Buscar

Novo(a) Texto OpenDocument (6)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Proc.: 0010512-83.2015.8.22.0501
Ação:Procedimento Especial da Lei Antitóxicos (Réu Preso)
Autor:Ministério Público do Estado de Rondônia
Denunciado:Fabiano Moisés Silva Alves
Advogado:José Gomes Bandeira Filho (OAB/RO 816), Janderklei Paes de Oliveira (OAB/RO 6808)
SENTENÇA:
Advogado (a)(s): José Gomes Bandeira Filho OAB/RO 816; Janderklei Paz de Oliveira OAB/RO 6808.FINALIDADE: Intimar o (a)(s) advogado (a)(s) da seguinte SENTENÇA:Vistos etc. Tratase de ação penal que imputa ao acusado Fabiano Moises Silva Alves, vulgo Biano , qualificado nos autos, o crime previsto no art. 33, caput, c/c art. 40, VI, ambos da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas), art. 217-A e art. 248, ambos do Código Penal, pois, segundo consta na denúncia, no dia 08/07/2015, por volta das 16h, na rua Veleiros, 7313, Bairro Aponiã, o denunciado tinha em depósito, sem autorização legal e em desacordo com determinação legal, 02 invólucros de substância do tipo cocaína, perfazendo 11,8g.Segundo o denunciante, o denunciado Fabiano, vulgo biano , residia e comercializava entorpecentes no endereço indicado, bem como mantinha um relacionamento amoroso com a adolescente C. M. S (com 12 anos de idade à época dos fatos).Consta que nas mesmas circunstâncias do 1º fato desta denúncia, o denunciado praticou conjunção carnal com a adolescente C. M. S. com 12 anos à época dos fatos. A adolescente teria confirmado aos policiais que se relaciona amorosamente com o denunciado há cerca de 08 meses e mantém relação sexual com o mesmo, sendo que fugiu de casa para morar na residência do denunciado.O acusado foi notificado e apresentou defesa preliminar, mas por preencher os requisitos legais a denúncia foi recebida. Citado pessoalmente compareceu em juízo, oportunidade em que foi interrogado e foram inquiridas quatro testemunhas, através de áudio que segue em mídia digital. Decorrido o prazo para o depósito de endereço de testemunha arrolada pela defesa, conforme certidão nos autos, deu-se por encerrada a instrução.Em alegações finais, o Ministério Público requereu a procedência parcial da denúncia, com a condenação do acusado pelos crimes do art. 33, caput, c/c art. 40, VI, ambos da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas), e art. 217-A do Código Penal. Em relação ao crime do art. 248, do Código Penal, além do crime não restar configurado nos autos, a conduta não foi devidamente descrita na exordial, mas apenas tipificada no pedido final, circunstância que por si só, impossibilita a condenação do denunciado. A defesa pugnou a existência de prova ilícita, alegando que a confissão na fase policial se deu em razão de agressão, e por isso deve ser desconsiderada e excluída dos autos. Alega também ausência de certidão de nascimento da adolescente apontada como vítima do crime, e ainda, que o laudo realizado comprovou que a adolescente não seria mais virgem. No MÉRITO, requereu a absolvição, nos termos do art. 386, incisos II, III, V, VI e VII, do CPP. Em relação ao crime de tráfico, a defesa argumentou pela validade da confissão e consequente aplicação dos benefícios legais.É o relatório. Decido.A materialidade restou comprovada, por meio do auto de apresentação e apreensão de fls. 18, somandose em relação ao tráfico, ao Exame Químico Toxicológico Definitivo de fls. 37, que constatou que a substância apreendida trata-se de cocaína (11g), notoriamente tida como droga de uso proscrito. Em relação ao crime previsto no art. 217-A, do CP, a materialidade restou demonstrada também através do Laudo de exame de práticas libidinosas, às fls. 41/42, onde a adolescente confirmou, diante do médio legista, que mantinha relações sexuais com seu namorado desde os 11 anos. O laudo concluiu que a adolescente não era mais virgem.A menoridade da vítima também restou configurada através da cópia autenticada por escrivão de polícia, da certidão de nascimento da adolescente C. M. da S., à fl. 33.Sabese que a autenticação de peças de documentos que seguem nos autos é uma das atribuições afetas ao cargo de escrivão de polícia, portanto, não há como desqualificar a autenticação realizada por agente credenciado através de concurso público, para o exercício de cargo e atribuições que lhe recaem de acordo com a lei. Relativamente à autoria, cumpre analisar a conduta do acusado.Ao crime do art. 248, do Código Penal:Em relação a este crime, como bem ressaltou o Ministério Público, além do crime não restar configurado nos autos em nenhuma de suas modalidades, a
