Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cuidados para o Motofretista SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte ead.sestsenat.org.br CDU 331:656.053.432-051 72 p. :il. – (EaD) Curso on-line – Cuidados para o Motofretista – Brasília: SEST/SENAT, 2017. 1. Motorista. 2. Segurança no trânsito. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. 3 Sumário Apresentação 5 Unidade 1 | Contextualizando a Profissão 6 1 A Motocicleta 7 2 Quem é o Profissional de Motofrete? 8 3 Imagem do Motociclista Profissional na Sociedade 9 4 A Importância Socioeconômica da Profissão 10 5 Qualidade do Serviço Prestado 11 Atividades 13 Referências 14 Unidade 2 | Planejamento de Rotas 17 1 Planejamento de Rotas 18 2 A Importância do Planejamento de Rotas 18 2.2 Como Planejar Rotas 20 2.3 Critérios que Orientam o Planejamento de Rotas 20 2.4 Criando o Itinerário 23 2.5 Sistemas de Roteirização 24 Atividades 27 Referências 28 Unidade 3 | Principais Legislações 31 1 Principais Legislações 32 1.1 Legislação de Trânsito – Normas Gerais de Circulação e Conduta 32 1.2 Lei de Regulamentação do Exercício Profissional 36 Atividades 38 Referências 39 4 Unidade 4 | Condições de Segurança 42 1 O Transporte de Carga 43 2 Orientações sobre a Segurança do Motofretista 44 2.1 Capacete 45 2.2 Roupa 46 2.3 Botas 46 2.4 Luvas 47 2.5 Postura Corporal 47 2.6 Consumo de Álcool e Outras Drogas 48 2.7 Estresse 49 3 Inspeção da Motocicleta 50 Atividades 54 Referências 55 Unidade 5 | Direção Segura 58 1 Pilotagem Segura 59 2 Humanização no Trânsito 62 3 Em Caso de Acidentes 63 Atividades 65 Referências 66 Gabarito 69 5 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao curso Cuidados para o Motofretista! Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, você verá ícones que têm a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e ajudar na compreensão do conteúdo. Este curso possui carga horária total de 20 horas e foi organizado em 5 unidades, conforme a tabela a seguir. Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; e d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas, entre em contato através do e-mail suporteead@sestsenat.org.br. Bons estudos! Unidades Carga Horária Unidade 1 | Contextualizando a Profissão 3h Unidade 2 | Planejamento de Rotas 6h Unidade 3 | Principais Legislações 3h Unidade 4 | Condições de Segurança 5h Unidade 5 | Direção Segura 3h 6 UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A PROFISSÃO 7 Unidade 1 | Contextualizando a Profissão 1 A Motocicleta A motocicleta, também conhecida por moto, é originária das bicicletas. É um veículo de duas rodas, com motor que propicia sua movimentação. A primeira bicicleta com motor foi construída na Alemanha. No Brasil, as primeiras motocicletas foram importadas no início do século XX. A primeira motocicleta foi fabricada aqui em 1951. Nos anos de 1970, fábricas japonesas instalaram-se no Brasil e iniciaram um processo de produção em larga escala. Devido ao baixo custo de aquisição, manutenção e consumo de combustível, a motocicleta tem sido muito utilizada como meio de transporte. Mas o crescimento do uso de motocicletas aconteceu de maneira muito rápida e desordenada, demonstrando que o espaço de circulação viária está saturado nas cidades. A motocicleta facilita a travessia no trânsito pesado dos carros, ônibus e caminhões. Porém, como a moto só se equilibra quando está em movimento e sua estrutura é frágil, a condução exige obediência às normas de trânsito e de segurança. A sua aproximação rápida torna-se um fator surpresa que assusta e, muitas vezes, desequilibra emocionalmente motoristas e pedestres que transitam nas vias. O emprego da velocidade, além dos limites permitidos, inibe os reflexos do condutor. Mas, dirigindo defensivamente, o motociclista profissional realiza seu trabalho com segurança, atendendo às necessidades de nossa sociedade. 8 2 Quem é o Profissional de Motofrete? Ao serviço de transporte remunerado de mercadorias em motocicletas e motonetas é dado o nome de motofrete. Este serviço é uma realidade em nosso País. A motocicleta, além de alternativa de transporte, passou a ser também uma opção de negócio ou solução para o desemprego. Antes, as pessoas iam até os locais para buscar documentos, fazer compras, ou mesmo comer. Hoje os produtos e serviços é que vão até a empresa, escritório ou casa, sendo o tempo de entrega um dos principais itens para a competitividade deste serviço. É uma tendência atual utilizar motocicleta no transporte de pequenas cargas, tornando essa profissão essencial para muitos setores da economia. O motofretista, ou popularmente conhecido “motoboy”, é o profissional que utiliza uma motocicleta ou motoneta para realizar o transporte de pequenas mercadorias, documentos, valores e serviços. h O profissional de motofrete possui registro no Código Brasileiro de Ocupações (CBO), sob nº 5191-10. Essa profissão surgiu no Brasil na década de 1980 com a necessidade de realizar o transporte de mercadorias de forma rápida, ágil e econômica nos grandes centros urbanos, tornando-se inevitável a sua existência nos dias de hoje. Ao mesmo tempo em que aumentou o número de motocicletas no trânsito, os acidentes envolvendo esse tipo de veículo cresceram, trazendo a necessidade de disciplinar o seu uso profissionalmente, surgindo, assim, a Lei nº 12.009/2009, regulamentando o exercício da atividade envolvendo o transporte de pessoas, mercadorias e serviços. 9 3 Imagem do Motociclista Profissional na Sociedade A não exigência de experiência, a flexibilidade de horário e as facilidades de ingresso são algumas características da profissão, que atraem muitos motociclistas, principalmente jovens que estão iniciando no mercado de trabalho. A estabilidade econômica trouxe muitas possibilidades de aquisição do veículo para ingressar na profissão de motofretista, isso fez com que a quantidade de profissionais na área ampliasse, atraindo muitos trabalhadores para essa atividade. Os motofretistas muitas vezes são vistos pelas pessoas como motociclistas que arriscam a vida nos estreitos corredores de carros nas avenidas das cidades, desrespeitando as regras de trânsito, para cumprir sua tarefa de chegar o mais rápido possível ao seu destino. Para mudar essa visão que se tem do motociclista profissional, o motofretista deve agir como um profissional responsável, respeitando as regras de trânsito, pilotando sempre com segurança e ter, acima de tudo, um comportamento ético. O comportamento do motofretista no trânsito reflete o quanto ele é profissional durante parte de seu trabalho. No entanto, suas atitudes não são avaliadas pela população somente durante o seu deslocamento, mas também no seu trato com os clientes e colegas de profissão. Além da boa aparência, para um atendimento eficiente é preciso também prestar atenção ao cliente, ser educado, atender um pedido ou solicitação, ser responsável, cuidar da limpeza e ordem de sua motocicleta, cumprir as normas da empresa para quem presta serviços e relacionar-se bem com os colegas de trabalho. Além de vender a imagem da empresa, o motofretista vende a imagem da sua categoria profissionale também sua imagem pessoal. Amigo motofretista, não se esqueça de que ao realizar uma entrega ou serviço contratado, faça-o com educação e contesia! Lembre-se de que o cliente deve ser bem tratado para que sempre utilize seus serviços. 10 Apresentação pessoal é essencial em qualquer profissão e não seria diferente para os motociclistas profissionais. Para isso, existem pequenas observações que são importantes, tais como: • cuidar da aparência e da higiene pessoal; • manter cabelos limpos e aparados: • barbear-se regularmente; • aparar as unhas e mantê-las limpas; • usar roupas limpas e passadas; • apresentar-se devidamente uniformizado e com os equipamentos de segurança necessários. 4 A Importância Socioeconômica da Profissão Como vimos, a profissão de motofretista hoje é essencial, principalmente nas grandes cidades. Essa atividade está tão presente nos dias de hoje que fica difícil não relacionar alguns serviços a esse profissional. Você já pediu uma pizza para ser entregue em sua residência? Quem foi o entregador? Ao pedir um remédio na farmácia, um lanche, um documento ou mesmo o chaveiro que precisou quando trancou o carro com a chave dentro dele, lá está ele, o motofretista. Shopping centers, farmácias, comércios, bancos, bancas de jornal, indústrias, lojas em geral, escritórios de advocacia, de engenharia ou de arquitetura, pizzarias, padarias e restaurantes, floriculturas, hospitais e laboratórios são alguns exemplos de estabelecimentos que utilizam os serviços de motofretista. 11 O surgimento dessa profissão veio trazer muitos benefícios à sociedade, um deles foi proporcionar o conforto às pessoas, as quais recebem em suas residências as pequenas encomendas de forma rápida e acessível. Além disso, essa atividade proporcionou o surgimento de empresas de transporte de pequenas mercadorias, que levou à redução do desemprego, tido hoje, como um problema social e econômico dos grandes centros urbanos. 