Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Instituto de F´ısica - UFRJ Prova Final de F´ısica IA - 2011/2 Obs: em todas as questo˜es em que for necessa´rio, considere que g e´ o mo´dulo da acelerac¸a˜o da gravidade Questa˜o 1) Um bloco de massam esta´ em repouso na extremidade de uma prancha horizontal de comprimentoD e massaM . A prancha encontra-se sobre uma superf´ıcie horizontal tambe´m em repouso em relac¸a˜o ao referencial fixo na Terra. Num dado instante aplica-se sobre a prancha a forc¸a horizontal ~F constante, como mostra a figura. Os coeficientes de atrito esta´tico e cine´tico entre o bloco e a prancha sa˜o µe e µc respectivamente. As dimenso˜es do bloco sa˜o muito pequenas em relac¸a˜o ao comprimento da prancha. a) Desenhe em um diagrama as forc¸as que atuam no bloco e na prancha(na condic¸a˜o de que o bloco na˜o desliza sobre a prancha). b) Que forc¸a ma´xima ~Fmax pode ser aplicada na prancha tal que o bloco na˜o deslize sobre ela? c) Para uma forc¸a ~F de mesma direc¸a˜o e sentido de ~Fmax mas de intensidade maior, calcule as acelerac¸o˜es do bloco e da prancha, em relac¸a˜o ao referencial fixo na Terra. d) Quanto tempo o bloco leva para atingir a outra extremidade da prancha? Questa˜o 2) Uma part´ıcula de massa m esta´ sujeita a um potencial que depende da posic¸a˜o x, cuja func¸a˜o U(x) e´ dada pela figura abaixo. a) Qual e´ a intensidade da forc¸a derivada deste potencial que atua na part´ıcula nas posic¸o˜es xc e xe e o estado dinaˆmico da part´ıcula nestas posic¸o˜es? b) Se a part´ıcula tem a energia mecaˆnica E1 calcule a energia cine´tica e potencial da part´ıcula na posic¸a˜o xa. c) Para a energia mecaˆnica E2 calcule a velocidade da part´ıcula nas posic¸o˜es xb, xc e xd. Questa˜o 3) Um pequeno bloco apoiado sobre uma mesa horizontal sem atrito possui massa m. Ele esta´ preso a uma corda sem massa que passa atrave´s de um buraco na superf´ıcie (veja a figura). O bloco esta´ inicialmente executando um movimento circular uniforme de raio R e velocidade angular ω. a) Qual e´ o vetor momento angular do bloco em relac¸a˜o a` posic¸a˜o do buraco? Use o sistema de refereˆncia indicado na figura. b) A seguir, a corda e´ puxada lentamente para baixo, fazendo com que o raio do c´ırculo seja reduzido a R/2. O momento angular e´ conservado? Por queˆ? c) Qual a nova velocidade angular? d) Qual a variac¸a˜o da energia cine´tica do bloco? e) Qual o trabalho realizado sobre o bloco ao puxar a corda para baixo? Questa˜o 4) Duas roldanas 1 e 2 de raios R1=R e R2 =2R, massas M1 =m e M2 =4m esta˜o presas ao teto por cabos que as sustentam passando pelos respectivos eixos de rotac¸a˜o. Um cabo de massa desprez´ıvel e inextens´ıvel e´ passado por suas periferias e em suas extremidades sa˜o pendurados verticalmente dois blocos de massas m1=2m e m2=m. Os blocos sa˜o liberados a partir do repouso. Durante o