conduta delitiva atribuída ao acusado não foi devidamente descrita na exordial, mas apenas tipificada no pedido final, circunstância que, por si só, impossibilita a condenação do denunciado, em atenção ao princípio da correlação processual.Ao crime do art. 217-A, do Código Penal:Nega a autoria. Disse que não mantinha relacionamento amoroso com a adolescente apontada como vítima dos fatos. Alegou que sua esposa estava presente na audiência e poderia testemunhar.Esclareceu que a adolescente estava em sua casa em razão de ter ido à procura de sua irmã, não sabendo esclarecer por que os policiais imputam a ele a prática deste crime. Indagado a respeito das imputações da adolescente na fase policial, o acusado justifica que foi agredido juntamente com a adolescente para confessarem coisas que não praticaram.Às perguntas do Ministério Público, alega que foi ameaçado e agredido por policiais. Indagado novamente a respeito das informações prestadas pela adolescente, bem como em razão da existência de uma foto à fl. 34, o acusado insiste em negar. Disse que tiraram a foto no dia que conheceu a adolescente, em uma festa de natal, e não soube esclarecer as razões da adolescente ter sentado em seu colo na ocasião da foto.Às perguntas de sua defesa, insiste na alegação de ter sido agredido.A respeito das contradições envolvendo a negativa do réu para a prática deste crime, será imperiosa a análise de outros meios de prova careados nos autos.O policial condutor da ocorrência, Jarson Abiorana do Nascimento, foi ouvido em juízo e esclareceu que a denúncia recebida apontava que o acusado estava comercializando droga no local dos fatos, bem como mantendo relacionamento com a adolescente de 12 anos.Disse que quando chegaram ao local encontraram a adolescente na sala, e posteriormente se dirigiram até a casa do seu pai, e este informou que Claudiane teria fugido de casa para poder viver com o réu.O policial esclareceu que olhando para a adolescente facilmente se constatava que era menor de 18 anos, e que possuía no máximo 13 anos de idade. Também confirmou que a pessoa na foto de fl. 34, se trata da adolescente Claudiane, que foi encontrada na casa no dia dos fatos.Indagado, o policial também negou que o acusado tenha sido agredido, e que se utiliza dessa alegação a fim de tentar desqualificar o trabalho dos policiais.No mesmo sentido confirmou o policial Halfe Oliveira Santos, alegando que a própria adolescente declarou ser namorada do acusado bem como que mantinham relação sexual, inclusive, esclarecendo que faziam uso de método contraceptivo.A defesa do acusado arrolou uma testemunha que declarou morar junto com o acusado na mesma casa, apenas com a FINALIDADE de dividir o aluguel. Disse ainda que a esposa do réu estava do lado de fora da sala de audiência.A testemunha tratase de Pamela Michele, que declarou ser casada com o tio do acusado, e disse que na residência moravam dois casais, inclusive, a esposa de Fabiano, justificando que a adolescente C. ia até o local apenas com a FINALIDADE de se encontrar com a irmã de Fabiano, que também frequentava a casa.Denota-se facilmente que a referida testemunha foi instruída para desvincular o envolvimento do acusado com a adolescente, imputando que a menor frequentava o local apenas em razão de visitar a irmã do acusado, que possuía a mesma idade. Alegou ainda que sabia que o pai da adolescente possuía desentendimento com o acusado. Porém, suas declarações se mostraram bastante fragilizadas, especialmente após as indagações do Ministério Público.A suposta esposa do acusado foi ouvida na qualidade
