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resenha PÚBLICO, PRIVADO, DEPOTISMO

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Resenha – PÚBLICO, PRIVADO, DEPOTISMO*.
	Fala-se na atualidade na crise dos valores morais, e quando se fala nessa “crise”, é relacionada ao desaparecimento do dever-se, do decoro e da compostura no comportamento das pessoas ou na vida politica. A filosofia contemporânea relaciona a crise com a existência de três linhas principais de pensamento sobre a ética : a niilista( que nega a existência de valores morais dotados de racionalidade e da universalidade); a universalidade – racionalista(que afirma a existência de uma normatividade moral com valor universal); e a pragmática(que considera a democracia liberal tem sido capaz de manter com suficiente sucesso os princípios morais da liberdade da justiça no que tange as grandes decisões sobre a vida coletiva. Há ainda aqueles que procuram nomear a crise de pós-modernista fazendo um paralelo com a modernidade. Enquanto a modernidade nasce com a ilustração, privilegia o universal e o racional e segue em busca de verdades absolutas, a pós modernidade é heterogenia e diferença como força libertadora, é fragmentada e tem a razão como força opressora. Na politica a diferença entre os dois e ainda mais evidente, pois enquanto a modernidade apresenta o poder politico como esfera publica impessoal e a sociedade e regulada pelo estado, a pós modernistas o poder do estado e ilusório e a realidade é regida por micro poderes.
	A política nasceu na Grécia Antiga e nela funcionava a vontade coletiva, que era expressa em público, nas assembleias. A ideia de política dos gregos era aquela que eles mesmos criaram. Eles submeteram o poder ao conjunto de prática, criando a esfera política. Os romanos aderiram a este conceito de política e ambos passaram a diferenciar a autoridade política da autoridade privada. Na privada, no grego chefe de família se chama despotes, então a autoridade do espaço privado se chama despótica. Costumávamos empregar esse conceito como sinônimo de ditador e tirano, sendo o primeiro uma figura criada pela Republica Romana, que é chamada pelo senado para resolver um determinado problema em um determinado tempo; e o segundo uma figura politica Grega, referindo-se a um homem excepcional que é chamado pelo povo para salva-lo de uma crise e que governa com o consentimento dos sujeitos. O espaço público foi tomado pelo privado e a política acabou. Houve a entrada do Cristianismo e a criação das Igrejas, que também eram autoridades privadas, pois o detentor de todas as verdades, decisões e imposições era Deus que tinha como porta- voz o padre. Nesses dois espaços, não havia política, apenas poder. O poder teológico político, onde o governante é uma figura privada é privado. Não existe por tanto a esfera política propriamente dita, existe a do poder.
A modernidade afasta a ideia de um universo regido por forças espirituosas secretas que precisavam ser decifradas, o mundo passa a ser governado por leis naturais racionais e impessoais que podem ser reconhecidas por nossa razão e que permitirão aos homens o domínio sobre a natureza
O poder estava marcado pela ética da esfera privada, onde os pensadores vão dizer que o espaço público não pode ser regido pelos valores do espaço privado, separando o público e o privado. O campo da política é regido pela lógica das relações de força, para que a política não seja da violência e da guerra, e que se realiza através das instituições e das leis. O importante é a qualidade e não mais se as pessoas que ocupam o campo da política são ou não virtuosas. 
A base do Estado são as relações privadas do mercado, baseadas, por exemplo, na lógica da competição. A sociedade moderna ao criar a Sociedade Civil como o mercado dos contratos de trabalho, da produção de mercadorias e da acumulação do capital, e da propriedade privada, faz com que a esfera pública, que é uma esfera social, seja uma esfera privada. A esfera dos proprietários privados. E, portanto nós não sabemos onde o Estado vai nascer para ser propriamente esfera pública. Assim a separação que dizia: na esfera pública eu tenho a lógica Política e na esfera privada eu tenho a lógica Ética, se complica. Porque eu tenho aí uma esfera que é pública, que é a esfera social, na qual os elementos da vida privada estão presentes. O privilegio do privado teve como consequência o fim da admissão da existência de uma ordem universal, de um cosmo racional, em cujo interior dos homens e cada homem, assim como todas as coisas possuíam um lugar próprio e definido.
	 Há motivos para as dificuldades em separar o público e o privado. Os seres humanos são indiferentes de todas as outras coisas que existem, sendo que todas as coisas que existem estão submetidas as leis necessárias da natureza, determinismo. Essa separação entre a natureza e os humanos se deu a partir de um critério: ética. A política vai operar c om o critérios onde há valor ético. Então ao mesmo tempo em que há todo esse trabalho para separar a ética e a política, há toda uma elaboração teórica, de separação entre o homem e a natureza, que coloca para a ética e para a política os mesmos fundamentos. 
Há três critérios pelos quais a ética e as políticas se relacionam uma sendo subsídio para a realização do outro: a relação entre meio e fins na ética é uma relação na qual não há exercício da violência; A ética busca nessa esfera que lhe é própria a ideia de que nenhuma autoridade é legítima, se ela for despótica. ; e pode valer para ética e política que é a redefinição de liberdade. 
Há uma única forma da política compatível com a ética, e uma única modalidade da ética compatível com a política. Essa forma política é a democracia e essa forma ética é a liberdade através dos direitos.

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