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Resumo PCI Digestório - Odontogênese

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PCI Digestório 
Histologia 
Natália Bonfá – 2013.2 
ODONTOGÊNESE 
Obs.: Os eventos foram descritos es tópicos, porém respeitando sua ordem cronológica 
 
 
ESTRUTURAS INICIAIS 
→ Estomodeo/Cavidade primitiva: Revestida pelo 
ectoderma. Por volta do 20º dia ele entra em contato com 
o endoderma, formando a membrana bucofaríngea 
→ Ectomesênquima: tecido formado a partir de células 
de origem ectodérmica da crista neural que migraram 
para a cavidade oral e estabeleceram um contato com o 
mesênquima já presente lá. Nesse momento então temos 
o ectomesênquima e um epitélio oral primitivo 
→ Banda epitelial primária: é formada a partir da 
proliferação do epitélio oral primitivo sobre o 
ectomesênquima. Ocorrem interações entre esses dois 
tipos celulares, formando um conjunto celular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesse momento, ocorre a divisão entre duas populações epiteliais da banda epitelial 
primária: 
→ Lâmina Vestibular: Mais externa. Sofre degeneração das células centrais, formando 
a fenda que irá formar o fundo de saco do sulco vestibular 
→ Lâmina Dentária: Mais interna. Formará os dentes. 
 
Entre a 6ª e a 7ª semana, a lâmina vestibular desaparece, dando lugar ao sulco 
vestibular. Logo, temos uma lâmina dentária em forma de ferradura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FASES DO DESENVOLVIMENTO 
DENTÁRIO 
1ª: FASE DO BOTÃO 
- 8ª Semana: pequenas esférulas invadem o ectomesênquima, iniciando a formação dos 
germes dentários dos dentes decíduos 
- As células do ectomesênquima apresentam certa condensação em torno da parte mais 
profunda da esférula epitelial. Nessa região condensada aparecem duas importantes 
moléculas: glicoproteína tenascina e sindecan-1 (proteoglicano rico em heparan sulfato). 
Elas interagem com as células ectomesenquimais e com outros elementos da matriz 
extracelular, como o FGF, que é o fator de crescimento dos fibroblastos. 
 
 
2ª: FASE DE CAPUZ 
- O botão começa a crescer de forma desigual, assumindo a forma de um capuz, literalmente. 
No centro da parte mais profunda, o capuz epitelial apresenta uma concavidade, sob a qual há 
grande concentração de células ectomesenquimais, provavelmente devido à presença da 
tenascina e o sindecan-1. Essa densidade celular faz com que a multiplicação celular do botão 
ocorra ao seu redor, gerando a forma de capuz. 
- Vários componentes do germe dentário começam a aparecer: 
 
 
→ Órgão do Esmalte: Porção epitelial responsável pela formação do 
esmalte 
→ Epitélio Interno e Externo do órgão do Esmalte: Células presentes na 
convexidade (externas) e ao redor do capuz 
→ Retículo Estrelado: porção central do órgão do esmalte composta por 
células espaçadas e com vários prolongamentos que se conectam através de 
desmossomos. 
→ Papila Dentária: Condensação de células ectomesenquimais que irão 
formar dentina e polpa 
→Folículo/Saco Dentário: Uma linha de células ectomesenquimais envolve 
o órgão do esmalte a papila dentária, formando o periodonto de inserção do 
dente. Ou seja, forma o cemento, ligamento periodontal e o osso alveolar em 
etapas posteriores a serem comentadas. Essa fase ainda estabelece-se a 
vascularização, que chega através do folículo. 
 
 
 
