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EA CPCAR EXAME DE ADMISSÃO AO 3o ANO DO CPCAR 2008 – LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA INGLESA – VERSÃO A 1 
Leia atentamente o Texto I para responder às questões de 01 
a 08. 
 
Texto I 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
45 
 
 
 
 
50 
 
 
 
 
55 
 
 
 
 
 
60 
 
 
 
 
65 
 
 
 
 
70 
 
Muito cedo para decidir 
 
 Gandhi se casou menino. Foi casado menino. O 
contrato, foram os grandes que assinaram. Os dois nem 
sabiam direito o que estava acontecendo, ainda não haviam 
completado 10 anos de idade, estavam interessados em 
brincar. Ninguém era culpado: todo mundo estava sendo 
levado de roldão pelas engrenagens dessa máquina 
chamada sociedade, que tudo ignora sobre a felicidade e vai 
moendo as pessoas nos seus dentes. Os dois passaram o 
resto da vida se arrastando, pesos enormes, cada um 
fazendo a infelicidade do outro. 
(...) 
 Antigamente, quando se queria dizer que uma 
decisão não era grave e podia ser desfeita, dizia-se: “Isso 
não é casamento!”. Naquele tempo, sim, casamento era 
decisão irremediável, para sempre, até que a morte os 
separasse, eterna comunhão de bens e comunhão de 
males. Mas agora os casamentos fazem-se e desfazem-se 
até mesmo contra a vontade do Papa, e os dois ficam livres 
para começar tudo de novo... 
 Pois dentro de poucos dias vai acontecer com 
nossos adolescentes coisa igual ou pior do que aconteceu 
com o Gandhi e a mulher dele, e ninguém se horroriza, 
ninguém grita, os pais até ajudam, concordam, empurram, 
fazem pressão, o filho não quer tomar a decisão, refuga, 
está com medo. “Tomar uma decisão para o resto da minha 
vida, meu pai! Não posso agora!” e o pai e a mãe perdem o 
sono, pensando que há algo errado com o menino ou a 
menina, e invocam o auxílio de psicólogos para ajudar... 
 Está chegando para muitos o momento terrível do 
vestibular, quando vão ser obrigados por uma máquina, do 
mesmo jeito como o foram Gandhi e Casturbai (era esse o 
nome da menina), a escrever num espaço em branco o 
nome da profissão que vão ter. 
 Do mesmo jeito não: a situação é muito mais grave. 
Porque casar e descasar são coisas que se resolvem rápido. 
Às vezes, antes de se descasar de uma ou de um, a pessoa 
já está com uma outra ou um outro. Mas, com a profissão 
não tem jeito de fazer assim. Pra casar, basta amar. Mas na 
profissão, além de amar tem de saber. E o saber leva tempo 
pra crescer. A dor que os adolescentes enfrentam agora é 
que, na verdade, eles não têm condições de saber o que é 
que eles amam. Mas a máquina os obriga a tomar decisão 
para o resto da vida, mesmo sem saber. 
 Saber que a gente gosta disso e gosta daquilo é 
fácil. O difícil é saber qual, dentre todas, é aquela de que a 
gente gosta supremamente. Pois, por causa dela, todas as 
outras terão de ser abandonadas. A isso que se dá o nome 
de “vocação”; que vem do latim, vocare, que quer dizer 
“chamar”. É um chamado, que vem de dentro da gente, o 
sentimento de que existe alguma coisa bela, bonita e 
verdadeira à qual a gente deseja entregar a vida. 
 Entregar-se a uma profissão é igual a entrar para 
uma ordem religiosa. Os religiosos, por amor a Deus, fazem 
votos de castidade, pobreza e obediência. Pois, no momento 
em que você escrever a palavra fatídica no espaço em 
branco, você estará fazendo também os seus votos de 
dedicação total a sua ordem. Cada profissão é uma ordem 
religiosa, com seus papas, bispos, catecismos, pecados e 
inquisições. 
(...) 
 Não fique muito feliz se o seu filho já tem idéias 
claras sobre o assunto. Isso não é sinal de superioridade. 
Significa, apenas, que na mesa dele há um prato só. Se ele 
só tem nabos cozidos para comer, é claro que a decisão já 
está feita: comerá nabos cozidos e engordará com eles. A 
dor e a indecisão vêm quando há muitos pratos sobre a 
mesa e só se pode escolher um. 
 Um conselho aos pais e aos adolescentes: não 
levem muito a sério esse ato de colocar a profissão naquele 
lugar terrível. Aceitem que é muito cedo para uma decisão 
tão grave. Considerem que é possível que vocês, daqui a 
um ou dois anos, mudem de idéia. Eu mudei de idéia várias 
vezes, o que me fez muito bem. Se for necessário, 
 
 
 
75 
 
 
 
 
80 
 
 
 
 
85 
 
comecem de novo. Não há pressa. Que diferença faz 
receber o diploma um ano antes ou um ano depois? 
 Em tudo isso o que causa a maior ansiedade não é 
nada sério: é aquela sensação boba que domina pais e 
filhos de que a vida é uma corrida e que é preciso sair 
correndo na frente para ganhar. Dá uma aflição danada ver 
os outros começando a corrida, enquanto a gente fica para 
trás. 
 Mas a vida não é uma corrida em linha reta. 
Quando se começa a correr na direção errada, quanto mais 
rápido for o corredor, mais longe ele ficará do ponto de 
chegada. Lembrem-se daquele maravilhoso aforismo de T.S 
Eliot: “Num país de fugitivos os que andam na direção 
contrária parecem estar fugindo.” 
 
