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i CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SERGIPE UNIDADE DE ENSINO DESCENTRALIZADA DE LAGARTO COORDENADORIA DO CURSO TÉCNICO DE INDÚSTRIA COM HABILITAÇÃO EM ELETROMECÂNCIA APOSTILA DE NOÇÕES DE ELETRICIDADE I CORRENTE CONTÍNUA Prof. Dsc. Elenilton Teodoro Domingues 2009 Lagarto, Maio i SUMÁRIO CAPÍTULO 0 ............................................................................................................................. 1 0.1. PADRÕES ELÉTRICOS E CONVENÇÕES .......................................................................... 1 0.1.1. UNIDADES .................................................................................................................. 1 0.1.2. POTÊNCIA DE 10 ......................................................................................................... 2 0.1.3. PREFIXOS NUMÉRICOS ................................................................................................ 5 0.1.4. NOTAÇÃO CIENTÍFICA ................................................................................................. 5 0.1.5. ARREDONDAMENTO DE NÚMEROS ............................................................................... 6 CAPÍTULO 1 ............................................................................................................................. 7 1.1. OS ÁTOMOS ................................................................................................................ 7 1.1.1. CARGA ELÉTRICA DAS PARTICULA SUBATÔMICAS ......................................................... 7 1.1.2. A ESTRUTURA DO ÁTOMO ........................................................................................... 7 1.1.3. EQUILÍBRIO ELÉTRICO DO ÁTOMO ............................................................................ 10 1.2. GRANDEZAS ELÉTRICAS ............................................................................................ 11 1.2.1. ELETRIZAÇÃO DE UM CORPO ..................................................................................... 12 1.2.2. ELETRIZAÇÃO POR ATRITO ........................................................................................ 14 1.2.3. ATRAÇÃO E REPULSÃO ENTRE AS CARGAS ELÉTRICAS ................................................ 15 1.3. POTÊNCIAL ELÉTRICO ............................................................................................... 16 1.4. RELAÇÃO ENTRE DESEQUILÍBRIO E POTENCIAL ELÉTRICO .......................................... 17 1.5. DIFERENÇA DE POTENCIAL ........................................................................................ 18 1.6. UNIDADE DE MEDIDA DE TENSÃO .............................................................................. 19 1.7. FONTES GERADORAS DE TENSÃO .............................................................................. 21 1.7.1. PILHAS ..................................................................................................................... 21 1.7.2. TENSÃO FORNECIDA PELAS PILHAS ........................................................................... 24 1.7.3. BATERIAS ................................................................................................................. 24 1.7.4. GERADOR ................................................................................................................. 25 1.8. TENSÃO ELÉTRICA .................................................................................................... 25 1.8.1. GRÁFICO DA TENSÃO CC VERSUS TEMPO ................................................................... 27 CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................... 28 2.1. CARGA ELÉTRICA ...................................................................................................... 28 2.2. CONDUTORES, SEMICONDUTOReS E ISOLANTES ELÉTRICOS ....................................... 30 2.2.1. CONDUTOR ELÉTRICO ............................................................................................... 30 2.2.2. ISOLANTE ELÉTRICO ................................................................................................. 30 2.3. CORRENTE ELÉTRICA ................................................................................................ 31 2.4. INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA ..................................................................... 32 2.4.1. UNIDADE DE MEDIDA DA corrente ELÉTRICA .............................................................. 34 2.4.2. FENÔMENOS QUE CARACTERIZAM A CORRENTE ELÉTRICA .......................................... 35 2.5. TIPOS DE CORRENTE ELÉTRICA ................................................................................. 36 2.5.1. CORRENTE CONTÍNUA ............................................................................................... 36 2.5.2. SIMBOLOGIA DE UMA FONTE DECORRENTE CONTÍNUA ............................................... 36 CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................... 37 3.1. RESISTOR ................................................................................................................. 37 3.1.1. SIMBOLOGIA ............................................................................................................. 