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Aula 1 Microscopia

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INTRODUÇÃO À MICROSCOPIA
A microscopia tem a maior importância no estudo das células e tecidos. Muitas 
características importantes de interesse nos sistemas biológicos são muito pequenas para 
serem observadas a olho nu, só podendo ser observadas com o microscópio.
As estruturas celulares que estudaremos têm dimensões que, em regra, são invisíveis 
a olho nu. O olho humano só consegue formar imagens de objetos com dimensões 
superiores a cerca de 0,2mm. Para observar objetos menores que esse tamanho é necessário 
formar uma imagem ampliada. Os microscópios são os aparelhos utilizados para formar 
essas imagens.
Existem vários modelos e tipos de microscópios. Os microscópios eletrônicos usam 
raios catódicos (feixes de elétrons) e podem ser basicamente de dois tipos: microscópios 
eletrônicos de varredura (MEV), que permitem grandes aumentos da superfície do objeto 
(12X a 1.000.000X) e os microscópios eletrônicos de transmissão (MET) que são utilizados 
para registros muito aumentados da estrutura interna do objeto de estudo (25x a 1.100.00x), 
após a realização montagem de cortes ultrafinos. 
 
Microscópio Eletrônico de Varredura Microscópio Eletrônico de Transmissão 
http://www.ufmg.br/microscopia
 
 Grãos de pólen na cabeça de uma abelha Célula Vegetal 
 (220 µm cada grão de pólen) www.beefine.com/o_polen.htm
Resolução e Ampliação
Há um limite mínimo para a dimensão dos objetos que podem ser observados com 
um determinado sistema óptico, limite esse que se denomina resolução do sistema. Por 
exemplo, a resolução do olho humano é de cerca de 0,2mm e é determinada pela estrutura 
celular da retina. A de um microscópio óptico é de 0,2mm e é limitada pelo comprimento 
de onda da luz visível. 
1mm (milímetro) = 1000 μm (micrometro) = 1000000 nm (nanometro) = 10000000 Å 
(Angstrom).
A ampliação da imagem produzida pelo sistema óptico permite observar objetos de
dimensões inferiores a 0,2 mm (resolução do olho humano), mas apenas até ao limite de 
resolução do sistema óptico. Objetos menores que este limite não podem formar imagens, 
por maior que seja a ampliação utilizada. A ampliação útil é a ampliação necessária para 
que a imagem do objeto se torne visível, ou seja, para que atinja dimensões iguais ou 
superiores ao limite de resolução do olho humano. Para conforto do observador, as imagens 
são ampliadas até dimensões que tornam a sua observação confortável. O fator de 
ampliação adicional é a ampliação vazia.
O microscópio óptico usa a luz visível como radiação eletromagnética.
Inúmeros são os modelos disponíveis de microscópios, todos diferindo em 
particularidades de construção, entretanto as partes fundamentais são as mesmas, variando 
às vezes a posição ou a forma.
Os componentes principais do microscópio óptico são:
OCULAR – pequeno tubo removível contendo diversas lentes. Aumenta a imagem 
fornecida pela objetiva. O microscópio pode ter 1 ou 2 oculares, neste ultimo deve-se 
ajustar a distância interpupilar antes de usar.
OBJETIVAS – montadas na extremidade inferior do tubo, no chamado revólver de 
objetivas. Estas são compostas normalmente por 4 a 6 lentes superpostas. Fornecem 
imagens reais ampliadas e invertidas do objeto a ser examinado. Normalmente há de 3 a 4 
objetivas no MO (microscópio ótico). 4X, 10X, 40X e 100X.
REVOLVER DE OBJETIVAS – cone rotativo colocado na extremidade do tubo, 
contendo as objetivas. Seu movimento rotativo permite a fácil troca de objetivas sem 
profundas modificações de foco – corrigíveis pelo micrométrico.
MESA OU PLATINA – plataforma geralmente quadrada, com uma abertura no centro 
para a passagem de luz que incidirá no objeto a ser examinado. Sobre ela se coloca a lâmina 
com o material a ser observado coberto pela lamínula, que deverá estar voltada para cima.
PÉ – de metal, pesado, em forma de ferradura ou compacto, suporta todo o conjunto. É um 
dos pontos por onde o aparelho é seguro quando transportado.
