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UNIVERSIDADE PAULISTA Campus: Santos/Rangel Instituto de Ciências Sociais e Comunicação Curso: Letras Disciplina: LINGUÍSTICA GERAL Profª Ms. e Dra. Denise Durante Leituras indicadas BELINE, Ronald. “A variação linguística”. In: FIORIN, José Luiz (org.) Introdução à Lingüística I. Objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2002, pp. 121-140. ORLANDI, Eni P. O que é linguística. São Paulo: Brasiliense, 2013. Conteúdo NP1 Variação linguística Identificação de variedades linguísticas do Português do Brasil Variação linguística “A Língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua”. (Celso Cunha, Uma política do idioma) A língua portuguesa é falada por mais de 250 milhões de pessoas. O português é a língua oficial em países de quatro continentes: Angola Moçambique Cabo Verde Guiné Bissau Guiné Equatorial São Tomé e Príncipe Brasil Portugal Timor Leste Na Ásia: Macau e Goa Variação linguística “Variantes linguísticas são diferentes formas de dizer a mesma coisa, em um mesmo contexto e com o mesmo valor de verdade” (Fernando Tarallo) Variações linguísticas Pedro o encontrou na reunião. (Variedade culta) Pedro encontrou ele na reunião. (Variedade coloquial) O Carlos, o Pedro viu ele na reunião. (Variedade popular) Variação linguística Fomos ao cinema ontem. (Variedade culta) A gente foi ao cinema ontem. (Variedade coloquial) A gente foi no cinema ontem. (Variedade popular) Variações linguísticas O diretor pediu para eu apresentar o relatório. O diretor pediu pra mim apresentar o relatório. Esse trabalho é para tu fazeres. Esse trabalho é para ti fazer Esse trabalho é para você fazer. Variação linguística lexical Lexical Fonética Morfológ. Sintática PB trem [premju] fichário Não vou lá PP comboio [prémju] ficheiro Lá não vou. Variação linguística Variedades linguísticas: correspondem aos diversos modos de falar que se verificam em uma comunidade linguística. Variante ou dialeto: propriedades linguísticas compartilhadas por um grupo específico de falantes. Idioleto: particularidades da fala de um indivíduo”; saber linguístico individual de caráter sistemático, atualizado habitualmente nos atos de fala. Variação geográfica ou diatópica Variações geográficas ou diatópicas São os dialetos ou falares regionais ou locais. Ex.: linguagem urbana e linguagem rural. di(a) = através tópico = do grego topikós 'relativo a lugar'; O termo foi cunhado por Flydal (linguista norueguês), em publicação de 1951; “Adoro comer jabá com jerimum!” Bahia “Adoro comer carne-seca com abóbora!” São Paulo Variação diatópica lexical Mandioca: aipi, aipim, castelinha, macaxeira, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira e pão-de-pobre. Variação regional fonética Diferenças fonéticas Nordeste x Sudeste em relação à pronúncia das vogais médias pretônicas: melado (“e” aberta ou fechada) dia (“d” linguodental ou alveolar) tia (“t” linguodental ou alveolar) Variação diatópica sintática Diferenças gramaticais: posposição verbal da negação Sei não! Não sei! Uso do artigo definido: Falei com Joana. (Nordeste) Falei com a Joana. (Sudeste) Variação diastrática Variedades socioculturais ou diastráticas: dialetos sociais. Variação de acordo com o perfil social do falante. Ex.: sexo, idade, profissão, nível de instrução. di(a) = através estrático , do lat. strátum, 'camada' Variação diastrática As variedades relacionadas ao falante incluem: Faixa etária: linguagem infantil e adulta, linguagem dos idosos e dos jovens Jovem: “e aí” “beleza”, “tipo assim”, “maneiro” Adulto: “tudo bem? Variação diastrática Sexo: diferenças na fala do homem e da mulher Ex.: uso do diminutivo na fala feminina “Olha que gracinha!”, “Olha o vestidinho amarelinho!, Que bonitinho!” Fala feminina: Maior duração de vogais como recurso expressivo: “Maaaaravilhoso!” Variação diastrática Profissão: relacionada ao campo dos registros técnicos ou profissionais. Ex.: jargão policial pessoa = elemento; carro de polícia = viatura, camburão. Variação diastrática Nível de estudos, classe social, nível de instrução formal, localizadas dentro de uma mesma região: os usos linguísticos estão associados ao status do falante. Ex.: substituição do “l” pelo “r”: crube, probrema, Cráudio. Variação diafásica ou situacional Variação de registros, ligada à situação. di(a) = através -fásico; voc. cunhado (c1980) por Eugenio Coseriu (linguista romeno), que tomou o gr. phásis com o sentido de 'expressão', em complemento a diastrático e diatópico, termos propostos pela primeira vez por L. Flydal (linguista norueguês), em publicação de 1951. Variação em situações formais e informais Variação diafásica ou situacional “Dê-me uma ajuda financeira!” “Me dá um dinheirinho aí!” Variação diafásica ou situacional Uso que se faz da língua em função do receptor e da situação de produção, influências alheias na linguagem do locutor: Grau de intimidade entre os falantes: o grau de formalidade varia. Ex.: conversa entre amigos, entrevista de trabalho; registros formal e coloquial. Modalidade: oral e escrita. Variação diafásica ou situacional sintática 1. Essa é a pessoa em cuja casa fiquei quando viajei para a Europa. 2. Essa aqui é a pessoa que eu fiquei na casa quando viajei. 3. Essa aqui é a pessoa que eu fiquei na casa dela quando eu viajei. Limites da variação A influência desses fatores é: ◦ Acentuada no léxico; ◦ Expressiva na fonética; ◦ Diminuta na morfossintaxe. Variação linguística “Castigar” X “Castigá” Exemplo de variável morfológica = presença ou ausência do morfema –r, marca do infinitivo em português. Variação diastrática no nível morfológico: nível de escolaridade “Fessora, pur, num, inda, pruque” Variação diastrática fonética “Arguma” Variação diatópica (linguagem caipira) no nível fonético com a rroca da consoante alveolar [ l ] pela consoante alveolar [ r ] Conclui-se: houve maior variação no nível fonético e morfológico do que no nível sintático. Sociolinguística 1964 – William Bright (UCLA) Sociolinguística ou linguística variacionista: é o estudo da língua falada, observada, descrita e analisada em seu contexto social, isto é, em situações reais de uso. Ocupa-se das relações LÍNGUA E SOCIEDADE Teóricos: William Labov, John Gumperz, John Fisher.
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