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RESUMO AV1 INTERNACIONAL

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Aula 1) Direito Internacional Publico.
A globalização econômica e a cooperação
Aspectos positivos:
1) Desenvolvimento dos mercados
2) Desenvolvimento dos países
3) Disseminação da paz
Aspectos negativos:
1) É responsável pela intensificação das desigualdades que agora alcançam nível global.
2) 2) Celso Mello: As pessoas estão mais ricas que Estados.
Cooperação:
· Boa convivência quanto a conduta entre as nações - facilitar o acesso a justiça e o intercâmbio de soluções de problemas estatais, viabilizando as pretensões dos Estados no exterior. 
· Proporciona a elaboração de normas de caráter supranacional, que estabelece direitos e obrigações aos países inseridos nesse processo de colaboração.
· CRFB/88 – Inciso IX do art. 4º.
· Carta da ONU – alínea b do art. 55 e, art. 56.
A Globalização econômica E O DIREITO INTERNACIONAL
a) Primazia do Direito Internacional clássico: primazia da força política, um direito nitidamente de coexistência, um instrumento de manutenção do equilíbrio de poder.
b) Primazia do Direito Internacional contemporâneo: cooperação – interdependência – influência direta no Direito Internacional Público e Privado.
· Objetivo: desenvolvimento – nações menos favorecidas – igualdade vantajosa (Pierre Hassner – autor de Violência e paz)
· Racionalidade Universal (Monique Chemillier-Gendreau –jurista francesa) – DI voltado para a Soberania ainda – mudanças – Igualdade dos Estados – Carta da ONU.
c) Hoje - direito internacional fragmentado – DI não está apto a garantir os direitos dos indivíduos e das minorias nacionais.
d) d) Século XX – “Século das luzes” para o DI – guerra e força expurgados pelos princípios do DI – ONU – Direitos humanos – diplomacia – tratados internacionais.
· Pacto Internacional dos direitos sociais, políticos e econômicos (Resolução n.2.200-A (XXI) – DECRETO 591 DE 1992:
1. Princípio da Autodeterminação dos Povos (art.1º, 1)
2. Princípio do Proveito Mútuo (riquezas e recursos naturais) – (art.1º, 2)
3. Princípio da Cooperação Internacional – (art.2º, 1)
4. Princípio da não-discriminação – (art.3º)
5. Princípio da Igualdade – (art.4º)
e) Sistema Internacional Contemporâneo (Marcel Merle):
· Incremento das relações econômicas no sentido do estabelecimento de um mercado mundial.
· Informações transmitidas instantaneamente.
· Volume das informações e o deslocamento das pessoas têm aumentados.
· Há um campo estratégico unificado, devido às armas de destruição em massa.
· Os Estados participam de um grande número de organismos internacionais.
e) Características da comunidade internacional (Charles Chaumonte):
· Ordem pública x Revolução;
· Cooperação x Soberania;
· Direito à autodeterminação dos povos x Divisão do mundo em zonas de influência.
f) Sociedade internacional contemporânea - Queda do murro de Berlim (1989)
· Uni-multipolar - EUA é a única superpotência.
· Outras potências importantes - Rússia, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha e China.
· Não há a estabilidade e previsibilidade típica da Guerra Fria.
· Paz de Westfália
Conjunto de diplomas inaugurou o moderno sistema Internacional, ao acatar consensualmente noções e princípios, como o de soberania estatal e o de estado-nação;
· princípios que caracterizam o estado moderno, destacando-se a soberania, a igualdade jurídica entre os Estados, a territorialidade e a não intervenção.
Henrique Carneiro resume a importância dos 11 tratados firmados em 1648 afirmando que: “toda a política moderna e contemporânea, baseada no reconhecimento da legitimidade dos Estados e na constituição de um conjunto político de nações que se reconhecem como parte de um sistema em que rege um direito internacional, deriva do modelo criado e formalizado a partir da Paz de Vestfália”.
Kissinger :“caso um estado aceitasse esses requisitos básicos, poderia ser reconhecido como um cidadão internacional capaz de manter sua própria cultura, política, religião e práticas internas, protegido pelo sistema internacional contra intervenções externas”.
Vertentes do Direito Internacional: o Direito Internacional Público e o Privado
· Paz de Westfália
· Põe fim à Guerra dos 30 anos – 1618 a 1648 (católicos e protestantes)
· Morte de 1/5 dos europeus
· Cidades de Osnabrück e Münster – 11 acordos ao total
· Tratados de Munster ou Paz de Vestfália:
1) 30/01/1948 (Munster) - Tratado Hispano-Neerlandês ( Guerra dos Oitenta Anos );
2) 24/10/1648 (Osnabrück) – TRATADO DE VESTFÁLIA (Fernando III, Imperador Romano-Germânico) e os príncipes da França e Suécia;
3) 1659 – Tratado de Pirenéus – encerrou a guerra entre a Espanha e a França;
4) Paz de Praga
5) Paz Augsburg (o Rei Carlos V - tolerância oficial dos luteranos no Sacro Império Romano-Germânico
· Congresso de Viena (1815) – justifica “balança de poderes” – restaurar os tronos reais das famílias reais derrotadas por Napoleão. Reorganizar as fronteiras europeias alteradas pelas conquistas de Napoleão.  Santa Aliança, aliança político-militar reunindo exércitos de Rússia, Prússia e Áustria x Doutrina Monroe. O princípio da legitimidade, da restauração e do equilíbrio.
· Tratado de Versalhes (1919) – EQUILÍBRIO DE PODER. Tratado que põe fim à 1ª Guerra mundial.
- Objeto do Direito Internacional Público
“o estudo do Estado na esfera internacional ou a relação entre os Estados” 
· o próprio Estado;
· a chamada comunidade internacional (ou sociedade internacional)
- Objeto do Direito Internacional Privado
“é o ramo da ciência jurídica que resolve os conflitos de leis no espaço disciplinando os fatos em conexão com leis divergentes e autônomas.”
1. Objeto:
· Princípio da leges non valent ultra territorium 
· Extraterritorialidade das leis
· Seus alicerces nas leis internas de cada Estado e servem fundamentalmente para orientar a aplicação da lei interna ou estrangeira em um Estado, quando estão em questão mais de um sistema jurídico.
· Convenções Internacionais e os Tratados, os quais quando assinados e ratificados passam a integrar a legislação interna.
· Conflito interespacial de leis - o mesmo fato ou ato incidam duas ou mais leis emanadas de Estados ou unidades geográfica e politicamente autônomas.
EX.: simultaneamente conflitos intertemporais e interespaciais de leis. LINDB – art. 7º, § 4º - O juiz brasileiro pode aplicar lei estrangeira no Brasil.
- Relação entre os objetos:
· RELAÇÃO + PRÓXIMA – RECONHECIMENTO DO VALOR DA DIGNIDADE HUMANA
(Declaração de Direitos do Homem) – ONU, UE, Interamericano, Africano.
· Indivíduo – sujeito de Direito Internacional.
· Aproximação entre os Direitos é visível.
· Complexidade maior entre os sujeitos de direito internacional e o objeto específico do DI - estabelecimento de relações de direito privado conectadas a mais de uma ordem jurídica estatal tem colocado à prova os meios de solução de conflitos tradicionalmente utilizados e tem feito com que a uniformização e harmonização tenham se tornado um objetivo para aqueles que se dedicam à área. A cooperação judiciária tem também se tornado uma prática quase que universal. É neste ambiente que se deve pensar o direito internacional na contemporaneidade.
- Fundamentos e noções preliminares
“o estudo do Estado na esfera internacional ou a relação entre os Estados” 
· o próprio Estado;
· a chamada comunidade internacional (ou sociedade internacional)
“relações recíprocas entre Estados e outros sujeitos de DI” Celso Mello
· Características do Estado:
1. centralização de poder
2. organização vertical
3. existência de hierarquia das normas
4. obediência obrigatória às leis
5. jurisdição obrigatória
6. existência de representação parlamentar
7. subordinação dos súditos ao próprio Estado
- A sociedade internacional
· sociedade internacional anterior ao Estado, refere-se à 	mais remota Antiguidade e se caracteriza como relação entre coletividades (Celso Mello).
· Sofre constantes mudanças.
· Modernidade: modelo europeu de Estado - construído pelo pensamento de Hobbes, Rousseau, Montesquieu e outros - segundo o qual o Estado nacional seria seu membro originário.
Forças atuantes ->
· Forças econômicas: economiaque tem a função de ligação da SI.
Sistema Internacional - primariamente constituído pela atividade econômica e pela disseminação das relações sociais e econômicas capitalistas em uma escala mundial". Segundo Celso Mello, elas seriam espertadas pelo materialismo histórico de Marx e ainda que o seu enfrentamento exigiria uma grande cooperação interestatal. (FMI, BIRD, OMC...) Hoje inegavelmente influente no rumo da SI contemporânea. O comercio foi uma das bases do DI.
· Forças culturais: Manifestam-se pela realização de acordos culturais entre os Estados, na criação de organismos internacional de fomento e desenvolvimento da cultura (UNESCO). 
· Forças políticas: a luta pelo poder e pelo aumento do território estatal ocasionou fenômenos característicos da sociedade internacional (ditadura e imperialismo).    
· Forças religiosas: catolicismo, protestantismo. Hoje, o Islamismo tem marcado presença na nova forma de terrorismo, que vem, atualmente, dando novo contorno a SI.
Descrição: a globalização econômica e a complexidade da noção de sociedade internacional contemporânea ->
I) Celso Mello: relações recíprocas entre estados e outros sujeitos de DI.
II) Henri Batiffol: conjunto de relações de indivíduos entre si e de Estados uns com os outros, tendendo a organizar-se e viver dentro de uma ordem internacional.