37 3.1.2. RESISTÊNCIA ELÉTRICA ............................................................................................ 38 3.1.2.1. APLICAÇOES DA RESISTÊNCIA ELÉTRICA .................................................................... 38 3.1.2.2. ORIGEM DA RESITÊNCIA ELÉTRICA ............................................................................ 38 3.1.2.3. UNIDADE DE RESISTÊNCIA ELÉTRICA ......................................................................... 39 ii 3.2. CARACTERÍSTICAS DOS RESISTORES ......................................................................... 40 3.2.1. RESITÊNCIA ÔHMICA ................................................................................................ 40 3.2.2. PERCENTUAL DE TOLERÂNCIA ................................................................................... 40 3.3. CLASSIFICAÇÃO DOS RESISTORES ............................................................................. 41 3.4. TIPOS DE RESISTORES .............................................................................................. 42 3.4.1. RESISTORES DE FILME DE CARBONO ......................................................................... 42 3.4.2. RESISTORES DE FIO ENROLADO ................................................................................ 43 3.4.3. RESISTORES DE CARVÃO ........................................................................................... 44 3.4.4. RESISTORES CERMET (CERÂMICA + METAL) ............................................................... 45 3.4.5. RESISTORES DE FILME SEDIMENTADO ....................................................................... 45 3.5. ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES .................................................................................... 46 3.5.1. TIPOS DE ASSOCIÇÃO DE RESITORES ........................................................................ 46 3.5.1.1. ASSOCIAÇÃO SÉRIE DE RESITORES ............................................................................ 47 3.5.1.2. ASSOCIAÇÃO PARALELA DE RESITORES ...................................................................... 48 3.5.1.3. ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESITORES ........................................................................... 49 3.5.2. RESISTÊNCIA EQUIVALENTE DE UMA ASSOCIAÇÃO .....................................................49 3.5.2.1. ASSOCIAÇÃO EQUIVALENTE DE UMA ASSOCIÇÃO SÉRIE .............................................. 50 3.5.2.2. ASSOCIAÇÃO EQUIVALENTE DE UMA ASSOCIÇÃO PARALELA ........................................ 51 3.5.2.3. ASSOCIAÇÃO EQUIVALENTE DE UMA ASSOCIÇÃO MISTA ............................................. 55 CAPÍTULO 4 ........................................................................................................................... 61 4.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 61 4.2. PRIMEIRA LEI OHMS ................................................................................................. 62 4.2.1. APLICAÇÕES DA PRIMEIRA LEI OHMS ......................................................................... 63 4.2.2. EXEMPLOS - PRIMEIRA LEI OHMS ............................................................................... 65 4.3. LEI OHMS APLICADA A CIRCUITOS SÉRIE DE CORRENTE CONTÍNUA ............................ 66 4.3.1. TENSÃO, CORRENTE E RESISTÊNCIA EM CIRCUITOS SÉRIE ......................................... 66 4.3.2. POLARIDADE DE QUEDAS DE TENSÃO ........................................................................ 71 4.4. LEI OHMS APLICADA A CIRCUITOS PARALELOS EM CORRENTE CONTÍNUA ................... 73 4.4.1. TENSÃO E CORRENTE EM UM CIRCUITO PARALELO .................................................... 73 4.5. LEI OHMS APLICADA A CIRCUITOS MISTOS (CIRCUITOS SÉRIE – PARALELO) ............... 77 4.6. DIVISOR DE TENSÃO ................................................................................................. 80 4.7. DIVISOR DE CORRENTE ............................................................................................. 82 CAPÍTULO 5 ........................................................................................................................... 84 5.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 84 5.2. TRABALHO ELÉTRICO ................................................................................................ 84 5.3. POTÊNCIA ELÉTRICA ................................................................................................. 86 5.3.1. UNIDADES DE POTÊNCIA ........................................................................................... 87 5.4. DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA DE UM CONSUMIDOR EM CC ....................................... 88 5.5. POTÊNCIA NOMINAL ................................................................................................. 91 5.5.1. LIMITE DE DISSIPAÇÃO DE POTÊNCIA ........................................................................ 92 5.5.2. CAVALO-VAPOR ......................................................................................................... 94 5.6. ENERGIA ELÉTRICA ................................................................................................... 94 CAPÍTULO 6 ........................................................................................................................... 