de informante, e indagada pela defesa passou a alegar um discurso pronto que respondeu sem mesmo ser indagada, tudo com o visível objetivo de livrar o acusado.Disse que está com Fabiano há 09 meses e que acredita que a adolescente foi forçada a dar o depoimento perante a autoridade policial nos termos de como está escrito. Nega que fosse possível que a adolescente mantivesse relação sexual com seu esposo.Imperioso mencionar que a referida irmã de Fabiano não foi ouvida nos autos e sequer residia no local onde a adolescente foi encontrada, inclusive, não estava presente no momento da abordagem. Portanto, a justificativa de que a adolescente ia até o local apenas com a FINALIDADE de se encontrar com a irmã do acusado, não merece prosperar.Vislumbra-se, pois, que as testemunhas arroladas pela defesa em fase de contraditório, além de apresentarem justificativas contraditórias, não apresentaram declarações que estejam em consonância com outras provas colhidas nos autos.No momento da prisão os policiais encontraram na residência apenas o acusado e a adolescente. Não havia irmã, esposa, tio, ou seja, nenhuma das pessoas que alegou residir ou frequentar o imóvel.Os policiais foram uníssonos aos esclarecerem os fatos, e seus depoimentos prestados em juízo estão em perfeita consonância com aquilo que foi apurado na fase policial, confirmando, inclusive, o termo de informações prestado pela própria adolescente C. M. da S. diante da autoridade policial, cuja breve transcrição se faz imperiosa nessa oportunidade: se relaciona amorosamente com o conduzido Fabiano há cerca de oito meses, assumindo que já fugiu de casa algumas vezes para residir na moradia dele; (...) que nada sabe dizer acerca do envolvimento de seu companheiro com o tráfico de drogas (...) que efetivamente mantém relação sexual com o conduzido Fabiano, alegando que ele seu primeiro parceiro sexual, confirma que durante o coito vaginal, o conduzido faz uso de camisinha, e que a informante se previne contra a gravidez e o contagio com DST’s; que a última relação sexual que mantiveram foi no dia de ontem As declarações da adolescente somam-se à própria confissão do acusado na fase policial, à fl. 07 dos autos: que há cerca de oito meses o interrogado está se relacionando amorosamente com a adolescente Claudiane. Inquirido respondeu que sabe que ela tem apenas doze anos de idade. Confirma que o casal já mantém relação sexual há algum tempo, contudo, o interrogado alega que faz uso de preservativo durante o coito vaginal; que confirma que C. M. S. fugiu algumas vezes para a casa do interrogado, sem a autorização do pai dela, ocasião em que este ia buscá-la Em que pese o acusado ter se retratado em juízo, a sua justificativa para a confissão na fase policial, no sentido de que teria sido agredido, não merece prosperar, pois, caso contrário, também teria confessado na mesma oportunidade o crime de tráfico de drogas, e esta confissão só se deu perante a autoridade judicial, ou seja, livre de qualquer ameaça. Se o acusado estava sendo ameaçado e agredido e se sentiu coagido com isso, não teria confessado a autoria em todos os delitos que a si eram imputados Logo, sua justificativa não tem respaldo nos autos e deve ser condenado pela prática do crime de estupro de vulnerável, pois, as provas careadas nos autos comprovam sua autoria.Ainda, conforme entendimento recente, consolidado nos tribunais superiores, especialmente no Superior Tribunal de Justiça, através de recurso repetitivo, o crime de estupro de menor de 14 anos não admite relativização. Para a caracterização do crime de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal, basta que o agente tenha conjunção carnal ou pratique qualquer ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos. O consentimento da vítima, sua eventual experiência sexual anterior ou a existência de relacionamento amoroso entre o agente e a vítima não afastam a ocorrência do crime. A tese foi fixada pela Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em julgamento realizado no dia 26/08/2015, sob o rito dos recursos repetitivos (artigo 543-C do Código de Processo Civil), com relatoria do ministro Rogerio Schietti Cruz. O relator explicou que, com as alterações trazidas pela Lei 12.015/09, o estupro de menor de 14 anos passou a ter tipificação específica no novo artigo 217-A, e já não se fala mais em presunção de violência, mencionada no revogado artigo 