movimento dos blocos o cabo ao passar pelas roldanas na˜o desliza e na˜o ha´ atrito entre as roldanas e os seus eixos de rotac¸a˜o. Determine: a) a raza˜o entre as acelerac¸o˜es angulares α1/α2 das roldanas 1 e 2; justifique a sua resposta. b) a acelerac¸a˜o com que os blocos se deslocam; c) os mo´dulos das trac¸o˜es nas regio˜es I, II e III. Obs: considere cada roldana como se fosse um disco. O momento de ine´rcia de um disco e´ I = (1/2)MR2 , segundo um eixo que passa pelo seu centro e perpendicular a sua superf´ıcie. Questa˜o 1 a) valor = 1,0 pontos O diagrama de forc¸as e´ dado na condic¸a˜o em que o bloco na˜o desliza por: Onde: ~Pp e ~Pb; sa˜o as forc¸as peso da prancha e do bloco; ~N ′′ e´ a forc¸a que o bloco exerce sobre a prancha e ~N ′ a sua reac¸a˜o; ~N e´ a forc¸a que a superf´ıcie exerce sobre a prancha; ~fat e´ a forc¸a de atrito que age sobre o bloco e ~f ′ at a sua reac¸a˜o; ~F e´ a forc¸a extra aplicada sobre a prancha. b) valor = 0,5 pontos A segunda Lei de Newton nos diz que ~Fres = m~a, aplicada a` prancha e ao bloco temos, de acordo com o diagrama de forc¸as e na direc¸a˜o e sentido do movimento: Prancha: ~F + ~N ′′ + ~Pp + ~N + ~f ′ at = M~ap ⇒ F − f ′at = Map (1) Bloco: ~Pb + ~N ′ + ~fat = m~ab ⇒ fat = mab (2) Para que o bloco e a prancha andem juntos, ou seja, o bloco na˜o desliza ap = ab = a. Da equac¸a˜o (2) e sabendo que |~fat| = µe| ~N ′| = µemg obtemos a acelerac¸a˜o a: a = µeg (3) Como o resultado anterior esta´ ligado a` condic¸a˜o de na˜o deslizamento este valor de a e´ o seu valor limite e tambe´m o valor limite de |~F | igual a Fmax. Portanto de (1) e (2). Fmax = (m+M)a ⇒ Fmax = (m+M)µeg (4) 1 c) valor = 0,5 pontos Quando |~F | > |~Fmax| enta˜o ap 6= ab e a equac¸a˜o (2) torna-se, µcN ′ = mab ⇒ ab = µcg (5) Substituindo este resultado na equac¸a˜o (1) temos, F − µcN = Map ⇒ F − µcmg =Map ∴ ap = F − µcmg M (6) d) valor = 0,5 pontos Para calcular o tempo que o bloco leva deslizando sobre a prancha e´ necessa´rio obter o movimento do bloco em relac¸a˜o a` prancha. Portanto temos, considerando um referencial localizado na extremidade da prancha: Para o bloco: ~rb = ~D + 1 2 ~abt 2 Para a prancha: ~rp = 1 2 ~apt 2 O deslocamento do bloco em relac¸a˜o a` prancha e´: ~rbp = ~rb − ~rp = ~D + 1 2 (~ab − ~ap)t2 Como o movimento e´ unidimensional, de (5) e (6), rbp = D + 1 2 (µcg − F − µcmg M )t2 ⇒ rbp = D + 1 2 µc(m+M)g − F M t2 Ao alcanc¸ar a extremidade da prancha rbp = 0 no tempo t ∗, logo, t∗ = √ 2DM F − µcg(m+M) 2 Questa˜o 2 a) valor = (1,0 pontos) A forc¸a derivada do potencial(unidimensional) e´ F (x) = −dU(x)/dx. A derivada e´ nula nas posic¸o˜es xc e xe, logo a intensidade de F nestas posic¸o˜es e´ nula, o que caracteriza um estado de equil´ıibrio. Ale´m disso temos para U(x), na posic¸a˜o xc um mı´nimo e para xe um ma´ximo. Portanto o estado dinaˆmico da part´ıcula em xc e´ de equil´ıbrio