ALVES, Rubem – Estórias de quem gosta de ensinar – 
O fim dos Vestibulares. SP: Ars Poética, 1995. p.31. 
 
 
01 - Assinale abaixo o único recurso argumentativo que NÃO foi 
utilizado no texto. 
 
a) Exemplificação. 
b) Citação de falas alheias. 
c) Argumento de autoridade. 
d) Interpelação ao receptor. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
Argumento de autoridade não é utilizado no texto como 
recurso argumentativo. A citação de T.S. Eliot, que poderia ser 
confundida com argumento de autoridade, não é usada como 
“apoio para tratar de um mesmo tema”, ou seja, não é base 
para a argumentação, além disso, T.S. Eliot não pode ser 
considerado uma autoridade no assunto abordado no texto. 
 
RESPOSTA: opção c 
 
 
02 - Só NÃO se pode inferir do texto que a 
 
a) decisão profissional satisfatória demanda maturidade e 
conhecimento de opções. 
b) obrigação de tomar decisões precocemente, as quais 
afetarão a vida futura, é não só um engano como uma 
temeridade. 
c) aproximação entre sagrado e profano está presente no 
texto por meio de comparações. 
d) escolha profissional e a conjugal encontram-se em um 
mesmo patamar de importância. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
De acordo com o quinto parágrafo (linha 32 a 42), a escolha 
profissional é mais delicada e irreversível, demandando saber 
que, segundo o autor, leva tempo para crescer. 
 
RESPOSTA: opção d 
 
 
03 - Com base no texto, assinale (V) para as proposições 
verdadeiras e (F) para as falsas. 
 
( ) O autor critica certa banalização na escolha da profissão, 
decorrente da pressão imposta pelo ritmo acelerado da 
sociedade moderna. 
( ) O autor faz uso do padrão lingüístico socialmente 
considerado modelar por se dirigir formalmente aos pais 
de jovens em fase pré-vestibular. 
( ) A ironia é um recurso usado pelo autor para expressar 
seu ponto de vista acerca da decisão profissional. 
( ) O casamento, na atualidade, apresenta o mesmo caráter 
inexorável de que era revestido no passado. 
 
Assinale a alternativa com a seqüência correta. 
 
a) V – F – V – F c) F – V – V – V 
b) V – V – V – V d) V – F – F – F 
 
 
 EA CPCAR EXAME DE ADMISSÃO AO 3o ANO DO CPCAR 2008 – LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA INGLESA – VERSÃO A 2 
RESOLUÇÃO: 
 
A primeira afirmativa é verdadeira (V) porque, de acordo com 
as linhas 28, 39, 40 e 41, os jovens são levados a tomar 
decisões pouco sábias por uma “máquina” que evidencia-se, 
no penúltimo parágrafo como “uma corrida” em que “é preciso 
sair correndo na frente para ganhar” (linhas 74 e 75) 
A segunda afirmativa é falsa (F), pois o autor se dirige não só 
aos pais, mas também aos filhos informalmente, como em um 
bate-papo (v. 8o e 9o parágrafo) 
A terceira afirmativa é verdadeira (V) já que a ironia está 
presente em alguns momentosdo texto, cito como um exemplo 
as linhas 66, 67 e 68. 
A quarta afirmativa é falsa (F), pois o texto deixa claro que 
atualmente o casamento pode ser facilmente dissolvido (linhas 
12 a 17 e linhas 32 e 33), não sendo, portanto, inabalável. 
 
RESPOSTA: opção a 
 
 
04 - Leia o trecho abaixo e analise as proposições. 
 
“Naquele tempo, sim, casamento era decisão irremediável, 
para sempre, até que a morte os separasse, eterna comunhão 
de bens e comunhão de males.” 
 
I - A expressão para sempre refere-se tanto ao substantivo 
casamento, quanto à expressão adverbial naquele 
tempo. 
II - Em “eterna comunhão de bens e comunhão de males” há 
um trocadilho entre bens e males, já que bens tanto pode 
se referir a objetos materiais quanto a valores morais. 
III - O termo sim entre vírgulas é uma marca de oralidade, 
portanto as vírgulas podem ser suprimidas. 
IV - No trecho “... até que a morte os separasse...” a 
expressão até que indica um limite temporal. 
 
Estão corretas apenas 
 
a) I e II. c) II e III. 
b) II e IV. d) III e IV. 
 
RESOLUÇÃO 
 
Na proposição II, o trocadilho se deve ao emprego da palavra 
bens que tanto pode se referir a bens materiais nas 
expressões casamento em comunhão de bens, separação 
de bens quanto a valores em oposição ao vocábulo males. 
Na proposição IV, a expressão destacada indica o período que 
se inicia com o casamento e é finalizado com a morte. 
Na proposição I, a expressão destacada refere-se somente ao 
substantivo casamento. 
Na proposição III, o uso das vírgulas serve para isolar o termo 
que se quer realçar. 
 