5 Qualidade do Serviço Prestado Para o bom desempenho do serviço de entrega, é necessário que a pessoa responsável por coletar as informações junto ao cliente obtenha detalhadamente: • Endereço de entrega com pontos de referência; • Destinatário; • Informações do serviço/produto. Também é preciso coletar informações sobre os horários em que o trânsito é mais lento e sobre rotas alternativas que podem ser adotadas. Desta forma, será possível organizar adequadamente a entrega, definindo roteiros e prazos adequados. O trajeto a ser percorrido tem influência direta no consumo de combustível e no desgaste da motocicleta. 12 Com algumas ações, obtemos maior economia nos percursos: 1. Revisões periódicas na motocicleta; 2. Troca periódica de peças essenciais para o bom desempenho da motocicleta, como pneus e regulagem; 3. Escolha do melhor caminho a ser percorrido; 4. Uso de uma velocidade constante, que contribui com a segurança e propicia também economia de combustível. Controle diariamente a quilometragem percorrida e a quantidade de litros de combustível que usou para abastecer. 13 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. No Brasil, as primeiras motocicletas foram importadas no início do século XIX. A primeira motocicleta foi fabricada aqui em 1861. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Um dos benefícios decorrentes da profissão dos motofretistas foi proporcionar o conforto às pessoas, as quais recebem em suas residências as pequenas encomendas de forma rápida e acessível. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 14 Referências ABRAMET. Noções de Primeiros Socorros no Trânsito. São Paulo: ABRAMET, 2005. BALLOU, R. H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. BALLOU, R. R. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. BANZATO, E. Tecnologia da informação aplicada à logística. São Paulo: IMAM, 2005. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOZOCA. Sobrevivência no trânsito para motocilistas. Portal da internet, 2017. Disponível em: <https://bozoka.com.br/>. Acesso em: 29 jun. 2017. BRASIL. Lei nº 12.009, de 29 de julho de 2009. Regulamenta o exercício das atividades dos profissionais em transporte de passageiros, “mototaxista”, em entrega de mercadorias e em serviço comunitário de rua, e “motoboy”, com o uso de motocicleta, altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, para dispor sobre regras de segurança dos serviços de transporte remunerado de mercadorias em motocicletas e motonetas – moto-frete –, estabelece regras gerais para a regulação deste serviço e dá outras providências. Brasília, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2007-2010/2009/lei/l12009.htm>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Ministério do Trabalho e Emprego. CBO – Classificação Brasileira de Ocupações. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/ home.jsf>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L9503.htm>. Acesso em: 29 jun. 2017. CETSP. Manual do Profissional de Motofrete. São Paulo, 2012. Disponível em: <http:// www.cetsp.com.br/media/146982/cartilha_site2.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. CONTRAN. Resolução nº 410, de 02 de agosto de 2012. Regulamenta os cursos especializados obrigatórios destinados a profissionais em transporte de passageiros (mototaxista) e em entrega de mercadorias (motofretista) que exerçam atividades 15 remuneradas na condução de motocicletas e motonetas. Brasília, 2012. Disponível em: <https://www.detran.sp.gov.br/wps/wcm/connect/01261993-0f02-467d-b2e2- e9591dd4e0f4/Res.+Contran+410-12+.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 378, de 06 de abril de 2011. Dá nova redação ao § 2º do artigo 3º da Resolução CONTRAN nº 356/2010, que estabelece requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de passageiros (mototaxi) e de cargas (motofrete) em motocicleta e motoneta. Brasília, 2011. Disponível em: <https://www.legisweb.com. br/legislacao/?id=114906>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 356, de 2 de agosto de 2010. Estabelece requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete) em motocicleta e motoneta, e dá outras providências. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_ CONTRAN_356_10.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 203, de 29 de setembro de 2006. Disciplina o uso de capacete para condutor e passageiro de motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo motorizado e quadriciclo motorizado, e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=104261>. Acesso em: 29 jun. 2017. DINIZ, Eugénio P. H. et al. Recomendações técnicas para a prevenção de acidentes no setor de motofrete. São Paulo: Fundacentro, 2006. HONDA. Centro Educacional de Trânsito Honda. Portal oficial, 2017. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/harmonianotransito/paginas/SobreCeth.aspx>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Regras Gerais de Segurança – Motociclista. Portal da internet, 2012. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/motos/pos-venda/seguranca/Paginas/ regras-gerais-de-seguranca.aspx>. Cesso em: 29 jun. 2017. _______. Antes de Pilotar – Motociclista. Portal da internet, 2012. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/motos/pos-venda/seguranca/Paginas/antes-de- pilotar.aspx>. Cesso em: 29 jun. 2017. INCT. Crescimento da frota de automóveis e motocicletas nas metrópolesbrasileiras 2001/2011. Documento da internet, 2017. Disponível em: <http:// observatoriodasmetropoles.net/download/relatorio_automotos.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. 16 LEONI, Guilherme Petri. Não tenha mais dores em cima de sua motocicleta. Documento da internet, 2017. Disponível em: <http://livrozilla.com/doc/605374/ n%C3%A3o-tenha-mais-dores-em-cima-de-sua-motocicleta>. Acesso em: 29 jun. 2017. PARANÁ. Detran. Curso de Reciclagem – Direção defensiva. Portal da internet, 2017. Disponível em: <http://www.detran.pr.gov.br/modules/catasg/servicos-detalhes. php?tema=detran&id=342>. Acesso em: 29 jun. 2017. PAULUS, Adílson Antônio; WALTER, Edison Luís. Manual de Legislação de Trânsito. São Paulo: Nova Geração, 2015. RODRIGUES, Marcos; CUGNASCA, Carlos; QUEIROZ, Alfredo. Rastreamento de Veículos. São Paulo: Oficina de Textos, 2009. SALVARO, João Carlos. Direção Defensiva para Motociclista: Como Aumentar sua Segurança. 2. Ed. Florianópolis: Vias Seguras, 2012. Disponível em: <http://vias- seguras.com/documentacao/arquivos/salvaro_joao_carlos_direcao_defensiva_para_ motociclistas>. Acesso em: 29 jun. 2017. SINDIMOTOSP. Manual de Regulamentação do Motofrete e empresas Contratantes. São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.sindimotosp.com.br/pdfemgeral/ cartilhasindimotosp.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. SOUZA NETO, Pio Marinheiro; BEZERRA, Vitor. In: SIMPOI 2011. Modelo de Roteirização de Veículos com Auxílio do Sistema de Posicionamento Global – GPS. São Carlos, 2011. Disponível em: <http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2011/artigos/ E2011_T00231_PCN70867.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. 17 UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE ROTAS 18 Unidade 2 | Planejamento de Rotas 1 Planejamento de Rotas O aumento da demanda pelo transporte em motocicletas impulsionou o surgimento de novas tecnologias incorporadas às motocicletas, melhorando o desempenho, o consumo de combustível, manutenção, velocidade e conforto. Também surgiram novos equipamentos e ferramentas com as quais os motociclistas podem contar para facilitar o dia a dia, como, por exemplo, o GPS (Global Positioning System, ou, em português, Sistema de Posicionamento Global). Os motociclistas profissionais precisam estar atualizados quanto às inovações tecnológicas, as características e os custos operacionais do seu equipamento de trabalho (motocicleta), para um melhor aproveitamento econômico e agilidade no serviço prestado. 2 A Importância do Planejamento de Rotas O transporte de cargas, em pequenos trajetos, realizado por motociclistas profissionais, é sinônimo de rapidez e eficiência. É cada vez mais latente, nos dias de hoje, a necessidade de um planejamento de rotas, principalmente por conta do crescimento da distribuição de bens e serviços. Mas, afinal, o que é planejamento de rotas e qual sua importância? 19 O planejamento de rotas consiste em elaborar o roteiro de transporte e/ou entregas utilizando as vias mais adequadas, visando à agilidade, à praticidade, à redução do consumo de combustíveis, facilidade para o estacionamento, entre outros fatores. É uma atividade de grande importância e que faz uma enorme diferença no dia a dia de quem lida com o motofrete. Ter um planejamento de rotas é essencial para que empresas de logística e motofretistas possam explorar ao máximo as vantagens desse meio de transporte, otimizar os ganhos financeiros e ainda cuidar da segurança dos profissionais envolvidos. Esse planejamento leva o profissional a otimizar o seu tempo de trabalho, conseguindo, através de alguns mecanismos, realizar um maior número de tarefas em um menor tempo possível e, caso o número de tarefas seja o mesmo todo dia, ele consegue diminuir os riscos a que é submetido diariamente no trânsito. Também é objetivo do planejamento de rotas otimizar o uso dos veículos, reduzindo as distâncias percorridas e os custos operacionais. É importante entender que a escolha de uma rota, feita por meio de um planejamento, impacta diretamente nos custos das empresas especializadas em entregas por motocicletas ou empresas do setor de logística, que também utilizam o serviço de motociclistas para suas entregas. h Recentemente, alguns aplicativos de celular foram criados para chamar um motociclista profissional. Um exemplo do grande crescimento na procura desse tipo de serviço foi o surgimento, em poucos meses, de várias ferramentas para realizar essa tarefa. 