96 6.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 96 6.2. RESISTIVIDADE ........................................................................................................ 96 6.3. TABELA DE CONDUTORES .......................................................................................... 97 6.4. EFEITOS DA TEMPERATURA ....................................................................................... 99 6.5. CONDUTÂNCIA E CONDUTIVIDADE ........................................................................... 102 iii CAPÍTULO 7 .......................................................................................................................... 103 7.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 103 7.2. PRIMEIRA LEI DE KIRCHHOFF ................................................................................... 103 7.2.1. CARACTERÍSTICAS DO CIRCUITO PARALELO .............................................................. 103 7.2.1.1. AS TENSÕES NA ASSOCIAÇÃO PARALELA ................................................................... 104 7.2.1.2. AS CORRENTES NA ASSOCIAÇÃO PARALELA ............................................................... 105 7.3. 1º LEI DE KIRCHHOFF- LEI DOS NÓS ......................................................................... 107 7.4. SEGUNDA LEI DE KIRCHHOFF ................................................................................... 110 7.4.1. MALHA DE UM CIRCUITO ELÉTRICO .......................................................................... 111 7.4.2. CARACTERÍSTICA DO CIRCUITO SÉRIE ...................................................................... 111 7.4.2.1. CORRENTE NA ASSOCIAÇÃO SÉRIE ........................................................................... 114 7.4.2.2. AS TENSÕES NO CIRCUITO SÉRIE ............................................................................. 115 7.5. 2º LEI DE KIRCHHOFF- LEI DAS MALHAS ................................................................... 116 7.6. LEIS DE KIRCHHOFF E OHM EM CIRCUITOS MISTOS .................................................. 121 CAPÍTULO 8 .......................................................................................................................... 129 8.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 129 8.1.1. TIPOS DE CIRCUITOS ............................................................................................... 129 8.2. GERADOR ELÉTRICO ................................................................................................ 131 8.2.1. GERADOR IDEAL ...................................................................................................... 131 8.2.2. GERADOR REAL ........................................................................................................ 132 8.2.3. EQUAÇÃO DO GERADOR ........................................................................................... 132 8.2.4. GERADOR EM CURTO CIRCUITO ................................................................................ 133 8.2.5. GERADOR EM CIRCUITO ABERTO .............................................................................. 133 8.2.6. CURVA CARACTERÍSTICA DE UM GERADOR................................................................ 134 8.2.6.1. CURVA DO GERADOR IDEAL ...................................................................................... 134 8.2.6.2. CURVA DO GERADOR REAL ....................................................................................... 134 8.2.7. CIRCUITO SIMPLES .................................................................................................. 135 8.2.8. ASSOCIAÇÃO DE GERADORES ................................................................................... 137 8.2.8.1. ASSOCIAÇÃO SÉRIE DE GERADORES ......................................................................... 137 8.2.8.2. PROPRIEDADES DE GERADORES EM SÉRIE ................................................................ 138 8.2.8.3. ASSOCIAÇÃO PARALELA DE GERADORES ................................................................... 139 8.2.8.4. PROPRIEDADES DE GERADORES EM PARALELO .......................................................... 141 8.3. RECEPTORES ELÉTRICOS .......................................................................................... 145 8.3.1. CURVA CARACTERISTICA DE UM RECEPTOR .............................................................. 147 8.3.2. CIRCUITO GERADOR-RECEPTOR ...............................................................................147 8.3.3. CIRCUITO GERADOR-RECEPTOR-RESISTOR ............................................................... 148 8.4. MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA EM UM GERADOR ......................................... 151 8.4.1. PERDA DE POTÊNCIA DE UM GERADOR ..................................................................... 151 8.4.2. POTÊNCIA DISSIPADA NA CARGA .............................................................................. 152 8.4.3. POTÊNCIA MÁXIMA DESENVOLVIDA NA CARGA .......................................................... 153 CAPÍTULO 9 .......................................................................................................................... 