RESPOSTA: opção b 
 
 
05 - Assinale a opção cujas palavras destacadas possuem a 
mesma função morfossintática. 
 
a) “A isso que se dá o nome de ‘vocação’; que vem do latim, 
vocare, que quer dizer ‘chamar’.” 
“Lembrem-se daquele famoso aforismo de T.S Eliot...” 
b) “Aceitem que é muito cedo para uma decisão tão grave.” 
“Que diferença faz receber o diploma um ano antes ou um 
ano depois?” 
c) “Não fique muito feliz se o seu filho já tem idéias claras 
sobre o assunto.” 
“Quando se começa a correr na direção errada, quanto 
mais rápido for o corredor , mais longe ele ficará do ponto 
de chegada.” 
d) “É um chamado, que vem de dentro da gente, o sentimento 
de que existe alguma coisa bela...” 
“Num país de fugitivos os que andam na direção contrária 
parecem estar fugindo.” 
 
 
RESOLUÇÃO: 
 
Em ambos os períodos, foi destacado um pronome relativo que 
substitui as palavras “chamado” e “os/aqueles” 
respectivamente. 
 
RESPOSTA: opção d 
 
 
06- Pode-se afirmar que a palavra foi substituída corretamente em 
 
a) “Lembrem-se daquela maravilhosa máxima de T.S Eliot ...” 
(linhas 83 e 84) 
b) “... no momento em que você escrever a palavra exata no 
espaço em branco ...” (linhas 53 a 55) 
c) “O difícil é saber qual, dentre todas, é aquela de que a 
gente gosta particularmente.” (linhas 44 e 45) 
d) “Naquele tempo, sim, casamento era decisão previsível, para 
sempre, até que a morte os separasse ...”.(linhas 13 a 15) 
 
RESOLUÇÃO: 
 
A palavra “máxima” pode ser substuída por “aforismo” sem 
prejuízo semântico, já que ambas significam conceito, 
pensamento ou apoftegma. 
 
RESPOSTA: opção a 
 
 
07 - Assinale a opção em que todas as palavras destacadas 
retomam um termo ou uma oração já citados anteriormente no 
texto. 
 
a) “Em tudo isso o que causa a maior ansiedade não é nada 
sério: é aquela sensação boba que domina pais e filhos de 
que a vida é uma corrida e que é preciso sair correndo na 
frente para ganhar.”(linhas 74 a 77) 
b) “Saber que a gente gosta disso e gosta daquilo é 
fácil.”(linhas 43 e 44) 
c) “Pois, por causa dela, todas as outras terão de ser 
abandonadas. A isso que se dá o nome de ‘vocação’; que 
vem do latim, vocare, que quer dizer ‘chamar.’”(linhas 45 a 
48) 
d) “Um conselho aos pais e aos adolescentes: não levem 
muito a sério esse ato de colocar a profissão naquele lugar 
terrível.” (linhas 66 a 68) 
 
RESOLUÇÃO: 
 
O pronome demonstrativo “isso” retoma a idéia expressa 
anteriormente: saber o que se gosta supremamente. 
Nas orações seguintes o pronome relativo “que” substitui, 
respectivamente, vocação e vocare. 
 
RESPOSTA: opção c 
 
 
08 - Analise as assertivas abaixo. 
 
I - Prosopopéia, antítese e gradação são figuras de 
linguagem exploradas pelo autor do texto. 
II - A palavra pois (linha 19) não tem valor explicativo, sua 
função no texto é provocar uma mudança de sentido na 
argumentação. 
III - O uso das reticências (linha 18) denota a possível 
continuidade do ciclo de casar e descasar. 
IV - O uso da vírgula após o substantivo contrato (linha 2) 
justifica-se pela elipse de um termo facilmente 
identificável. 
 
Estão corretas apenas 
 
a) I e III. c) III e IV. 
b) I e II. d) II e III. 
 
 
 
 
 
 
 EA CPCAR EXAME DE ADMISSÃO AO 3o ANO DO CPCAR 2008 – LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA INGLESA – VERSÃO A 3 
RESOLUÇÃO: 
 
II. A conjunção pois pode ser considerada explicativa quando 
introduz uma justificativa para o que foi enunciado 
anteriormente, o que não acontece nesse caso. A 
conjunção marca uma mudança da argumentação do 
passado para o presente. 
III. As reticências são utilizadas para indicar uma interrupção 
na seqüência normal da frase e, entre outros usos, sugere 
que o leitor complete o raciocínio, tendo em vista que o 
contexto anterior aponta para a circularidade casar, 
descasar, casar novamente e descasar (linhas 16 a 20). 
 
