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Universidade Federal do Rio de Janeiro – Instituto de F´ısica F´ısica III – 2013/2 – Primeira Prova: 27/09/2013 Versa˜o: A Formula´rio ~F e = q ~E , ~E = k0 q r2 rˆ ( onde k0 = 1 4πǫ0 ) , ∮ S ~E ·d~A = Qint ǫ0 , ~E = − ~∇V , V = k0 q r U = k0 qq′ r , ~E = ~E0/K , C = Q/V Sec¸a˜o 1. Mu´ltipla escolha (8×0,6 = 4,8 pontos) 1. Considere as treˆs seguintes afirmac¸o˜es: (I) O trabalho necessa´rio para carregar um capacitor pode ser pen- sado como o trabalho necessa´rio para criar um campo ele´trico. (II) A densidade de energia em um campo ele´trico e´ linearmente proporcional ao mo´dulo de tal campo. (III) Para um dado capacitor, quando do- bramos a carga em cada uma de suas placas, a capa- citaˆncia tambe´m dobra. Qual alternativa indica a(s) afirmac¸a˜o(o˜es) correta(s)? (a) Somente a I. (b) Somente a II. (c) Somente a III. (d) Somente a I e a II. (e) Somente a I e a III, (f) Somente a II e a III. (g) Todas esta˜o corretas. (h) Nenhuma esta´ correta. 2. Considere dois sistemas carregados: (i) uma part´ıcula de teste, 1, de carga q, (ii) uma barra r´ıgida de fonte, com carga total Q, devida a part´ıculas em suas extre- midades, 2 e 3, de cargas −q e q+Q, respectivamente. Mostre que, mesmo com os dois sistemas tendo car- gas de mesmo sinal (qQ > 0), eles podem se atrair eletricamente, contanto que (a) Corpos com cargas de mesmo sinal jamais po- dem se atrair. (b) Q < 2q. (c) Q > 2q. (d) Q > 3q. (e) Q < 3q. 1 3. Das seguintes afirmativas, qual e´ a u´nica verda- deira? (a) O mo´dulo do potencial e´ maior onde o mo´dulo do campo ele´trico e´ maior. (b) O mo´dulo do potencial e´ menor onde o mo´dulo do campo ele´trico e´ maior. (c) O mo´dulo do gradiente do potencial e´ menor onde o mo´dulo do campo ele´trico e´ maior. (d) O mo´dulo do gradiente do potencial e´ maior onde o mo´dulo do campo ele´trico e´ maior. (e) O mo´dulo do campo ele´trico e´ linearmente pro- porcional ao mo´dulo do potencial ele´trico. 4. Um condutor esfe´rico conte´m, em seu interior, uma ca- vidade esfe´rica conceˆntrica. Uma part´ıcula com carga q encontra-se no centro da cavidade e o condutor, em equil´ıbrio eletrosta´tico, possui carga ele´trica total −q. Sendo ~E o campo ele´trico resultante em um ponto P fora do sistema, assinale o u´nico item correto. (a) ~E 6= ~0 e a carga total na superf´ıcie externa do condutor e´ zero. (b) ~E 6= ~0 e a carga total na superf´ıcie externa do condutor e´ −q. (c) ~E = ~0 e a carga total na superf´ıcie externa do condutor e´ q. (d) ~E = ~0 e a carga total na superf´ıcie externa do condutor e´ −q. (e) ~E = ~0 e a carga total na superf´ıcie externa do condutor e´ zero. 5. Temos duas part´ıculas com cargas q e −q. Aquela de carga q esta´ no centro de uma superf´ıcie (gaussiana) cu´bica, com aresta de comprimento a. Um segmento de reta, tambe´m de comprimento a, perpendicular a uma das faces do cubo, une as duas part´ıculas. Para tal arranjo, o fluxo do campo ele´trico atrave´s da su- perf´ıcie gaussiana e´ igual a (a) q/ε0. (b) 2q/ε0. (c) 0. (d) q/(3ε0). (e) q/(6ε0). 