FONTE DE LUZ – embutida no pé ou simplesmente fixada a ele, fornece a luz que 
atravessa o objeto e vai atingir a ocular. Neste ponto, em determinados aparelhos, existe 
apenas um espelho usado para refletir a luz (externa) para cima através do sistema de 
lentes. O espelho apresenta 2 superfícies, uma plana e uma côncava. Esta ultima deve ser 
usada quando o MO não apresentar condensador ou utilizar uma fonte de luz difusa. Sendo 
importante a orientação do espelho.
CONDENSADOR – colocado por baixo da platina, tem como função, melhorar o 
fornecimento de luz, condensando mais luz nas objetivas. Apresenta para isso um sistema 
de lentes convergentes e é indispensável quando se trabalha em grandes aumentos. 
Apresenta movimentos verticais comandados por um parafuso colocado próximo a ele, sob 
a platina. 
DIAFRAGMA – acoplado ao condensador, geralmente do tipo íris. Aberto quando o 
aumento é pequeno e parcialmente fechado quando o aumento é grande, auxilia na 
concentração de raios luminosos na objetiva, diminuindo a faixa de luz e favorecendo a 
incidência.
DISPOSITIVO MACROMÉTRICO – fornece, por movimentos rotatórios 
deslocamentos da platina para cima ou para baixo, permite a focalização grosseira
do objeto.
DISPOSITIVO MICROMÉTRICO – utilizado depois que é feita à focalização grosseira, 
permite o deslocamento imperceptíveis a olho nu (milésimos de milímetros) da platina para 
cima e para baixo, dando assim a focalização fina do objeto. É sempre usado, depois que se 
trocam as objetivas para aumentos maiores.
CHARRIOT – montado sobre a platina, permite o deslocamento da lâmina (frente e trás, 
direita e esquerda) na procura do melhor campo de observação da lâmina.
Microscópio Óptico
No microscópio óptico de transmissão a luz emitida pela fonte luminosa e 
concentrada pelas lentes condensadoras, atravessa a amostra e penetra na objetiva. A 
objetiva forma uma imagem real, ampliada, do objeto e as oculares formam uma imagem 
virtual, também ampliada, da imagem real produzida pela objetiva. A imagem virtual situa-
se à distância de 25 cm do olho do observador é a imagem que pode ser observada. A 
ampliação total é o produto dos fatores de ampliação da objetiva e das oculares, podendo 
existir outros dispositivos no trajeto da luz que introduzam fatores multiplicativos 
adicionais.
O feixe luminoso que atravessa a amostra é modificado por interações com esta, que 
consistem na absorção de certos comprimentos de onda produzindo cor, difração, refração, 
reflexão, diferença de fase etc. Estas interações vão-se traduzir na produção de diferenças 
de cor ou de intensidade luminosa na imagem do objeto, que podem ser percebidas pelo 
olho humano.
ALINHAMENTO DOS MICROSCÓPIOS ÓPTICOS
Focar a preparação e fechar o diafragma de campo até observar um pequeno círculo. 
Centrar o círculo com os parafusos do condensador e deslocar o condensador na vertical 
para que os bordos do diafragma que delimitam o círculo fiquem perfeitamente focados. 
Manter o condensador nesta posição para a objetiva alinhada. A área iluminada pode ser 
ajustada abrindo ou fechando o diafragma de campo. Só deve ser iluminada a área a ser 
observada, abrindo o diafragma até que todo o campo esteja iluminado e não mais que isso. 
O diafragma do condensador pode ser usado para regular o ângulo do cone de luz que entra 
na objetiva. Em condições ideais, este cone de luz deve iluminar toda a lente frontal da 
objetiva e não maisdo que isso. Nestas condições toda a abertura numérica da lente é 
aproveitada, e toda a luz proveniente do condensador entra na objetiva. Uma maior abertura 
do diafragma do condensador pode produzir maior intensidade luminosa, mas produz um 
fundo brilhante que impede a visualização de pequenos detalhes. O fechamento do 
diafragma vai diminuir a abertura numérica da objetiva, reduzindo a resolução, mas permite 
aumentar o contraste da preparação.
A imagem do diafragma do condensador pode ser monitorada no plano focal da 
objetiva, que é diretamente observável removendo a ocular e observando diretamente o 
interior do tubo do microscópio. As condições de iluminação descritas designam-se por 
"iluminação de Koeller".
O uso do microscópio óptico (MO)
Cuidados Preliminares apara um bom uso do MO
1 - Carregue o aparelho com as 2 mãos, uma por baixo e a outra no estativo. Evite ao 
máximo movimentar o microscópio.
2 - Antes de usar, limpe as lentes e as demais partes.