RESPOSTA: opção d 
 
 
Texto II 
 
Ou isto ou aquilo 
 
Ou se tem chuva ou não se tem 
sol, 
Ou se tem sol ou não se tem 
chuva! 
Ou se calça a luva e não se põe 
o anel, 
Ou se põe o anel e não se calça 
 a luva! 
Quem sobe nos ares não fica no 
chão, 
Quem fica no chão não sobe nos 
ares. 
É uma grande pena que não se 
possa 
estar ao mesmo tempo em dois 
lugares! 
Ou guardo dinheiro e não 
compro doce, 
Ou compro doce e não guardo 
 dinheiro. 
Ou isto ou aquilo: ou isto ou 
aquilo... 
e vivo escolhendo o dia inteiro! 
Não sei se brinco, não sei se 
estudo, 
se saio correndo ou fico 
tranqüilo. 
Mas não consegui entender 
 ainda 
qual é melhor: se é isto ou 
aquilo. 
 
MEIRELES, Cecília. Obra Poética. RJ: Nova Aguilar, 1987. 
 
 
09 - Analise as proposições abaixo. 
 
I - Enquanto Cecília Meireles apresenta uma série de 
alternativas para se seguir, Rubem Alves nos propõe uma 
maior reflexão para um plano de vida. 
II - No poema Ou isto ou aquilo, observa-se o emprego de 
verbos que necessitam de complementação. 
III - O emprego de duas expressões com sentido indefinido 
no título do poema de Cecília Meireles apresenta-nos a 
dificuldade de se tomar uma decisão. 
IV - Quando Cecília Meireles diz que “É uma grande pena que 
não se possa / estar ao mesmo tempo em dois lugares!”, 
remete-nos a uma certeza de que é muito simples tomar 
uma decisão na vida. 
 
Estão corretas apenas as proposições 
 
a) I, II e IV. c) I, III e IV. 
b) II, III e IV. d) I, II e III. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
As alternativas I e III interpretam corretamente os textos. 
Cecília Meireles, quando emprega o conectivo ou e, mesmo, 
os vocábulos de sentido indefinido, já nos demonstra a 
dificuldade de se fazer uma escolha. Rubem Alves, através 
das várias situações apresentadas, nos convida a uma 
reflexão. 
A alternativa II está correta, porque há vários verbos (no 
poema) que necessitam de complementação. 
 
RESPOSTA: opção d 
 
 
10 - Sobre os versos de 1 a 4 do Texto II é INCORRETO afirmar 
que o/a(s) 
 
a) ocorrências do termo ou na posição intermediária, nos 
versos, estabelece uma relação de alternância. 
b) ocorrência do termo ou na posição inicial, no verso 1, 
estabelece a idéia de escolha que percorre todo o texto.c) uso de verbos no presente indica condições rotineiras e 
não ações presentes. 
d) uso do ponto de exclamação indica a surpresa do eu-lírico 
ao constatar a situação. 
 
RESOLUÇÃO 
 
Não ocorre, nos versos citados, na posição intermediária a 
relação de alternância de opção. A conjunção ou, no contexto, 
estabelece a idéia de consequência. 
 
RESPOSTA: opção a 
 
 
11 - Sobre o poema de Cecília Meireles, pode-se afirmar que 
 
a) há dois momentos marcados pela mudança das pessoas 
do discurso. 
b) a ocorrência do termo se em todo o poema estabelece 
sempre a mesma relação de condição. 
c) os recursos literários mais empregados pela autora são 
assíndeto e aliteração. 
d) o esquema rítmico do poema é composto por rimas, versos 
curtos e assonâncias. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
Até o 16o verso, observa-se o uso da 3ª pessoa do singular de 
forma a indicar uma indeterminação, pois se trata de 
circunstâncias relativas a condições climáticas ou às pessoas 
em geral. A partir do 17o verso, observa-se o uso da 1ª pessoa 
do singular, isto é, o eu-lírico passa a indicar circunstâncias 
relativas a si. 
 
RESPOSTA: opção a 
 
 
Leia atentamente o Texto III para responder às questões de 12 
a 17. 
 
Texto III 
 
Filtro Solar 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
(...) 
Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza 
da juventude. Ou, então, esqueça. Você nunca vai 
entender mesmo o poder e a beleza da juventude até 
que tenham se apagado. Mas pode crer que daqui a 
vinte anos você vai evocar as suas fotos, e perceber, de 
um jeito que você nem desconfia hoje em dia, quantas, 
tantas alternativas se escancaravam a sua frente. 
 
Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, 
se quiser, mas saiba que preocupação é tão eficiente 
quanto mascar chiclete para tentar resolver uma questão 
de álgebra. As encrencas de verdade em sua vida 
tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua 
cabeça preocupada, e o pegam no ponto às 4 da tarde 
de uma terça-feira modorrenta. 
 
Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que lhe meta 
medo de verdade. 
 
Cante 
(...) 
Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. 
 EA CPCAR EXAME DE ADMISSÃO AO 3o ANO DO CPCAR 2008 – LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA INGLESA – VERSÃO A 4 
 
20 
 
 
 
 
 
25 
 
As pessoas mais interessantes que eu conheço não 
sabiam aos vinte e dois o que queriam fazer da vida. 
Alguns dos quarentões mais interessantes que eu 
conheço ainda não sabem. 
(...) 
Faça o que fizer não se autocongratule demais, nem 
seja severo demais com você. As suas escolhas têm 
sempre metade das chances de dar certo. É assim para 
todo mundo. 
http://pedro-bial.letras.terra.com.br/letras/138161/ 
Acesso em 15/05/2007 às 14:09 Adaptado 
 
 
12 - A partir da leitura do texto, assinale a alternativa INCORRETA. 
 
a) O acaso é um fator importante no sucesso ou no fracasso 
das escolhas, as quais não são inteiramente de nossa 
responsabilidade. 
b) Nem todas as coisas podem ser resolvidas no presente, 
grande parte das opções só poderão ser conhecidas no 
futuro. 
c) A certeza sobre metas a serem alcançadas é uma 
característica da maturidade, fase em que as decisões se 
tornarão mais fáceis. 
d) A expressão o máximo que puder é uma oração 
intercalada que tem por objetivo ratificar a intensificação da 
ação de aproveitar. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
A maturidade não significa certeza, conforme atestam as linhas 
19 e 20. 
 