155 9.1. FONTES DE CORRENTE E TENSÃO ............................................................................. 155 9.1.1. TRANSFORMAÇÃO DE FONTES .................................................................................. 156 9.2. LINEARIDADE E SUPERPOSIÇÃO ............................................................................... 157 9.3. TEOREMA DE THEVENIN ........................................................................................... 159 9.4. TEOREMA DE NORTON ............................................................................................. 160 CAPÍTULO 10 ........................................................................................................................ 163 10. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 163 iv LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 – a) Prótons e nêutrons na região central do átomo e b) ampliação do núcleo .................. 7 Figura 1.2 – Os elétrons girando ao redor do núcleo ....................................................................... 8 Figura 1.3 – Distribuição dos elétrons nas camadas ........................................................................ 9 Figura 1.4 – Distribuição dos elétrons nas camadas ........................................................................ 9 Figura 1.5 – Átomo com carga positiva ........................................................................................ 10 Figura 1.6 – Átomo com carga negativa ...................................................................................... 11 Figura 1.7 – Átomo com carga negativa ...................................................................................... 12 Figura 1.8 – Corpo carregado positivamente ................................................................................ 13 Figura 1.9 – Corpo carregado negativamente ............................................................................... 13 Figura 1.10 – Eletrização positiva do pente .................................................................................. 14 Figura 1.11 – Papel atraído pelo pente eletrizado ......................................................................... 14 Figura 1.12 - Eletrização por atrito na natureza ............................................................................ 14 Figura 1.13 – Interação entre dois corpos eletrizados ................................................................... 15 Figura 1.14 - Corpo sem carga elétrica ........................................................................................ 16 Figura 1.15 - Movimento ordenado de elétrons livres no sentido de B para A .................................. 16 Figura 1.16 - Corpos eletrizados negativamente e positivamente .................................................. 17 Figura 1.17 - Corpos forte e fracamente eletrizados ...................................................................... 17 Figura 1.18 - Corpos forte e fracamente eletrizados ...................................................................... 17 Figura 1.19 - Corpos com maior e menor potencial elétrico ........................................................... 18 Figura 1.20 - Diferença de potencial entre corpos eletrizados ........................................................ 19 Figura 1.21 - Eletrodos de cobre e zinco mergulhados em um preparado químico .......................... 22 Figura 1.22 -. Eletrodos com potencial elétrico positivo e negativo ................................................. 22 Figura 1.23 - Tensão elétrica entre os terminais de zinco e cobre .................................................. 22 Figura 1.24 - Pilhas coma aspecto real indicando os seus pólos. .................................................... 23 Figura 1.25 - Pilhas pequenas, média grande e pilha de telefone ................................................... 24 Figura 1.26 - Bateria de um automóvel ....................................................................................... 24 Figura 1.27 - Gerador de tensão ................................................................................................. 25 Figura 1.28 - Símbolo de um gerador .......................................................................................... 26 Figura 1.29 - Símbolo elétrico de uma lâmpada ............................................................................ 26 Figura 1.30 - Símbolo elétrico de uma chave interruptora ............................................................. 27 Figura 1.31 - Gráfico da tensão fornecida pela pilha versus tempo ................................................. 27 Figura 1.32 - Tensão constante fornecida pela pilha ..................................................................... 27 Figura 2.1 - Elétrons livres em movimento caótico ........................................................................ 31 Figura 2.2 – Pólo positivo e pólo negativo de um gerador ............................................................. 31 Figura 2.3 - Movimento ordenado de elétrons livres no sentido de B para A .................................... 31 Figura 2.4 - Movimento ordenado de elétrons livres no sentido de B para A .................................... 32 Figura 2.5 - Movimento ordenado de elétrons livres no sentido de B para A .................................... 