Realismo: usando por Martin Wight e Hedley Bull, dentro do qual a sociedade Internacional refere-se à relação entre Estados, baseada em normas compartilhadas e entendimentos.
Transnacionalismo: desenvolvido por Evan Luard e John Michael Featherstone[1], e que se refere à emergência de laços não estatais de economia, de política, de associação, de cultura e de ideologia que transcendem as fronteiras dos Estados e constituem, em maior ou menor medida, uma sociedade que vai além destas mesmas fronteiras.
Homogeneidade: utilizado por Karl Max e Francis Fukuyama, e que indica uma relação entre a estrutura interna das sociedades e da sociedade internacional, investigando de que maneira, como resultado das pressões internacionais, os Estados são compelidos a conformarem seus arranjos interno aos demais. È um conceito que se refere tanto ao desenvolvimento interno quanto ás relações internacionais, já que o funcionamento interno dos Estados tanto influencia como é influenciado pelos processos internacionais.
Características:
1. descentralização de poder
2. organização horizontal
3. inexistência de hierarquia das normas
4. obediência às leis decorre do consentimento
5. jurisdição facultativa
6. inexistência de representação parlamentar
7. coordenação/cooperação entre os Estados
Características:
· UNIVERSAL: abrange todos os entes do globo. 
· PARITÁRIA: igualdade jurídica. Ética.
· ABERTA: todo ente, ao reunir determinados elementos, se torna membro de SI, sem que haja necessidade da manifestação de outros membros.
· NÃO POSSUI UMA ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL COM A SOCIEDADE INTERNA. A SI não é um super-Estado. Não possui poderes centralizados. Segundo Celso Mello, há certa hierarquização, quando o estado está abrindo mão de parte de sua soberania em benefício da cooperação. Predomina a autotutela.
· GOVERNANÇA: especialização (OMC, G7,OIT, FMI...).
· O DIREITO QUE NELA SE MANIFESTA É ORIGINÁRIO, já que o DIP não se fundamenta em outro ordenamento positivo.
· TEM POUCOS MEMBROS e assim não se pode enfrentar os problemas com base em categorias gerais, como faz o direito nacional (pessoa humana).
Fundamentos ->
· Cavaglieri: corrente positivista- voluntarista
· A sociedade internacional teria se formado por meio de um acordo de vontade entre os Estados.
· É corrente criticada por Celso Mello, pois não explica como um novo Estado se sujeita às normas internacionais mesmo que não queira. Questão: Cuba e Coréia? Algum Estado que não queira ser parte da sociedade internacional pode subsistir se não mantiver nenhuma relação com os outros Estados? A própria noção de Estado implica em uma noção de coletividade.
· Del Vecchio: corrente jusnaturalista
· Homem é um ser social e que só se realiza em sociedade, sendo a sociedade internacional a sua forma mais ampla. Unidade do gênero humano.
Entes (sujeitos da si) ->
· ESTADO: Para a maioria da doutrina é o ente originário e o principal sujeito.
· ORGANIZAÇÔES INTERNACIONAIS: Associação voluntária de sujeitos de DI, criada para desenvolver da melhor maneira possível as relações entre os Estados, permitindo-lhes cumprir em conjunto, o que não poderiam cumprir separadamente, já que algumas questões exigem a colaboração dos demais membros da SI para serem resolvidas.
· PESSOA HUMANA.
Características:
· Celso Mello a sociedade internacional contemporânea, que surge após a queda do murro de Berlim:
· uni-multipolar (EUA é a única superpotência, mas existem outras potências importantes, como a Rússia, o Japão, a Alemanha, a França, a Grã-Bretanha e a China, que está crescendo vertiginosamente e está sendo apontada como uma potência regional). 
· Não há a estabilidade e previsibilidade típica da Guerra Fria.
· Mudanças na relação entre os sujeitos de direito internacional público.
· Alteração do objeto específico do estudo do direito internacional privado, as relações jurídicas com conexão internacional / os conflitos de leis no espaço também tem se tornado mais complexo. 
· facilidade no estabelecimento de relações de direito privado conectadas a mais de uma ordem jurídica estatal tem colocado à prova os meios de solução de conflitos tradicionalmente utilizados e tem feito com que a uniformização e harmonização tenham se tornado um objetivo para aqueles que se dedicam à área.
· A cooperação judiciária tem também se tornado uma prática quase que universal.
Aula 2 e 3) As pessoas internacionais e Conceito de pessoa: personalidade e capacidade.
Sujeito de Direito Internacional
“destinatários das normas jurídicas internacionais, dotados de personalidade e capacidade jurídicas”
· PERSONALIDADE INTERNACIONAL
I. Dimensão histórica – Forças sociais influentes e mutantes.
II. Dimensão Sociológica – mutação constante.
III. Dimensão lógico-jurídica – ordem depende da existência de destinatários
Norma Jurídica => Regra de Conduta => Ente.
· CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE INTERNACIONAL:
· Aptidão para a titularidade de direitos e obrigações;
· Faculdade de atuar diretamente na sociedade internacional;
· Poder de criar as normas internacionais;
· Aquisição e exercício de direitos e obrigações fundamentadas nessas normas;
· Faculdade de recorrer a mecanismos internacionais de solução de controvérsias.
CONCEITO:
· 1º Momento – Antes do Século XX – Estado
Concepção Clássica – somente os Estados e as O.I. são sujeitos de D.I.P.
· Celso Mello/ Balladore – normas gerais estabeleceram condições para que determinados entes adquiram personalidade jurídica e assim, tornam-se sujeitos de Direito, como o Estado. OI, Blocos Regionais, Santa Sé, Comitê Internacional da Cruz Vermelha., beligerantes, insurgentes.
(Carta Magna de cada Estado, Decreto 1.570/1937 – Convenções sobre direitos e deveres dos Estados e sobre o Asilo Político – Montevideo, 1933 –Art. 1º, 2º e 3º)
· 2º Momento – Pós Século XX – Outros entes:
· Concepção Moderna – outros entes que exercem papel mais ativo na sociedade internacional. Podem invocar normas de Direito Internacional e que devem cumpri-las e, também a possibilidade de recorrer aos foros internacionais.
· O INDIVÍDUO, AS EMPRESAS E AS ONGS (Organizações Não Governamentais)
SUJEITOS FRAGMENTÁRIOS: Não podem celebrar tratados
Atenção: a Doutrina mais conservadora não aceita porque não tem ampla prerrogativa de postular.
Personalidade jurídica internacional: celebrar tratados; capacidade para usufruir de privilégios e imunidades; capacidade para patrocinar reclamações internacionais.
· Original: decorre do próprio surgimento do Estado.
· Derivada (não originária): quando falamos das Organizações Internacionais (Estados se associam para instituir as OI)
Capacidade Jurídica Internacional:
· jurídica: requisitos que tornam um ente, sujeito de DI. Ou seja, destinatáriode normas e princípios de Direito Internacional, decorrente das situações jurídicas ativas e situações jurídicas passivas.
· de agir: realização de atos válidos no plano jurídico internacional. Exercício pleno dos direitos que lhe são conferidos no Plano Internacional.
Atenção - O INDIVÍDUO: tem direitos e deveres imputados pela DDHH – 1948 e 1994, mas sem poder de agir.
Personalidade: Declaração de Direitos do Homem de 1948 e 1994
Capacidade: Resolução 1503 – Procedimento 1503 – Grupo de Trabalho da Sub-Comissão para a promoção e Proteção dos DDH.
Classificação das pessoas internacionais:
Segundo Celso de Mello, se classificam em:
a) Coletividades estatais: Estado
b) Coletividades interestatais: Organizações Internacionais – existe por força de tratado. Blocos Regionais. 
c) Coletividades não estatais: Palestina, Santa Sé, ONG, ONG, Empresas, Beligerantes, Insurgentes e Nações em Luta pela Soberania
d) Indivíduo
“ A pessoa física ou jurídica a quem a ordem internacional atribui direitos e deveres é transformada em pessoa internacional, isto é, sujeito de direito internacional”.
Segundo Paulo H. Portela, se classificam em:
a) Tradicionais: Estado, Organizações Internacionais e Santa Sé.
b) Fragmentários: Indivíduo, ONGs (Organizações Não Governamentais e Empresas. 
c) Outros entes que possam atuar na Sociedade Internacionais:
d) Indivíduo
“ Baseia-se na evolução recente das relações internacionais, que tem levado a que a ordem jurídica internacional passe a regular situações que envolvem outros entes, que vêm exercendo papel mais ativo na sociedade internacional e que passaram a ter direitos e obrigações estabelecidos diretamente pelas normas internacionais.” 
As pessoas na contemporaneidade: 
I. ESTADO
Perspectiva Interna
Governo > território = povo
Perspectiva Externa
Sujeito Central do Direito Internacional Público, entidade possuidora de personalidade jurídica internacional.
Personalidade Internacional originária. Participa da criação das normas internacionais
II. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Surgimento:
· Comissão Européia do Danúbio (1856) (Tratado de Paris)
· União Telegráfica Internacional (1865)
· UPU – Universal Postal Union (1874)
· Secretariado Internacional de Pesos e Medidas (1875)
· União para Proteção da Propriedade Intelectual (1883)
· União das Ferrovias (1890)
Pós-Século XX:
· OIT – Organização Internacional do Trabalho (1919)
· ONU – Organização das Nações Unidas (1945)
· FMI – Fundo Monetário Internacional (1945)
· Conselho de Segurança (1946)
· OEA – Organização dos Estados Americanos (1948)
· OMS – Organização Mundial da Saúde (1948)
- Conceito:
· Sujeitos de Direito Internacional Público. Entidades criadas e compostas por Estados por meio de tratado
- Características:
· Competência para celebrar tratados;
· Personalidade jurídica autônoma e derivada;
· Multiplicidade de membros;
· Duração permanente;
· Estatuto Próprio;
· Sede-própria 
Parecer da Corte Internacional de Justiça – Caso Folke Bernadotte
“ assassinato do mediador de paz Folke Bernadotte, enviado para os conflitos entre Estados Árabes e o Estado de Israel na Palestina pela Assembléia das Nações Unidas “
Não fornecimento de segurança pelo Estado de Israel ao diplomata.