RESPOSTA: opção c 
 
 
13 - Leia o fragmento abaixo retirado do texto e assinale com (V) 
verdadeiro ou (F) falso as assertivas. 
 
“Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da 
juventude. Ou, então, esqueça.” (linhas 1 e 2) 
 
( ) As três formas verbais, que se encontram no fragmento, 
apresentam o mesmo tempo e modo verbal. 
( ) Da última oração, infere-se que o emissor apresenta um 
certo relativismo em relação às suas convicções. 
( ) O termo então, presente no 2º período, não é uma 
referência temporal. 
( ) Se as vírgulas presentes no 2º período forem retiradas, 
não ocorrerá prejuízo sintático ou semântico. 
 
Assinale a seqüência correta. 
 
a) V – F – F – V c) F – F – V – V 
b) V – V – V – F d) F – V – F – F 
 
RESOLUÇÃO: 
 
A 1ª assertiva é falsa (F), pois as formas verbais aproveite e 
esqueça estão no modo imperativo e a forma verbal puder 
encontra-se no futuro do subjuntivo. 
A 2ª assertiva é falsa (F) porque não há relativismo, ao 
contrário, o emissor, ao apresentar duas possibilidades – 
aproveitar ou esquecer –, reafirma sua convicções. 
A 3ª assertiva é verdadeira (V), pois o termo então, no 
contexto, indica a ênfase que o emissor dá à 2ª possibilidade. 
A 4ª assertiva é verdadeira (V) já que as vírgulas nesse caso 
são usadas para efeito de ênfase. 
 
RESPOSTA: opção c 
 
 
14 - Assinale a alternativa que está de acordo com o padrão culto 
da língua. 
 
a) Faz o que fizeres não se autocongratules demais. 
b) O poder e a beleza da juventude não serão 
compreendidas, até apagarem-se, por isso você nunca vai 
entendê-las realmente. 
c) Todo dia, enfrenta ao menos uma coisa que lhe meta medo 
de verdade. 
d) Não te sintas culpado de não saber o que fazer da vida. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
Os verbos fazer e saber não devem ser flexionados na 2ª 
pessoa do singular porque o verbo saber funciona como 
complemento do adjetivo culpado e o verbo fazer é parte de 
uma locução verbal (vai fazer) cujo auxiliar está implícito. 
 
RESPOSTA: opção d 
 
 
15 - Observe a frase abaixo. 
 
“As pessoas mais interessantes que eu conheço não 
sabiam aos vinte e dois o que queriam fazer da vida.” 
 
Analise as proposições a seguir. 
 
I - A indecisão faz parte da vida, independe da idade da 
pessoa. 
II - Os verbos que figuram no excerto necessitam de 
complementação para efetivarem a comunicação. 
III - Pode-se estabelecer uma relação sinonímica entre 
interessante e modorrenta (linha 14) de acordo com o 
contexto. 
IV - O vocábulo que em que eu conheço / o que queriam 
(linhas 19 e 20) figura na frase com a mesma função 
sintática. 
 
Estão corretas apenas 
 
a) I, II e III. c) I, II e IV. 
b) II, III e IV. d) I, III e IV. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
A proposição I está correta, pois, na frase confirma a idéia de 
que indecisão independe da faixa etária. 
Na proposição II, todos os verbos que configuram na frase são 
transitivos. 
Na proposição IV, o vocábulo que é classificado, nas duas 
ocorrências, como pronome relativo. 
 
RESPOSTA: opção c 
 
 
16 - Assinale as assertivas abaixo sobre o texto com (V) verdadeiro 
ou (F) falso. 
 
( ) “Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida.” 
(linha 18) O termo grifado pode ser substituído por com a 
sem prejuízo sintático ou semântico. 
( ) A ocorrência do verbo saber nas linhas 18, 20 e 22 tem o 
mesmo complemento. 
( ) “Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, 
se quiser...” (linhas 8 e 9). Substituindo os termos 
destacados por te teríamos: não te preocupas e 
preocupa-te. 
( ) “As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de 
coisas que nunca passaram pela sua cabeça 
preocupada...” (linhas 11 a 13). As expressões 
destacadas não constituem complementos verbais de vir 
e passaram respectivamente. 
 