3ª: FASE DE CAMPÂNULA 
- O órgão esmalte vai parando de crescer. Nessa fase, sua concavidade toma 
forma de um sino, com a concavidade mais acentuada (por isso fase de 
campânula) 
→ Fase de morfo e histo diferenciação: essa fase também é chamada assim 
porque ocorre a diminuição das multiplicações das células epiteliais do órgão 
do esmalte e as ectomesenquimais, ocasionando diferenciação das células do 
germe dentário 
- Enquanto isso, na região do retículo estrelado, as células continuam 
crescendo devido à presença de água e moléculas como as proteoglicanas. 
→ As células do epitélio externo do órgão do esmalte tornam-se 
pavimentosas 
→ As células do epitélio interno do órgão do esmalte alongam-se, formando 
células cilíndricas baixas 
- Entre o epitélio interno e o retículo estrelado, aparecem duas ou três camadas 
de células pavimentosas que constituem o estrato intermediário, que 
participa da formação do esmalte (na imagem ao lado, em vermelho) 
→ Alça cervical: região que aparece nessa fase na região onde os epitélios 
interno e externo se encontram, na borda do sino. No final da fase da coroa 
(mais à frente), esses dois tipos celulares irão proliferar e constituir a bainha 
radicular de Hertwig, que induz a formação da raiz do dente (ver adiante). 
- A lâmina basal, que está aparente desde o início da odontogênese separa as 
células do epitélio externo do folículo e do epitélio interno da papila. 
- As células ectomesenquimais centrais da papila permanecem indiferenciadas. 
Os capilares antes presentes apenas no folículo dentário começam a entrar na 
papila dentária 
- O folículo dentário passa a envolver todo o germe dentário 
- A lâmina dentária, que fica entre o órgão do esmalte e o epitélio bucal se 
desintegra, havendo separação do dente em desenvolvimento em relação ao 
epitélio oral 
→ Determinação da forma da coroa: ocorrem dobras no epitélio interno dos 
órgãos do esmalte onde as células param de se dividir. Ao seu redor, as células continuam se 
dividindo, o que acaba empurrando essas células que não se dividem mais, alterando a forma 
do germe (foto ao lado). 
→ Nó do esmalte: formado a partir do acúmulo de células epiteliais na região correspondente 
ao estrato intermediário. Ele também auxilia na determinação da forma das coroas dos dentes 
→ Formação dos Pré-ameloblastos: ocorre a inversão da polaridade dos núcleos do epitélio 
interno, se posicionando no lado oposto da papila dentária. Essas células se transformam então 
em pré-ameloblastos 
→ Formação dos Odontoblastos: as células ectomesenquimais da periferia da papila, sob 
influência dos pré-ameloblastos, param de se dividir, aumentam de tamanho e se diferenciam 
em odontoblastos, passando a secretar a primeira camada de dentina – a dentina do manto. O 
colágeno tipo I é o principal constituinte dessa dentina, e ela ocasiona o término da 
diferenciação dos pré-ameloblastos em ameloblastos, que sintetizam e secretam matriz 
orgânica do esmalte. 
 
4ª: FASE DE COROA 
- Corresponde à deposição de dentina e esmalte da coroa do futuro dente, indo das cúspides (topo) para e região cervical (laterais) 
- Essa é uma fase avançada da campânula. Nela são observadas zonas de epitélio interno que ainda não se diferenciaram e outras que já, num mesmo 
germe dentário. Mais próximo da cúspide, os pré-ameloblastos podem ser vistos. Em outras regiões, os odontoblastos podem ser vistos secretando os 
constituintes da matriz orgânica da primeira camada de dentina 
Essa fase é característica por dois eventos: 
→ Deposição de Dentina: ocorre de fora pra dentro (dentinogênese) 
→ Deposição de Esmalte: ocorre de dentro pra fora (amelogênese) 
 
 
5ª: FASE DE RAIZ 
- Epitélios internos e externos do órgão do esmalte da alça cervical que 
ainda não se diferenciaram se proliferam em sentido apical induzindo a 
formação da raiz do dente 
→ Diafragma Epitelial: é proveniente da dobra formada pela 
proliferação descrita acima, que não consegue avançar devido à presença 
do folículo dentário e do osso na base. Assim, é formada essa dobra 
(diafragma) 
→ Bainha epitelial Radicular de Hertwig: formada pelas células 
proliferativas ao redor do diafragma epitelial. Elas induzem as células 
ectomesenquimais da papila a se diferenciarem em odontoblastos. Essas 
células que fazem essa indução cessam sua proliferação, secretando sobre 
a dentina radicular em formação uma fina matriz semelhante com a 
do esmalte. 
- Enquanto a raiz vai se formando,o germe dentário se movimenta no 
sentido coronário 
→ Fragmentação da Bainha de Hertwig: Na parte mais cervical da 
bainha, aparecem espaços devido ao crescimento da dentina radicular. 
Essa camada de células vai sendo cada vez mais rompida, até que 
fiquem apenas ilhas celulares chamadas restos epiteliais de 
Malassez (ver imagens ao lado) 
 
- Com a fragmentação da bainha, células ectomesenquimais do 
folículo entram em contato com a dentina radicular em formação. 
Assim, essas células se diferenciam ao mesmo tempo em: 
→ Cementoblastos: vão secretar a matriz orgânica do cemento 
→ Osteoblastos: através da diferenciação das células mais externas 
do folículo. Vão originar o osso alveolar 
→ Fibroblastos: células mais da região central. Vão formar o 
Ligamento Periodontal 
- O teor mineral do esmalte aumenta nessa fase, antes da 
irrompimento do dente 
 
 
Obs.: Dentes Permanentes: São formados ainda na fase de capuz do dente decíduo, a 
partir de uma proliferação epitelial da face lingual ou palatina do germe do decíduo, 
ficando nessa fase até que o primeiro irrompa e 'caia'. Ele possui as mesmas fases que o 
dente decíduo. Os dentes permanentes que possuem decíduos correspondentes ocorrem 
desta forma, porém os dentes molares, que não possuem correspondentes, irão se 
formar diretamente da lâmina dentária.

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