· Decisão da CIJ : afirmação da capacidade de demandar das Organizações, possibilitando que estas levassem reclamações internacionais para análise, negociação ou julgamento a um tribunal arbitral ou corte internacional. 
 
III. SANTA SÉ ≠ ESTADO DA CIDADE DO VATICANO
Santa Sé: 
· Entidade comandada pela Igreja Católica Apostólica Romana
· Sediada na Cidade do Vaticano
· É Sujeito de Direito Internacional
· Santo Padre Papa – prerrogativas de Chefe de Estado
· Celebra tratados, participa de O. I. e exerce o direito de legação
· Nunciaturas Apostólicas – abertura das missões diplomáticas – Núncios Apostólicos
· Acordo relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil – 2008 (Decreto nº 7.107 /2010) 
· “Concordatas” = Tratados
Estado da cidade do Vaticano: 
· Sediada a Cúria Romana – órgãos que assessoram o Sumo Pontífice
· Tratado de Latrão – 1929 – delimita espaço dentro de Roma para o Estado da Cidade do Vaticano
· Estado com personalidade jurídica de Direito Internacional
· Celebra tratados, participa de organismos internacionais e tem direito de legação
· Acordo com o Brasil sobre o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil – 2009 – Decreto 7.107 de 2010
IV. AS ONGS – Organizações Não Governamentais
· São entidades sem fins lucrativos que atuam em áreas de interesse público
· Papel – defender normas internacionais em vários campos, como direitos humanos e meio ambiente.
· Algumas são observadoras em Organizações Internacionais.
· Não podem celebrar tratados nem gozam de imunidade de jurisdição.
· COI, Greenpeace, Human Rights Watch e os Médicos sem Fronteiras
V. AS EMPRESAS
· Multinacionais e Transnacionais
· Possível Personalidade de Direito Internacional
· Beneficiam-se de normas internacionais – comércio internacional e fluxo de investimentos.
· Obrigações – padrões internacionais mínimos – normas de trabalho e meio ambiente.
VI. O INDIVÍDUO
· Matéria contestada – alguns ainda não reconhecem sua personalidade jurídica de Direito Internacional Público.
· Outros doutrinadores – reconhecem sua titularidade de certos direitos e obrigações internacionais, sendo sua capacidade de fazer valer seus direitos limitada – Tratados de Direitos Humanos
· Age independentemente dos Estados.
· Podem exigir em foros internacionais seus direitos, conferidos por Convenções e Tratados Internacionais – Pacto de São José da Costa Rica – Declaração Interamericana de Direitos Humanos. Sua violação gera responsabilização do Estado. EX.: Caso Herzog https://vladimirherzog.org/casoherzog/
· Normas Internacionais do TPI – Tribunal de Direitos Humanos https://news.un.org/pt/story/2017/12/1604482-nacoes-unidas-fecham-tribunal-penal-internacional-para-ex-iugoslavia
VI. BELIGERANTES, INSURGENTES E NAÇÕES EM LUTA PELA SOBERANIA
a) BELIGERANTES – contrários ao governo de um Estado; devem ser reconhecidos pela sociedade internacional; formam tropas regulares e tomam parte de um território nacional.
DECLARAÇÃO DE NEUTRALIDADE – reconhecimento dos beligerantes – obriga a observar as normas internacionais aplicáveis aos conflitos armados (Convenções e Protocolos de Genebra). Estado no qual atua fica isento de responsabilidade internacional e demais Estados ficam obrigados a observar os deveres inerentes à neutralidade. Ex.: Farc – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e ELN – Exército de Libertação Nacional e Colômbia. Venezuela fez a Declaração. Ex-presidente Juan Manuel Santos foi vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2017.
b) Insurgentes – grupos que se revoltam contra os governos, mas não assumem a proporção de beligerantes. Ações localizadas e revoltas de guarnições militares. Reconhecido por outros Estados. Ex.: Revolta da Armada – 1893.
Reconhecimento é ATO DISCRICIONÁRIO. Impõe ao movimento a responsabilização por normas internacionais de caráter humanitário.
c) Nações em luta pela Soberania
Movimentos de independência nacional, que acabam adquirindo notoriedade tamanha que é reconhecido pela sociedade internacional. 
Ex.: OLP – Organização para a Libertação da Palestina, atual Autoridade Palestina – autoridade estatal, exerce certas prerrogativas típicas de Estado, celebra tratados e tem direito de legação. Deve respeitar as normas de direito internacional, dependendo do reconhecimento de outros Estados da comunidade internacional. Resolução 67.19 de 2012.doc
VII. BLOCOS REGIONAIS
· Reunião de Estados Nacionais com mesma localização geográfica com o objetivo de criar integração entre as perspectivas economias e as sociedades regionais.
· Mecanismos de integração regional
· Tratados Constitutivos entre os Estados que fazem parte, que os criam – EU – Tratado de Maastricht de 1993 (origem em 1953); Mercosul – Tratado de Assunção de 1991 (arts. 34 a 36). Tratado de Assunção - Decretonº 350 de 1991.pdf Tratado de Maastrich.pdf
· Emitem Decisões, Resoluções e diretrizes – modalidades normativas.
· Celebram Tratados; comparecem a mecanismos de Solução de Controvérsias internacionais e exercem o direito de legação.
· Personalidade Jurídica de Direito Internacional – conferida pelos seus Tratados – Constitutivos e do interesse de seus integrantes.
VIII. Comitê Internacional da Cruz Vermelha – CICV
· Surgimento – 1863 (Genebra, Suiça)
· Objetivo: Assegurar a proteção e a assistência às vítimas de lutas e conflitos armados, assim como promover o respeito à vida humana.
· Organização imparcial, neutra e independente.
· Missão: proteger a vida das pessoas e levar assistência àqueles que são vítimas de guerra.
VIII. Comitê Internacional da Cruz Vermelha – CICV 
· Grande responsável pela difusão e aplicação efetiva das normas de direito Internacional humanitário e por verificar situações de conflitos armados.
· Neutralidade em relação aos Beligerantes.
· 1901 – Jean Henri-Dunant – Recebeu Prêmio Nobel da Paz.
· Convenção sobre Proteção de Prisioneiros de Guerras de 1949 – atribui Estatuto Jurídico Internacional (executa tarefas de Estado) (controvertida sua posição, pois não é formada por Estado, mas por representantes de Estado e Particulares. http://www.mpsp.mp.br/portal/papdfge/portal/cao_civel/normativa_internacional/Sistema_ONU/DH
VIII. Comitê Internacional da Cruz Vermelha – CICV
· Grande responsável pela difusão e aplicação efetiva das normas de direito Internacional humanitário e por verificar situações de conflitos armados.
· Princípios: 
1. Da Humanidade; 
2. Da Imparcialidade; 
3. Da Neutralidade;
4. Da Independência;
5. Da Unidade;
6. Da Benevolência
7. Da Universalidade.
Aula 04) Nacionalidade e cidadania e a condição do estrangeiro
Princípios Gerais Internacionais
No Direito Internacional: 
Declaração Universal dos Direitos do Homem
“Artigo 15
I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade. 
II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.”
Pacto Internacional dos direitos civis e políticos 
“Art. 24 Toda criança tem direito a adquirir uma nacionalidade.”
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS
“Artigo 20.  Direito à nacionalidade
 1.  Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2.  Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido, se não tiver direito a outra.
3.   A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade nem do direito de mudá-la.”
- No Brasil: 
· Definição
“O vínculo jurídico-político que relaciona o indivíduo ao Estado.”
“ representa o vínculo que une, permanentemente, os indivíduos numa sociedade organizada, tendo como fundamento de natureza política a necessidade de cada Estado em indicar seus nacionais.”
Vertical: relação entre o Estado e o indivíduo, gerando obrigações com a contrapartida da proteção diplomática onde quer que o indivíduo se encontre.
(jurídico-política).
 
Horizontal: relação entre o nacional e os outros membros da sociedade.
(sociológica). 
Questão de soberania interna.
· Modalidades
Definido pelo Estado:
Princípio do jus soli  - nacionais aqueles que nascerem no território do Estado, independentemente da nacionalidade de seus ascendentes.
Princípio do  jus sanguinis - será nacional todo aquele que descender de nacionais independentemente do território do nascimento
· Formas de aquisição
a) Nacionalidade primária ou originária: adquirida no momento do nascimento.
b) Nacionalidade secundária ou derivada: adquirida mais tarde, ocorre por via da naturalização.
a) Nacionalidade originária: adquirida no momento do nascimento.
1) Critério ius soli: nacionalidade adquirida no momento do nascimento, em função do Estado em cujo território nasce. Independe da nacionalidade dos pais.
Art. 12, I, “a”, CRFB – 1ª parte
 ”Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país...”
Atenção 1 – Vínculo como ordenamento pátrio do país dos pais:
a) se os pais estiverem a serviço do seu país, não se aplica o art. 12, I, a da CRFB/88.
b) Art. 12, I, b “os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;”
2) Critério ius sanguinis – nacionalidade de acordo com a nacionalidade dos pais, ou de outros ascendentes, independente de onde nasce.
