questões sobre a Amazônia.
Liberdade no comércio internacional – desde que seja uma questão lícita.
Legítima Defesa: ameaças colocadas de forma clara, como no Direito Penal. Conceito da “Paz Armada” – é para demonstrar a força do Estado.
Formação do Estado
Fundação Direta: acontecia no final das navegações – Ex.: Bula Inter Coetera de 1493 – dividia o mundo entre Portugal e Espanha.
Emancipação: desmantelamento dos grandes reinos; emancipação após a 2ª Grande Guerra (Polônia, Áustria etc.).
Separação / Desmembramento: anos 90 – queda do muro de Berlin; queda da União Soviética - USSR (Ucrânia, Bielorrússia etc.). Iugoslávia – desmembramento pela guerra, uso da força armada. Ligado à autodeterminação dos povos.
Reconhecimento de Estado / Governo
Questão complexa – para as relações internacionais é ligada às relações diplomáticas. Se não reconhecer o novo Estado ou Governo, corta as relações diplomáticas e traz de volta o Embaixador e o corpo diplomático.
Extinção do Estado
Ex.: Iugoslávia (desmembramento).
Efeitos da Sucessão dos Estados: três teorias – 1. Tábula Rasa (todos os tratados são extintos, e começa a firmar novos tratados – nascer novamente); 2. Anexação Parcial ou 3. Total (pode manter parcialmente os tratados anteriores, ou pode aceitar todos os tratados).
Quanto aos Tratados
Quanto à Nacionalidade: aqueles que lá residiam mantêm a nacionalidade com vínculo jurídico (autonomia da vontade) – mas têm vínculo com a nação anterior. Na extinção, não haverá mais a nacionalidade anterior. Depende do processo.
Quanto às obrigações financeiras: no desmembramento a questão é complexa (faz rateio entre os novos Estados? Começa de novo e perdoa as dívidas?). Existem tratados que versam sobre as questões financeiras.
Quanto à legislação interna: pode haver revogação total, parcial ou sem revogação (tábula rasa, anexação parcial ou total).
Sujeitos de Direito Internacional
Organizações Interestatais – transferir as funções internacionais de interesse comum dos Estados – podem celebrar tratados e convenções. Ex.: ONU, OEA, Unidade Árabe, Unidade Africana.
Pessoas Jurídicas de Direito Internacional Público criada mediante tratado constitutivo (carta / constituição). Detém personalidade jurídica própria e não se confunde com os Estados membros. Mas podem ter extensão de interesses, como os Estados Unidos e a ONU.
Elementos: composição por Estados (cada estado decide sua participação ou não). Objetivos comuns, multilateralidade (tratado aberto – Estados podem aderir quando bem entenderem), convencionalidade (capacidade de criar normas, tratados e convenções – Ex.: Resolução da ONU), caráter voluntário de associação (pode entrar ou sair quando achar conveniente).
Ex.: União Europeia – surgiu como um bloco econômico
e evoluiu para outras áreas, como livre circulação de pessoas (reduz custos de fronteiras dos Estados), unificação monetária, constituição própria etc.
Competências:
Normativa: regulamentar – emitir normas, políticas globais, barreiras alfandegárias – Ex.: normas da OMS.
Controle: das próprias ações – Ex.: Conselho de Segurança da ONU – imposição de sanções – Ex.: suspensão (Cuba, Honduras).
Operacional: funções específicas; funcionários são das organizações e não dos Estados Membros. Têm personalidade jurídica própria.
Impositiva: imposição das sanções – prevista na própria carta.
Caso Folke Bernadotte – CIJ (Corte Internacional de Justiça), 1948 – era um funcionário de alto escalão da ONU – negociação no Oriente Médio (Israel, Palestina etc.) – foi assassinado nestas negociações.
Responsabilidade por danos causados em serviço das Nações Unidas.
Organizações têm responsabilidade por seus funcionários – personalidade jurídica própria.
Espécies de Organizações:
Integração / Direito Comunitário – são ligadas a comércio, comércio internacional, livre circulação de mercadorias (união alfandegária), livre circulação de pessoas, união comum, união financeira – depois podem se desenvolver para a esfera política (parlamento específico). União Europeia pode impor sanções, inclusive excluir Estados (retirados); devem garantir direitos humanos.
Princípio “non refoulement” – não recusa, não rechaço – devolver as pessoas (refugiados) quando estas podem ter um tratamento muito pior em outro Estado.
Cooperação Política – principal é a ONU – outros exemplos OEA, União Africana.
Cooperação Regional / Política 
ONU – criada pela Carta de São Francisco de 1945 – sedes em Nova York e em Genebra.
Coordenação política. Coordenação entre os Governos. Decisões são feitas de maneira coletiva.
FMI, OMC, OMS, UNESCO, FAU, fundos de reparação de danos.
Organização Global: o país não é obrigado a fazer parte da ONU, porém não há país que não faça parte, somente alguns que não foram ainda reconhecidos. A partir do momento que o país é criado, faz parte da ONU, para ter o direito de voto, além de outros benefícios.
Fundamentos / Princípios:
Cooperação Política
Garantia da Paz
Segurança
Restrição ao uso da força
Desenvolvimento do Direito Internacional
Dignidade da Pessoa Humana – hoje a cruzada é por direitos das minorias, grupos vulneráveis e contra os grupos terroristas.
Órgãos:
Assembleia Geral – caráter deliberativo – o que será importante daqui para frente.
Conselho de Segurança – controvertido – 5 assentos fixos: EUA, França, Rússia, China e Inglaterra; além de 15 assentos não permanentes que são alterados a cada 2 anos – Brasil já fez parte.
Art. 31 – estrutura.
Art. 39 – decide se vai utilizar de força em ameaça à paz; se pode promover ruptura ou ameaça global – por fim decide as medidas que serão tomadas.
Art. 41 e 42 – medidas que serão tomadas. Inclusive rompimento diplomático.
Conselhos Econômico e Social
Secretaria Geral
Mecanismos / Funcionamento
Arts. 39 a 51 – Carta da ONU – Ações relativas a ameaça da paz, ruptura da paz e agressão
Sanções Econômicas / Comunicação
Carta da OEA – tem um ponto interessante: manutenção da democracia. Pacto de San Jose da Costa Rica – Direitos Humanas – Corte Interamericana de Direitos Humanos. Trabalha com questões mais regionais, próprias – democracia, desenvolvimento dos Estados, tráfico de drogas etc.