3 - Só remova partes do aparelho quando instruído para isso.
4 - Não desmonte as objetivas, oculares e dispositivos macrométrico e micrométrico.
5 - Quando estiver fazendo uma observação, NUNCA desloque a platina em
direção à objetiva, olhando pela ocular.
6 - Faça deslocamento da platina olhando pela ocular, somente em sentido contrário
à objetiva. Um cuidado assim evitará quebra de lâminas e possíveis danos às
lentes da objetivas.
7 - Não faça movimento brusco com aos dispositivos macro e micrométrico, parafuso 
do condensador e “charriot”.
8 - Evite deixar acesa a luz do MO quando não estiver utilizando-o.
9 - Num intervalo de aula não deixe de cobrir o MO com a capa que o acompanha.
Técnica de focalização
O uso adequado do MO é essencial:
1 - Ao iniciar o trabalho, observe alguma anormalidade ou não no MO.
2 - Verifique se a lâmpada acende.
3 - Verifique se o condensador está abaixado. Se não, abaixe-o.
4 - Verifique se o diafragma está aberto. Se não, abra-o.
5 - Verifique se a platina está abaixada ao máximo. Se não, abaixe-a.
6 - Verifique se a menor objetiva está colocada para observação. Se não, coloque-a. 
7 - Com a lâmpada acesa regule a distancia entre as oculares de modo a obter a 
visualização de apenas um círculo luminoso. Se necessário, faça a correção dióptrica 
com o anel apropriado, presente na ocular esquerda.
8 - Pegue e limpe a lâmina com cuidado. Coloque esta sobre a platina (com a lamínula 
voltada para cima), encaixada entre a esquadria metálica do charriot e a presilha – à 
esquerda.
9 - Com o auxilio do charriot desloque a lâmina de modo que o corte se coloque sobre 
o orifício da platina.
10 - Olhando por fora do microscópio aproxime a platina o máximo possível da 
objetiva. Faça o deslocamento da platina com o auxilio do macrométrico.
11 - Ainda com o macrométrico, olhando pela ocular, desça a platina até obter uma 
imagem do corte montado na lâmina.
12 - Se necessário centralize o corte, usando o charriot.
13 - Melhore a focalização com o auxílio do micrométrico. Se necessário desloque a 
lâmina com o charriot e procure o campo desejado. Sempre corrija as distorções de 
foco com auxilio do micrométrico.
14 - Troque a objetiva por uma de aumento superior (seqüente). Para isso gire o 
revolver no sentido horário. Certifique-se que a objetiva encaixou.
15 - Utilize o micrométrico para ajustar o foco.
16 - As objetivas de grande aumento exigem melhor fornecimento de luz. Faça isso 
levantando o condensador (ao máximo) e fechando um pouco o diafragma.
17 - Se necessária a observação com a objetiva de imersão (100x) coloque o óleo de 
imersão sobre a lâmina e mergulhe nela a maior objetiva. Se a imagem não estiver 
bem contrastada, regule o diafragma. 
OBS: Ao terminar de utilizar a objetiva de imersão gire o revolver no sentido 
horário para não sujar as outras objetivas, limpe a objetiva de 100x com algodão 
embebido em álcool/éter.
18 - Para observar outra lâmina ou guardar o MO, volte para a menor objetiva, desça 
o condensador, abra o diafragma, desça a platina e tire a lâmina.
19 - Retire a lâmina e guarde na caixa apropriada. Apague a luz diminuindo primeiro 
sua intensidade, cubra o MO.
O USO CORRETO DO MICROSCÓPIO EVITA TRANSTORNOS PARA O 
LABORATÓRIO E PARA OS COLEGAS, UMA VEZ QUE SÃO MUITOS 
OS USUÁRIOS DO EQUIPAMENTO, ALÉM DE CONTRIBUIR PARA A 
PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO QUE É DE TODOS NÓS.
Pratica 1 - Uso do MO
ALUNO:..................................................................................DATA:...................
CURSO......................................................................................................
Responda:
1 Quantas objetivas apresentam o seu MO?
2 Quais os aumentos possíveis com essas objetivas?
3 Quantas oculares têm seu MO?
4 Quais os aumentos possíveis com as oculares?
5 Quais os limites de resolução do seu MO (100x e 40x)?
6 Quando você moveu a lâmina para a direita, em que direção o corte se moveu
quando observado pela ocular?
7 Seu microscópio está alinhado? Como é possível melhorar a imagem?

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