20 2.2 Como Planejar Rotas Já sabemos que o planejamento de rotas consiste em verificar a melhor alternativa de trajeto entre o seu ponto de partida (origem) e o ponto de chegada (destino), podendo também contemplar múltiplos destinos, com o objetivo de otimizar o tempo necessário para tais viagens. No entanto, é preciso saber quais fatores são relevantes para a composição do planejamento das rotas, a fim de satisfazer todas as necessidades existentes, visto que é difícil prever situações atípicas nos trajetos. Os profissionais que realizam o planejamento de suas rotas devem levar em consideração aspectos importantes, como a distância entre dois ou mais destinatários, distância entre o local de distribuição e os destinatários, horários de coletas e entregas, fluxo do trânsito, situações de impedimento ou retenção do tráfego (como reformas nas vias, desvios, acidentes etc.) 2.3 Critérios que Orientam o Planejamento de Rotas O planejamento de rotas deve ser orientado por critérios relacionados aos trajetos e às paradas onde serão realizadas as entregas. As paradas para as entregas podem ser agrupadas da seguinte forma: • por setores, áreas de abrangência, cidades ou bairros; • por tipo de carga; 21 • por sequência lógica; • por sequência cronológica; • por horário de coleta e entrega; • por tipo de cliente; • por prioridade ou urgência de entrega; • pelo valor da carga ou serviço a ser prestado. A segurança deve ser o primeiro fator a ser levado em consideração no planejamento de rotas, para evitar prejuízos à saúde (lesões por acidentes) e prejuízos financeiros (conserto da motocicleta, danificação da mercadoria e dias sem produção). A atenção com a segurança no trânsito pode reduzir os riscos na atividade, desde que o motociclista esteja atento aos seguintes fatores: • evitar determinadas regiões que apresentam interferências, tais como alagamentos, congestionamentos, acidentes e outros; • optar por vias com menor movimento; • optar por vias sem curvas perigosas; • procurar trafegar em vias de boa qualidade, sem subidas ou descidas acentuadas; • escolher áreas onde haja facilidade de estacionar; • observar as condições climáticas e utilizar os equipamentos de segurança necessários. 22 c Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), no Brasil, o número de motociclistas mortos em acidentes subiu 932,1%, no período de 1996 a 2011. Após estabelecer os critérios relacionados ao trajeto, deve-se definir quais serão os locais de destino, a partir do agendamento pré-existente de entregas e/ou de coletas. Uma vez definidos os destinos, deve ser feita a escolha de um ou mais possíveis caminhos a serem percorridos. Alguns aplicativos permitem a simulação desses trajetos nos mais variados horários do dia, o que pode auxiliar na previsão de vias congestionadas. Todavia, deve-se realizar uma consulta aos aplicativos que monitoram as vias, momentos antes da saída do motociclista, para certificar-se se a escolha da rota foi a mais adequada. Para as empresas que oferecem o transporte por motocicletas, é importante manter contato com o motociclista durante o tempo dispendido com as entregas, visto que pode ser necessária uma alteração de rota em virtude de problemas de interrupção devias, por exemplo, ou facilitar a prestação de socorro, em caso de acidente. Na escolha da rota também deve ser considerada a região percorrida, evitando, dessa forma, transitar por locais perigosos e sem possibilidade de um ponto de apoio ao motociclista, em caso de necessidade. É fundamental conhecer as particularidades das rotas a serem seguidas e suas possíveis alterações momentâneas, que podem indicar uma possível mudança de percurso. Isso ajuda a prever o tempo e os insumos gastos, ou seja, a composição dos custos operacionais (variáveis) que envolvem o consumo de combustíveis, lubrificantes, pneus, e todos os outros que incidam no custo do transporte em função da quilometragem rodada pelo veículo. 23 2.4 Criando o Itinerário Após definir os destinos do dia, deve-se regionalizar esses destinos. Determinar o ponto de partida e decidir se o primeiro ponto será o mais próximo ou será o mais longo, para então, determinar a logística do deslocamento. Tomando-se por base o ponto mais próximo, determinar a distância a ser percorrida até o último ponto. A partir desses dados, calcular as distâncias, para saber se será preciso realizar um abastecimento durante o deslocamento. Se for necessário reabastecer durante o trajeto, é necessário realizar pesquisa sobre postos de combustíveis localizados ao longo do itinerário, de preferência, próximos ao local de entrega, para otimizar o tempo de parada. Deve-se sempre verificar as condições do trânsito nas principais vias a serem utilizadas, para combinar o caminho mais curto, com menos congestionamentos. O motociclista profissional precisa identificar, ao longo da rota, possíveis pontos de manutenção para seu equipamento, para sanar alguns imprevistos que possam ocorrer durante seu dia de trabalho, como por exemplo, um pneu furado. É necessário levar em conta a necessidade ou não de alimentação durante o trajeto, para determinar o local de parada. A mesma observação vale para a necessidade de utilização de banheiro. Além de observar todos esses aspectos, também é necessário considerar o conhecimento que o profissional tem da região, para otimizar a roteirização. Quanto maior a quantidade de entregas, mais complexa será a tarefa de planejar as rotas. Porém, existem regras práticas que podem ser adotadas para iniciar um planejamento eficiente na criação de um itinerário de rotas, garantindo uma locação racional dos recursos e conseguindo bons resultados: 24 a) Inicie agrupando os clientes por região, identificando o ponto de parada mais distante do depósito, orientando-se pelo mapa da localidade. b) Em seguida, identifique os demais pontos em direção do depósito e trace uma rota de maneira que as paradas tenham a forma aproximada de gota d’água, até que a capacidade do baú tenha sido atingida. c) Faça o mesmo com o restante do mapa, até incluir todos os pontos em diferentes roteiros, chegando a um formato semelhante ao de “pétalas de uma margarida”. 2.5 Sistemas de Roteirização A roteirização nada mais é do que traçar o itinerário a ser percorrido para realizar as atividades de coleta e distribuição com a melhor sequência para minimizar tempo e custos com maior índice de segurança. A roteirização é o produto final do planejamento da rota. Essa atividade ganha precisão e qualidade quando realizada por meio de sistemas e aplicativos informatizados, principalmente os que se beneficiam dos dados provindos da tecnologia do GPS. Logo, dentro do processo de profissionalização da atividade de planejamento de rotas, a tecnologia tem muito a contribuir. Aplicativos gratuitos para celulares podem ser utilizados (exemplos: Google Maps, Waze, Copilot GPS, Here Maps, entre outros), pois mostram os mapas das localidades, traçam rotas, informam as condições do tráfego, pontos de acidentes, postos de abastecimento, cálculo de rota mais curta e mais rápida, entre outros interessantes recursos. 25 Deve-se também considerar o uso de avançados sistemas de roteirização. A utilização desses recursos gera inúmeros benefícios, pois buscará otimizar custos e minimizar o risco de acidentes e de outras situações perigosas, além de gerar diferenciais competitivos para os serviços de entrega rápida. As grandes transportadoras não abrem mão do uso de bons sistemas automatizados, pois os mais completos costumam incluir o monitoramento da frota de veículos, informações para elaboração do plano de manutenção, métodos para racionalização do uso de mão de obra e para dimensionamento de carga e frota, entre outros importantes serviços que facilitam e profissionalizam a gestão das atividades da transportadora. A empresa ou o próprio motofretista autônomo deve avaliar a sua necessidade para definir qual o sistema mais adequado. Todavia, como regra, quanto mais complexa a atividade de coleta e distribuição, maior deve ser o controle dos processos. Observe que não vale a pena investir em um sistema de roteirização robusto e caro quando a empresa executa o serviço diário com rotas fixas e com a utilização de poucas motocicletas. Nesse caso, o uso de sistemas mais simples pode atender bem, sem comprometer a qualidade dos serviços prestados. Em contrapartida, quando a demanda por serviços de coleta pode surgir em qualquer ponto da cidade, e a entrega deve ocorrer em outros pontos diversos, envolvendo dezenas de motofretistas, o investimento em um bom sistema de roteirização, de preferência com recursos de gestão, torna-se imprescindível para se oferecer um serviço que gere fidelização dos clientes e que seja rentável para a empresa. 