Marque a seqüência correta. 
 
a) F – V – V – F c) V – F – V – F 
b) F – V – F – V d) V – V – F – F 
 
RESOLUÇÃO: 
 
A primeira assertiva é falsa (F) porque a substituição 
acarretaria prejuízo semântico. O termo de indica uma noção 
de destino, enquanto a expressão com a, indica conteúdo. 
A 2ª assertiva é verdadeira (V) já que nas três ocorrências tem-
se como complemento verbal o objeto direto representado por 
“o que fazer da vida”, “o que queriam fazer da vida” e “o quequeriam fazer da vida”, este último de forma implícita. 
 EA CPCAR EXAME DE ADMISSÃO AO 3o ANO DO CPCAR 2008 – LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA INGLESA – VERSÃO A 5 
A 3ª assertiva é falsa (F), pois as formas encontradas após a 
substituição são não te preocupes e preocupa-te. 
A 4ª assertiva é verdadeira (V), pois ambos os verbos, no 
contexto apresentado, são intransitivos. 
 
RESPOSTA: opção b 
 
 
17 - Marque a opção INCORRETA. 
 
a) Se na oração “daqui a vinte anos, você vai evocar as suas 
fotos...”, a locução verbal for substituída por evocou, 
também será necessário alterar a circunstância temporal 
para há vinte anos. 
b) Em “As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de 
coisas que nunca passaram pela sua cabeça...”, o verbo vir 
pode ser flexionado na 3ª pessoa do plural para concordar 
com o sujeito encrencas. 
c) Se a expressão destacada no período “Alguns dos 
quarentões mais interessantes que eu conheço ainda não 
sabem.”, fosse substituída por alguns de vós, o verbo 
saber não sofreria adaptação para manter a correção 
gramatical. 
d) No período “As suas escolhas têm sempre metade das 
chances de dar certo.”, o verbo dar não pode ser 
flexionado para concordar com chances. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
A locução constitui um todo indivisível; os vários elementos 
formam um só elemento e cabe somente aos verbos auxiliares 
a flexão de número. 
 
RESPOSTA: opção b 
 
 
18 - Relacione a 1a coluna à 2a. 
 
1a coluna 
 
(1) Texto I 
(2) Texto II 
(3) Texto III 
 
2a coluna 
 
( ) O autor utiliza exemplos para embasar seus argumentos. 
( ) O emissor enfatiza a inutilidade de viver um presente em 
função de um futuro. 
( ) A vida é feita de escolhas que se alternam e se excluem. 
( ) O emissor aparenta angústia e preocupação diante do 
tema escolha. 
( ) É possível associá-lo ao ideal neoclássico Carpe Diem. 
 
A seqüência correta é 
 
a) 1, 3, 2, 1, 3. c) 1, 2, 3, 1, 2. 
b) 2, 1, 3, 3, 1. d) 3, 3, 1, 2, 2. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
O texto I usa exemplos (o casamento de Gandhi, a dieta de 
nabos) para embasar seus argumentos. 
O texto III aborda a necessidade de viver o presente em 
função do presente (v. linhas 8, 9, 10 e 15) 
No texto II, a idéia de alternância e exclusão é marcada pelo 
uso constante dos conectivos ou e se. 
O texto III afirma a necessidade de viver o presente, sem 
mortificações acerca do futuro em consonância com o ideal 
“Carpe Diem” = “aproveite o dia” bastante utilizado no 
Neoclassicismo. 
 
RESPOSTA: opção a 
 
 
 
 
 
 
 
19 - Assinale a alternativa correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) O verbo implicar (1o quadrinho) está empregado de acordo 
com a norma padrão escrita da língua, sua idéia necessita 
de complementação introduzida por preposição. 
b) A tirinha utiliza exclusivamente a denotação, e o humor 
decorre da constatação de diferenças valorativas entre os 
personagens. 
c) As idéias do 1º quadrinho mantêm relação semântica com 
idéias desenvolvidas da linha 43 à linha 50 do Texto I. 
d) A tirinha relaciona-se com o Texto III tendo em vista que 
ambos valorizam a busca de ganhos materiais através das 
escolhas. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
A relação semântica evidencia-se ao pensarmos em perdas 
como abandono de todas as outras coisas e ganhos como 
satisfação, facilmente inferida no contexto, de atender ao 
“chamado que vem de dentro da gente”. 
 
RESPOSTA: opção c 
 
 
Leia abaixo dois poemas de Álvares de Azevedo e, a seguir, 
responda as questões 20 e 21 
 
Poema I 
 
Soneto 
 
Pálida, à luz da lâmpada sombria, 
Sobre o leito de flores reclinada, 
Como a lua por noite embalsamada, 
Entre as nuvens do amor ela dormia! 
 
Era a virgem do mar! 
Pela maré das águas embalada! 
Era um anjo entre nuvens d’alvorada 
Que em sonhos se banhava e se esquecia! 
 
Era a mais bela! O seio palpitante... 
Negros olhos as pálpebras abrindo... 
Formas nuas no leito resvalando... 
 
Não te rias de mim, meu anjo lindo! 
Por ti – as noites eu velei chorando, 
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo! 
 
AZEVEDO, Álvares de. Álvares de Azevedo. SP: 
Abril Educação, 1982.p.22. 
 
 
Poema II 
 
É ela! É ela! É ela! É ela 
 
É ela! É ela! – murmurou tremendo, 
E o eco ao longe murmurou – é ela! 
Eu a vi minha fada aérea e pura – 
A minha lavadeira na janela! 
 
