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Economia Industrial Prof. Marcelo Matos Aula 11 Penrose e abordagem baseada em recursos Penrose, 1959 cap 2-5; Teoria da Firma - Questões Fundamentais 1. O que é uma firma? 2. Razões para o surgimento da firma 3. Limites da firma 4. Organização – i.e., o que explica a estrutura formal e informal das firmas? Perspectiva Geral Firma – Características Básicas • Entidade complexa: produção conjunta; estrutura de propriedade fragmentada (sociedade por ações); separação propriedade-gerência; estrutura organizacional. • Múltiplos objetivos e estratégias. • Relevância de sistemas de incentivos internos e externos • Caso geral: firma multiprodutora; diversificada e diversificante • Objetivos gerais: busca de rentabilidade e realização do potencial de crescimento • Caracterização da firma vinculada ao quadro teórico de referência Organização Industrial Teoria da Agência Teoria dos Custos de Transação (Williamsom) Firma e o processo de formação de preços Visão da firma baseada em recursos Teorias evolucionárias e comportamentais Origem e limites da Firma na TCT • Se direitos de propriedade estão perfeitamente estabelecidos excluindo situações em que existem externalidades ou bens públicos), porque existem firmas ? • As trocas no mercado estão sujeitas a um ônus: os custos de transação. • Especificidade dos ativos envolvidos • Complexidade e Incerteza • Frequência • Conectividade com outras transações • Quando os custos de transação são muito elevados, a empresa pode assumir a função de coordenação que normalmente é desempenhada pelo mercado. • Se os custos de transação (CT) são superiores aos custos de internalização (CI) a empresa internaliza essa atividade • Se os CT < CI a coordenação continua a ser exercida pelo mercado. Firma na Visão de Penrose Limites e Organização da Firma em Penrose • Análise mais além da órbita estritamente alocativa • Visão da firma como entidade em processo de crescimento • Quais são os limites para o crescimento da firma? – Visão Tradicional: deseconomias de escala gerenciais – Modelos de concorrência imperfeita: tamanho do mercado “específico” Firma capaz de diversificar, atuando em diversos mercados • Dificuldade de adaptar teorias à “análise de organizações inovadoras, multiprodutoras e “de carne e osso”, que os homens de negócio denominam firmas”. Limites e Organização da Firma em Penrose • Função primordial: fazer uso de recursos produtivos para o propósito de fornecer bens e serviços à economia de mercado • Diferença entre atividades internas à firma e as externas: as primeiras ocorrem em contexto de organização administrativa • Importante aspecto da firma é seu papel de unidade de planejamento administrativamente autônoma, cujas atividades são inter-relacionadas e coordenadas por políticas formuladas com vistas a seus efeitos na empresa como um todo • Existência de alguma forma de direção administrativa central responsável pelas políticas gerais sob cuja orientação atuam as hierarquias administrativas da firma – Principais decisões estratégicas (ex. investimento) – Preenchimento de mais importantes cargos administrativos • Diversos níveis de administração – Tomadas de decisões com alto grau de consistência – Forma de organização herdada do passado, tradição comum e conhecimento mútuo: funcionamento suficientemente constante e eficaz Limites e Organização da Firma em Penrose • Problematizando o limite da firma a partir de critérios de propriedade e gerência – Empresas de capital aberto com estrutura difusa de shareholders – Complexas estruturas de participação e propriedade cruzada • Qual é o critério de recorte e a dimensão de análise relevante se o foco está na coerência das direções de crescimento da firma? BHP Samarco 50% 50% Limites e Organização da Firma em Penrose • Problematizando o limite da firma a partir de critérios de propriedade e gerência – Empresas de capital aberto com estrutura difusa de shareholders – Complexas estruturas de participação e propriedade cruzada • “É a ‘área de coordenação’ – a área das ‘comunicações de autoridade’ – que deve definir os limites da firma para nossos propósitos” • Comunicação de autoridade: – Em um extremo: transmissão real de instruções detalhadas através de uma hierarquia de funcionários – Em outro extremo: mera existência