“ Art. 12. São brasileiros:
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; “
Atenção – Emenda Constitucional nº 54 de 2007 + Art. 95 do Ato de disposições Constitucionais Transitórias – ADCT – emenda codifica a maioridade, questão que já era exigida, nacionalidade tem caráter personalíssimo
Competência dos Tribunais – Juiz federal – Art. 109, Inciso X da CRFB/88. Recursos ao Tribunal Regional Federal – Art. 108, inciso II da CRFB/88
Lei de migração – art. 63 e, arts. 213 a 217 do Decreto 9.199/17
Art. 213, § 2º do Decreto 9.199/2017 – opção de nacionalidade é personalíssimo, objeto de ação específica, de jurisdição voluntária e de competência da Justiça Federal. É preciso retornar ao Brasil e ter maioridade.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13445.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Decreto/D9199.htm
União ouvida neste caso – citação á AGU – Art. 721 CPC
Sentença – registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais – art. 29, caput e inciso VII da Lei 6.015/1973.
RG, CPF, Título de Eleitor, Passaporte, carteira de motorista
Efeitos da opção da nacionalidade brasileira – retroagem à data de nascimento do optante – art. 215, § 1º e 2º do decreto 9.199/2017.
Será considerado brasileiro Nato.
Observação: e a extradição do Nacional – art. 5º, LI da CRFB/88 – não é permitida.
E se estiver tramitando sua nacionalidade? Pedido da extradição é suspenso, segundo STF e, tramita o pedido da nacionalidade.
b) Nacionalidade secundária ou derivada: adquirida mais tarde, ocorre por via da naturalização.
CRFB/88 – art. 12, II
Lei de Migração – arts. 63 a 76
Decreto 9.199/2017 – art. 218 a 254
Tipos de naturalização:
I – Naturalização ordinária;
II – Naturalização Extraordinária;
III – Naturalização Especial;
IV – Naturalização Provisória.
**** É ato discricionário – depende de análise do órgão responsável, apesar do preenchimento de todos os requisitos.
Atenção: Requisitos mínimos:
* ter capacidade civil, segundo a Lei Brasileira (exceto a Naturalização provisória);
* comunicar-se na língua portuguesa (em alguns casos, pode se exigir um curso de português, geralmente o concedido em Universidades Públicas);
* não possuir condenação penal ou estiver reabilitado.
I – Naturalização ordinária – art. 64, I; art. 65 e art. 66 da Lei de Migração
** Solicita a Residência de no mínimo 04 anos no Brasil;
*** Mas residência cai para 01 ano, se:
* tiver filho brasileiro;
* ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de fato no momento de concessão da naturalização;
* haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou
* recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística.
++++Portugueses no Brasil – segue o art. 12, II, a, c C/ Decreto 3.927/2001 – Tratado de Amizade Brasil e Portugal.
Podem: Continuar portugueses apenas tramitando uma residência, ou podem naturalizar-se conforme CRFB ou, podem pedir “equiparação de direitos” – “ Portugueses equiparados” não perdem a sua nacionalidade originária e tem todos os direitos de um naturalizado.
II – Naturalização Extraordinária – art. 64, II , art. 68 e 69 da Lei de Migração
* Estrangeiros residentes há mais de 15 anos no Brasil.
III – Naturalização Especial - art. 64, III , 68 e 69 da Lei de Migração* cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou
* seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos
IV – Naturalização Provisória – art. 64, II , art. 68 e 69 da Lei de Migração
* destinado ao migrante criança ou adolescente, com residência anterior aos 10 anos no Brasil.
* requerida por seu representante legal.
====Após 2 anos atingida a maioridade, poderá requerer a conversão da naturalização em definitiva
http://www.pf.gov.br/servicos-pf/imigracao/naturalizacao/naturalizacao-provisoria-1/NaturalizacaoProvisoria
http://www.pf.gov.br/servicos-pf/imigracao/naturalizacao/naturalizacao-provisoria-1/CHECKLISTNATURALIZAOPROVISRIA.pdf
Atenção:
1) O Naturalizando, no curso do processo, poderá requerer a tradução ou adaptação do seu nome à língua portuguesa.
2) Manter-se-á cadastro entre o nome traduzido ou adaptado ao nome anterior.
3) Prazo de 01 ano após concedida a naturalização o seu comparecimento à Justiça Eleitoral.
4) Efeitos da naturalização – publicação no Diário oficial.
5) Não haverá distinção entre brasileiros natos e naturalizados, somente o que couber na lei – art. 12, §3º da CRFB
Perda da Nacionalidade: art. 12, §4º da CRFB e art. 75 da Lei de Migração.
Casos:
1) Em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. (Lacuna – o que é atividade nociva?)
2) Adquirir outra nacionalidade, a não ser que tenha sido obrigada para residir no território de outro país.
+++++ Brasileiro Nato pode perder a nacionalidade?
Pode. Caso Claudia Hoerig.
Atenção: Se gerar caso de apatridia, perde a nacionalidade?
Não. Convenção sobre Apatridia.
Condição do Estrangeiro
Entrada do estrangeiro versus medidas de saída compulsória
1) APÁTRIDA
Previsto na Lei de Migração – arts. 1º, inciso IV, VI e, art. 26.
Decreto nª 4.246 de 2002 – Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas.
Definição de Apátrida – Art. 1º, parágrafo 1 do Decreto 4.246/2002
“ 1. Para os efeitos da presente Convenção, o termo "apátrida" designará toda pessoa que não seja considerada seu nacional por nenhum Estado, conforme sua legislação.“
Tem os mesmos direitos que os cidadãos do país que reside.
Aplica-se o princípio da Não Discriminação – ou seja, sem motivos de raça, religião ou país de origem - Aplica-se a Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas e a Lei de migração.
Importante: após reconhecida a situação de Apátrida, onde é verificada se a pessoa é nacional de algum Estado, será consultado sobre o desejo de ser Nacional, ou seja, de adquirir a nacionalidade brasileira.
Naturalização Simplificada – nacionalidade brasileira adquirida pelo Apátrida.
Não é obrigado a adquirir a nacionalidade brasileira, é oferecida, visto que esse indivíduo não tem nenhum proteção do Estado, pois não tem vínculo jurídico-político com nenhum Estado. Art. 26, § 6º das Lei de Migração.
Se não optar pela nacionalidade brasileira, o Brasil oferece a residência permanente – Art. 26, § 8º da Lei de Migração
2) ASILO
Está previsto no art. 4º da CRFB/88, na Lei de Migração 13.445/2017 e Decreto 55.929/1965 que promulga a Convenção sobre Asilo Territorial.
Definição – art. 27 da Lei de Migração
“ Art. 27. O asilo político, que constitui ato discricionário do Estado, poderá ser diplomático ou territorial e será outorgado como instrumento de proteção à pessoa.
O Asilo pode ser Territorial ou diplomático:
Territorial – quando o requerente está em território nacional e solicita asilo.
Diplomático – o requerente está em outro país e solicita asilo na Embaixada e/ou Consulado.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/d55929.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13445.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Será concedida mediante a análise do Brasil, se essa medida realmente se tratar de asilo.
II) Medidas de Saída Compulsória
Art. 46 ao 62 da Lei de migração.
Atentar para a Lei 9.474/1997
Repatriação, Deportação e Expulsão.
“ Art. 47. A repatriação, a deportação e a expulsão serão feitas para o país de nacionalidade ou de procedência do migrante ou do visitante, ou para outro que o aceite, em observância aos tratados dos quais o Brasil seja parte.” Da Lei de Migração
Atenção 1: Garantidos os Direitos à Ampla Defesa e ao Processo legal.
Atenção 2: A Defensoria Pública da União deverá sempre ser notificada, de acordo com as particularidades de cada caso. Garantirá a defesa do indivíduo.
Atenção 3: Essas medidas não serão aplicadas se a devolução para o país ou região apresentar risco à vida, à integridade pessoal ou à liberdade da pessoa.
a) Repatriação
Na Repatriação, é feita a devolução de pessoa em impedimento ao país de procedência ou de nacionalidade.
A autoridade consular do país que irá recebe-lo deve ser informada.
Deve ser informado ao transportador também – marítimo, aéreo ou terrestre.
Exemplo: Casos de Repatriação de estrangeiros e brasileiros durante a Pandemia da COVID-19.
b) Deportação
Retirada compulsória de pessoa que se encontre em situação migratória irregular em território nacional.
Exemplo: Estrangeiro que está residindo no Brasil e imigrou com a situação de turista, mas está trabalhando no Brasil.
O Indivíduo pode entrar com uma solicitação de regularização junto ao órgão competente. Enquanto aguarda a decisão, pode transitar pelo território nacional.
Se sair antes de finalizado, voluntariamente, será considerado como Deportado.
Se o indivíduo for apátrida, deve ter autorização prévia da autoridade competente.
Não deportará se a medida configurar extradição não admitida pela lei brasileira.
c) Expulsão
Retirada compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado.
Casos em que pode ocorrer a expulsão:
Lei de Migração
“ Art. 54. A expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado.
§ 1º Poderá dar causa à expulsão a condenação com sentença transitada em julgado relativa à prática de:
I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002 ; ou
II - crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização em território nacional.”
Há casos em que não é possível a expulsão:
a) a medida configurar extradição inadmitida pela legislação brasileira;
b) o expulsando tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela;
Súmula 421:
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=2334#:~:text=%2D%20A%20S%C3%BAmula%20421%2FSTF%20revela,como%20causa%20obstativa%20da%20extradi%C3%A7%C3%A3o.
c) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou legalmente;
d) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de idade, residindo desde então no País;
e) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no País há mais de 10 (dez) anos, considerados a gravidade e o fundamento da expulsão.
O indivíduo pode ser voluntariamente do país.
Defensoria Pública da União deverá ser notificada se não houver defensor constituído.
A situação do expulsando é regular até a decisão.
Atenção 4: “ Art. 61. Não se procederá à repatriação, à deportação ou à expulsão coletivas.”
III) EXTRADIÇÃO
Previsto no art. 81 ao 99 da Lei de Migração
Não é mais Medida Compulsória de Retirada do Estrangeiro.