Dessas águas-furtadas onde eu moro 
Eu a vejo estendendo no telhado 
Os vestidos de chita, as saias brancas; 
Eu a vejo e suspiro enamorado! 
 
Esta noite eu ousei mais atrevido 
Nas telhas que estalavam nos meus passos 
 EA CPCAR EXAME DE ADMISSÃO AO 3o ANO DO CPCAR 2008 – LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA INGLESA – VERSÃO A 6 
Ir espiar seu venturoso sono, 
Vê-la mais bela de morfeu nos braços! 
 
Como dormia! que profundo sono!... 
Tinha na mão o ferro do engomado... 
Como roncava maviosa e pura!... 
Quase caí desmaiado! 
 
Afastei a janela, entrei medroso... 
Palpitava-lhe o seio adormecido... 
Fui beijá-la...roubei do seio dela 
Um bilhete que estava ali metido... 
 
Oh! de certo... (pensei) é doce página 
Onde a alma derramou gentis amores; 
São versos dela... que amanhã de certo 
Ela me enviará cheios de flores... 
 
É ela! É ela! – repeti tremendo 
Mas cantou nesse instante uma coruja... 
Abri cioso a página secreta... 
Oh! Meu Deus! Era um rol de roupa suja! 
 
AZEVEDO, Álvares de. Poesias completas de Álvares 
de Azevedo. RJ: Ediouro, 1995.p.60. 
 
 
20 - Assinale as afirmativas abaixo com (V) verdadeiro ou (F) falso 
e, em seguida, marque a seqüência correta. 
 
( ) Em ambos os poemas, a mulher e o amor são 
idealizados, o que difere é o cenário em que as mulheres 
amadas se encontram. 
( ) No primeiro poema, mesmo a mulher estando nua, 
percebe-se um eu-lírico que se coloca diante da amada 
de forma casta e carregada de sentimentalismo. 
( ) O título do segundo poema, pela repetição e pela 
sonoridade desagradável da expressão “É ela!”, foge dos 
padrões do Romantismo. 
( ) O primeiro poema descreve a mulher amada 
idealizando-a e apresenta o eu-lírico numa posição 
antitética como se verifica nos dois últimos versos. 
( ) No segundo poema podem ser observados 
procedimentos típicos do amante do Romantismo, como 
ousadia, a adjetivação e forte sentimento. 
 
a) F – V – F – V – V. c) V – F – V – F – F. 
b) F – V – V – F – V. d) V – V – V – F – F. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
A primeira afirmativa é falsa (F) porque a mulher não é alvo da 
idealização romântica. 
A segunda afirmativa é verdadeira (V), pois a postura do 
eu-lírico diante da mulher é de recato, verifique-se a linguagem 
utilizada. 
A terceira afirmativa é verdadeira (V) já que o som repetido 
produz um som desagradável que foge aos padrões do lirismo 
amoroso do Romantismo. 
A quarta afirmativa é fasa (F), pois, mesmo ocorrendo a 
idealização, não se verifica a postura antitética do eu-lírico. 
A quinta afirmativa é verdadeira (V) já que o ato de escalar o 
telhado e mesmo retirar o rol de roupa suja ao roubar o beijo 
denotam ousadia. A adjetivação só faz reforçar o sentimento. 
 
RESPOSTA: opção b 
 
 
21 - Sobre os dois poemas de Álvares de Azevedo, só NÃO se 
pode afirmar que 
 
a) a presença da coruja estabelece a relação entre amor 
idealizado e natureza tão cara à estética romântica. 
b) a pontuação empregada, em ambos os poemas, com a 
presença de exclamações e reticências dá vazão aos 
arroubos de um eu-lírico enamorado. 
c) a desconstrução irônica que é realizada no segundo poema 
pode ser percebida também no uso do vocabulário e na 
forma. 
d) há uma posição de quase vassalagem do eu-lírico em 
relação à amada o qual se coloca numa posição de 
admiração. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
A relação amor idealizado/natureza aparece apenas no 
primeiro poema e não é marcada pela presença da coruja. 
Esta apareceapenas no 2o poema e não estabelece tal 
relação. 
 
RESPOSTA: opção a 
 
 
22 - Leia as afirmativas abaixo. 
 
I - A obra de Cruz e Souza, no nosso Simbolismo, apresenta 
uma evolução importante, uma vez que abandona o 
subjetivismo e a angústia iniciais em nome de posições 
mais universalizantes. 
II - Olavo Bilac sempre comungou plenamente com a estética 
do movimento parnasiano, pois nunca se distanciou, em 
suas poesias, dos valores formais impostos por essa 
escola. 
III - Na produção poética de Cláudio Manuel da Costa, têm 
espaço elementos da paisagem local como referência ao 
ambiente agreste e rústico de Minas Gerais. 
 
Pode-se dizer que estão corretos os fragmentos 
 
a) I e II apenas. c) II e III apenas. 
b) I e III apenas. d) I, II e III. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
Embora Bilac tenha comungado plenamente com a estética 
parnasiana, defendendo-a inclusive em seu famoso poema 
Profissão de fé, vez ou outra depreende-se de sua obra certa 
valorização dos sentimentos que lembra o Romantismo. 
 
