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Análise Jurídica música Cabocla Teresa

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Pontifícia Universidade Católica de Goiás 
Curso de Direito
Direito Processual Penal II
Análise Jurídica da musica Cabocla Teresa de João Pacífico de 1937
A musica em questão retrata características de regionalismo e cultural do típico sertanejo brasileiro. A linguagem típica e a historia em si demonstram de forma poética tais características.
A letra conta a história de um sertanejo que pratica o assassinato de uma mulher por motivos passionais.
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"Vancê, Tereza, descansa
Jurei de fazer a vingança
Pra morte do meu amor"
“Há tempo eu fiz um ranchinho
Pra minha cabocla morá
Pois era ali nosso ninho
Bem longe deste lugar.”
“Mas a Tereza, doutor,
Felicidade não quis.”
“Pra mór de outro caboclo
Meu rancho ela abandonou.”
“Senti meu sangue fervê
Jurei a Tereza matá”
“Agora já me vinguei
É esse o fim de um amor
Esta cabocla eu matei”
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Antes do primeiro Código Penal do Império, de 1830, vigoravam as Ordenações Filipinas, um conjunto de leis que proibia a vingança privada, exceto em duas ocasiões: quando um crime era praticado contra a ordem pública e quando houvesse o crime de adultério (CORRÊA, 1981:14). As primeiras linhas que tratavam do revogado crime de adultério, assim dispunham:
“Achando o homem casado sua mulher em adultério, licitamente poderá matar assim a ela como o adúltero, salvo se o marido for peão, e o adúltero Fidalgo, ou nosso Desembargador, ou pessoa de maior qualidade. E não somente poderá o marido matar sua mulher e o adúltero, que achar com ela em adultério, mas ainda os pode licitamente matar, sendo certo que lhe cometeram adultério”
Fica claro que este tipo de pensamento machista e possessor sobre a pessoa do outro se propagou ao longo do tempo e até hoje apresenta-se no pensamento comum de parte da população brasileira.
O Art. 28 do Código Penal atual diz que: 
“ - Não excluem a imputabilidade penal:  
        I - a emoção ou a paixão;”
Os Crimes então chamados passionais passaram a não mais ser considerados excludentes de imputabilidade, um avanço conquistado indiscutivelmente.
Além disso a lei Maria da Penha também é um avanço no que diz respeito às garantias constitucionais como a dignidade da pessoa humana, a liberdade e à igualdade. A mesma “Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.”
O Art. 5º da Constituição federal diz que:
“ I -  homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;”
A duras penas presenciamos mudanças e avanços na proteção à mulher, mas ainda há muito a ser mudado, principalmente no que tange a consciência da população brasileira.

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