26 e Em 27 de julho de 1974, faleceu o motociclista Marcus Bernardi, ex-mecânico de uma fábrica de motocicletas. Bernardi era um motociclista e mecânico querido por todos. Em homenagem a ele, em 1982, a data foi instituída como Dia do Motociclista pelo deputado Alcides Franciscatto, após receber uma recomendação de Rogério Gonçalves, na época dono de uma concessionária em Sorocaba/SP, onde Bernardi trabalhava. Como essa data já constava em algumas agendas, a ABRAM adotou o dia 27 de julho como o Dia Nacional do Motociclista. O motociclista profissional que quer ter sucesso na carreira precisa ficar atento à qualidade da prestação de seus serviços e à sua própria segurança. Cuidar da sua apresentação pessoal e da sua interatividade com as demais pessoas é fundamental, pois o motofretista, por estar em contato direto com os clientes, torna-se o cartão de visitas da empresa. 27 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. O planejamento de rotas consiste em elaborar o roteiro de transporte e/ou entregas utilizando as vias mais adequadas, visando à agilidade, à praticidade, à redução do consumo de combustíveis e facilidade para o estacionamento. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Dentro do processo de profissionalização da atividade de planejamento de rotas, a tecnologia tem muito a contribuir. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 28 Referências ABRAMET. Noções de Primeiros Socorros no Trânsito. São Paulo: ABRAMET, 2005. BALLOU, R. H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. BALLOU, R. R. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. BANZATO, E. Tecnologia da informação aplicada à logística. São Paulo: IMAM, 2005. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOZOCA. Sobrevivência no trânsito para motocilistas. Portal da internet, 2017. Disponível em: <https://bozoka.com.br/>. Acesso em: 29 jun. 2017. BRASIL. Lei nº 12.009, de 29 de julho de 2009. Regulamenta o exercício das atividades dos profissionais em transporte de passageiros,“mototaxista”, em entrega de mercadorias e em serviço comunitário de rua, e “motoboy”, com o uso de motocicleta, altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, para dispor sobre regras de segurança dos serviços de transporte remunerado de mercadorias em motocicletas e motonetas – moto-frete –, estabelece regras gerais para a regulação deste serviço e dá outras providências. Brasília, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2007-2010/2009/lei/l12009.htm>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Ministério do Trabalho e Emprego. CBO – Classificação Brasileira de Ocupações. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/ home.jsf>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L9503.htm>. Acesso em: 29 jun. 2017. CETSP. Manual do Profissional de Motofrete. São Paulo, 2012. Disponível em: <http:// www.cetsp.com.br/media/146982/cartilha_site2.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. CONTRAN. Resolução nº 410, de 02 de agosto de 2012. Regulamenta os cursos especializados obrigatórios destinados a profissionais em transporte de passageiros (mototaxista) e em entrega de mercadorias (motofretista) que exerçam atividades 29 remuneradas na condução de motocicletas e motonetas. Brasília, 2012. Disponível em: <https://www.detran.sp.gov.br/wps/wcm/connect/01261993-0f02-467d-b2e2- e9591dd4e0f4/Res.+Contran+410-12+.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 378, de 06 de abril de 2011. Dá nova redação ao § 2º do artigo 3º da Resolução CONTRAN nº 356/2010, que estabelece requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de passageiros (mototaxi) e de cargas (motofrete) em motocicleta e motoneta. Brasília, 2011. Disponível em: <https://www.legisweb.com. br/legislacao/?id=114906>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 356, de 2 de agosto de 2010. Estabelece requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete) em motocicleta e motoneta, e dá outras providências. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_ CONTRAN_356_10.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 203, de 29 de setembro de 2006. Disciplina o uso de capacete para condutor e passageiro de motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo motorizado e quadriciclo motorizado, e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=104261>. Acesso em: 29 jun. 2017. DINIZ, Eugénio P. H. et al. Recomendações técnicas para a prevenção de acidentes no setor de motofrete. São Paulo: Fundacentro, 2006. HONDA. Centro Educacional de Trânsito Honda. Portal oficial, 2017. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/harmonianotransito/paginas/SobreCeth.aspx>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Regras Gerais de Segurança – Motociclista. Portal da internet, 2012. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/motos/pos-venda/seguranca/Paginas/ regras-gerais-de-seguranca.aspx>. Cesso em: 29 jun. 2017. _______. Antes de Pilotar – Motociclista. Portal da internet, 2012. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/motos/pos-venda/seguranca/Paginas/antes-de- pilotar.aspx>. Cesso em: 29 jun. 2017. INCT. Crescimento da frota de automóveis e motocicletas nas metrópoles brasileiras 2001/2011. Documento da internet, 2017. Disponível em: <http:// observatoriodasmetropoles.net/download/relatorio_automotos.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. 30 LEONI, Guilherme Petri. Não tenha mais dores em cima de sua motocicleta. Documento da internet, 2017. Disponível em: <http://livrozilla.com/doc/605374/ n%C3%A3o-tenha-mais-dores-em-cima-de-sua-motocicleta>. Acesso em: 29 jun. 2017. PARANÁ. Detran. Curso de Reciclagem – Direção defensiva. Portal da internet, 2017. Disponível em: <http://www.detran.pr.gov.br/modules/catasg/servicos-detalhes. php?tema=detran&id=342>. Acesso em: 29 jun. 2017. PAULUS, Adílson Antônio; WALTER, Edison Luís. Manual de Legislação de Trânsito. São Paulo: Nova Geração, 2015. RODRIGUES, Marcos; CUGNASCA, Carlos; QUEIROZ, Alfredo. Rastreamento de Veículos. São Paulo: Oficina de Textos, 2009. SALVARO, João Carlos. Direção Defensiva para Motociclista: Como Aumentar sua Segurança. 2. Ed. Florianópolis: Vias Seguras, 2012. Disponível em: <http://vias- seguras.com/documentacao/arquivos/salvaro_joao_carlos_direcao_defensiva_para_ motociclistas>. Acesso em: 29 jun. 2017. SINDIMOTOSP. Manual de Regulamentação do Motofrete e empresas Contratantes. São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.sindimotosp.com.br/pdfemgeral/ cartilhasindimotosp.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. SOUZA NETO, Pio Marinheiro; BEZERRA, Vitor. In: SIMPOI 2011. Modelo de Roteirização de Veículos com Auxílio do Sistema de Posicionamento Global – GPS. São Carlos, 2011. Disponível em: <http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2011/artigos/ E2011_T00231_PCN70867.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. 31 UNIDADE 3 | PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES 32 Unidade 3 | Principais Legislações 1 Principais Legislações Para um bom desenvolvimento profissional, o motofretista precisa ter conhecimento sobre as leis e regulamentos que regem a profissão e saber de seus direitos e deveres. Para ele, é muito importante conhecer a legislação de trânsito e as legislações específicas para essa atividade. 1.1 Legislação de Trânsito – Normas Gerais de Circulação e Conduta O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) tem por objetivo principal promover a preservação da vida, da saúde, do meio ambiente e da educação contínua para o trânsito, zelando pela segurança individual e coletiva ao que diz respeito à mobilidade e à cidadania. Normas Gerais de Circulação e Conduta estão dispostas no Capítulo III do CTB, e relacionamos as principais que envolvem uma direção segura para o motociclista profissional. Vamos conferir! Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino. Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito. (BRASIL, 1997) 33 O Artigo 29 do CTB traz várias regras de circulação, entre elas vale citar: • manter distância de segurança lateral e frontal entre o seu veículo e os demais, considerando as condições de local, trânsito e clima; • em pista com várias faixas de trânsito de mesmo sentido, a da esquerda é destinada à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade; • não é permitido o trânsito de veículos nos passeios, calçadas e nos acostamentos, a não ser para adentrar e sair de imóveis ou áreas especiais de estacionamento; • a ultrapassagem deverá ser feita pela esquerda, obedecendo à sinalização, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda. Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, por meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto convencional de braço. Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição de faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda e retornos. (BRASIL, 1997) Respeite as regras de preferência de vias e lembre-se de que os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres. Com relação aos ciclos motorizados,os motofretistas deverão sempre estar com o farol dos seus veículos em luz baixa e acionados durante o dia e à noite. 34 Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão circular nas vias: I – utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores; II – segurando o guidom com as duas mãos; III – usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do CONTRAN. (BRASIL, 1997) Você sabe qual a velocidade máxima permitida para uma via? A regra do artigo nº 61 do CTB (BRASIL, 1997) é explícita: a velocidade máxima será a indicada pela sinalização, e somente quando não houver tal sinalização de velocidade máxima é que se usa a regra abaixo: • Nas vias urbanas: - 80 km/h, nas vias de trânsito rápido: - 60 km/h, nas vias arteriais; - 40 km/h, nas vias coletoras; - 30 km/h, nas vias locais. • Nas vias rurais • Nas rodovias (de pista simples e dupla): - 110 km/h (dupla) e 100 km/h (simples) para automóveis, camionetas e motocicletas; - 90 km/h para os demais veículos. • Nas estradas: - 60 km/h. 35 Algumas infrações de trânsito são muito frequentes para motociclistas e devem ser evitadas. Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos opostos, estejam na iminência de passar um pelo outro ao realizar operação de ultrapassagem: [...] [...] Art. 231. Transitar com o veículo: VIII – efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de força maior ou com permissão da autoridade competente: [...] ( BRASIL, 1997) Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor: I – sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo CONTRAN; II – transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma estabelecida no inciso anterior, ou fora do assento suplementar colocado atrás do condutor ou em carro lateral; III – fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda; IV – com os faróis apagados; V – transportando criança menor de sete anos ou que não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua própria segurança: VI – rebocando outro veículo; VII – sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente para indicação de manobras; [...] 36 § 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo não se aplica às motocicletas e motonetas que tracionem semi- reboques especialmente projetados para esse fim e devidamente homologados pelo órgão competente. (BRASIL, 1997) 1.2 Lei de Regulamentação do Exercício Profissional A partir da publicação da Lei nº 12.009, em 29 de julho de 2009, os motofretistas tiveram um avanço muito importante na regulamentação de sua atividade, mas o que diz a lei? Em resumo, a referida lei, além de regulamentar o exercício da atividade, dispõe também sobre as regras de segurança e estabelece as regras gerais para a regulação desse serviço, exigindo que o motociclista seja aprovado em curso especializado. Conforme a Resolução nº 410/2012 do CONTRAN, para realizar o curso especializado previsto na lei, que tem duração de 30 horas/aula, o motociclista deverá preencher os seguintes requisitos: • ter 21 anos completos; • estar habilitado, no mínimo, há 2 anos na categoria A; • não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir; • não estar com a Carteira Nacional de Habilitação cassada, decorrente de crime de trânsito, ou estar impedido judicialmente de exercer seus direitos. Já a Resolução nº 356/2010 do Contran estabelece os requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de passageiros e de cargas em motocicleta e motoneta. De acordo com essa resolução, o veículo deverá: • ser registrado na categoria de aluguel; 37 • possuir dispositivo de proteção para pernas e motor (mata-cachorro) fixado em sua estrutura; • possuir também dispositivo aparador de linha, fixado no guidom do veículo; • possuir dispositivo de fixação permanente ou removível, devendo, em qualquer hipótese, ser alterado o registro do veículo para a espécie carga (motofrete); • possuir equipamento do tipo fechado (baú), instalado no veículo, que deve conter faixas retrorrefletivas. Para o condutor: • deverá estar vestido com colete de segurança dotado de dispositivos retrorrefletivos; • deverá utilizar capacete motociclístico, com viseira ou óculos de proteção, nos termos da Resolução 203, de 29 de setembro de 2006, dotado de dispositivos retrorrefletivos. e Não se esqueça! As motocicletas ou motonetas dos profissionais motofretistas somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelos órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal. BAULETE No máximo, 60cm de largura e 70cm de altura REGISTRO Veículos são registrados no Detran na categoria “aluguel” PROTETOR DE MOTOR INSPEÇÃO SEMESTRAL CORTA-PIPA Dispositivo aparador de linha no guidão CURSO Transporte seguro para a prática da profissão IDADE Pelo menos 21 anos de idade HABILITAÇÃO Categoria A por pelo menos dois anos COLETE Retrorrefletivo 38 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. O Artigo 29 do CTB traz várias regras de circulação, como a que estabelece que a ultrapassagem deverá ser feita pela direita, obedecendo à sinalização. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. A Lei nº 12.009 além de regulamentar o exercício da atividade, dispõe também sobre as regras de segurança e estabelece as regras gerais para a regulação desse serviço, exigindo que o motociclista seja aprovado em curso especializado. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 39 Referências ABRAMET. Noções de Primeiros Socorros no Trânsito. São Paulo: ABRAMET, 2005. BALLOU, R. H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. BALLOU, R. R. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. BANZATO, E. Tecnologia da informação aplicada à logística. São Paulo: IMAM, 2005. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOZOCA. Sobrevivência no trânsito para motocilistas. Portal da internet, 2017. Disponível em: <https://bozoka.com.br/>. Acesso em: 29 jun. 2017. BRASIL. Lei nº 12.009, de 29 de julho de 2009. Regulamenta o exercício das atividades dos profissionais em transporte de passageiros, “mototaxista”, em entrega de mercadorias e em serviço comunitário de rua, e “motoboy”, com o uso de motocicleta, altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, para dispor sobre regras de segurança dos serviços de transporte remunerado de mercadorias em motocicletas e motonetas – moto-frete –, estabelece regras gerais para a regulação deste serviço e dá outras providências. Brasília, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2007-2010/2009/lei/l12009.htm>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Ministério do Trabalho e Emprego. CBO – Classificação Brasileira de Ocupações. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/ home.jsf>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L9503.htm>. Acesso em: 29 jun. 2017. CETSP. Manual do Profissional de Motofrete. São Paulo, 2012. Disponível em: <http:// www.cetsp.com.br/media/146982/cartilha_site2.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. CONTRAN. Resolução nº 410, de 02 de agosto de 2012. Regulamenta os cursos especializados obrigatórios destinados a profissionais em transporte de passageiros (mototaxista) e em entrega de mercadorias (motofretista)que exerçam atividades 40 remuneradas na condução de motocicletas e motonetas. Brasília, 2012. Disponível em: <https://www.detran.sp.gov.br/wps/wcm/connect/01261993-0f02-467d-b2e2- e9591dd4e0f4/Res.+Contran+410-12+.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 378, de 06 de abril de 2011. Dá nova redação ao § 2º do artigo 3º da Resolução CONTRAN nº 356/2010, que estabelece requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de passageiros (mototaxi) e de cargas (motofrete) em motocicleta e motoneta. Brasília, 2011. Disponível em: <https://www.legisweb.com. br/legislacao/?id=114906>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 356, de 2 de agosto de 2010. Estabelece requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete) em motocicleta e motoneta, e dá outras providências. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_ CONTRAN_356_10.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 203, de 29 de setembro de 2006. Disciplina o uso de capacete para condutor e passageiro de motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo motorizado e quadriciclo motorizado, e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=104261>. Acesso em: 29 jun. 2017. DINIZ, Eugénio P. H. et al. Recomendações técnicas para a prevenção de acidentes no setor de motofrete. São Paulo: Fundacentro, 2006. HONDA. Centro Educacional de Trânsito Honda. Portal oficial, 2017. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/harmonianotransito/paginas/SobreCeth.aspx>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Regras Gerais de Segurança – Motociclista. Portal da internet, 2012. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/motos/pos-venda/seguranca/Paginas/ regras-gerais-de-seguranca.aspx>. Cesso em: 29 jun. 2017. _______. Antes de Pilotar – Motociclista. Portal da internet, 2012. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/motos/pos-venda/seguranca/Paginas/antes-de- pilotar.aspx>. Cesso em: 29 jun. 2017. INCT. Crescimento da frota de automóveis e motocicletas nas metrópoles brasileiras 2001/2011. Documento da internet, 2017. Disponível em: <http:// observatoriodasmetropoles.net/download/relatorio_automotos.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. 41 LEONI, Guilherme Petri. Não tenha mais dores em cima de sua motocicleta. Documento da internet, 2017. Disponível em: <http://livrozilla.com/doc/605374/ n%C3%A3o-tenha-mais-dores-em-cima-de-sua-motocicleta>. Acesso em: 29 jun. 2017. PARANÁ. Detran. Curso de Reciclagem – Direção defensiva. Portal da internet, 2017. Disponível em: <http://www.detran.pr.gov.br/modules/catasg/servicos-detalhes. php?tema=detran&id=342>. Acesso em: 29 jun. 2017. PAULUS, Adílson Antônio; WALTER, Edison Luís. Manual de Legislação de Trânsito. São Paulo: Nova Geração, 2015. RODRIGUES, Marcos; CUGNASCA, Carlos; QUEIROZ, Alfredo. Rastreamento de Veículos. São Paulo: Oficina de Textos, 2009. SALVARO, João Carlos. Direção Defensiva para Motociclista: Como Aumentar sua Segurança. 2. Ed. Florianópolis: Vias Seguras, 2012. Disponível em: <http://vias- seguras.com/documentacao/arquivos/salvaro_joao_carlos_direcao_defensiva_para_ motociclistas>. Acesso em: 29 jun. 2017. SINDIMOTOSP. Manual de Regulamentação do Motofrete e empresas Contratantes. São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.sindimotosp.com.br/pdfemgeral/ cartilhasindimotosp.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. SOUZA NETO, Pio Marinheiro; BEZERRA, Vitor. In: SIMPOI 2011. Modelo de Roteirização de Veículos com Auxílio do Sistema de Posicionamento Global – GPS. São Carlos, 2011. Disponível em: <http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2011/artigos/ E2011_T00231_PCN70867.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. 42 UNIDADE 4 | CONDIÇÕES DE SEGURANÇA 43 Unidade 4 | Condições de Segurança 1 O Transporte de Carga A mercadoria ou o documento transportado deverão ser entregues em perfeita condição. É preciso ter cuidado com a carga, evitando danos e sujeiras. O material transportado deve ser adequadamente colocado no baú, na grelha, alforjes, bolsas ou caixas laterais. Algumas dicas de como transportar as cargas autorizadas pela legislação: • verifique as condições do baú, o qual deve estar devidamente fixado na motocicleta e com seu interior limpo (confira também os adesivos retrorrefletivos). O baú deve possuir faixas retrorrefletivas, até 60 cm de largura e 70 cm de altura, não ultrapassando a extremidade traseira da moto, nem a altura do motociclista. A grelha deve ter as mesmas dimensões máximas para largura e comprimento e a carga possuir até 40 cm de altura. A carga não pode extrapolar a largura e comprimento da grelha. • observe se não há incompatibilidade entre as cargas que serão transportadas juntas (alimentos, produtos químicos, medicamentos). Alguns produtos exigem transporte em compartimento térmico; • para preservar o equilíbrio, acomode a carga de maneira uniforme. Não transporte nada além do peso permitido pelo fabricante, considerando, inclusive, o peso do motociclista. Concentre o peso em um lugar baixo e perto do centro da moto, mantendo o peso igualmente distribuído lado a lado. • verifique se a carga a ser transportada é compatível com o transporte por motofrete e se possui os equipamentos adequados; • procure adequar a mercadoria que irá transportar para protegê-la das condições climáticas que poderá enfrentar. 44 • registre a motocicleta juntou aos Órgãos Executivos de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal na categoria aluguel, quando utilizada para transporte remunerado de cargas. • não amarre objetos nos guidões, no garfo dianteiro ou no para-lama dianteiro podem provocar instabilidade da moto. • evite que os itens fiquem soltos, correndo o risco de prender a corrente de tração, travando a roda. Veja, o que diz a Resolução nº 356/2010 do CONTRAN: Art. 12. É proibido o transporte de combustíveis inflamáveis ou tóxicos, e de galões nos veículos de que trata a Lei 12.009 de 29 de julho de 2009, com exceção de botijões de gás com capacidade máxima de 13 kg e de galões contendo água mineral, com capacidade máxima de 20 litros, desde que com auxílio de sidecar. (CONTRAN, 2010) 2 Orientações sobre a Segurança do Motofretista Além dos itens de segurança obrigatórios para o motofretista, os quais estão descritos na Resolução nº 356/2010 do CONTRAN, o motociclista deverá ter atenção aos seguintes itens: 45 2.1 Capacete Utilizar sempre o capacete afivelado, esse é um dos equipamentos mais importantes para a segurança do motociclista, além de ser obrigatório por lei. O motociclista só poderá circular nas vias utilizando capacete de segurança com viseira ou óculos protetores específicos, não sendo permitido o uso de óculos comuns. Os passageiros de motocicletas também deverão utilizar este equipamento de segurança. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o capacete reduz em 40% o risco de morte e em 67% de traumatismo craniano entre os motociclistas (OMS,2009). O uso do capacete deve atender as seguintes regras: • Estar afixado à cabeça; • Possuir selo de certificação do INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia; • Possuir adesivos reflexivos de segurança de pelo menos 18 cm² colados na frente, nas laterais e na parte traseira; • O capacete do motociclista que exerce a atividade remunerada deverá possuir faixa refletiva com 40 cm de comprimento, 3,5 cm de largura e a inscrição: “APROVADO DENATRAN”. • Usar a viseira de padrão cristal quando dirigir à noite. O não atendimento destas regras é uma infração gravíssima, sujeita à multa de R$ 191,54. Além disso, o motociclista tem o direito de dirigir suspenso e a carteira de habilitação recolhida. Recomendações: • O capacete e a viseira devem ser sempre limpos.O correto é utilizar água e sabão neutro; • Nunca exponha o capacete a uma fonte de calor intenso (acima de 60ºC); • O capacete deve ser trocado após três anos de uso ou então após uma queda ou acidente; 46 • Use sempre o capacete afivelado; • A cinta jugular deve passar sob seu queixo, a qual deverá estar com apenas um dedo de folga. • Não pendure o capacete nos espelhos retrovisores da moto, nas barras de pisca-pisca ou na alça traseira da motocicleta, pois o acolchoamento interno pode ser danificado, diminuindo a sua proteção. h Após uma queda, o capacete que sofreu um impacto deverá ser trocado, pois poderá haver danos em sua estrutura, diminuindo ou anulando sua eficácia. 2.2 Roupa As roupas têm a função de proteger o corpo contra insolação, chuva, calor e de partes da motocicleta, como escapamento. Elas devem ser confortáveis e justas na região do pulso, cintura e tornozelo. A calça e o casaco devem ser de tecido resistente, como brim ou couro. Também é importante que tenham cores vivas para oferecerem maior visibilidade. É necessário o uso de colete com faixas retrorrefletivas e fluorescentes, o qual deverá estar vestido externamente, mesmo utilizando-se de capa de chuva. 2.3 Botas Além de protegerem as pernas e os tornozelos em caso de acidentes, as botas oferecem maior firmeza aos pés para o condutor acionar os comandos. Devem ser rígidas na região do tornozelo para evitar torções e fraturas. Utilize botas, de preferência com cano alto, e cuidado com cadarços, estes podem enroscar na corrente de transmissão ou aros. 47 2.4 Luvas Têm como função proteger as mãos, pois quando ocorre uma queda, instintivamente a mão busca apoio a fim de proteger a cabeça e demais membros do corpo. Recomenda- se a utilização de luvas que não interfiram na sensibilidade. 2.5 Postura Corporal A postura correta quando estiver pilotando uma motocicleta é importante para que haja um bom desempenho da atividade, evitando sintomas desagradáveis, como dores e tensão. Não é raro observar motociclistas dirigindo totalmente despreocupados com a postura, dessa forma, estarão no caminho de problemas de saúde, principalmente com relação à coluna vertebral. As lesões mais comuns em motociclistas são: tendinites (inflamação dos tendões por esforços repetitivos); dor cervical (dores no pescoço e regiões ao redor); dor lombar (parte inferior das costas). Veja algumas dicas para manter uma boa postura durante a pilotagem: • a cabeça precisa ser mantida alta e os olhos atentos ao que acontece ao redor; • as costas numa posição ereta, nunca arqueada; • os ombros relaxados e os braços levemente flexionados, com os cotovelos ligeiramente voltados para dentro; • as mãos posicionadas no centro das manoplas com os punhos abaixados em relação às mãos; 48 • os joelhos encostados, pressionando levemente o tanque de combustível; • os pés paralelos ao solo, apontados para frente, com o salto do calçado encaixado nas pedaleiras. 2.6 Consumo de Álcool e Outras Drogas Após a publicação da Lei nº 11.705/2008, que alterou o Código de Trânsito Brasileiro, ficou definido que qualquer concentração de álcool no organismo do condutor é considerada infração de trânsito, não havendo limites de tolerância. O álcool no organismo provoca alteração dos reflexos e na coordenação motora, dificuldade de concentração, sonolência, além de provocar atitudes imprudentes. Além do álcool, a lei proíbe a utilização de qualquer outra substância psicoativa como drogas (cocaína, maconha, anfetaminas). Dependendo da quantidade de álcool no organismo, poderá ainda responder por crime de trânsito capitulado no Artigo nº 306 do CTB. e O motorista que for flagrado dirigindo sob a influência de álcool ou qualquer substância psicoativa que determine dependência terá sua habilitação suspensa por 12 meses, além de multa gravíssima multiplicada por cinco. 49 2.7 Estresse A necessidade de rapidez na entrega somada à dificuldade de driblar o trânsito pode afetar emocionalmente o profissional de motofrete, levando ao estresse. O estresse é um dos fatores de acidentes de trânsito, principalmente no meio urbano. Evite sair desesperadamente ou atrasado, seja tranquilo e pense na segurança. Sofrer um acidente é sempre pior que chegar alguns minutos atrasado. h No trânsito, não revide provocações! O motociclista profissional deve ignorar essas provocações e não se deixar levar por exibicionismos dos outros motociclistas (geralmente novos e imprudentes). Seja defensivo no trânsito, isto é, maduro, sério, habilidoso, consciente e responsável, você não precisa provar nada para ninguém! Algumas dicas sobre como melhorar a carga de estresse: • ao acordar, pense em coisas boas, imagine que o dia será bom. Seja otimista! • planeje seu tempo, organize-se; • não discuta no trânsito; • seja cortês, trate todos com educação e simpatia, você terá reciprocidade; • tenha um tempo para relaxar, faça exercícios físicos ou procure uma atividade relaxante. • o cansaço também é um fator de risco aos condutores em geral, não é diferente ao motofretista, que deverá estar sempre alerta em sua atividade. Portanto, 50 descanse bem antes de iniciar sua jornada de trabalho para evitar a falta de atenção e a fadiga, podendo prejudicar seus reflexos, colocando-o em risco de acidente. h Antes de iniciar sua jornada de trabalho e nos intervalos, faça exercícios de alongamento. A atividade de motofrete exige que o profissional planeje seu dia para cumprir suas entregas no horário. Por isso, é importante que o motofretista faça um roteiro, reservando os horários para alimentação e descanso. A pior consequência para o profissional de motofrete é o acidente de trânsito, pois está em jogo sua integridade física e até sua vida. Pense nisso! 3 Inspeção da Motocicleta Além do próprio CTB, que orienta sempre verificar as boas condições do veículo, a Resolução nº 410/2012 do CONTRAN institui a obrigatoriedade de verificação e manutenção do veículo para a pilotagem segura no transporte de cargas pelo motofretista. Veja, o que diz a Resolução nº 410/2012 do CONTRAN: Verificação e manutenção permanentes do veículo para a pilotagem segura no transporte de cargas: – suspensão, freio, embreagem, acelerador, nível de combustível, óleo de freio e motor, bateria, sistema de transmissão, pneus, sistema elétrico; – condições e fixação do baú ou da grelha, do dispositivo retrorrefletivo e demais dispositivos e requisitos de segurança; – transporte de diferentes tipos de carga (avaliação de peso e tamanho). (CONTRAN, 2012) 51 Essa verificação deverá ser feita pelo motofretista toda vez que for iniciar sua atividade profissional. Recomenda-se que todos os itens sejam verificados diariamente e que se tenha atenção especial ao sistema de freios e de transmissão (coroa dentada, corrente e pião), os quais devem estar regulados e lubrificados. Os pneus devem estar em boas condições de uso e devidamente calibrados, mas como saber a hora de trocar o pneu? Observe a marca indicativa de desgaste do pneu. Todo pneu possui um ressalto no sulco da banda de rodagem, sua localização está indicada pelas marcas: TWI ou ∆, na lateral do pneu. Quando o desgaste chegar ao indicativo, revela a necessidade da troca do pneu, como explicado na Resolução nº 558/1980 do CONTRAN, na passagem a seguir. Art. 4º Fica proibida a circulação de veículo automotor equipado com pneu cujo desgaste da banda de rodagem tenha atingido os indicadores ou cuja profundidade remanescente da banda de rodagem seja inferior a 1,6 mm. § 1º – A profundidade remanescente será constatada visualmente através de indicadores de desgaste. (BRASIL, 1980)A vistoria diária na motocicleta antes de utilizá-la é fundamental para garantir uma pilotagem segura e também econômica. Com a revisão de apenas alguns itens, é possível prevenir problemas em comandos e manter as peças e acessórios em ótimo estado. A revisão leva poucos minutos e deve ser feita, preferencialmente, com o motor em funcionamento para verificar ruídos estranhos, vazamentos ou parafusos soltos. Essa prática diária assegura excelente conservação da motocicleta. Mas, o que revisar? 52 Pneus e Rodas – Observar cortes na borracha e a presença de objetos presos, como cacos de vidro e pedras nos pneus. – Verificar se os raios estão soltos, frouxos ou empenados. Se necessário, reapertar raios soltos e alinhar as rodas se estiverem empenadas. – Verificar se algum raio da roda está quebrado, pois pode perfurar a câmara de ar. – Calibrar pneus semanalmente, sempre com pneus frios, de acordo com a pressão recomendada pelo fabricante. – Se for trafegar com pessoa na garupa, o pneu traseiro deve receber pressão maior para compensar o peso extra. Observação: Use sempre os pneus recomendados pelo fabricante de sua moto. Cabos – Lubrificar os cabos colocando óleo em seu interior. Com o tempo, os cabos acumulam sujeira dentro da capa, dificultando a movimentação interna. – Verificar se os cabos não estão dobrados ou fazendo curvas desnecessárias, pois, com o tempo os cabos desfiam e endurecem, acabando por se partir. Freios – Empurrar a moto desligada e acionar um dos freios suavemente – a moto deve parar de imediato. Tão logo o freio seja solto, não deve ficar agarrando. Repetir o procedimento com outro freio. – Verificar folgas dos freios dianteiro e traseiro. – Regular e lubrificar o sistema de freios. – Verificar semanalmente o nível do fluído se o freio for hidráulico. Observação: se o fluido estiver abaixo do mínimo estipulado, pode ser vazamento ou desgaste excessivo da pastilha. 53 Luzes e Parte Elétrica – Verificar se todas as luzes (de freio, piscas, lanterna, farol e painel) estão funcionando. Observação: Qualquer problema em um desses equipamentos é considerado infração média, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, sujeita a penalidades. Filtros de óleo e de ar – Limpar ou substituir o filtro de óleo de acordo com a recomendação do fabricante. – Limpar o filtro de ar a cada 3000KM. A limpeza é feita com gasolina que depois, deve ser retirada com água ensaboada – é preciso deixar o filtro secar. Isto evita o desgaste prematuro dos anéis e cilindros do motor. Observação: O motor que anda com sujeira tem o rendimento diminuído, consumindo mais combustível. Óleo e Combustível – Verificar diariamente o nível do óleo lubrificante do motor. Se estiver abaixo do nível recomendado, preencher ou realizar a troca completa. – Verificar se o combustível está chegando normalmente ao carburador. Para isso, é necessário desapertar o parafuso de drenagem. Baterias – No caso de bateria não selada, é necessário verificar o nível da água; se estiver baixo, completar com água destilada. – Verificar se há acúmulo de detritos nos terminais. – Conferir se os terminais estão oxidados, limpando-os com uma escova e com uma solução de água e vinagre. Corrente – Verificar folgas, que podem ter, no máximo, 20 mm. Se a corrente estiver solta ou apertada, ajuste a folga de acordo com as especificações do fabricante. – Lavar e lubrificar o sistema de corrente, coroa e pinhão após a utilização em estradas de terra. Espelhos retrovisores – Ajustar os espelhos de forma que consiga enxergar a ponta dos ombros no espelho. 54 Além de revisar estes componentes, tenha sempre em mãos um kit, composto de jogo básico de ferramentas, câmara de ar, lâmpada de farol e da lanterna traseira para o caso de qualquer imprevisto. a 1) Julgue verdadeiro ou falso. O material transportado pelo motofretista deve ser adequadamente colocado no baú, na grelha, alforjes, bolsas ou caixas laterais. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. O estresse é um dos fatores de acidentes de trânsito, principalmente no meio urbano. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 55 Referências ABRAMET. Noções de Primeiros Socorros no Trânsito. São Paulo: ABRAMET, 2005. BALLOU, R. H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. BALLOU, R. R. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. BANZATO, E. Tecnologia da informação aplicada à logística. São Paulo: IMAM, 2005. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOZOCA. Sobrevivência no trânsito para motocilistas. Portal da internet, 2017. Disponível em: <https://bozoka.com.br/>. Acesso em: 29 jun. 2017. BRASIL. Lei nº 12.009, de 29 de julho de 2009. Regulamenta o exercício das atividades dos profissionais em transporte de passageiros, “mototaxista”, em entrega de mercadorias e em serviço comunitário de rua, e “motoboy”, com o uso de motocicleta, altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, para dispor sobre regras de segurança dos serviços de transporte remunerado de mercadorias em motocicletas e motonetas – moto-frete –, estabelece regras gerais para a regulação deste serviço e dá outras providências. Brasília, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2007-2010/2009/lei/l12009.htm>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Ministério do Trabalho e Emprego. CBO – Classificação Brasileira de Ocupações. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/ home.jsf>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L9503.htm>. Acesso em: 29 jun. 2017. CETSP. Manual do Profissional de Motofrete. São Paulo, 2012. Disponível em: <http:// www.cetsp.com.br/media/146982/cartilha_site2.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. CONTRAN. Resolução nº 410, de 02 de agosto de 2012. Regulamenta os cursos especializados obrigatórios destinados a profissionais em transporte de passageiros (mototaxista) e em entrega de mercadorias (motofretista) que exerçam atividades 56 remuneradas na condução de motocicletas e motonetas. Brasília, 2012. Disponível em: <https://www.detran.sp.gov.br/wps/wcm/connect/01261993-0f02-467d-b2e2- e9591dd4e0f4/Res.+Contran+410-12+.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 378, de 06 de abril de 2011. Dá nova redação ao § 2º do artigo 3º da Resolução CONTRAN nº 356/2010, que estabelece requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de passageiros (mototaxi) e de cargas (motofrete) em motocicleta e motoneta. Brasília, 2011. Disponível em: <https://www.legisweb.com. br/legislacao/?id=114906>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 356, de 2 de agosto de 2010. Estabelece requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete) em motocicleta e motoneta, e dá outras providências. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_ CONTRAN_356_10.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Resolução nº 203, de 29 de setembro de 2006. Disciplina o uso de capacete para condutor e passageiro de motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo motorizado e quadriciclo motorizado, e dá outras providências. Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=104261>. Acesso em: 29 jun. 2017. DINIZ, Eugénio P. H. et al. Recomendações técnicas para a prevenção de acidentes no setor de motofrete. São Paulo: Fundacentro, 2006. HONDA. Centro Educacionalde Trânsito Honda. Portal oficial, 2017. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/harmonianotransito/paginas/SobreCeth.aspx>. Acesso em: 29 jun. 2017. _______. Regras Gerais de Segurança – Motociclista. Portal da internet, 2012. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/motos/pos-venda/seguranca/Paginas/ regras-gerais-de-seguranca.aspx>. Cesso em: 29 jun. 2017. _______. Antes de Pilotar – Motociclista. Portal da internet, 2012. Disponível em: <https://www14.honda.com.br/motos/pos-venda/seguranca/Paginas/antes-de- pilotar.aspx>. Cesso em: 29 jun. 2017. INCT. Crescimento da frota de automóveis e motocicletas nas metrópoles brasileiras 2001/2011. Documento da internet, 2017. Disponível em: <http:// observatoriodasmetropoles.net/download/relatorio_automotos.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. 57 LEONI, Guilherme Petri. Não tenha mais dores em cima de sua motocicleta. Documento da internet, 2017. Disponível em: <http://livrozilla.com/doc/605374/ n%C3%A3o-tenha-mais-dores-em-cima-de-sua-motocicleta>. Acesso em: 29 jun. 2017. PARANÁ. Detran. Curso de Reciclagem – Direção defensiva. Portal da internet, 2017. Disponível em: <http://www.detran.pr.gov.br/modules/catasg/servicos-detalhes. php?tema=detran&id=342>. Acesso em: 29 jun. 2017. PAULUS, Adílson Antônio; WALTER, Edison Luís. Manual de Legislação de Trânsito. São Paulo: Nova Geração, 2015. RODRIGUES, Marcos; CUGNASCA, Carlos; QUEIROZ, Alfredo. Rastreamento de Veículos. São Paulo: Oficina de Textos, 2009. SALVARO, João Carlos. Direção Defensiva para Motociclista: Como Aumentar sua Segurança. 2. Ed. Florianópolis: Vias Seguras, 2012. Disponível em: <http://vias- seguras.com/documentacao/arquivos/salvaro_joao_carlos_direcao_defensiva_para_ motociclistas>. Acesso em: 29 jun. 2017. SINDIMOTOSP. Manual de Regulamentação do Motofrete e empresas Contratantes. São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.sindimotosp.com.br/pdfemgeral/ cartilhasindimotosp.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. SOUZA NETO, Pio Marinheiro; BEZERRA, Vitor. In: SIMPOI 2011. Modelo de Roteirização de Veículos com Auxílio do Sistema de Posicionamento Global – GPS. São Carlos, 2011. Disponível em: <http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2011/artigos/ E2011_T00231_PCN70867.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017. 58 UNIDADE 5 | DIREÇÃO SEGURA 59 Unidade 5 | Direção Segura 1 Pilotagem Segura Pilotagem segura significa ter comportamentos e adotar procedimentos que resultem em segurança tanto para o condutor da motocicleta quanto para os demais usuários da via (motoristas e pedestres). Avaliar situações de risco e antecipar possíveis acidentes deve fazer parte do comportamento do motociclista profissional. Dirigir com segurança inclui estar em condições físicas e mentais adequadas, conhecer e respeitar as leis de trânsito, ter conhecimento e domínio sobre o veículo, realizar a manutenção preventiva regularmente, além da habilidade em controlar a motocicleta para não se envolver em acidentes, apesar das ações incorretas dos outros e das dificuldades advindas pelas condições de tempo, trânsito, via, etc. Além dos equipamentos e itens de segurança obrigatórios, já relacionados anteriormente, o condutor de motocicleta deve estar sempre atento ao trânsito, dirigindo de forma a estar sempre visível aos demais motoristas. O desenvolvimento do serviço de motofrete, que emprega hoje milhares de pessoas em todo o Brasil, é acompanhado de um dado negativo: o grande número de acidentes graves envolvendo motociclistas. Para reverter este quadro, algumas atitudes podem ser tomadas, veja: • Observe o perigo Pense no que poderá acontecer com a maior antecedência possível. Comece a prever o perigo muito antes do local de um provável acidente. Antes de iniciar a viagem, preveja as condições adversas que poderão ser encontradas no seu caminho e as ações incorretas que poderão ser praticadas por outros. • Planeje o que fazer Há maneiras mais adequadas para enfrentar cada situação específica. Conheça-as bem para poder aplicá-las no momento necessário. Por exemplo, manter distância segura do veículo que vai à frente, no caso de pista escorregadia. 60 • Aja a tempo Uma vez que você conhece o perigo e sabe que defesa deverá empregar, aja. Jamais assuma uma atitude de “esperar para ver o que acontece”. Conforme o exemplo anterior, o motorista do veículo que vai à frente pode frear de repente. Mantendo a distância segura você poderá frear a tempo de não bater a sua motocicleta na traseira de outro veículo. Grande parte dos acidentes ocorrem porque o motociclista, mesmo percebendo o perigo, espera que o outro envolvido na situação tome a iniciativa. Com o propósito de assegurar um trânsito mais seguro, com um número menor de acidentes e de vítimas, o Código de Trânsito Brasileiro estabelece normas de circulação e conduta, que precisam ser conhecidas e respeitadas por todos os usuários das vias. Especificamente com relação à circulação de veículos, inclusive motocicletas, em todo o território nacional devem ser seguidas regras gerais que visam proporcionar a segurança e a fluidez no trânsito. Essas regras se referem ao lado em que os veículos devem circular nas pistas de rolamento; as distâncias de segurança que os condutores de veículos devem guardar de outros veículos e da borda das pistas; como devem proceder em manobras de ultrapassagens, conversões à direita e à esquerda; retornos; cruzamentos; prioridades no trânsito; reduções de velocidade; paradas e estacionamento; utilização de equipamentos de segurança, luzes e buzina. Veja algumas dicas que podem ajudar o motofretista a pilotar com segurança: • ver e ser visto no trânsito é fundamental para a sua segurança! Portanto, utilize sempre o farol aceso e evite pontos cegos ao se aproximar de outro veículo, permaneça numa posição e tenha a certeza que está sendo visto; • procure enxergar além do carro que está a sua frente, dessa forma, terá mais tempo para reagir em uma situação de perigo; • observe o pavimento, pois qualquer problema pode afetar seu equilíbrio, assim, veja se não há manchas de óleo, buracos, ondulações e objetos; 61 • não se esqueça de sinalizar suas atitudes no trânsito, utilize sinaleiras, piscas, sinais de mão e buzinas. Antes de realizar a manobra, tenha certeza de que os demais condutores entenderam sua intenção; • ao transitar atrás de outro veículo, mantenha a distância frontal (distância de seguimento) e, ao ultrapassar, a distância lateral. Lembre-se de que o veículo que está transitando à frente pode passar por cima de um objeto e, caso esteja muito próximo, não terá tempo de reação; • a ultrapassagem deverá ser feita pela esquerda, ultrapassando pela direita somente quando o veículo da frente estiver sinalizando que vai virar à esquerda, observando sempre se a sinalização horizontal e vertical permitem tal manobra. Nunca ultrapasse quando na faixa de trânsito do sentido contrário houver outro veículo na iminência de cruzar; • durante o percurso não é permitido transitar ao lado de outro veículo na mesma faixa de trânsito, mesmo que seja outra motocicleta. Em ambos os casos, percurso ou ultrapassagem, a distância lateral deverá ser preservada; • cuidado com o deslocamento de ar quando for ultrapassado por um veículo de grande porte, como caminhões ou ônibus, ou mesmo quando estiver cruzando, principalmente em rodovias; • utilize o farol na fase baixa ao transitar atrás ou ao cruzar com outro veículo, o farol alto pode ofuscar a visão do outro motorista e causar um acidente de trânsito. E, ao cruzar com um veículo que esteja com o farol alto ou desregulado, não olhe diretamente para a luz, isso provoca ofuscamento, tente visualizar o veículo da frente ou a linha de bordo da via, mas nunca perdendo a visão periférica do outro veículo. 62
Compartilhar