RESPOSTA: opção b 
 
 
23 - Assinale a alternativa correta em relação aos versos abaixo. 
 
Lira I (primeira parte) 
 
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, 
Que viva de guardar alheio gado, 
De tosco trato, de expressões grosseiro, 
Dos frios gelos, e dos sóis queimado. 
Tenho próprio casal e nele assisto; 
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; 
Das brancas ovelhinhas tiro o leite, 
E mais as finas lãs, de que me visto. 
Graças, Marília bela, 
Graças à minha estrela. 
 
GONZAGA, Tomás Antônio. A poesia dos 
inconfidentes. RJ: Nova Aguilar, 1996. 
 
a) Como Marília é um vocativo, infere-se que esses versos 
fazem parte de um diálogo entre o eu-lírico e sua amada. 
b) O fingimento poético, característica do Arcadismo 
brasileiro, não é percebido nessa estrofe. 
c) O eu-lírico mostra-se um homem simples, um vaqueiro de 
poucas posses que aceita a sua sorte, a sua estrela. 
d) Os versos são compostos dentro de um formalismo 
estético, o que caracteriza a tendência neoclássica do 
poema. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
Uma das características da estética neoclássica é o zelo pela 
forma poética, presente no poema através de rima e métrica 
apuradas, por exemplo. 
 
RESPOSTA: opção d 
 
 
 
 EA CPCAR EXAME DE ADMISSÃO AO 3o ANO DO CPCAR 2008 – LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA INGLESA – VERSÃO A 7 
24 - Do excerto abaixo, só NÃO se pode afirmar que o/a 
 
“Capitu olhou para mim, mas de um modo que me fez lembrar 
a definição de José Dias, oblíquo e dissimulado; levantou o 
olhar, sem levantar os olhos. A voz um tanto sumida, 
perguntou-me: 
– Diga-me uma coisa, mas fale a verdade, não quero disfarce; 
há de responder com o coração na mão. 
– Que é? Diga. 
– Se você tivesse que escolher entre mim e sua mãe, a quem 
você escolheria? 
– Eu? 
Fez sinal que sim 
– Eu escolhia... Mas para que escolher? Mamãe não é capaz 
de me perguntar isso.” 
 
ASSIS, Machado de: Dom Casmurro. SP: Ática, 2000. 
 
a) fragmento pertence à estética realista em que a 
preocupação em traçar o perfil psicológico do personagem 
é evidente. 
b) linguagem caracteriza-se por uma postura analítica e 
científica diante da realidade. 
c) trecho evidencia que a personagem Capitu é vista a partir 
do ponto de vista do narrador que visa reunir vestígios para 
elaborar uma imagem negativa dessa personagem. 
d) narrador machadiano, além de narrar os acontecimentos, 
apresenta ao leitor suas reflexões sobre eles. 
 
RESOLUÇÃO: 
 
Não há traços de cientificismo na linguagem, uma 
característica do Naturalismo e não do Realismo, estética a 
qual pertence o excerto analisado. 
 
RESPOSTA: opção b 
 
 
Leia o poema abaixo e responda ao que se pede. 
 
As mãos da morte 
 
Mãos de finada, aquelas mãos de neve, 
De tons marfíneos, de ossatura rica, 
Pairando no ar, num gesto brando e leve, 
Que parece ordenar, mas que suplica. 
 
Erguem-se ao longe como se as eleve 
Alguém que ante os altares sacrifica: 
Mãos que consagram, mãos que partem breve, 
Mas cuja sombra nos meus olhos fica... 
 
Mãos de esperança para as almas loucas, 
Brumosas mãos que vêm brancas, distantes, 
Fechar ao mesmo tempo tantas bocas... 
 
Sinto-as agora ao luar, descendo juntas, 
Grandes, magoadas, pálidas, tateantes, 
Cerrando os olhos das visões defuntas... 
 
GUIMARAENS, Alphonsus de. Poesia. RJ: Agir, 1976. 
 
 
25 - Assinale a alternativa correta. 
 
a) Nos versos “Mãos de finada, aquelas mãos de neve, / 
De tons marfíneos, de ossatura rica,” há o emprego de 
sinestesia, figura de linguagem amplamente utilizada no 
Simbolismo. 
b) É característica da poesia de Alphonsus de Guimaraens, o 
abandono da temática intimista em favor de temas 
universais. 
c) O poeta vale-se da metonímia como o principal recurso 
estruturador de seu texto. 
d) O poema apresenta características simbolistas como o 
registro nebuloso da realidade, aliteração, misticismo e 
referências à cor branca. 
 
 
 
RESOLUÇÃO: 
 
Observam-se as características listadas, como a seguir: 
 
− Registro nebuloso → morte (As mãos da morte), o uso de 
expressões como: longe, sombra, brumosas, distantes, 
visões; 
− Aliteração → longe/eleve, brumosas/brancas, tempo/tantas; 
− Misticismo → presença de termos como altares, 
consagram, visões defuntas e idéia de morte; 
− Branco → em expressões como neve, tons marfíneos, 
brumosas, brancas. 
 
RESPOSTA: opção d

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