de políticas obedecidas e aceitas por grupo de pessoas • Qual é o limite prático? – Diferentes graus de autonomia entre empresas maiores e empresas ‘controladas’ – Diferentes padrões de relação entre matrizes e subsidiárias em multinacinais • Abrangência de poder econômico VS. Tamanho da firma Limites e Organização da Firma em Penrose • Atividade de planejamento como característica fundamental • Entidade administrativa autônoma caracterizada pela presença de gerência central • Atividades centrais da gerência: definição de estrutura administrativa e decisões financeiras de investimento • Diferenciação entre decisões (e políticas) de curto e longo prazo • Co-evolução de funções gerenciais e estrutura administrativa com processo de crescimento • Existência de retornos decrescentes da função gerencial • Importância de fatores históricos e institucionais que afetam crescimento das firmas • Processo de diversificação relacionada Penrose - Firma como Coleção de Recursos Produtivos • Firma como coleção de recursos produtivos mobilizados a partir de decisões administrativas autônomas. • Recursos vinculados à geração de determinados “serviços produtivos” que são contingentes com relação à utilização dos mesmos. • Relação entre serviços produtivos e capacidade empreendedora • Tamanho da firma mensurado através do montante de serviços mobilizados. • Ênfase em heterogeneidade inter-empresarial Penrose - Objetivos e Motivações da Firma • Possibilidade de geração de lucros associada à exploração de oportunidades no processo de crescimento: empreendedorismo como aspecto fundamental • Elemento crítico: identificação e exploração de “oportunidades produtivas” • Ênfase no crescimento de lucros no longo prazo através da exploração de oportunidades – Pertinência de distribuição de dividendos? • Maximização de lucros e maximização do crescimento como objetivos compatíveis e equivalentes • Importância da geração de lucros para financiamento do crescimento da firma. Penrose - Firma como Estrutura de Competências • Elementos críticos de “competência empreendedora”: disposição para enfrentar riscos; chance; capacidade de mobilizar recursos na direção de novas atividades. • Importância da atividade de “busca”: investigação de novas oportunidades como atividade corriqueira e sistemática, que requer comprometimento de parcela de recursos produtivos • Competências gerenciais como fator (intangível) de diferenciação entre firmas • Competências gerenciais como função da qualidade dos serviços gerenciais disponíveis • Condicionantes da “qualidade” dos serviços gerenciais: 1) versatilidade; 2) especificidade; 3) capacidade de mobilização de recursos financeiros; 4) ambição empreendedora (pró–crescimento ou pró-poder econômico); 5) organização e gerenciamento de informações; 6) capacidade de interpretação dos sinais do ambiente Penrose – Crescimento da Firma • Direções do crescimento – Incentivos externos: (i) demanda; (ii) mudança tecnológica e descobertascientíficas; (iii) oportunidades para obter melhores posições de mercado, etc – Obstáculos externos: (i) competição; (ii) direitos de patente; (iii) custos de ingresso; (iv) acesso a matérias primas e outros recursos, etc – Pouca atenção dedicada às influências internas sobre a direção da expansão – Incentivos internos: existência de reservatório de serviços produtivos, recursos e conhecimentos não utilizados estímulo para buscar utilizar os recursos existentes de forma mais lucrativa Crescimento da Firma - Nokia • 1865 – produção de papel • 1898 – produtos de borracha • 1910 – eletrificação de domicílios • 1963 – rádio VHF e início em telecomunicação • 1971 – exchange switch • 1974 (1982) – primeiro telefone móvel para carros • 1981 – criação de primeira rede móvel internacional • 1985 – primeiro celular portátil • 1991 – GSM • 1992 – SMS • 2004 – primeiro modelo touch screen • Anos 2000 - Líder mundial baseado em mercado de massa e sistema Symbian • Lock-in baseado em OS proprietário Teorias da Competências Proliferação de conceitos: • ”the knowledge-based view,” • ”competence perspective,” • ”core competencies,” • ”capabilities approach” • ”dynamic capabilities approach” • ”competence-based competition” • ”the resource-based view” • ”evolutionary theory of the firm” etc.
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