224.Essa alteração legislativa, segundo Schietti, não permite mais nenhuma dúvida quanto à irrelevância de eventual consentimento da vítima, de sua experiência sexual anterior ou da existência de relacionamento amoroso com o agente.Os detalhes a respeito da notícia quanto ao julgamento do recurso repetitivo podem ser obtidos através do link http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/ noticias/noticias/ParaoSTJ,-estupro-de-menor-de-14-anosn%C3%A3o-admite-relativiza%C3%A7%C3%A3o, acesso em 01/12/2015.Ao crime do art. 33, caput, da Lei 11.343/06:Confessou a autoria em juízo. Confirmou a propriedade da droga e disse que tanto usava quanto vendia. Alegou que a droga foi apreendida em sua residência, mas era comercializada próximo ao local.Disse que
do dinheiro apreendido, apenas R$ 50,00 lhe pertenciam. O restante pertencia a sua tia, provenientes da venda de produtos da Avon. Esclareceu que a casa pertencia a sua tia, mas que eles dividiam para rachar o aluguel.A confissão do acusado está em consonância com os depoimentos dos policiais, que receberam denúncia em desfavor do acusado, e após sua autorização, apreenderam a substância entorpecente na residência, em local por ele mesmo indicado, e que confirmou estar comercializando.O policial Halfe confirmou que a adolescente foi encontrada no interior da residência do acusado, local conhecido por se tratar de uma boca de fumo.Por todo o exposto, não restam dúvidas quanto à autoria do acusado neste crime, pois, armazenava substância entorpecente de uso proscrito, sem autorização legal, em local apontado como boca de fumo, e confessou a prática criminosa.Restou evidenciado também, que a ação do acusado envolvia diretamente a adolescente, que também foi abordada pelos policiais no local onde o acusado armazenava a droga, razão pela qual incide a causa de aumento do art. 40, VI, da Lei de Tóxicos. Assim, restando configurada a prática do crime pelo qual foi denunciado, conforme provas amealhadas nos autos do inquérito e confirmadas em juízo, a condenação do acusado neste crime também é medida que se impõe.DISPOSITIVO PELO EXPOSTO, julgo procedente a pretensão punitiva deduzida na denúncia e, por consequência, condeno FABIANO MOISES SILVA ALVES, VULGO BIANO , por infração ao art. 33, caput, c/c art. 40, VI, ambos da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas), e art. 217-A, do Código Penal.Passo a dosar-lhe a pena.Tem 19 anos, solteiro, soldador, mas não assinava carteira e disse que ganhava R$ 50,00 por dia, porém, não comprovou o exercício desse trabalho. Não concluiu o ensino fundamental. Não registra antecedentes.Considerando as circunstâncias judiciais ditadas pelo artigo 59 e 68 do Código Penal, atendendo à culpabilidade (plena consciência da ilicitude do seu ato); à conduta social (reprovável, pois, o acusado não comprovou o exercício de trabalho lícito, ainda que na forma de diárias, que garantisse seu sustento, o que indica que estava se dedicando ao tráfico); aos motivos (ditados pela ganância de obter lucro fácil e imediato, e considerando as peculiaridades do caso concreto, entendo que os motivos são inerentes ao crime, conforme já decidiu o STF ao julgar o HC n º 107.532 - lucro fácil); às circunstâncias (se deram de forma altamente reprovável, pois, o acusado armazenava e comercializava a droga em sua própria residência, conforme registraram as denúncias e os policiais constataram. Envolvia a adolescente em sua conduta, inclusive, praticando o crime de estupro de vulnerável, delito gravíssimo); personalidade (sem elementos para uma valoração plenamente eficaz, mas demonstra-se voltada à criminalidade);consequênciasdocrime