6. A maioria das aplicac¸o˜es pra´ticas de capacitores tira proveito da sua capacidade de armazenar e liberar energia. Para uma dada voltagem ou diferenc¸a de po- tencial V , como devemos associar N capacitores com a mesma capacitaˆncia C de modo a maximizar a ener- gia armazenada? E quanto sera´ essa energia? (a) Associac¸a˜o em se´rie. U = CV 2/(2N). (b) Associac¸a˜o em paralelo. U = CV 2/(2N). (c) Associac¸a˜o em paralelo. U = NCV 2/2. (d) Associac¸a˜o em se´rie. U = NCV 2/2. (e) Associac¸a˜o em se´rie ou em paralelo da´ a mesma energia, igual a U = CV 2/2. 2 7. Um “catavento”, com configurac¸a˜o inicial mostrada na figura, imerso totalmente em um campo ele´trico ~E constante (uniforme e estaciona´rio), e´ constitu´ıdo por 2 dipolos, perpendiculares, com centro comum. O comprimento de cada dipolo e´ o mesmo, igual a L, e suas cargas positivas sa˜o q e 2q. Quando tal “ca- tavento” for girado de 90◦, no sentido hora´rio, como sugerido pelo arco tracejado, qual e´ o trabalho reali- zado pela forc¸a ele´trica? (a) 3qLE. (b) −3qLE. (c) −qLE. (d) qLE. (e) 0. 8. Considere um quadrado, com aresta de comprimento a, com part´ıculas carregadas em todos os seus 4 ve´rtices, conforme mostra a figura. Qual e´ o mo´dulo da forc¸a ele´trica resultante sobre a part´ıcula no ve´rtice superior direito? (a) 3 √ 2q2/(8πε0a 2). (b) √ 2q2/(8πε0a 2). (c) √ 10q2/(8πε0a 2). (d) (4−√2)q2/(8πε0a2). (e) 0. Sec¸a˜o 2. Questo˜es discursivas (2×2,6 = 5,2 pontos) 1. [2,6 pontos] Considere uma esfera de raio R, com uma densidade volumar de carga estaciona´ria, mas na˜o uniforme, dada por ρ(r) = { C(R− r) , se 0 ≤ r ≤ R; 0 , se R < r <∞ , onde C e´ uma constante. (a) Determine a carga total Q da distribuic¸a˜o. [0,6 ponto] (b) Determine o campo ele´trico nas duas regio˜es t´ıpicas do espac¸o. [1,0 ponto] (c) Determine o potencial ele´trico nas duas regio˜es t´ıpicas do espac¸o, escolhendo-o como zero no infinito. [1,0 ponto] 3 2. [2,6 pontos] Um basta˜o fino, de comprimento a, esta´ no eixo y, com uma extremidade na origem (y = 0), como indica a figura. A densidade linear de carga do basta˜o e´ igual λ(y) = Cy, sendo C uma constante. (a) Determine a carga total do basta˜o. [0,4 ponto] (b) Determine o potencial ele´trico V num ponto gene´rico P do eixo X, com abscissa x, escolhendo tal potencial como zero no infinito. [1,0 ponto] (c) Com base no resultado do item (b), determine a componente Ex do campo ele´trico no ponto P (suponha que x ≥ 0). [1,0 ponto] (d)Podemos dizer que a componente y do campo, no ponto P, e´ nula? [0,2 ponto] 4 Gabarito para Versa˜o A Sec¸a˜o 1. Mu´ltipla escolha (8×0,6 = 4,8 pontos) 1. (a) 2. (e) 3. (d) 4. (e) 5. (a) 6. (c) 7. (c) 8. (b) Sec¸a˜o 2. Questo˜es discursivas (2×2,6 = 5,2 pontos) 1. Resoluc¸a˜o: (a) Devido a` simetria esfe´rica da distribuic¸a˜o de carga, e´ conveniente trabalharmos com coordenadas esfe´ricas (r, θ, ϕ), como sugerido pelo pro´prio enunciado do problema. Sendo assim, uma regia˜o infinitesimal t´ıpica, de volume dV′, tera´, por definic¸a˜o de densidade volumar de carga, carga infinitesimal igual a dq′ = ρ dV′ = ρ(r′) dr′ r′ dθ′ r′sen θ′ dϕ′ . Dentro, pois, de uma casca esfe´rica infinitesimal, de raio r′ e espessura dr′, conceˆntrica com o centro da distribuic¸a˜o, a carga infinitesimal sera´ dq = ∫ π θ′=0 ∫ 2π ϕ′=0 ρ(r′)r′ dr′ r′dθ′ r′sen θ′ dϕ′ = ρ(r′) 4πr′2 dr′ . Logo, a carga total dentro de uma esfera, de raio r, conceˆntrica com o centro da distribuic¸a˜o, sera´ q(r) = ∫ r r′=0 ρ(r′) 4πr′2 dr′ = 4πC ∫ r r′=0 (R − r′) r′2 dr′ = 4πC ( Rr3 3 − r 4 4 ) . (1) Por fim, na esfera carregada completa, a carga total sera´, pois, Q = q(R), ou seja, Q = 4πC ( R4 3 − R 4 4 ) , ou Q = 1 3 πCR4 . (2) � (b) Devido a` simetria esfe´rica da distribuic¸a˜o de carga, o campo ele´trico deve ter a forma, em coordenadas esfe´ricas, ~E(~r) = Er(r)rˆ . (3) 1 Com isso, sugere-se, naturalmente, resolver o item por interme´dio da lei de Gauss, escolhendo, como gaussiana S, uma superf´ıcie esfe´rica, conceˆntrica com o centro da distribuic¸a˜o de carga, de raio gene´rico r. Atrave´s de tal gaussiana, o fluxo de campo ele´trico sera´, pois, para qualquer uma das duas regio˜es t´ıpicas, dado por Φ~E [S] := ∮ S ~E · dA = 4πr2Er(r) . Por sua vez, a carga encerrada pela gaussiana tera´ expresso˜es diferentes em cada regia˜o. • R ≤ r <∞: Neste caso, a carga no interior da gaussian sera´ toda a carga da distribuic¸a˜o, dada por (2): Qint(r) = Q = 1 3 πCR4 . Logo, ~E = Q 4πε0r2 rˆ = CR4 12ε0r2 rˆ. (4) • 0 ≤ r ≤ R: Neste caso, a carga encerrada pela gaussiana sera´ dada por (1): Qint(r) = q(r) = 4πC ( Rr3 3 − r 4 4 ) . Logo, ~E = C ε0 ( Rr 3 − r 2 4 ) rˆ . (5) � (c) Como foi solicitado, no enunciado, que fac¸amos o potencial zero no infinito, vamos comec¸ar calculando o potencial justamente na regia˜o de fora. • R ≤ r <∞: Obviamente, devido a (4), o potencial tem de ter a expressa˜o V (r) = Q 4πε0r + c1 , onde c1 e´ uma constante de integrac¸a˜o. Como devemos ter V (r → ∞) = 0, conclu´ımos que tal constante e´ zero, e, portanto, V (r) = Q 4πε0r = CR4 12ε0r . • o ≤ r ≤ R: Obviamente, devido a (5), o potencial tem de ter a expressa˜o V (r) = −C ε0 ( Rr2 6 − r 3 12 ) + c2 = − C 6ε0 ( R− r 2 ) r2 + c2 , 2 onde c2 e´ uma outra constante de integrac¸a˜o. Como o potencial deve ser cont´ınuo na fronteira dessas duas regio˜es, devemos ter V (r → R−) = V (r → R+) −CR 3 12ε0 + c2 = CR3 12ε0 , o que implica c2 = CR3 6ε0 . Enta˜o, finalmente, V (r) = − C 6ε0 ( R− r 2 ) r2 + CR3 6ε0 . � 2. Resoluc¸a˜o: (a) dQ = λ(y) dy Q = ∫ a y=0 λ(y) dy (limites de integrac¸a˜o) Q = Ca2 2 � (b) • Tomando a origem do potencial no infinito, dV (P ) = dQ 4πǫ0r , onde, dQ = λ(y) dy V (P) = ∫ a 0 Cydy 4πε0(x2 + y2)1/2 . • Resolvendo a integral, V (P) = ∫ a 0 Cydy 4πε0(x2 + y2)1/2 = C 4πε0 ∫ (x2+a2) x2 du u1/2 = C 4πε0 ( u1/2 )∣∣(x2+a2)1/2 u=x2 = C 4πε0 ( (x2 + a2)1/2 − |x|) 3 � (c) Determinar a componente x do campo ele´trico, ~E = − ~∇V, Ex = −∂V ∂x Resolver a derivada ∂V ∂x = C 4πε0 ( x (x2 + a2)1/2 − 1 ) e Ex = C 4πε0 ( 1− x (x2 + a2)1/2 ) � (d) A componente y do campo ele´trico na˜o e´ nula em P, pois, nitidamente, se C > 0, apontara´ para baixo. � 4
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