Unidade Árabe; União Africana – não há organização regional na Ásia
Organizações
Carta / Constituição
Tribunais
Não se confundem com os Estados-membros
OEA – Organização Regional
Elementos:
Os Estados participam voluntariamente, como também podem se retirar. Se não seguirem os princípios, podem ser suspensos ou retirados. Ex.: Venezuela. Na ONU é mais difícil.
As Organizações são multilaterais e seus Tratados são abertos.
Carta da ONU = obrigações “erga omnes” para novos Estados criados, independente da aceitação ou não.
Capacidade de criar Normas:
Resolução da ONU (são inúmeras) – entendimento de caráter global, epidemias, intervenção de paz (Conselho de Segurança), políticas globais.
Estados E Organizações:
Tratados de bitributação – alíquota única para não ocorrer bitributação, união alfandegária para proteger o comércio.
Espécies de Organizações:
Têm personalidade jurídica.
União Política.
União Financeira (bancos) e Monetária (Zona do Euro).
União Europeia – pode estabelecer:
Suspensão, sanções.
Refoulement.
“Non refoulement” – não recusa. Isto é um princípio.
A partir do momento em que é criado o Estado, ele já faz parte da ONU, por conta de um consenso mundial.
Comissão de Direito Internacional.
Relatórios da ONU – recomendações da ONU, são pareceres e não obrigam.
Conselho de Segurança: 5 assentos fixos (EUA, França, Rússia, China e Inglaterra – têm maior poderia bélico) + 15 circulantes.
Ligado à proteção territorial. Tomam decisões conjuntas.
Art. 31, Carta da ONU – fala sobre o Conselho de Segurança.
Art. 39 – ações do Conselho de Segurança, como uso da força no caso de ameaça à paz, se será prejudicada. Decidem as medidas a serem tomadas.
Art. 41 – bombardeios etc., interrupções de relações econômicas para isolar o país em questão, chegando até o fechamento de embaixada.
OEA (1948): Democracia como fundamento, permitindo que se algum país romper este fundamento, pode ser suspenso.
Pacto de San José da Costa Rica: manutenção dos princípios da Carta da OEA. Decidem questões de direitos humanos e princípios, num sistema regional (democracia, desenvolvimento econômico, tráfico de drogas, manutenção da estabilidade dos Estados).
Os sistemas regionais são mais efetivos. Também tem a Corte Europeia, que permite que pessoas físicas denunciem um país por não cumprir acordos.
Corte Interamericana: princípio da convencionalidade – anulação de sentença, pedido de desculpa, indenizações.
Personalidade jurídica das Nações / Do que se trata a convencionalidade das organizações / O que são organizações (3 espécies de organizações) / Princípio da resistência da força no sistema ONU / O que são ações relativas à ameaça da paz no sistema ONU.
Relações Diplomáticas / Consulares
Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas / 1961
Convenção de Viena sobre Relações Consulares / 1963
(São Decretos no Brasil).
O estabelecimento de Relações Diplomáticas entre Estados e o envio de missões diplomáticas permanentes efetuam-se por consentimento mútuo (é imprescindível!).
Funções das Missões:
Representar o Estado acreditante perante o Estado receptor.
Proteger no Estado receptor os interesses do Estado acreditante dentro dos limites do Direito.
Negociar com o Governo no Estado receptor.
Promover relações amistosas.
Informar-se por todos os meios lícitos das condições do Estado receptor.
Classificação do Pessoal:
Pessoal Diplomático
Pessoal Administrativo / Técnico
Pessoal de Serviço
Chefes de Missão:
Embaixadores / Núncios (Igreja)
Enviados / Ministro das Relações Exteriores / Internúncios
Encarregados de negócios = intermediação de acordos comerciais.
Nomeação de Membros que não o Chefe da Missão:
Adidos Militares: pessoas das forças armadas para realizar funções logísticas, estratégia militar de guerra.
Adidos Policiais: retirados da PF para investigar, fazer o operacional.
Diplomata – “agreement” (consentimento).
Cônsul – “exequatur”
Cessação de Funções de Pessoal Diplomático: fechar embaixada, romper relações diplomáticas.
Instalações / Facilidades – Art. 25, CVRD.
CVRD – está ligado às embaixadas – aspecto político. Questões de Estados, contratos comerciais, econômicos, aduaneiros.
CVRC – funções tidas como extensão do serviço público. Documentos, emissão de registros, acompanhamento de nacionais.
Estado Receptor: aquele que recebe, instala embaixada etc.
Estado Acreditante: aquele que envia Cônsul.
Consulado: suporte para nacionais.
Rompimento de Relações Diplomáticas = fecha a embaixada (não
cuida de documentos, poucos serviços consulares), mas o consulado pode permanecer.
Embaixadas / Consulados – local cedido e tem imunidade em relação à jurisdição do Estado onde está (inviolabilidade).
Responsabilidade mútua quanto à segurança física das Embaixadas e Consulados.
Garantias e privilégios: penais, tributários etc.
Art. 3º, Convenção de Viena: consolidação através de missões, com consentimento mútuo.
Estado Acreditante: envia missões.
Carros a serviço do Embaixador também são invioláveis, não podem ser revistados. Diplomatas têm imunidades totais em relação aos cônsules (que têm menos imunidades).
Renúncia às imunidades: feito pelo Estado que o enviou.
Chefes de Missão Diplomática: nomeadas pelo Presidente da República.
Questões burocráticas: 1º, 2º, 3º Secretário, Cônsul.
Embaixador: pode não ter relação com funções diplomáticas.
3º Secretário: função administrativa em algum país. Faz questões mais elementares.
Encarregados de Negócios: questões comerciais, investimentos no país. São negociadores em caráter internacional.
Pessoal de Serviço: não precisa ser brasileiro, nacional. Gozam de privilégios.
Órgãos de Estado nas Relações Internacionais
Chefes de Estado – Arts. 84, 52, 59, CF – guerras, acordos de paz, nomeação de ministros, consular e diplomático.
Ministros | Relações Exteriores.
Imunidades | Privilégios:
Ao Chefe de Estado e aos que realizam atividades internacionais, diplomáticas.
Chefes de Estado: somente em viagem oficial fora do Estado.
Quando Exercem funções próprias de Estado
Diplomatas, Cônsules.
Diplomatas: imunidades maiores, não se sujeitam à jurisdição do território. Alcança a família do Embaixador / diplomata.
Imunidade Penal:
Inviolabilidade: pessoal, bagagem, comunicações, veículos, arquivos, documentos.
Exceções: bagagem incompatível com o serviço oficial.
Imunidade Cível:
Imóveis. Exceção: imóveis particulares não residenciais, e ações de profissionais liberais.
Liberação da obrigação de depor como testemunha.
Imunidade Tributária:
Em relação ao diplomata é total (não paga impostos), e sua família também.
Exceção: imóveis particulares não residenciais, impostos diretos, taxas de serviço.
Cônsul: imunidade relativizada
Não se estende ao pessoal, apenas se for relacionado ao próprio serviço.
Possibilidade de prisão em caso de crime grave.
Sentença penal definitiva.
Imunidade cível por atos realizados no exercício das suas funções.
Ações propostas por terceiros em acidentes.
Ações de funcionários que resultem de contrato realizado por ações fora do serviço oficial.
Imunidade tributária: igual ao Diplomata.
Residência do Cônsul não alcança funcionários.
Resolução 162, CNJ
Estrangeiro preso no Brasil: juízes penais / execução penal, oficiam os consulados – que irão verificar as garantias constitucionais, eventuais (de D.H.).
Direito de Integração
Direito Comunitário
Blocos Regionais: mecanismos criados e formados por Estados com interesses inicialmente ligados ao desenvolvimento econômico. Intenção de melhorar aspectos econômicos e circulação de pessoas.
Ex.: União Europeia.
Direito de Integração: surgiu para remover aspectos negativos da globalização = como as crises regionais.
Estágios da Integração:
Área / Zona de Livre Comércio: liberação de circulação de bens dentro do bloco regional.
União Aduaneira: regras comuns para importações oriundas de Estados fora do bloco. Ex.: Mercosul, Unasul, Alca. Taxa única para importações dentro do bloco. A partir daqui o bloco faz tratados com outros Estados.
Mercado Comum: livre circulação de fatores de produção = questões de fronteira muito mais flexibilizada (menor fiscalização).
União Econômica / Monetária: políticas macroeconômicas, união política. Livre circulação de pessoas, de trabalho dentro do bloco. Ex.: Euro como moeda única. Parlamento legislando.
União Política: coordenação de ações no campo político. União Europeia não chegou a consolidar este processo, pois não há uma única constituição (“Constituição Europeia”) que se sobrepõe às Constituições dos Estados.
Direito Comunitário:
Regula mecanismos de Integração que atingiram estágio de desenvolvimento mais profundo.
Erasmus Mundus: dupla diplomação.
Normas criadas pelos Estados, mas também pelos órgãos comunitários. Legislação do Estado combinado com Legislação Europeia (superior até em relação à legislação dos Estados). Tem que ser harmônica quanto aos Direitos Humanos, Democracia, sob pena de suspensão do bloco.
Aplicabilidade Direta / Superioridade Hierárquica – uma norma criada pela União Europeia, por exemplo, está acima da legislação dos Estados (superioridade hierárquica) – e para isto não é necessária nenhuma norma específica.
Supranacionalidade.
Autonomia.
Fontes:
Tratados / atos celebrados pelos Estados.
Regulamentos / Diretivas.
Decisões / Recomendações.
Pareceres.
Princípios:
Integração – aplicabilidade direta e efeito direto – união da legislação
Primazia – superioridade do Direito Interno.
Aplicação Uniforme e Harmonização – Uniformização de legislações para se harmonizarem às legislações da União Europeia, e os Estados têm que aplicar.
Subsidiariedade e Substituição
Mercosul: fomentar integração dos países menos favorecidos. Ex.: Paraguai.
Alac – 1960
Aladi – 1980
Negociações Argentina / Brasil – 1908
Tratado de Assunção – 1991
MERCOSUL
Membros: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai.
Associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Guiana, Equador, Suriname, Peru – acordo e livre comércio com o Mercosul – agronegócios, soja, leite, carne etc., commodities.
Não precisa ter fronteira para formar Bloco Regional.
Traz desenvolvimento para os países menos favorecidos.
Não há supranacionalidade, nem legislação conjunta (como ocorre na União Europeia).
Cláusula Democrática:
Imposição colocada algum tempo depois aos Estados que compõem o Bloco. O Estado que sofra golpe de Estado, ruptura de instituições, pode ser suspenso e depois retirado. Depois, quando restabelecida a democracia, pode voltar para o Bloco.
Atual Estágio: União Aduaneira.
Protocolo de Ouro Preto: PJ de Direito Público.
Não há supranacionalidade.
Estrutura:
Conselho do Mercado Comum: formado por Ministros da Economia e das Relações Exteriores. Decidem e criam normas, tratados, pareceres, que regulam políticas externas, vistos, permanência etc. Medidas repressivas se infringida a cláusula democrática.
Grupo do Mercado Comum: medidas relacionadas à circulação de produtos.
Comissão de Comércio: fiscaliza as políticas internas dos países.
Secretaria Administrativa
Tem o Parlamento (Parlasul) em Montevidéu, resolve questões aduaneiras.
Controvérsias:
Não se judicializa. Parte-se para Arbitragem (Tribunal Ad Hoc). Se não resolver, vai para o Tribunal Permanente (que tem jurisdição).
Negociações.
Arbitragem (tem uma lista para o Mercosul).
Tribunal Permanente de Revisão (em Assunção).
UNIÃO EUROPEIA – 4º estágio de integração
Histórico:
Benelux – 1944
Conselho da Europa – 1949
CECA – 1951
Tratado de Roma – 1957
Ato Único Europeu – 1986
Tratado de Maastrich – 1992
Composição: 27 Estados.
Estrutura:
Conselho Europeu: decidem sobre questões políticas macroeconômicas na União Europeia.
Parlamento Europeu: aspecto supranacional. Tem representantes de cada Estado, de acordo com a dimensão dele. Regulam questões sobre DH na Europa, acesso à educação, justiça, minorias vulneráveis, imigrantes, xenofobia etc. Discute-se questões Europeias, e não somente de um Estado.
Comissão Europeia: política nacional de inclusão, DH.
Tribunal de Justiça: relacionado à Estados da UE.
Tribunal de Contas: ligado ao Banco Central Europeu.
Se 2ª fase de integração com determinado bloco, este Estado pode fazer tratado com outro bloco.
Capital da UE: Bruxelas.
Tem Supranacionalidade.
Os Estados se subordinam às decisões do Conselho e Parlamento Europeu.
Cidadania Europeia: direitos de circulação, trabalho etc.
Tratados
Convenção
de Viena sobre Direito dos Tratados / 1969
/ 1986 - Organizações
Elementos dos Tratados
Acordo de Vontades / Obrigatoriedade
Forma Escrita
Elaboração por Estados / Organizações Internacionais
Terminologia / Espécies
Acordo de Vontades / Troca de Notas
Ajuste Complementar / Acordo Complementar
Carta / Constituição
Estatuto – OEA, Tribunais Internacionais
Compromisso – tratado assinado por Estados com a utilização de Arbitragem (resolver sobre as obrigações dos Estados).
Concordata – normas da Santa Sé – Direito Eclesiástico – anulação de casamentos religiosos – penalidades ao clero
Convenção – em geral é multilateral e cria normas de Direito Internacional (Tratado Lei)
Convênio – pesquisa científica, cooperação, tecnologia, intercâmbio
Declaração – cria princípios – Ex.: Declaração de Direitos Humanos
Pacto – envolve comprometimento político entre Estados
Protocolo – acordo, tratado adicional, que cria metas de atingimento – Ex.: Protocolo de Kyoto; Acordo de Paris
Classificação
Número de Partes: Bilateral; Multilateral
Procedimento de Conclusão: Solene; Simplificado
Execução: Transitório; Permanente
Natureza das Normas: Tratado Contrato; Tratado Lei
Efeitos: Restrito às Partes; Alcançando Terceiros
Adesão: Abertos – aceitam a entrada de componentes a qualquer momento; Fechados – não admitem a entrada de outros membros.
Condições de Validade
Capacidade – sujeitos de direitos: Estados e Organizações
Habilitação dos Agentes – agentes agindo em nome dos Estados – Chefes de Estado / Governo, Ministro de Relações Exteriores; diplomatas designados para aquela negociação – “Carta de Plenos Poderes” comprova a nomeação do agente.
Consentimento Regular – sem erro, dolo, coação, corrupção
Objeto Lícito e Possível – de acordo com os princípios do Direito Internacional
Processo de Elaboração
Negociação – assinatura com ressalvas, no caso do Brasil – dualista – negociação é realizada pelos agentes habilitados
Assinatura – no Brasil a competência é privativa do Presidente da República
Ratificação – “mensagem” ao Congresso Nacional para que seja iniciada a ratificação – confirmação do tratado assinado
Muitos Estados assinam e não ratificam – mas não deixa de ser fonte do Direito Internacional – “normas costumeiras”
Entrada em Vigor – Decreto (do Presidente), determinando que o tratado seja cumprido por todos os órgãos no Brasil
Registro – na Comissão de Direito Internacional da ONU
Efeitos dos Tratados sobre as Partes e sobre Terceiros
Entrada em Vigor:
Art. 24, § 1º, CVDT (Ius Cogens – Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969 dos Estados e de 1986 sobre Organizações Internacionais) – Data Prevista no Tratado.
Art. 24, § 2º, CVDT – Na ausência de disposição da data, a vigência se inicia com o consentimento dos pactuantes. Ex.: Estatuto de Roma só iniciou suas atividades após um número de ratificações (que foi 60) – Tribunal Penal Internacional.
Boa-fé: Art. 26, CVDT – pois há normas no direito internacional que são cumpridas somente com uso da força, o que é ilegal (dolo, coação, ameaça...)
Inadimplemento dos Tratados: Art. 27, CVDT – pactuantes não podem alegar o direito interno como motivo para inadimplemento das obrigações no tratado.
Aplicação dos Tratados no Tempo
Princípio da Irretroatividade – Ex nunc – em geral não pode haver retroatividade. É a mesma questão do direito penal brasileiro.
Caso:	Convenção contra Tortura / 1984
Lei da Anistia – 6.685/79 – retorno das pessoas exiladas, mas estabelecia uma “auto anistia” aos próprios militares e policiais.
Após 1984, houve indagação na Corte Interamericana se a Lei da Anistia ainda estava vigente, em função da assinatura do Tratado contra Tortura (caso da Guerrilha do Araguaia). O STF reconheceu que a Lei da Anistia era constitucional. Porém a Corte Interamericana considerou que violava a Convencionalidade (obrigação sobre atos do passado – pelo menos descobrir a verdade – Comissão da Verdade).
Resumo – Vigência dos Tratados
Pode ser contemporânea (data prevista no Tratado) ou diferida (consentimento dos pactuantes).
Pode ser por prazo determinado
Pode ser condicionado à cláusula resolutória
Não retroagem / salvo disposição
Não se aplicam à terceiros / salvo disposição
Adesão: Art. 15, CVDT – ato unilateral de Estado ou Organização que prevê o seu cumprimento às normas do Tratado – somente para Tratados abertos.
Alteração / Emendas / Revisões
Art. 40, § 4º, CVDT
Duplicidade de Regimes Jurídicos – Estado pode aderir mediante ressalvas, o que cria este regime dúplice.
Há tratados fechados que não permitem alterações, mas muitos tratados podem sofrer alterações, revisões ou emendas (depende da estrutura do tratado).
Denúncia: retirada do Estado do Tratado – mas há uma “Vacatio legis” de 1 ano.
Reservas Declaração Unilateral da Parte ao assinar / ratificar / aceitar / aprovar tratado ou a ele aderir com objetivo de excluir / modificar efeito jurídico de certas disposições. “Salvaguarda”.
Extinção / Suspensão dos Tratados
É possível mediante acordo comum entre as partes; causa superveniente; conclusão (edição de um novo tratado revogando as disposições do tratado anterior); bilateral: denúncia; impossibilidade do seu cumprimento.
Guerra: motivo de suspensão dos Tratados. Também pode ser de comum acordo.
Denúncia – Art. 56, § 2º, CVDT
 Brasil – Art. 84, VII, CF – ato privativo do Presidente.
Ato unilateral do Estado se retirando do Tratado, mas deve manter seus efeitos por 12 meses.
Processo de Internalização de Tratados no Direito Brasileiro
Negociação: Governo Executivo Federal (Ministério das Relações Exteriores)
Assinatura: Representantes / Nomeados – Carta de Plenos Poderes – Ato Delegatório
Ratificação: Presidente da República mediante autorização do Congresso Nacional Promulgação por Decreto do Presidente da República
MRE (Ministério das Relações Exteriores) PR (Presidente da República) (mensagem) Congresso Nacional.
Posição Hierárquica Normativa dos Tratados
Regra Geral: status de Lei Ordinária Federal (maioria dos Tratados).
Atenção: Tratados em geral não tem competência para regular matéria de Lei Complementar!
Tratados Tributários Art. 98, CTN (status de LC) – normas de tratados se sobrepõem às leis nacionais. Exceção à regra acima.
Processo Civil – Cooperação Judiciária – Art. 13, CPC – envolvem cumprimento de cartas rogatórias, homologação de sentença estrangeira e outros.
Tratados de Direitos Humanos:
Art. 5º, § 2º, CF – supralegal (acima das leis ordinárias, mas abaixo da CF e EC).
Art. 5º, § 3º, CF (EC 45/2004) – tratados com status de Emenda Constitucional.
Conflitos no Direito Internacional
Soluções de Controvérsias
Natureza Jurídica dos Conflitos / Controvérsias – hoje a guerra é um ilícito no Direito Internacional.
Jurídicas: conversas, entendimentos, interpretações ou cumprimento de tratados e convenções; questões de direitos humanos ou humanitário; questões institucionais internas dos Estados (acesso à Justiça).
Políticas: dignidade do Estado, por exemplo, EUA vs. Coréia do Norte; interesses econômicos; interesses políticos; segurança nacional.
Soluções Pacíficas
Meios Diplomáticos – Carta da ONU
Negociações Diretas: mecanismos diretos de soluções de conflitos entre Estados, via Embaixadores – troca de notas, ofícios, entre Chefes de Estados – criando uma solução para a controvérsia. Clemência para nacionais de outros Estados.
Sistemas Consultivos: há um tratado ou acordo entre os Estados – revisões periódicas – há vários sistemas consultivos – Ex.: meio ambiente. Os Estados se reúnem periodicamente para realizar a revisão e solucionar eventuais controvérsias.
Mediações: terceiro (Estado) para solucionar a controvérsia – conversas, negociações – sem indicar solução (o terceiro).
Bons Ofícios: terceiro (Estado) – já existe uma ruptura entre os Estados em conflito – há a necessidade do terceiro para intermediar a negociação e reaproximação.
Congressos / Conferências:
iniciam acordo ou plano de trabalho – iniciativas, entendimentos, resoluções.
Meios Jurídicos – direito internacional para solução de conflitos.
Comissões de Inquérito: averiguar fato e autoria (como no direito interno – CPI). Ex.: caso Fukushima e Chernobyl. Depois, tentar compor um acordo ou tratado.
Conciliação: terceiro (Estado ou Organização) que já traz uma possível solução.
Soluções Arbitrais: pode ser obrigatória (Ex.: Mercosul) ou escolha voluntária dos Estados. Ex.: Estado de São Paulo vs. Alstom – solução não poderia ocorrer somente utilizando a lei brasileira ou a lei francesa.
Soluções Judiciárias
Corte Internacional de Justiça – 15 membros de nacionalidades diferentes – 9 anos de mandato, reconduzível – Haia na Holanda. Apenas sobre obrigações dos Estados.
Decisões: executor é o Conselho de Segurança da ONU.
Competência – Contenciosa / Consultiva (Estados podem solicitar um parecer – criam precedentes).
Tratados
Convenções
Princípios
Usos e Costumes
Jurisdição – somente Estados
Cláusula facultativa de Jurisdição Obrigatória – aceitação da jurisdição da Corte Internacional de Justiça sempre. Brasil não é signatário.
Reino Unido
Canadá
México
Japão
Austrália
Meios Políticos
Instrumento de Solução de Conflitos das OIs: Ex.: ONU coordena a aproximação dos Estados para a solução de conflitos.
Declarações da ONU – com recomendações para solução do conflito.
ONU – Art. 33 da Carta da ONU – funções do:
Conselho de Segurança
Assembleia Geral
Art. 2º, § 7º da Carta da ONU – Impedimento / Interferência sobre assuntos da Jurisdição Interna dos Estados.
Meios Coercitivos de Solução de Controvérsias (não bélicos) – quando não foi possível chegar em uma solução pacífica. Estado vs. Estado. São meios legítimos.
Retorsão ou Retaliação (reciprocidade) – resposta a ato ilícito do agressor. Ex.: circulação de pessoas e bens; vistos de entrada; questões comerciais; rechaço a produtos nacionais etc. “Lei de Talião” no Direito Internacional.
Represálias – trata-se de autotutela em resposta a violações anteriores. Já houve uma violação anterior que não foi solucionada pacificamente. Questões comerciais, sobretaxa, protecionismo etc.
Ex.: sequestro de bens e valores, interrupção de relações comerciais, retirada de privilégios, denúncia de tratados.
Ex.: caso Brasil vs. EUA (algodão). Subsídio muito alto para o algodão americano – Brasil criou uma sobretaxa à importação deste produto.
Bloqueio Pacífico – impedimento de circulação de veículos / pessoas. Ainda não há a declaração de guerra. Ex.: antes da Guerra das Malvinas – Inglaterra bloqueou nos seus portos as embarcações de bandeira argentina (não podia sair dos portos).
Boicote – Ex.: EUA vs. Cuba 1962 – não podia comprar nem vender nada para Cuba.
ONU vs. África do Sul 1984 – Apartheid – regime considerado ilegal. Suspensão de envio de produtos e ajuda ao país.
Sempre unilateral – um Estado para o outro.
Rompimento de Relações Diplomáticas – medida bastante coercitiva – pode continuar mantendo relações consulares. Retirada da Embaixada.
Exclusão de Bloco Regional / OIs – Ex.: Venezuela – descumprimento de obrigações nos tratados – suspensão na OEA.
ILEGAL – Embargo – sequestro / expropriação de bens. Ex.: Pirataria, corsários. No passado era legal, para ressarcir os cofres do Estado.
Direito da Guerra e Neutralidade
Noção de Guerra
Protocolos I / II – Convenção de Genebra 77 – conceito do que é o conflito com o uso da força no exercício da autodeterminação dos povos – defesa, evitar dominação do colonialismo, invasão de estrangeiros e luta contra o racismo.
“Da Guerra” – Carl von Clausewitz – General Alemão – considera a guerra um ato político – imposição da vontade de um sobre o outro mediante o uso da força.
Jus ad Bellum – Direito de Promover a Guerra
No passado meio lícito / justo – se houvesse um conflito (território; entendimento sobre tratado; outros) entrava em guerra – o vencedor tinha o direito de impor a sua vontade. Contratar corsários (piratas) para pilhagem.
Na atualidade:
Licitude apenas na Legítima Defesa do Estado (território e integridade do povo, espaço aéreo, tratados, segurança nacional – diferença entre self defense e legítima defesa) e em ações aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU (deve ter aprovação unânime) – são guerras lícitas. Manutenção da Paz – choque moral com relação à legitimação de guerra para manter a paz.
Jus in Bello:
Normas aplicáveis durante os conflitos armados – tanto para civis quanto para militares.
Direito de Guerra / Haia – não atacar civis, não atacar instalações que não são militares – crimes de guerra; crimes contra a humanidade; genocídio – responsabilizar militares que atacaram civis, instalações civis.
Direito Humanitário / Genebra – questões humanitárias – evitar sofrimento desnecessário.
Proscrição da Guerra
Mecanismos de Segurança e Manutenção da Paz
1919 – Pacto das Nações – fim da I Guerra Mundial – uso de tecnologia; bombardeiros etc. – mudança de paradigma – Estados devem privilegiar as soluções pacíficas de controvérsias – a Guerra não pode mais ser a principal forma de resolução de controvérsias.
1928 – Tratado de Renúncia à Guerra (Pacto de Paris – Briand Kellog) – diferente de 1919 – os Estados deveriam renunciar à Guerra.
1945 – Carta da ONU – após a II Grande Guerra Mundial.
Proibição da Guerra – não é questão de renúncia ou privilegiar soluções pacíficas, é proibição mesmo, mas com 2 exceções: legítima defesa ou ações aprovadas pelo CS ONU. Momento da Guerra Fria (Estados se armam para não haver guerra).
Uso da força na legítima defesa – deve haver o ataque inicial. Não pode ser preventivo.
Arts. 39 a 51 da Carta da ONU – intervenção para manutenção da paz e ameaça à segurança – ação coordenada pelo CS ONU.
1998 – TPI (Tribunal Penal Internacional) – Estatuto de Roma – Crime de Agressão – guerra sem a legítima defesa ou ação coordenada pelo CS ONU – guerra “gratuita”.
Princípios aplicáveis à Guerra:
Em Razão da Pessoa – não pode atingir população civil tipificação de crime pelo TPI – responsabilização da pessoa que aprovou ou determinou a ação.
Em Razão do Lugar somente pode atingir alvos militares – não atingir civis – destruir arsenais militares.
Em Razão das Condições criar condições gravosas – armas químicas, biológicas e nucleares – que aumentem a possibilidade de destruição.
Tratados:
1968 – TNP – Armas Nucleares – Estados não deveriam proliferar os seus arsenais.
1967 – Tlatelolco – América Latina – Estados se comprometeram a não desenvolver armas nucleares.
1976 – Armas Biológicas – não criação de armas biológicas – epidemias, gás asfixiante. Ex.: gás sarin.
1991 – Modificação Ambiental – Ex.: guerra do Vietnã – vietcongs se escondiam nas florestas densas – agente laranja que faziam as folhas caírem. Depois usavam napalm.
Neutralidade:
Inviolabilidade Territorial – Direito à Neutralidade – Ex.: Suíça na II Guerra. Um dos direitos é a inviolabilidade territorial, caso contrário é Crime de Agressão.
Comércio com os combatentes – pode realizar comércio.
Tribunal Penal Internacional
Estatuto de Roma / 1998 – jurisdição não é somente em tempo de guerra. Demorou muito para acontecer.
Paz pelo Direito (1944) – Hans Kelsen – Crimes de Guerra, para trazer a paz – já falava em jurisdição internacional.
Exemplos anteriores: Tribunal de Nuremberg ou Tribunal de Tóquio – definiu crimes (tipificação) para serem aplicados aos fatos que aconteceram na II Guerra. Muitos doutrinadores são totalmente contra, porque criou o crime para alcançar fatos que aconteceram no passado. São Tribunais de Exceção. Julgaram oficiais.
Diferente de Tribunais Ad Hoc (criados pela ONU em função das condições dos Estados – ou solicitação dos mesmos) – mas estes julgavam com base nas leis nacionais (já existiam no momento que ocorreram os fatos) – Serra Leoa; Ruanda; Iugoslávia etc.
18 juízes com mandato de 9 anos – sem recondução. Normalmente o juiz trabalha em somente 1 caso, pois são longos e demorados.
Há
a Promotoria, que faz parte do TPI e são designados pelos Estados.
Quem pode iniciar os processos: Estados, CS ONU, Promotoria (Procurador) – Inquérito, investigação preliminar.
Primeiro caso: Lubanda Dillo – exército de crianças.
Início das Atividades: 2003 / Dec. 4388 de 2002 – precisava de um número de países que ratificassem o Estatuto de Roma (perto de 60 Estados).
Sede: Haia - Holanda
Número de Estados que adotam a Jurisdição do TPI: 121 Estados
Princípios:
Complementariedade:
Estados têm primazia de Jurisdição, mas pode o TPI atuar após o esgotamento de medida nacional. Estados, quando ocorre o Genocídio ou outro crime grave, não tem estabilidade, imparcialidade ou lei penal para julgar estes crimes (crimes de grande repercussão). Não somente o crime, mas o plano do crime (intenção).
Estado não membro pode pedir, aceitar ou submeter-se à jurisdição do TPI.
Ne Bis in Idem / Art. 20 – não pode a pessoa que já respondeu a processo (pode ter sido absolvida), responder pelo mesmo crime no TPI, mas há uma exceção – erro judicial ou corrupção (precisa ter provas).
Responsabilidade Individual: somente julga indivíduos e não Estados.
Legalidade / Vedação de Analogia: tipificação bem fechada.
Imprescritibilidade: crimes são imprescritíveis.
Anterioridade da Lei Penal: ou somente para beneficiar o réu. Irretroatividade da Lei Penal.
Exclusão de Menores de 18 anos
Irrelevância da Qualidade de Oficial: em geral são pessoas que ocupam cargos com imunidade que são julgados no TPI. Estas imunidades não são consideradas no TPI. Ex.: Omar al Bashir.
Crimes:
Art. 6º - Genocídio (5) – grupo nacional, étnico, político ou religioso submetido a extermínio ou morte; condições físicas ou psicológicas degradantes; esterilização em massa de grupos; transporte de crianças de um Estado para outro; estupro coletivo, perseguição de grupos (gênero, desaparecimento de pessoas, apartheid).
Art. 7º - Crimes contra a Humanidade (violação da Convenção de Genebra).
Art. 8º - Crimes de Guerra
Art. 8º, bis – Crimes de Agressão – ligada à guerra declarada ilegal – sem legítima defesa ou sem aprovação do CS ONU.
Penas:
Privativa de Liberdade – 30 anos – pode ser cumprida no Estado de Origem.
Perpétua – nunca houve.
Perda de Bens / Reparação de Danos – principalmente nos crimes contra a humanidade.
Brasil / TPI
Art. 5º, § 4º, CF – Brasil se submete ao TPI, mas não há tipificação dos crimes, exceto o genocídio.
Entrega de Nacionais
PL 4038/2008 – ainda não andou – tipifica os crimes que são julgados no TPI.
Direito Internacional Econômico
Direito Público – princípios, regras e objetivos. Diferente do Direito Econômico Internacional – OMC.
Estados perceberam que a questão econômica era mais preponderante que as questões políticas.
Perspectiva Histórica:
Desenvolvimento espontâneo do comércio
Mercantilismo (séc. XVII) – Estado tem uma “mão” econômica – Comércio e Ordem Econômica como mais uma questão política dos Estados. Intervenção Estatal forte.
Liberalismo Econômico (séc. XIX) – grandes empresas que já eram transnacionais (até com sede fora do país de origem) – Estado que era muito grande, deveria reduzir o seu intervencionismo – Estado mínimo (recuo estatal).
Intervenção Estatal (1920/30) – Primeira Guerra Mundial – desmantelamento dos impérios; luta por mercados internacionais – vertente econômica.
Especulação financeira – crash de 1929 – nova política, novas constituições (regulando atividade econômica do Estado, buscando desenvolvimento social). Volta do intervencionismo estatal.
Marco Inicial do Direito Internacional Econômico
1944 – Acordos Bretton Woods – Direito Internacional deveria regular a questão econômica, que era o calcanhar de Aquiles, gerando as grandes guerras.
Regulamentação do Comércio Internacional
Desenvolvimento Econômico
Estabilidade Financeira Mundial – criação de órgãos para regulamentação
Criação do FMI (questão monetária – impõe projetos para os Estados que são abastecidos pelo fundo – regular atividade econômica – forte interferência na imposição de mecanismos) / BIRD (Banco Mundial – recuperação da Europa; hoje, projetos sociais)
NOEI – Nova Ordem Econômica Mundial – igualdade entre os Estados no aspecto econômico – maior soberania dos Estados nas questões econômicas.
1964 – UNCTAD – United Nations Conference on Trade and Development
1974 – Resoluções 3201/3202 – Carta dos Direitos e Deveres Econômicos dos Estados
Neoliberalismo – anos 90 – liberalismo econômico com políticas sociais nas questões definidas pelos próprios Estados.
Brasil – desregulamentação – venda de empresas de vários setores para empresas privadas, com contrapartida de investimentos em tecnologia no país (telefonia, internet e outros).
Aspectos Gerais do Direito Internacional Econômico
Instabilidade / mutabilidade da ordem econômica – perfil do mercado, com altos e baixos, sendo normal em função do próprio mercado. Instabilidade e mutabilidade é uma regra.
Mecanismos mais ágeis para solução de controvérsias – “soft law”, convenções quadro, recomendações, resoluções da OMC, UNCTAD. Auto-regulamentação dos mercados.
Flexibilidade de normas – “soft law” (criam programas – recomendações)
Papel do Estado limitado – mas ainda atuante.
Forte participação privada na regulação e solução de controvérsias
Normas elaboradas pelas organizações internacionais – normas não vêm dos Estados, mas das organizações.
Redução de Barreiras Comerciais – grande recomendação – questão antidumping; imposição de normas alfandegárias e outras.
Princípio da Igualdade relativizado
Proibição de Práticas Comerciais discriminatórias
Direito Internacional Privado
Características:
Ramo do Direito (não é ramo do Direito Internacional especificamente). Direito Nacional com conexão internacional.
Regulamenta conflitos de leis no espaço: basicamente. Complexo, pois regula conflito de leis no espaço. Qual lei aplicar? Empresas de diferentes países, qual lei aplicar (nacional ou estrangeira)? Também regime de bens – pais de nacionalidades diferentes, com bens em diversos países, como fazer? Guarda de filhos?
Norma indicadora do preceito jurídico nacional aplicável a uma relação privada com conexão internacional.
Exceção do Princípio da Territorialidade – pode ser utilizada lei estrangeira para solucionar o conflito. Ex.: Lex Mercatória – lei de um terceiro estado, considerando a autonomia da vontade. Muitas vezes depende do que está definido no contrato, ou onde deve ser executado o trabalho, ou onde aconteceu o ilícito etc.
Obrigatoriedade de aplicação de Direito Estrangeiro quando assim indicado – comum em contratos.
Elementos de conexão definidos pelo próprio ordenamento estatal – questão de domicílio, onde aconteceu o delito, onde deve ser executado, questões da personalidade etc.
Fontes: Interna com repercussão externa, e Internacionais.
Objeto do Direito Internacional Privado:
Disciplinar a solução de conflitos de leis no espaço, indicando a norma, nacional ou estrangeira, aplicável à situação concreta.
Regular questão pessoal de interesse internacional – vistos, permanência, contrato de trabalho (proteção do Direito de Trabalho), nacionalidade e outros.
Tutelar o reconhecimento de direitos adquiridos no exterior – questões de ordem pública, permanência no território e outros.
Fontes:
Lei – Fonte Primária
LINDB – 12.376/10 – Arts. 7 a 19.
CPC/15 – Cooperação Jurídica internacional em matéria de processos, cumprimento de sentenças, rogatórias (carta de ordem) etc. Ex.: rogatória – Ministério da Justiça.
Lei de Arbitragem – 9.307/96.
Regimento STJ – Arts. 216-A a 216-X (EC 45/04) – sentença é traduzida, para ser executada.
Tratados:
Código de Bustamante / 1928 – caiu em desuso, mas ainda está vigente.
Conferência da Haia / 1951 – Ex.: Caso Sean – a decisão sobre a guarda deve ser decidida no país em que a criança foi subtraída (retirada). Determina qual é a Jurisdição no caso concreto. Estabelece caminhos para a solução de conflitos de leis
no espaço. Trata de reconhecimento de sentença estrangeira, direitos adquiridos, vistos, aquisição de cidadania, repatriação de bens etc. Ex.: dívida de jogo nos EUA – sentença pode ser executada no Brasil.
Costumes
Atos das OIs (Organizações Internacionais).
Soft Law
Demais Fontes
Conflitos de Leis no Espaço
Objeto de conexão – matéria ou instituto jurídico ao qual se refere a norma. Ex.: direitos de família, obrigações etc.
Elemento de conexão – critério que determina o direito aplicável à matéria (caminho para a solução do conflito). Ex.: domicílio, nacionalidade etc.
Elementos de Conexão
Estatuto Pessoal (aplica-se a lei domicílio – Arts. 7º, §§ 1º, 3º e 4º; 8º, §§ 1º e 2º; 10, caput; 12, LINDB), Domicílio (Lex Domicilii). Principal elemento de conexão é o domicílio de quem reclama o direito. Família, personalidade, estado civil, sucessões.
Nacionalidade – aplica-se aos conflitos de leis a norma do Estado de Nacionalidade de uma das partes. Arts. 7º, § 2º e 18, LINDB. Ex.: casamento – proclamas.
Lex Fori – aplicável a lei do lugar do foro, ou seja, a norma do lugar onde se desenvolve a relação jurídica.
Lex Rei Sitae – incide a norma do lugar onde a coisa está situada. Arts. 8º; 10, § 2º; 12, § 1º, LINDB. Art. 5º, XXXI, CF. Art. 7º, caput; 8º, §§ 1º e 2º; 10, caput, LINDB com exceções a critério.
Lex Loci Delicti Comissi – lei do lugar onde foi cometido o delito.
Lex Loci Executionis – lei do lugar de execução (do contrato de trabalho, por exemplo) – Súmula 207, TST.
Lex Loci Contractus – Art. 9º, caput, § 2º, LINDB. Lei que rege o contrato.
Caso ainda não foi possível solucionar, utiliza-se a Autonomia da Vontade – partes decidem qual lei deve ser utilizada.
Noções e Preceitos do Direito Internacional Privado
Ordem Pública – Impedimento à aplicação de Direito Estrangeiro quando desrespeitam à ordem pública nacional (soberania, bons costumes) – Art. 17, LINDB. Ex.: poligamia – muçulmano não pode invocar o direito brasileiro para romper “seus casamentos” (rompe a ordem pública).
Fraude à Lei – alteração de elemento de conexão para estabelecer benefício legal. Ex.: muda o domicílio para não se obrigar com um tributo.
Reenvio – Art. 16, LINDB – proibido na legislação brasileira. Procedimento que remete o conflito para uma lei estrangeira (outra jurisdição), que remete para outra lei estrangeira (terceira jurisdição) por outro elemento de conexão.
Qualificação – significa adequar um caso concreto a uma especialidade do direito pertinente (Ex.: família, obrigações). Juiz brasileiro pode aplicar o direito estrangeiro, mas o processual é brasileiro (lex fori).
Aplicação de Direito Estrangeiro
Cabe à parte que invocar o direito estrangeiro trazer aos autos a prova de seu teor e vigência. Porém, o processo é sempre regido pela lei processual brasileira (lex fori).
Limites de Competência Nacional em Processo Civil
Art. 21, CPC – competência relativa.
Domicílio do réu.
Obrigação a ser cumprida no Brasil.
Fato ou ato ocorrido no Brasil.
Art. 22, CPC – processamento / julgamento – competência relativa.
Alimentos
Domicílio do Credor.
Réu com vínculos no Brasil.
Consumo – domicílio / residência no Brasil.
Eleição de Foro (expressa ou tácita).
Art. 23, CPC – Competência exclusiva.
Imóveis situados no Brasil.
Sucessão – inventário e partilha de bens situados no Brasil.
Divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável – partilha de bens situados no Brasil.
Art. 24, CPC – ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência.
Homologação de Sentença Estrangeira
Decisões passíveis de Homologação – STJ
Acórdãos
Sentenças cíveis, penais, trabalhistas etc.
Decisões de órgãos judicantes de outros poderes (tem efeito jurídico – Ex.: Prefeito no Japão pode celebrar casamento; Dinamarca – Rei pode celebrar casamento.
Decisões Arbitrais (Acordos Arbitrais e outros)
Cartas Rogatórias – STJ
(Decisões Interlocutórias – cumprimento de diligências)
Citações
Intimações
Oitivas
Sistemas de Homologação – Art. 15, LINDB
Revisão de Mérito – alguns países (novo julgamento) – até 1928 era comum, pois não haviam as Convenções de Cooperação Judiciária. Ex.: Oriente Médio.
Reciprocidade – maioria dos países. Estados têm Acordo de Reciprocidade.
Delibação (Brasil e maioria dos países) – não verifica o mérito da sentença, somente os aspectos formais (juiz competente, citação válida das partes, revelia, trânsito em julgado, formalidades para execução, tradução da sentença).
Após homologação Carta de Ordem (para execução na Justiça Estadual ou Justiça Federal).
Homologação de decisão nacional via Ministério da Justiça.
Pontos para Prova Regimental:
Fontes de Direito Internacional Público
Sujeitos de DIP
Direito dos Tratados
Solução de Conflitos / Guerra
Elementos de Conexão – DIPr
LINDB / CPC Arts. 21 a 26.
Noções, Preceitos (Reenvio, Ordem Pública, Fraude à Lei, Qualificação) – DIPr
Homologação de Sentença Estrangeira

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