esta´vel e em xe de equil´ıbrio insta´vel. b) valor = (0,5 pontos) Pelo princ´ıpio da conservac¸a˜o da energia mecaˆnica U(x)+K = E. Para a energia E1, K = E1 − U(x) Em x = xa, U(xa) = E1 ⇒ Ka = 0 c) valor = (1,0 pontos) Para a energia mecaˆnica E2, K = E2 − U(x), e sendo m a massa da part´ıcula, v(x) = √ 2 m (E2 − U(x)) Portanto, x = xb; U(xb) = E2 ⇒ vb = 0 x = xc; U(xc) = 0 ⇒ vc = √ 2 m E2 x = xd; U(xd) = E2 ⇒ vd = 0 As posic¸o˜es xb e xd sa˜o pontos de retorno e xc onde a energia cine´tica e´ ma´xima! 3 Questa˜o 3 a) valor = (0,5 pontos) De acordo com sistema de refereˆncia indicado, o momento angular e´: ~l = ~r × ~p = mωR2kˆ. b) valor = (0,5 pontos) Sim, o momento angular e´ conservado pois a forc¸a resultante sobre o bloco e´ radial e portanto na˜o produz torque. c) valor = (0,5 pontos) Como momento angular e´ conservado, |~li |= |~lf |, onde |~li |=mωR2 e |~lf |=mω ′(R/2)2, de modo que a nova velocidade angular e´ ω ′ = 4ω. d) valor = (0,5 pontos) A energia cine´tica inicial do bloco e´ Ki = 1 2 m(ωR)2 e a energia cine´tica final e´ dada por Kf = 1 2 m(ω′R/2)2 = 2m(ωR)2, de modo que a variac¸a˜o de energia cine´tica e´, ∆K = Kf −Ki = 3 2 m(ωR)2. e) valor = (0,5 pontos) Pelo Teorema Trabalho-Energia o trabalho realizado sobre o bloco pela forc¸a ex- terna(ao puxar o bloco) e´, de acordo com o resultado anterior: W = ∆K = 3 2 m(ωR)2. 4 Questa˜o 4 a) valor = (0.5 pontos) Como os fios inextens´ıveis na˜o deslizam sobre as roldanas, devemos ter a1 = a2 = a. Ou seja, o mo´dulo da acelerac¸a˜o tangencial na borda de cada roldana e´ igual ao mo´dulo da acelerac¸a˜o dos blocos. A relac¸a˜o entre a acelerac¸a˜o tangencial e a acelerac¸a˜o angular de cada roldana e´ dada por a = αR. Portanto, temos, com R1 = R e R2 = 2R: α1R1 = α2R2 ⇒ α1 α2 = R2 R1 = 2. (1) b) valor = (1.5 pontos) Definimos a orientac¸a˜o do sistema de coordenadas e desenhamosos diagramas de forc¸as que agem sobre cada bloco e sobre as duas polias: As equac¸o˜es de movimento para os blocos sa˜o ∑ ~F1 = m1~a1 ⇒ 2ma = 2mg − TI, (2)∑ ~F2 = m2~a2 ⇒ −ma = mg − TIII. (3) Como os fios sa˜o inextens´ıveis e possuem massas desprez´ıveis, segue que |~T ′ I | = |~TI| = TI, |~T ′II| = |~TII| = TII, e |~T ′III| = |~TIII| = TIII. Logo, as equac¸o˜es de rotac¸a˜o para as duas roldanas (as forc¸as peso e normal na˜o produzem torque) sa˜o: ∑ ~τ1 = I1~α1 ⇒ 1 2 mR2 ( a R ) = RTI − RTII, ∑ ~τ2 = I2~α2 ⇒ 1 2 (4m)(2R)2 ( a 2R ) = −(2R)TIII + (2R)TII. Simplificando as equac¸o˜es acima 1 2 ma = TI − TII, (4) 2ma = −TIII + TII. (5) 5 Com as equac¸o˜es (2), (3), (4) e (5) obtemos o sistema: 2ma = 2mg − TI i) ma = −mg + TIII ii) 1 2 ma = TI − TII iii) 2ma = −TIII + TII iv) A soluc¸a˜o do sistema acima nos da´: a = 2 11 g. (6) c) valor = (0,5 pontos) De i) e ii) obtemos TI = 18 11 mg, TIII = 13 11 mg. (7) De iii) ou iv) segundo os resultados anteriores, TII = 17 11 mg. (8) 6
Compartilhar