(remontamàscircunstâncias do tipo, através da disseminação de droga na sociedade, e em relação ao crime do art. 217-A do CP, em razão de todos os efeitos causados na vítima menor, cuja proteção legal à fase da infância foi rompida pelo acusado, que com ela praticou conjunção carnal, mantendo relacionamento amoroso como se adulta fosse); comportamento da vítima (a vítima e a própria sociedade, para o crime de tráfico de modo geral, não incentivou nem contribuiu para a prática do crime, contrariamente, exige pronta e exemplar punição). Ao crime do art. 33, caput, c/c art. 40, VI, ambos da Lei n. 11.343/2006:E mais, atento ao disposto no art. 42 da Lei Antidrogas que dispõe que a natureza e a quantidade da substância entorpecente devem influenciar na fixação da pena, considerando todas as circunstâncias analisadas, fixo a pena base em 05 (cinco) anos e 06 (seis) meses de reclusão e pagamento de 550 (quinhentos e cinquenta) dias-multa. Atenuo em 06 meses de reclusão e 50 dias-multa, em virtude da confissão espontânea considerada em juízo, art. 61, I, do Código Penal, perfazendo 05 (cinco) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa. Aumento em 1/6, pela incidência do art. 40, VI, da Lei de Tóxicos (envolvimento de menor), perfazendo 05 (cinco) anos e 10 (dez) meses de reclusão e 583 (quinhentos e oitenta e três) dias-multa.Nos termos do § 4º do art. 33, da Lei 11.343/06, reduzo a pena em 1/6 (um sexto), o que faço com supedâneo nas circunstâncias que envolvem a prisão do acusado, indicando que estava atuando no tráfico com certa regularidade, especialmente pelo fato de não ter comprovado o exercício de trabalho que lhe assegurasse o sustento, não tendo, pois, outro modo de auferir sua renda senão pela prática do tráfico, fato este que afasta a redução no máximo, além das demais circunstâncias analisadas de forma pormenorizada, fixando-a, em definitivo, em 04 (quatro) ANOS, 10 (dez) MESES e 10 (dez) DIAS de reclusão, e pagamento de 486 (quatrocentos e oitenta e seis) dias-multa ao valor já fixado, o qual, depois de liquidado, perfaz o total de R$ 12.765,60 (doze mil setecentos e sessenta e cinco reais e sessenta centavos), devendo este valor ser pago em até 10 (dez) dias do trânsito em julgado da DECISÃO, a teor dos artigos 49 e 50, do CP.Ao crime do art. 217-A, do Código Penal:Com base nas circunstâncias já analisadas, acrescentando-se ainda o fato de que o acusado já mantinha relações sexuais com a adolescente por aproximadamente 08 meses, fixo-lhe a pena base em 08 (oito) anos e 06 (seis) meses de reclusão e pagamento de 20 (vinte) diasmulta. Não há circunstâncias atenuantes nem agravantes a se considerar, razão pela qual torno a pena base definitiva. A multa depois de liquidada perfaz o total de R$ 525,33.Reconheço o concurso material, previsto no art. 69, do CP, para unificar as penas que totalizam 13 anos, 04 meses e 10 dias de reclusão, além do pagamento de multa no valor de R$ 13.290,93.O condenado deverá iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime fechado, com fundamento no art. 33, §§ 2º e 3º, do CP, pois que o concurso material e as circunstâncias do art. 59 assim o determinam, e foram analisadas na sua maioria como desfavoráveis, conforme análise feita de forma pormenorizada, especialmente quanto à culpabilidade que se demonstra acentuada em razão da prática de crime hediondo e equiparado a hediondo, cuja reprovabilidade é exacerbada em relação aos crimes comuns.Recomendo o réu na prisão onde se encontra, pois nesta condição foi processado e continuam presentes os pressupostos e fundamentos que ensejaram a manutenção da prisão em flagrante e sua conversão em preventiva, mormente para garantia da aplicação da lei penal e da ordem pública, pois comprovada a regularidade da conduta criminosa praticada pelo réu.Determino a incineração da droga apreendida, se ainda não realizada. Condeno o réu nas custas, cujo pagamento deverá ser feito em 10 dias do trânsito em julgado sob pena de inscrição em dívida ativa, bem como sai intimado para o pagamento da multa, que deverá ser feito também em 10 dias do trânsito em julgado, sob pena de inscrição em dívida ativa. Decreto, com fundamento art. 243, Parágrafo único da Constituição Federal e art. 63, da Lei nº 11.343/06, a perda dos valores que foram apreendidos nos autos, em favor do Estado, cuja destinação será feita oportunamente. Certificado o trânsito em julgado desta DECISÃO ou do eventual recurso que a confirme, promovam-se as anotações e comunicações de praxe, inclusive ao eg. TRE-RO, arquivando-se os autos oportunamente.Porto Velho-RO, terçafeira, 1 de dezembro de 2015.Glodner Luiz Pauletto Juiz de Direito

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando