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_______________________________________________________________________________________________ COGEAE – COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO Rua da Consolação, 881 - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br 1 EDUCAÇÃO CONTINUADA _______________________________________________________ _ ______________________ Curso de Especialização em Direito Tributário Módulo I Direito Material Tributário I Coordenação Prof. Dr. Paulo de Barros Carvalho Assistente da Coordenação Profa. Dra. Fabiana Del Padre Tomé _______________________________________________________________________________________________ COGEAE – COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO Rua da Consolação, 881 - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br 2 EDUCAÇÃO CONTINUADA _______________________________________________________ _ ______________________ 1. CRONOGRAMA Tema I: DIREITO TRIBUTÁRIO E O CONCEITO DE TRIBUTO Aula 1. 27/02/2018 (3ª f) – Seminário (presencial) Aula 2. 01/03/2018 (5ª f) – Palestra (presencial) Aula 3. 06/03/2018 (3ª f) – Análise de casos (atividade remota) Tema II: ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS Aula 4. 08/03/2018 (5ª f) – Análise de casos (atividade remota) Aula 5. 13/03/2018 (3ª f) – Seminário (presencial) Aula 6. 15/03/2018 (5ª f) – Palestra (presencial) Tema III: TAXA, PREÇO PÚBLICO, CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA E EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO Aula 7. 20/03/2018 (3ª f) – Seminário (presencial) Aula 8. 22/03/2018 (5ª f) – Palestra (presencial) Aula 9. 27/03/2018 (3ª f) – Análise de casos (atividade remota) Tema IV: CONTRIBUIÇÕES Aula 10. 03/04/2018 (3ª f) – Seminário (presencial) Aula 11. 05/04/2018 (5ª f) – Palestra (presencial) Aula 12. 10/04/2018 (3ª f) – Análise de casos (atividade remota) Tema V: FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO Aula 13. 12/04/2018 (5ª f) – Análise de casos (atividade remota) Aula 14. 17/04/2018 (3ª f) – Seminário (presencial) Aula 15. 19/04/2018 (5ª f) – Palestra (presencial) Tema VI: VALIDADE, VIGÊNCIA, EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS TRIBUTÁRIAS Aula 16. 24/04/2018 (3ª f) – Seminário (presencial) Aula 17. 26/04/2018 (5ª f) – Palestra (presencial) Aula 18. 03/05/2018 (5ª f) – Análise de casos (atividade remota) _______________________________________________________________________________________________ COGEAE – COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO Rua da Consolação, 881 - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br 3 EDUCAÇÃO CONTINUADA _______________________________________________________ _ ______________________ Tema VII: SISTEMA E PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS Aula 19. 08/05/2018 (3ª f) – Seminário (presencial) Aula 20. 10/05/2018 (5ª f) – Palestra (presencial) Aula 21. 15/05/2018 (3ªf) – Análise de casos (atividade remota) Tema VIII: COMPETÊNCIA E IMUNIDADE TRIBUTÁRIA Aula 22. 17/05/2018 (5ª f) – Análise de casos (atividade remota) Aula 23. 22/05/2018 (3ªf) – Seminário (presencial) Aula 24. 24/05/2018 (5ª f) – Palestra (presencial) Tema IX: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Aula 25. 29/05/2018 (3ªf) – Seminário (presencial) Aula 26. 05/06/2018 (3ª f) – Análise de casos (atividade remota) Aula 27. 07/06/2018 (5ªf) – Palestra (presencial) Tema X: REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA Aula 28. 12/06/2018 (3ª f) – Seminário (presencial) Aula 29. 14/06/2018 (5ª f) – Palestra (presencial) Aula 30. 19/06/2018 (3ª f) – Análise de casos (atividade remota) 26/06/2014 (3ª f) - Avaliação Final (presencial) _______________________________________________________________________________________________ COGEAE – COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO Rua da Consolação, 881 - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br 4 EDUCAÇÃO CONTINUADA _______________________________________________________ _ ______________________ 2. DINÂMICA DO CURSO O curso compõe-se de aulas expositivas (palestras), seminários e análises de casos. As questões de seminário, constantes do programa do curso, deverão ser resolvidas previamente pelo aluno, com entrega das correspondentes respostas na data da aula de seminário. O seminário relativo ao tema I deve ser entregue, ao Professor Assistente, no dia 27/02/2018. As aulas de seminário serão presenciais e terão a participação dos Professores Assistentes, que dirigirão as turmas no debate e na problematização da matéria em foco, municiando-as com os subsídios teóricos e metodológicos necessários para a tarefa conjunta de resolver as questões propostas. As matérias indicadas para estudo serão as mesmas desenvolvidas nos seminários (que ocorrem sempre às terças-feiras) e nas palestras (quintas-feiras), nas datas indicadas no cronograma. Cada turma elegerá um RELATOR que terá por função expor ao conferencista as conclusões deduzidas, consignando os pontos de divergência verificados em seu grupo. Tal exposição ocorrerá na quinta- feira subsequente, por ocasião da aula expositiva. Além disso, para cada tema estudado serão indicados “casos” a serem analisados pelo aluno, em atividade remota, conforme datas previstas no cronograma. _______________________________________________________________________________________________ COGEAE – COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO Rua da Consolação, 881 - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br 5 EDUCAÇÃO CONTINUADA _______________________________________________________ _ ______________________ TEMA I DIREITO TRIBUTÁRIO E CONCEITO DE TRIBUTO Leitura: ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6ª ed. São Paulo: Malheiros, 2009. Primeira parte (“Noções Introdutórias”). CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 29ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Capítulo I e itens 1 a 3 do Capítulo II. CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de teoria geral do direito (o constructivismo lógico-semântico). 5ª ed. São Paulo: Noeses, 2016. Capítulos III e V. Leitura complementar: BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário. 6ª ed. São Paulo: Noeses, 2013. Itens 3 (Sistema dos fundamentos óbvios), 10 (O maior equívoco), 11 (Diagnóstico da demência e terapêutica), 12 (Doutrina do direito tributário e des raisons que la raison ne conntait pas), 16 (Ciência do Direito), 17 (Lei científica e lei jurídica. Ser e dever-ser. Causação e normatividade), 18 (Crítica aos críticos da teoria normativa do direito [Kelsen]), 19 (Direito é instrumento) e 71 (Conceito de tributo). CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: fundamentos jurídicos da incidência. 10ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015. Itens 1 a 5. CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 6ª ed. São Paulo: Noeses, 2015. Segunda Parte, Capítulo 2, item 2.2.1. FAVACHO, Fernando Gomes. A definição do conceito de tributo. São Paulo: Quartier Latin, 2011. MARTINS, Natanael. A tributação do ilícito – limites à aplicação do princípio do ‘non olet’. In: XIII Congresso Nacional de Estudos Tributários – 50 anos do Código Tributário Nacional. São Paulo: Noeses, 2016. Disponível em: http://www.ibet.com.br/a-tributacao-do-ilicito-limites-a-aplicacao-do-pricipio-do-non-olet-por- natanael-martins/ SOUSA, Rubens Gomes de; ATALIBA, Geraldo; CARVALHO, Paulo de Barros. Comentários ao Código Tributário Nacional. 3ª ed. São Paulo: Quartier Latin, 2007. Artigos 3º e 4º. _______________________________________________________________________________________________ COGEAE – COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO Rua da Consolação, 881 - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br 6 EDUCAÇÃO CONTINUADA _______________________________________________________ _ ______________________ SEMINÁRIO I As respostas devem ser entregues ao Professor Assistente, no dia 27/02/2018. 1. Que é direito positivo? E Ciência do Direito? Quais as diferenças existentes entre suas linguagens? 2. Que é norma jurídica? Existe diferença entre texto de lei, enunciado prescritivo e norma jurídica? Qual(is)? 3. Identificar o (i) suporte físico, (ii) o significado e (iii) a significação no plano da linguagem do direito positivo. 4. Analise criticamente o art. 3º do Código Tributário Nacional e proponha uma definição pessoal para o vocábulo “tributo”. Com base em sua definição, identificar quais dessas hipóteses são consideradas tributos, fundamentando cada resposta: a) seguro obrigatório de veículo; b) multa decorrente do atraso no pagamento do tributo; c) FGTS; d) estadia e pesagem de veículos em terminal alfandegário; e) locação de imóvel público; f) estacionamento rotativo "zona azul"; g) custas judiciais; h) prestação de serviço eleitoral; i) imposto sobre a renda de atividade ilícita; j) taxa de ocupação em terreno de marinha. 5. O desconto de IPVA concedido para contribuintes que não incorreram em infrações de trânsito é uma utilização do tributo como sanção de ato ilícito? Exemplo: contribuinte que, por ter cometido infrações de trânsito em exercícios anteriores, tem que pagar IPVA maior, pois não submetido ao desconto previsto no art. 1º da Lei do Estado do Rio Grande do Sul n°. 11.400/1999 1 . 1 “Art. 1º Aos contribuintes que não tenham incorrido em infração de trânsito, fica instituído desconto no valor anual do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA, nos seguintes patamares: I – dez por cento (10%) no caso de não ter cometido infração de trânsito no ano civil anterior, _______________________________________________________________________________________________ COGEAE – COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO Rua da Consolação, 881 - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br 7 EDUCAÇÃO CONTINUADA _______________________________________________________ _ ______________________ 6. Dada a lei (fictícia) a seguir transcrita, responda aos questionamentos: Lei estadual nº 5.777, de 15 de dezembro de 2010. Art. 1º - É instituído, no Estado de São Paulo, o imposto sobre a propriedade de veículos automotores, devido no primeiro dia de cada ano pelos proprietários de veículos automotores registrados e licenciados nesta Unidade da Federação. Parágrafo único - O valor do imposto será recolhido diretamente pelo contribuinte na rede bancária autorizada, até o dia 10 do mês de março. Art. 2º - A base de cálculo do imposto é o valor venal do veículo automotor. § 1º - Para a fixação do valor venal deverá ser levado em consideração o preço usualmente praticado no mercado do Estado de São Paulo, os preços médios aferidos por publicações especializadas, a potência, a capacidade máxima de tração, ano de fabricação, o peso, a cilindrada, o número de eixos, tipo de combustível, a dimensão e o modelo do veículo, devendo o contribuinte prestar tais informações por meio de preenchimento do formulário adequado, entregue na ocasião da renovação do registro do veículo automotor, que deve ocorrer até o 1º dia do mês de fevereiro. § 2º - A alíquota do imposto sobre a propriedade de veículos automotores é de 7% (sete por cento). Art. 3º - Não havendo o recolhimento do imposto no prazo previsto, deverá a autoridade fiscal lavrar Auto de Infração com imposição de multa de 50% (cinquenta por cento), calculada sobre o valor do imposto corrigido monetariamente. Parágrafo único – Havendo ausência de renovação do registro do veículo automotor e da entrega do formulário previsto no § 1º do art. 2º da presente lei, fica a autoridade fiscal também obrigada a lavrar Auto de Infração impondo multa de R$ 500,00. Pergunta-se: a) Quantas normas jurídicas são veiculadas nessa lei? Identifique-as. b) Qual das normas jurídicas identificadas institui o tributo? c) Qual(is) dessas normas são estudadas pela Ciência do Direito Tributário? Por quê? II – quinze por cento (15%) no caso de não ter cometido infração de trânsito nos últimos dois anos civis; III – vinte por cento (20%) no caso de não ter cometido infração de trânsito nos últimos três anos civis.” _______________________________________________________________________________________________ COGEAE – COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO Rua da Consolação, 881 - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br 8 EDUCAÇÃO CONTINUADA _______________________________________________________ _ ______________________ ANÁLISE DE CASOS I (atividade remota, a ser realizada em 06/03/2018) Caso I: Tributo cobrado indevidamente é tributo? 1.1.Emitir opinião sobre o posicionamento do STJ no AGRESP 429413-RJ. 1.2.O que seria mais correto dizer: (i) repetição do indébito tributário ou (ii) repetição do indébito “não-tributário”? 1.3. Analisar a questão considerando os seguintes momentos: (a) do pagamento do tributo, (b) do pedido de restituição e (c) da decisão de defere o pedido. AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 429.413-RJ (2002/0044542-2) RELATOR : MINISTRO FRANCIULLI NETO AGRAVANTE : FAZENDA NACIONAL PROCURADOR : CÉSAR MACIEL RODRIGUES E OUTROS AGRAVADO : M SARAIVA PUBLICIDADE LTDA. ADVOGADO : JOSÉ OSWALDO CORRÊA E OUTRO EMENTA AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. COMPENSAÇÃO. PIS. COFINS. PRESCRIÇÃO. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. CONTAGEM A PARTIR DO TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PROVIMENTO NEGADO. A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora de um tributo altera a natureza jurídica dessa prestação pecuniária, que, retirada do âmbito tributário, passa a ser de indébito para com o Poder Público, e não de indébito tributário. Com efeito, a lei declarada inconstitucional desaparece do mundo jurídico, como se nunca tivesse existido. (grifamos) Afastada a contagem do prazo prescricional/ decadencial para repetição do indébito tributário previsto no Código Tributário Nacional, tendo em vista que a prestação pecuniária exigida por lei inconstitucional não é tributo, mas um indébito genérico contra a Fazenda Pública, aplica-se a regra geral de prescrição de indébito contra a Fazenda Pública, prevista no artigo 1º do Decreto 20.910/32. A declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal não elide a presunção de constitucionalidade das normas, razão pela qual não estava o contribuinte obrigado a suscitar a sua inconstitucionalidade sem o pronunciamento da Excelsa Corte, cabendo-lhe, pelo contrário, o dever de cumprir a determinação nela contida. (grifamos) A tese que fixa como termo a quo para a repetição do indébito o reconhecimento da inconstitucionalidade da lei que instituiu o tributo deverá prevalecer, pois, não é justo ou razoável permitir que o contribuinte, até então desconhecedor da inconstitucionalidade da exação recolhida, seja lesado pelo Fisco. Ainda que não previsto expressamente em lei que o prazo prescricional/decadencial para a restituição de tributos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal é contado após cinco anos do trânsito em julgado daquela decisão, a interpretação sistemática do ordenamento jurídico pátrio leva a essa conclusão. Cabível a restituição do indébito contra a Fazenda, sendo o prazo de decadência/prescrição de cinco anos para pleitear a devolução, contado do _______________________________________________________________________________________________ COGEAE – COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO Rua da Consolação, 881 - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br 9 EDUCAÇÃO CONTINUADA _______________________________________________________ _ ______________________ trânsito em julgado da decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou inconstitucional o suposto tributo. Agravo regimental a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por maioria, vencida a Sra. Ministra Eliana Calmon, negar o provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Vencido, preliminarmente, o Sr. Ministro Francisco Peçanha Martins. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Paulo Medina, e Francisco Peçanha Martins votaram com o Sr. Ministro-Relator. Brasília (DF), 19 de setembro de 2002 (Data do Julgamento). MINISTRO FRANCIULLI NETTO, Relator AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº429.413-RJ (2002/0044542-2) VOTO EXMO. SR. MINISTRO FRANCIULLI NETTO (Relator): A egrégia Primeira Seção desta Corte desenvolveu tese segundo a qual, para as hipóteses de devolução de tributos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, admite-se, como dies a quo para a contagem do prazo para repetição/compensação do indébito pelo contribuinte, a aludida declaração. Conforme dispõe o artigo 3º do Código Tributário Nacional, “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora de um tributo, entretanto, altera a natureza jurídica dessa prestação pecuniária, que, retirada do âmbito tributário, passa a ser de indébito para com o Poder Público, e não de indébito tributário. Com efeito, aquela lei declarada inconstitucional desaparece do mundo jurídico, como se nunca tivesse existido. Diante da observação de que a prestação pecuniária não constitui tributo a ser restituído, por ter sido declarada inconstitucional, mas simples indébito contra a Fazenda Pública, é equivocado, a rigor, falar-se em restituição de tributo, como faz o Código Tributário Nacional. Cuida-se, na verdade, de restituição de pagamento indevido. O ordenamento jurídico pátrio não prevê expressamente um direito à repetição do indébito fundado na inconstitucionalidade da lei que o instituiu... Caso II: Pesquisar sobre o conceito de “contribuição sindical” e responder às questões que seguem: 2.1. Antes da entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017, a contribuição sindical preenchia os requisitos configuradores de tributo? Justificar. 2.2. E após a Lei nº 13.467/2017? Caso a resposta à questão anterior tenha sido afirmativa, a contribuição sindical perdeu o caráter de tributo? Ou permanece sua qualidade de tributo, sendo inconstitucional a retirada de sua compulsoriedade? Justificar. _______________________________________________________________________________________________ COGEAE – COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO Rua da Consolação, 881 - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br 10 EDUCAÇÃO CONTINUADA _______________________________________________________ _ ______________________ Notícias STF 2 Terça-feira, 16 de janeiro de 2018 Confederação patronal questiona fim da obrigatoriedade da contribuição sindical O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu mais uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) questionando o fim da contribuição sindical compulsória, uma das alterações decorrentes da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) aprovada ano passado. A diferença é que a ADI 5859, que se soma às demais ações ajuizadas na Corte com o mesmo objeto, é a primeira ajuizada por uma entidade patronal. Nela, a Confederação Nacional do Turismo (CNTur) ataca o dispositivo que alterou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para tornar facultativa a contribuição sindical anual de empregados e patrões. A entidade sindical patronal que representa a categoria econômica do turismo afirma que a contribuição sindical é uma receita “imprescindível e fundamental” para a subsistência e manutenção do sistema sindical brasileiro, e que a alteração promovida pela lei resultará no estrangulamento do caixa das instituições sindicais, “levando à bancarrota todo o sistema existente há mais de 80 anos”. Por isso, pediu a concessão de liminar para suspender a eficácia do dispositivo impugnado (artigo 1ª da Lei 13.467/2017, que deu nova redação aos artigos 545, 578, 579, 582, 583, 587 e 602 da CLT). “Se a principal receita das entidades sindicais patronais deriva das contribuições sindicais pagas pelas empresas, e a modificação proposta pela norma impugnada tornou essa contribuição facultativa, pretendendo modificar, assim, sua natureza tributária prevista na Constituição Federal, é evidente que haverá uma queda abrupta, repentina, sem precedentes em nossa história, no faturamento dessas entidades sindicais patronais, em todo o país, impedindo que as mesmas façam frente à suas obrigações não apenas perante seus associados mas também perante terceiros, deixando de honrar compromissos, contratos, tornando-as absolutamente inadimplentes”, argumenta. Entre outros fundamentos jurídicos, a CNTur alega que a norma apresenta inconstitucionalidade formal, pois a alteração na natureza da contribuição sindical não poderia ter sido feita por lei ordinária, mas somente por lei complementar, nos termos do artigo 146 da Constituição Federal. Quanto à inconstitucionalidade material, sustenta que a facultatividade no recolhimento da contribuição sindical viola o princípio da isonomia tributária (artigo 150, II, da Constituição). “A Lei 13.467/2017, ao promover as alterações nos dispositivos ora impugnados, instituiu tratamento desigual entre os contribuintes de uma mesma relação jurídica ao tornar facultativo o recolhimento de tal tributo, em completa e absoluta afronta ao texto constitucional. Além de promover o enriquecimento ilícito daqueles que serão beneficiados pela atuação da Confederação requerente [CNTur] e demais entidades patronais, sem contribuir para o custeio das suas iniciativas estatutárias”, ressalta. A CNTur aponta ainda que o regime de recolhimento das contribuições sindicais das entidades patronais difere das entidades que representam trabalhadores. No caso dos trabalhadores, de acordo com a nova redação do artigo 582 da CLT, o desconto é feito na folha de pagamento do mês de março, mediante autorização prévia e expressa. Entretanto, no que concerne à contribuição sindical patronal, há a emissão de guias para pagamento em dezembro para que o pagamento seja feito dentro do mês de janeiro. Rito abreviado Relator de todas as ações, o ministro Edson Fachin aplicou, em 19 de dezembro passado, o rito abreviado para julgamento da ADI 5859 (artigo 12 da Lei 9.868/1999), a fim de possibilitar o julgamento definitivo da questão pelo Plenário do STF, sem prévia análise do pedido de liminar, em razão da relevância da matéria constitucional suscitada e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica. Foram solicitadas informações ao presidente da República, Michel Temer, e aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado Federal, Eunício Oliveira. Outras ADIs 2 http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=367049 _______________________________________________________________________________________________ COGEAE – COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO Rua da Consolação, 881 - Cep: 01301-000 - São Paulo - SP – Fone: (11) 3124-9600 – Fax: (11) 3124-9612 www.pucsp.br/cogeae – E-mail: infocogeae@pucsp.br 11 EDUCAÇÃO CONTINUADA _______________________________________________________ _ ______________________ A primeira ADI ajuizada contra o fim da contribuição sindical compulsória (ADI 5794) foi proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (CONTTMAF) em outubro do ano passado, antes mesmo de a Reforma Trabalhista entrar em vigor. Nos meses de novembro e dezembro, o Tribunal recebeu diversas outras ações – ADIs 5806, 5810, 5811, 5813, 5815, 5850 – questionando a mudança, ajuizadas por entidades representativas de trabalhadores.
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