É Medida de Cooperação, pois o Brasil somente realizará a extradição mediante compromisso do outro Estado em cumprir com todos os requisitos.
Definição:
“ Art. 81. A extradição é a medida de cooperação internacionalentre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso.”
A) O Ministério das Relações Exteriores recebe o Pedido de Extradição
B) O Ministério da Justiça analisa:
c) É brasileiro Nato ou Naturalizado?
d) Tem Tratado ou será necessário realizar um Termo de Reciprocidade.
1) Brasileiro Nato não é extraditado sob nenhuma hipótese.
2) E Brasileiro Naturalizado? Pode ser extraditado, caso tenha cometido crime comum, antes da naturalização ou, de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de drogas (art. 5º, LI da CRFB/88).
3) Se for crime político ou de opinião também não será concedida a extradição. (Art. 5º, LII da CRFB/88).
4) Fato não for considerado crime no Brasil e no país requerente.
Caso:
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=418765
5) o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando.
6) lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 (dois) anos; 
7) extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
8) a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente;
9) o extraditando tiver de responder, no Estado requerente, perante tribunal ou juízo de exceção;
10) o extraditando for beneficiário de refúgio
Condições para a realização da Extradição
1 ) ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado; 
2) estar o extraditando respondendo a processo investigatório ou a processo penal ou ter sido condenado pelas autoridades judiciárias do Estado requerente a pena privativa de liberdade.
Entrega do extraditando - Requisitos:
I - não submeter o extraditando a prisão ou processo por fato anterior ao pedido de extradição;
II - computar o tempo da prisão que, no Brasil, foi imposta por força da extradição;
III - comutar a pena corporal, perpétua ou de morte em pena privativa de liberdade, respeitado o limite máximo de
cumprimento de 30 (trinta) anos;
IV - não entregar o extraditando, sem consentimento do Brasil, a outro Estado que o reclame;
V - não considerar qualquer motivo político para agravar a pena; e
VI - não submeter o extraditando a tortura ou a outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.
Atenção 1: Se o extraditando tiver família no Brasil, não será impeditivo para a Extradição. Questão pacificada pelo STF na Súmula 421.
Súmula 421:
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=2334#:~:text=%2D%20A%20S%C3%BAmula%20421%2FSTF%20revela,como%20causa%20obstativa%20da%20extradi%C3%A7%C3%A3o.
Atenção 2: Caso da Claudia Hoerig, que era Claudia Sobral, perdeu sua nacionalidade brasileira nata, visto que voluntariamente mudou de nacionalidade.
https://www.conjur.com.br/2018-jan-18/governo-extradita-brasileira-nata-acusada-homicidio-eua
Vide decisão do STF: https://www.jusbrasil.com.br/processos/114618830/processo-n-1462-do-stf
Aula 05 – Tratados Internacionais – Parte I
Legislação Pertinente – Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d7030.htm
Observação – Reserva aos artigos 25 e 66.
Definição e conceitos
· Artigo 2 da Convenção de Viena sobre Tratados
· “ 1. Para os fins da presente Convenção: 
· a)“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica;” 
· -    Hildebrando Acciolly: ato jurídico por meio do qual se manifesta o acordo de vontade entre duas ou mais pessoas internacionais.
· -  Francisco Rezek: acordo formal concluído entre sujeitos de DI e destinado a produzir efeitos jurídicos
· 
Classificação dos tratados na doutrina
Pelo número de partes, pelo procedimento; pela natureza das normas, pela participação das partes.
Pelo número de partes:
a) Bilateral: duas partes. Ex.: Brasil e China, Eua e China.
b) Multilateral: mais de duas partes. Ex.: União Européia, Nafta e outros
Quanto à natureza jurídica do ato
a) Tratados-contratos: procuram regular interesses recíprocos dos Estados. Para Celso Mello, nesta forma as vontades dos Estados-partes têm conteúdo diferente. Criam situações jurídicas subjetivas.
b) Tratados-leis ou Tratados-normativos: geralmente celebrado entre muitos Estados, tendo o objetivo de criar normas jurídicas de DI (Convenção de Viena sobre Tratados e sobre Comércio Internacional). Manifestação da vontade coletiva. Geralmente possuem cláusula de adesão.
c) Tratados-constituição: celebrados pelos sujeitos de DI que visam a institucionalizar um processo internacional de um ente que possua órgãos e poderes próprios e vontade independente dos Estados que a originaram. (Carta da ONU, Tratado de Assunção e Tratado de Roma e de Maastricht)
Quanto à possibilidade de participação de outros Estados
a) Abertos: possuem cláusula de adesão e assim outros sujeitos de DI podem fazer parte do tratados.
b) Fechados: não contém cláusula de adesão e assim só inclui as partes contratantes.
· Observação: Guido Soares admite outras classificações, como quanto ao modo de sua entrada em vigor, sendo em devida forma quando completam todas as fases, e em forma simplificada (acordo executivos), quando entram em vigor no momento de sua assinatura.
Fundamentos
O art. 26 da C.V.T. e o art. 53 da C.V.T.
- Art. 26 da CVT – Pacta Sunt Servanda: 
“Todo tratado em vigor obriga as partes e devem ser cumpridos por elas de boa-fé”.
Art. 53 da C.V.T:
· “É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.”
· Características das normas Jus Cogens:
· Ordem pública para a satisfação do interesse comum dos integrantes da SI;
· Não admite derrogação (*), a não ser por nova norma imperativa;
· Para sua aceitação basta uma ampla maioria abrangendo os diferentes “tipos” de Estados (diversidade);
· Anti-positivista, pois aniquila os tratados “injustos”, mesmo que formalmente válidos;
· Criam obrigações internacionais erga omnes (para todos);
· Problema da identificação (conteúdo);
· Ragazzi: a matéria a qual ela se relaciona contém considerações de ordem moral e não apenas legal. (valores)
· Artigo 53 da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados: Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus cogens).
· Obs.: Os tratados não podem desrespeitar ao Jus cogens. Ex.: de jus cogens: Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. O respeito ao jus cogens aniquila os tratados injustos ou desumanos, mesmo que juridicamente válidos.
Fases de elaboração do tratado - Expressão do consentimento - Art. 07º ao 20º da CVT
· Exceção – Se no Tratado informar – art. 7º, item 01, b da CVT
· Texto elaborado e acordado entre os Estados participantes – Tratado
· Assinatura dos Tratados ou rubricas dos representantes dos Estados participantes;
ATENÇÃO:
“Considerandos da CVT”
“ Constatando que os princípios do livre consentimento e da boa fé e a regra pacta sunt servanda são universalmente reconhecidos
Fases de elaboração do tratado
Meios de Consentimento:
· Assinatura do Tratado;
· troca dos instrumentos constitutivos do tratado;
· ratificação, aceitação, aprovação ou adesão;
· ou por quaisquer outros meios, se assim acordado.
a) Tratado Manifestado pela Assinatura - art. 12 da CVT
· No texto do Tratado, informa que os efeitos serão produzidos a partir da assinatura;· Os Estados partes informarem que a assinatura terá o efeito de cosnentimento;
· O efeito decorra dos Plenos Poderes ou tenha sido manifestada durante a negociação.
· Rubrica – valerá se as Partes concordarem que vale como assinatura e consentimento – Art. 12, item 2, a da CVT.
· A assinatura ad referendum – vale quando o Estado confirma essa assinatura – art. 12, item 2, b da CVT.
b) Troca dos instrumentos constitutivos do tratado  - art. 13 da CVT
· O texto do Tratado informar que o consentimento se dá pela troca dos instrumentos constitutivos – art. 13, item 1, a da CVT.
· Se as partes acordam por outros termos, que a troca desses instrumentos.
c) Tratado Manifestado pela Ratificação, Aceitação ou Aprovação – art. 14 CVT
· Tratado deve dispor que consentimento seja pela Ratificação;
· Estados acordarem que seja exigida a ratificação para o consentimento;
· Tratado assinado por representante sujeito à ratificação;
· Tratado é assinado sob reserva de ratificação, que decorre dos seus plenos poderes ou tal fato tenha sido manifestado durante a negociaçãO;
· Aplicam-se as mesmas regras para a Aceitação ou aprovação.
d) Tratado Manifestado pela Adesão – art. 15 DA CVT
· Tratado dispõe que o consentimento é pela adesão. Tratado tem Cláusula de adesão e, ainda informa que o consentimento se dá pela Adesão;
· Estados tenham se manifestado que o consentimento se dará pela adesão.
e) Troca ou Depósito dos Instrumentos de Ratificação, Aceitação, Aprovação ou Adesão – art. 16 da CVT
· O Tratado deve dispor como será o consentimento;
· Nesses casos, o Tratado disporá o consentimento será por ocasião:
· Troca entre os Estados contratantes;
· Depósito junto ao depositário;
· Notificação aos Estados Contratantes ou ao depositário, se assim for convencionado.
f) Tratado e Escolha entre Disposições Diferentes - art. 17 da CVT.
· Efeitos: só se o tratado o permitir ou se outros Estados contratantes nisso acordarem.
Atenção = só produz efeito se as disposições a que se refere o consentimento forem claramente indicadas.
Atenção: caso no Tratado não disponha como será o consentimento, as Partes podem convencionar de que forma se dará o consentimento.
- Fases de elaboração do tratado: 
· Negociação
· Assinatura
· Adesão
· Registro
Fases de elaboração do tratado: A ratificação
· meio pelo qual o Estado externaliza seu consentimento no Plano Internacional.
· um dos meios do Estado manifestar seu consentimento no Tratado.
· Art.2 da CVT:
· 1. Para os fins da presente Convenção: 
· ....
· b)“ratificação”, “aceitação”, “aprovação” e “adesão” significam, conforme o caso, o ato internacional assim denominado pelo qual um Estado estabelece no plano internacional o seu consentimento em obrigar-se por um tratado; “
“ Artigo 14
Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Ratificação, Aceitação ou Aprovação:
· 1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela ratificação: 
· a)quando o tratado disponha que esse consentimento se manifeste pela ratificação; 
· b)quando, por outra forma, se estabeleça que os Estados negociadores acordaram em que a ratificação seja exigida; 
· c)quando o representante do Estado tenha assinado o tratado sujeito a ratificação; ou 
· d)quando a intenção do Estado de assinar o tratado sob reserva de ratificação decorra dos plenos poderes de seu representante ou tenha sido manifestada durante a negociação. 
· 2. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela aceitação ou aprovação em condições análogas às aplicáveis à ratificação”.
A relação entre o direito internacional e o direito interno: dualismo e monismo
· Os compromissos internacionais assumidos pelos Estados Nacionais requerem ações Estatais para a efetivação do seu cumprimento, ou seja, a sua execução.
· Conflitos podem existir entre esses 2 compêndios de normas.
· Processo de Incorporação das Normas Internacionais no Ordenamento Jurídico Nacional dos Estados é realizado conforme a Carta Magna de cada legislação.
· Há duas Teorias que externalizam a relação entre as normas internacionais e as normas nacionais:
· Teoria Dualista e Teoria Monista
Teoria Dualista
· Principais doutrinadores: Heirinch Trieppel e Dionísio Anziolotti.
· Normas Nacionais e Normas Internacionais são distintos e independentes entre si
· Podem entrar em conflito entre si.
· Direito Internacional – dirige a convivência entre os Estados.
· Direito Nacional – disciplina as relações entre os indivíduos.
· Direito Internacional não gera eficácia no plano Nacional imediatamente.
· Necessário se faz a Incorporação das Normas Internacionais ao ordenamento Nacional.
· Normas Internacionais se tornam aplicáveis quando se vinculam no ordenamento jurídico Nacional.
· Possível conflito irá envolver o Direito Nacional.
· Doutrinadores como Hildebrando Accioly – Dualismo Moderado – apenas a incorporação ao ordenamento jurídico interno por meio de procedimento específico, distinto do processo legislativo comum, que inclui a aprovação do Legislativo e assinatura do Chefe de Estado. (Aparentemente adotado pelo Brasil).
Teoria Monista
· Existe apenas uma Ordem Jurídica, com normas internacionais e internas, independentes entre si.
· Eficácia da Norma Internacional depende da harmonia no seu teor com a norma nacional. 
· Duas vertentes: Monismo com Primazia do Direito Internacional e Monismo com Primazia do Direito Nacional.
a) Monismo com Primazia do Direito Internacional – 
· Monismo Radical - Escola de Viena – Hans Kelsen - Direito Internacional superior ao Direito Interno, ao qual estaria subordinado. Seria inválida uma norma Interna que estaria em contra a Norma Internacional. 
· Monismo Moderado – Alfred Von Verdross – nega a validade da norma interna cujo teor contrarie a norma Internacional. As duas ordens poderiam ser aplicadas, dependendo do que o ordenamento estatal determina.
· Monismo Nacionalista – Hegel – Primazia do Direito Interno do Estado decorre da Soberania Estatal Absoluta (Paz de Vestfália). Vinculam-se à norma Internacional que é consentida pela Norma Nacional.
· Adotada pela Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969 no seu art. 27
· “ Direito Interno e Observância de Tratados 
· Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado. Esta regra não prejudica o artigo 46.” 
· Antecedente – CPIJ – Corte Permanente de Justiça Internacional (antecessora da CIJ) – 1930 – disposições de uma lei interna não podem prevalecer sobre o tratado.
A incorporação dos Tratados no Brasil
 NEGOCIAÇÕES Convenção de Viena sobre D.Tratados + Art. 21 da CF
FASE INTERNACIONAL +
 ASSINATURA ART. 84, INCISO VIII DA CRFB/88
FASE NACIONAL 
REFERENDO DO CONGRESSO - Art. 49, inciso I da CRFB/88 
RATIFICAÇÃO PELO PRESIDENTE – Dec. Ratificação – validade no plano internacional
Promulgação e Publicação- Decreto Executivo alidade no plano nacional
Observação: Ato do Congresso é Discricionário
Observação: Ato do Presidente é Discricionário
 Promulgação no D.O.U. - Decreto Executivo
 Anterior a Emenda 45/2004 EMENDA 45/04 - § 3º DO ART. 5ºDA CRFB/98
 DH– 2 turnos/ 3/5 em cada Casa – EMENDA CONST.
 DH – votação normal – Lei Infralegal
 DEMAIS TRATADOS – LEIS ORDINÁRIAS
 Leis Ordinárias 
· Tratados de Direitos Humanos
· * Anterior a 1988 - Recurso Extraordinário n. 80.004, em 1977 – STF equipara Direitos Humanos a Lei Federal. (resultado da teoria Kelseniana, a ordemjurídica interna deriva da ordem jurídica internacional como sua delegada).
I. Princípio da Aplicabilidade Imediata das Normas de DH – § 1º do art. 5º da CRFB/98 – direitos e garantias fundamentais - normas reguladoras de relações jurídico-materiais.
II. § 2º do art. 5º da CRFB/88 C/ ARTIGO 4º, INCISO II DA CRFB/88 – Prevalência dos Direitos Humanos – relevância dos direitos humanos para estas relações.
III. §3º do art. 5º da CRFB/88 – Compatibilidade das responsabilidades assumidas pelo Brasil nas suas relações internacionais (votação por quórum qualificado – para norma supralegal)
· STF – julgado de Dezembro de 2008 - reconhece o valor supralegal dos Direitos Humanos. Recurso Extraordinário STF 466.343/2008
· .http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=100258
· http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/HC87585VISTACM.pdf
· (Voto do Ministro Celso de Mello)
· OBSERVAÇÕES:
1. Decreto do Legislativo é Discricionário;
2. Somente o STF pode declarar a Inconstitucionalidade de Tratado – Art. 102, III, b da CRFB/88.
3. Somente a promulgação do Decreto Executivo vincula o Estado Brasileiro interna e internacionalmente. 	
Condições de validade dos tratados
I. Capacidade das Partes – Art. 6º da C.V.T. de 1969 - treaty-making power
· “ Capacidade dos Estados para Concluir Tratados. 
Todo Estado tem capacidade para concluir tratados.”
· Ex.: Estados Soberanos, Santa Sé, Organizações Internacionais (Carta da ONU - Art. 57, 63, 80 e Art. 105), Federação – depende da Carta Magna, Beligerantes, Insurgentes, Nações em Desenvolviento, The Commonwealth	(Ex- Comunidade Britânica de Nações)
II. Habilitação dos Signatários – Art. 7º da C.V.T. de 1969
· Negociadores o poder de negociar e concluir o tratado, visando dar maior liberdade aos chefes de Estado, que podem ser representados nos atos de conclusão do tratado” (Celso Mello)
· Carta de Plenos Poderes – é a procuração internacional – art. 2º, item 1, letra c da CVT - PLENIPOTENCIÁRIO
· Dispensa da apresentação desta Carta – Chefe de Governo, Chefe de Estado e Ministro das Relações Exteriores (art. 7º, 2, a da CVT) – No Brasil, art. 84, VIII da CRFB/88 – Somente o Presidente da República.
 Demais pessoas – Art. 7º, 1º e Art. 8º da CVDT - precisam de carta, e precisam de Ratificação dos que têm a dispensa 
· Pode assinar um tratado ou participar das negociações sem a Carta de Plenos Poderes? Art. 8º da CVT 
· “ Confirmação Posterior de um Ato Praticado sem Autorização 
· Um ato relativo à conclusão de um tratado praticado por uma pessoa que, nos termos do artigo 7, não pode ser considerada representante de um Estado para esse fim não produz efeitos jurídicos, a não ser que seja confirmado, posteriormente, por esse Estado. ”
III. Objeto Lícito e possível – Art. 26 e 53º da C.V.T. de 1969
· O objeto de um tratado não pode:
· - Contrariar normas morais (imperativas/jus cogens).
· - Não pode ter objeto impossível de ser executado.
Art. 42 da CVT
· Validade somente pode ser contestada mediante a aplicação da CVT;
· Extinção do Tratado, denúncia ou a retirada das partes somente poderá ocorrer mediante o que estiver no Tratado ou no que dispor a CVT
· Regra válida para a suspensão ou execução.
· 4.1.1. Os vícios de consentimento 
5. Uma perspectiva contemporânea do direito internacional
5.1.O jus cogens e o soft law
Os vícios de consentimento
· O Acordo de vontades entre as partes não pode conter nenhum vício, segundo Celso Mello.
· Vícios do Consentimento => NULIDADE DO TRATADO – art. 46 da CVT:
I. Erro – Art. 48 da CVT.
II. Dolo – Art. 49 da CVT.
III. Corrupção de um Representante de um Estado – Art. 50 da CVT.
IV. Coação de um Representante de um Estado – Art. 51 da CVT.
V. Coação de um Estado pela Ameaça ou emprego da força – Art. 52 da CVT.
Aula 06 – Tratados Internacionais – Parte I
Efeito subjetivo e no tempo
a) Res inter alios acta – efeitos entre as partes. Também não devem beneficiar, nem prejudicar terceiros.
Exceções:
· “ Artigo 29 - Aplicação Territorial de Tratados 
· A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma, um tratado obriga cada uma da partes em relação a todo o seu território.”
i. Tratados que tratam de questões territoriais (art. 29 CVT). Exemplo: Tratado de Petrópolis - Bolívia cedeu ao Brasil um território de 191.000Km (Acre). ( Os nacionais e empresas brasileiras e bolivianas tiveram que se adequar à nova situação territorial). 
ii. Tratados constitutivos: são concluídos por um grupo de Estados, por interesse internacional, cujo objeto é um terceiro Estado. Ex: Tratado de Viena de 1815 e a Suíça. 
· Artigo 55 da CVDT
· “ Redução das Partes num Tratado Multilateral aquém do Número Necessário para sua Entrada em Vigor 
· A não ser que o tratado disponha diversamente, um tratado multilateral não se extingue pelo simples fato de que o número de partes ficou aquém do número necessário para sua entrada em vigor. ”
Efeito no tempo:
b) Princípio da Irretroatividade: Efeitos ex nunc - Artigo 28 da CVDT 
“ Irretroatividade de Tratados - A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma, suas disposições não obrigam uma parte em relação a um ato ou fato anterior ou a uma situação que deixou de existir antes da entrada em vigor do tratado, em relação a essa parte.”
Exceção: Convenção contra a Tortura, de 1984 (Decreto nº 40/1991)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0040.htm - STF - Informativo 588/2010 – não poderia ser aplicada porque a prática da tortura ocorreu durante um período de exceção em que vigorava a Lei da Anistia – 6.683/1979
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo588.htm
Execução, suspensão e extinção dos Tratados
 A extinção dos tratados e a denúncia – Art. 42, item 2 da CVDT
· “ Artigo 42 - Validade e Vigência de Tratados 
· 1. A validade de um tratado ou do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado só pode ser contestada mediante a aplicação da presente Convenção. 
· 2. A extinção de um tratado, sua denúncia ou a retirada de uma das partes só poderá ocorrer em virtude da aplicação das disposições do tratado ou da presente Convenção. A mesma regra aplica-se à suspensão da execução de um tratado. “
· Cláusulas intrínsecas (cláusulas previstas no próprio tratado) ou extrínsecas (regras de D.I., mudança de circunstâncias, violação de tratado e outros) 
Extinção
* Art. 54 da CVDT
· “ Extinção ou Retirada de um Tratado em Virtude de suas Disposições ou por consentimento das Partes: 
· A extinção de um tratado ou a retirada de uma das partes pode ter lugar: 
· a) de conformidade com as disposições do tratado; ou 
· b) a qualquer momento, pelo consentimento de todas as partes, após consulta com os outros Estados contratantes.”
· 
I. Extinção
a) Pela vontade das Partes: 
· Ocorre quando estipulado em Tratado - Art. 54, a da CVDT.
· Ocorre mesmo que não haja nada estipulado em Tratado: Art. 54, b da CVDT, após consulta com os outros ESTADOS Contratantes. 
Atenção: Aplica-se tanto para Tratados Bilaterais, quanto para Multilaterais. Neste último caso, dependerá da cláusula do Tratado que pode estipular quando a maioria aceite a saída do País ou, que alguns países estipulados em Tratado possam sair. Poderá de existir se deixar de ter o número mínimo de partes ser inferior para que o Tratado seja dado prosseguimento. 
b) Ocorre quando há cláusulas que limitam a vigência – deverá estar expressa nas cláusulas do Tratado, como cláusulas resolutivas, frente a evento futuro e incerto, ou ao cumprimento de determinado objetivo.
c) Execução total do Tratado
d) Descumprimento do Tratado – não é causa para extinção – pode ocorrer sanções para os que violaram o tratado. Pode haver uma negociação para a extinção ou denúncia, depende do acordo entre as Partes.
e) Violação substancial – art. 60 CVDT , de uma das partes:
· Violação a uma disposição essencial para a consecução do objeto ou da finalidade do Tratado.
· O que pode acontecer?
1)Se for Tratado Bilateral – autoriza a outra parte a invocar a violação como causa de extinção ou suspensão da execução de tratado, no todo ou em parte.
2) Se for Tratado Multilateral
as outras partes, por consentimento unânime, a suspenderem a execução do tratado, no todo ou em parte, ou extinguirem o tratado, entre as relações entre ela e o Estado faltoso e, entre todas as nações;
Uma parte que estiver prejudicada , invocar como causa para suspender a execução, no todo ou em parte, nas relações entre ela e o Estado faltoso;
Qualquer parte, menos o Estado faltoso, também suspender a execução, se modifica substancialmente a situação para cada uma das partes, quanto ao cumprimento posterior de suas obrigações de um tratado.
Atenção – A simples redução de número de Partes no Tratado não extingue o Tratado – Art. 55 da CVDT.
e) Em virtude da Conclusão de Tratado Posterior: art. 59 da CVDT
· Se for Concluído Tratado posterior sobre o mesmo assunto, o Tratado será extinto:
· Resultar do tratado posterior;
· Ficar estabelecido por outra forma que a intenção das partes foi regular o assunto por este tratado;
· Disposições do Tratado posterior forem incompatíveis com as do anterior, e que não permitam que sejam aplicados ao mesmo tempo.
d) Pela vontade de uma das partes – Denúncia
· Segundo Rezek, a denúncia nada mais é do que um ato unilateral, o qual o Estado manifesta sua vontade de deixar de ser parte do acordo internacional.
· Portela, adiciona a questão da desvinculação de um compromisso internacional de que o Estado faça parte, desobrigando-se de descumprir as obrigações estabelecidas. Mas inclui que sem que gere a “responsabilização internacional”.
· Isenta do cumprimento pelo Estado das normas do tratado.
· Efeito ex nunc – ou seja, não exclui os Estados das obrigações anteriores, relativas a atos ou omissões ocorridas antes da Denúncia.
· Tratados Bilaterais – EXTINÇÃO DO TRATADO.
· Tratados Multilaterais – DEPENDE – se for um membro somente, o Tratado continua o tratado.
· Se tiver Cláusula no Tratado? Seguir a Cláusula.
· Se não tiver a Cláusula no Tratado? Ver art. 56 da CVDT, principalmente o parágrafo 2, onde institui o prazo de completa desobrigação do Estado parte.
· Deve ser feita por ESCRITO. E, não pode atingir ponto crucial do tratado.
· Pode RETRATAÇÃO DA DENÚNCIA – pode, desde que não tenha gerado efeitos jurídicos.
Quem pode denunciar o Tratado? A mesma autoridade competente no Estado a assiná-lo.
· Brasil – art. 49, I e Art. 84, VIII da CRFB/88.
· Regra Geral – Denúncia é ato de relações internacionais, o que compete somente ao Presidente da República.
 Doutrina controversa no Brasil, conforme as duas denúncias realizadas.
1. Brasil em 1926 denunciou o Pacto da Sociedade das Nações Unidas (antiga Liga das Nações) – Clóvis Beviláqua – denúncia sem a participação do Congresso Nacional - O ato da denúncia é meramente administrativo. A denúncia do tratado é o modo de executá-lo, portanto, numa de suas cláusulas, se acha consignado o direito de o dar por extinto.
· Em posição controversa, Pontes Miranda preceitua que “aprovar tratado, convenção ou acordo, permitindo que o Poder Executivo o denuncie, sem consulta, nem aprovação (do Parlamento), é subversivo dos princípios constitucionais”.
· Denúncia da Convenção 158 da OIT - Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 1625, na qual a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) questiona o Decreto 2.100/1996 - término da relação de trabalho por iniciativa do empregador e veda a dispensa injustificada – Presidente da República tornou pública a denúncia de tal convenção
2. Discussão da ADI - revogação de um tratado incorporado ao ordenamento jurídico como lei ordinária. Leis ordinárias não podem ser revogadas pelo presidente da República, e o decreto que formaliza a adesão do Brasil a um tratado internacional, aprovado e ratificado pelo Congresso, equivale a lei ordinária. “A derrogação de norma incorporadora de tratado pela vontade exclusiva do presidente da República, a meu juízo, é incompatível com o equilíbrio necessário à preservação da independência e da harmonia entre os Poderes (artigo 2º da Constituição da República), bem como com a exigência do devido processo legal (artigo 5º, inciso LIV)”, afirmou. “Por isso, não se coaduna com o Estado Democrático de Direito”. Princípio do Ato Contrário – Para o caso da Denúncia, deve seguir o mesmo procedimento da Ratificação.
Cuidado – E Os Tratados de Direitos Humanos?
· Denúncia danosa para os Direitos Humanos;
· No Brasil, é conferido status “Constitucional”
· Se não tiver o crivo do Congresso Nacional, pode conferir excesso de poder ao Presidente.
· Princípio da Separação dos três poderes.
· Argentina, Paraguai e Espanha solicitam a votação do Congresso
e) Superveniência de uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus cogens) – Art. 64 da CVDT
· “ Se sobrevier uma nova norma imperativa de Direito Internacional geral, qualquer tratado existente que estiver em conflito com essa norma torna-se nulo e extingue-se.”
· 
Impossibilidade de execução
· Art.61 da CVDT
· Causa de Extinção do Tratado ou para retirar-se do tratado se, resultar na destruição ou do desaparecimento definitivo do objeto do tratado
· Impossibilidade temporária – suspensão.
· Se a impossibilidade resultar de uma Violação, não poderá ser invocado o art. 61 da CVDT, pois trata-se de violação de obrigação ou outra obrigação internacional.
A cláusula rebus sic standibus – Art. 62 da CVDT
· Rebus sic standibus = mudanças circunstancias que formaram o tratado.
· pode ensejar a modificação ou extinção do compromisso, se:
a) Alteração não deve ter sido prevista pelos signatários quando da conclusão dos tratados;
b) Modificação fundamental, alteração significativa do contexto original e o atual;
c) Circunstâncias devem ter sido causa essencial do consentimento das partes em obrigarem-se pelo tratado (art. 62 da CVDT)
d) d) Mudança não pode ter sido causada por violação das disposições do acordo ou de qualquer outra norma internacional (art. 60 da CVDT)
e) e) Modificação deve alterar radicalmente o alcance das obrigações ainda a serem cumpridas.
f) +++++ Pode ser invocada para SUSPENDER TEMPORARIAMENTE o tratado ++++
g) Ex.: A Guerra – extingue tratados bilaterais entre Estado e beligerantes e, suspendem o compromisso entre ambos que constem de acordos multilaterais.
====ATENÇÃO – SUSPENSÃO =====
a) Quando ato internacional deixa de gerar efeitos jurídicos em caráter temporário, de forma parcial ou total.
b) Pode estar prevista no próprio texto do tratado;
c) Na falta de previsão em tratado, pode ser realizado acordo entre as partes;
d) Tratados Multilaterais – depende da concordância de um número mínimo de signatários, fixado no texto do tratado;
e) Há a possibilidade de suspensão da validade das disposições do tratado, que deve estar expresso no texto ou não deve ser proibida. Não deve ser incompatível com o objeto e a finalidade do tratado e, cumprimento de obrigações.
f) Para a suspensão, o Estado devem notificar os demais signatários de sua intenção e indicar as disposições que pretendem ter a execução interrompida.
g) Tratado posterior pode suspender um compromisso anterior, se for novo Tratado ou se ficar acordado entre as Partes;
h) Mudança das circunstâncias – também pode ocasionar a suspensão. Ex.: Tratado de transporte impossibilitado de acontecer.
i) Atenção – preferível a suspensão do que a extinção dos Tratados, é mais prático e menos custoso, pois um novo Tratado consumiria tempo e dinheiro. 
A consequência da inexecução e da suspensão dos tratados
· Extinção do tratado – libera as partes de qualquer obrigação de continuar aa cumprir suas normas.
· Suspensão do tratado – libera as partes de observar o cumprimento das obrigações de um tratado, mas não produz efeito anterior à suspensão.
Aula 07 – Teoria das Organizações Internacionais – Parte I
Marcos históricos
· Primeiras Organizações – Século XIX
· 1815 – Comissão Central do Reno - (em resposta aoCongresso de Viena) – Direito de Coexistência.
· Congresso de Viena sobre o Danúbio e o Reno (1814-1815) – princípio da liberdade de navegação nos rios internacionais (Tratado de Paris de 1814 e do Ato Geral de Viena) e (Tratado de Paris de 1856).
· Até 1919, as O.I. se limitavam à cooperação internacional em matéria administrativa, sendo pois denominadas por Uniões Administrativas. (O SURGIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS)
· 1876 - Comitê Internacional da Cruz Vermelha (1856 - Comitê Internacional para ajuda aos militares feridos);
· Organizações que transparecem a cooperação internacional sobre transportes e comunicações: 
· 1874 - União Telegráfica Universal.
· 1890 - Repartição Central dos Transportes Internacionais.
· Marco das O.I. Modernas: 1914 – Liga das Nações Unidas - Pacto da Sociedade das Nações Unidas (Tratado de Versalles) – resultado do grau de interdependência entre os povos, e da necessidade de levar a negociações questões que transcendem o âmbito dos Estados.
· 1919 - OIT (Organização Internacional do Trabalho).
· 1945 - ONU (Organização das Nações Unidas).
· 1945 - FMI (Fundo Monetário Internacional).
· 1945 - UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).
· 1945 - FAO (Organização para Alimentação e Agricultura).
· 1946 - UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
· 1948 - OMS (Organização Mundial da Saúde).
· 1948 - OEA (Organização dos Estados Americanos).
· 1948 - CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina) (Chile).
· 1949- OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte)
· 1960 - OCDE (Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico).
· 1994 - OMC (Organização Mundial do Comércio).
Contemporaneidade: cooperação entre as nações
· Interdependência e cooperação entre os Estados em matéria econômica e comercial;
· Resultado do Multilateralismo como modelo empregado para o tratamento das questões internacionais, que antes eram objeto de negociações bilaterais.
Conceitos
· “ Entidades criadas e compostas por Estados soberanos por meio de tratado, dotadas de um aparelho institucional permanente e de personalidade jurídica própria e formadas com o objetivo de tratar de interesses comuns, por meio da cooperação entre seus membros” (Portela)
· “ é uma associação voluntária de sujeitos de direito internacional, constituída por um ato internacional e disciplinada nas relações entre as partes por normas de direito internacional, que se realiza em um ente de aspecto estável que possui um ordenamento jurídico interno próprio e é dotado de órgãos e institutos próprios, por meio dos quais realiza as finalidades comuns de seus membros, mediante funções particulares e o exercício de poderes que lhe foram conferidos”.(P. Reuter)
· “Organizações Internacionais são aqueles entes formados por um acordo concluído entre Estados e que são dotados de personalidade própria para realizar atividades que são definidas pelos próprios Estados que as conceberam. Na qualidade de sujeito derivado, a organização internacional só existe por força de um tratado internacional.” (Sidney Guerra)
· “ Já nos casos das Organizações internacionais, as desigualdades reinam em ambos os terrenos: são quantitativas, por conta da diversidade do alcance geográfico, do quadro do pessoal ou do orçamento; mas são sobretudo qualitativas, porque não visam ,as organizações, a uma finalidade comum. Seus objetivos variam, com efeito, entre a suprema ambição de uma ONU – manter a paz entre os povos, preservar-lhes a segurança, e fomentar, por acréscimo, seu desenvolvimento harmônico – e o modestíssimo desígnio de uma UPU”. (Francisco Rezek)
Características:
I. Multilateralidade
· Mínimo de membros: 03.
· Regionalismo
· Universalismo - Não há discriminação de origem, de organização política ou de localização de seus membros. Exemplo: ONU, OMC e outros.
II. Permanência
· Prazo indeterminado de existência;
· Duradoura e estável;
· Administração da organização, respondendo a direitos e obrigações;
· Secretariado com Sede Fixa – ONU (Nova York)
Observação: Podem deixar de existir, por decisão de seus membros ou por dissolução por outra organização. Exemplos: 
· Pacto de Varsóvia (1955-1991) - aliança entre os países socialistas do leste europeu (Hungria, Romênia, Alemanha Oriental, Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia e Polônia) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). celebrado na capital da Polônia (Varsóvia) e estabeleceu um compromisso de ajuda mútua em caso de agressões militares (Guerra Fria).
· Liga das Nações (sucedida pela ONU).
III. Institucionalização
· Órgãos próprios e agentes responsáveis pelas atividades da entidade.
· Flexibilização da Soberania Nacional (competências nacionais transferidas a questões coletivas).
· Flexibilização mais Complexa – relacionada à Órgãos Supranacionais, como Tribunais de Solução de Controvérsia do Mercosul e da União Européia.
· Caráter voluntário de associação – pressuposto de aceitação do processo decisório das O. I. 
Observação: Rezek – Estado somente costuma se sentir obrigado quando tenha votado favoravelmente. Ex.: Conselho de Segurança e suas decisões sobre intervenções armadas.
· Órgãos próprios e agentes responsáveis pelas atividades da entidade.
· Flexibilização da Soberania Nacional (competências nacionais transferidas a questões coletivas)
· Consequências: 
a) Maior Estabilidade ao sistema – propósito da formação de tal O.I. fica determinado em uma Carta Constitutiva.
b) Há também a probabilidade de um órgão de Instituição de Solução de Controvérsias, como é o caso da OMC – Juridicização das relações internacionais.
c) Uniformidade de decisões entre os seus membros.
· Estrutura Mínima de uma O.I. , independente de seu alcance e finalidade:
a) Assembléia Geral: 
· voz e voto a todos os Estados Membros, em condições igualitárias. Configura uma possível competência legislativa. 
· Não é permanente, se reúne uma vez ao ano e, excepcionalmente quando necessário.
· Têm assento, ou sejam, representantes dos Estados membros da organização.
b) Secretaria:
· Órgão de administração, de funcionamento permanente, integrado por servidores neutros em relação à política.
· Servidores se neutralizam enquanto duram seus mandatos.
· Secretário-geral ou diretor-geral, altos funcionários administrativos e demais funcionários.
c) Conselho Permanente:
· Funcionamento é ininterrupto;
· Competência Exclusiva;
· Composto de representantes de todos os Estados Membros da Organização;
· Ou Composto de representantes de alguns Estados Membros, eleitos pela Assembleia Geral, por prazo certo, ou seja, de membros permanentes.
OBSERVAÇÃO: Conselho de Segurança da ONU e, a Sociedade das Nações (antecessora da ONU).
· Órgãos judiciários – Corte de Haia (ONU), Cortes de Estrasburgo e de Luxemburgo (U.E.)
· Órgãos técnicos: Econômico e Social
Elementos constitutivos
I. Presença da personalidade jurídica própria – a partir do Tratado Constitutivo adquirem personalidade jurídica própria.
II. Poder Regulamentar – deliberações a partir do voto da maioria (ONU), ou por Unanimidade, ou por Consenso (Mercosul). Regulam as relações que se desenvolvem em seu âmbito.
III. Caráter voluntário da associação
Classificações
I. Quanto à abrangência ou alcance: 
a) regionais - limitado e abarca Estados contíguos geograficamente ou unidos por afinidades históricas e outros. Ex.1: União Européia (precursores – CECA (1952) – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) e, a Comunidade Européia da Energia Atômica – CEEA (1957) Ex.2: Mercosul (1995), ALADI (1981) – Associação Latino-americana de Integração e, NAFTA (1994) - Acordo de Livre Comércio da América do Norte. OEA – Organização dos Estados Americanos.
Observação: Para o Prof. Francisco Rezek, aqui poderia entrar a OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo (1960) – Viena. Neste caso, seria uma questão de “região econômica”, integrada pelos países que produtores e exportadores de petróleo.
b) Universais – aceitam membros de qualquer lugar do mundo, sem

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