33 Figura 2.6 - Simbologia de uma fonte CC ..................................................................................... 36 Figura 3.1 - Aquecedores ........................................................................................................... 37 Figura 3.2 - Simbologia dos resistores ......................................................................................... 37 Figura 3.3 - Características especificas dos resistores ................................................................... 37 Figura 3.4 - Material com um grande número de cargas livres ....................................................... 38 Figura 3.5 - Material com um pequeno número de cargas livres .................................................... 39 Figura 3.6 - Classificação e símbolo dos resistores ........................................................................ 42 Figura 3.7 - Corpo cilíndrico de cerâmica do resistor de carbono .................................................... 42 Figura 3.8 - Pó de carbono pressionado junto com um resistor ...................................................... 43 Figura 3.9 - Resistor de carbono com terminais ............................................................................ 43 Figura 3.10 - Resistor de carbono pronto ..................................................................................... 43 Figura 3.11 - Resistor de fio enrolado .......................................................................................... 44 Figura 3.12 - Resistor de fio enrolado em um tubo de porcelana ................................................... 44 Figura 3.13 - Resistor de carvão .................................................................................................45 Figura 3.14 - Resistor Cermet ..................................................................................................... 45 v Figura 3.15 - Associação de resistores ......................................................................................... 46 Figura 3.16 - Várias configurações de associação de resistores ...................................................... 46 Figura 3.17 - Terminais das associações de resistores................................................................... 46 Figura 3.18 - Nós de uma associação de resistores ....................................................................... 47 Figura 3.19 - Associação série de resistores ................................................................................. 47 Figura 3.20 - Associação série de resistores com a fonte geradora conectada ................................. 48 Figura 3.21 - Associação série de resistores ................................................................................. 48 Figura 3.22 - Associação paralela ................................................................................................ 49 Figura 3.23 - Associação mista ................................................................................................... 49 Figura 3.24 - Único caminho na associação série .......................................................................... 50 Figura 3.25 - Caminhos na associação paralela ............................................................................ 51 Figura 3.26 - Caminhos na associação paralela ............................................................................ 51 Figura 3.27 - Associação em paralelo de vários resistores de mesmo valor ..................................... 53 Figura 3.28 - Associação mista de resistores ................................................................................ 55 Figura 3.29 - Divisão da associação mista através dos nós ............................................................ 55 Figura 3.30 - Resistores R2 e R3 estão em paralelo na associação mista .......................................... 55 Figura 3.31 - Resistência equivalente entre os nós 1º e 2º ............................................................ 56 Figura 3.32 - Resistência equivalente entre os nós 1º e 2º ............................................................ 56 Figura 3.33 - Resistência equivalente entre os nós 1º e 2º ............................................................ 57 Figura 3.34 - Resistência equivalente entre os nós 1º e 2º ............................................................ 57 Figura 3.35 - Resistência equivalente entre ambos circuitos .......................................................... 57 Figura 4.1 - Curva tensão x corrente (relação linear) .................................................................... 61 Figura 4.2 - Triângulo da lei de Ohm ........................................................................................... 63 Figura 4.3 - Determinação da intensidade de corrente no triângulo da lei de Ohm .......................... 63 Figura 4.4 - Determinação da resistência no triângulo da lei de Ohm ............................................ 64 Figura 4.5 - Determinação da tensão no triângulo da lei de Ohm ................................................... 64 Figura 4.6 - Circuito em série ..................................................................................................... 66 Figura 4.7 - Quedas de tensões em um circuito em série .............................................................. 67 Figura 4.8 - Polaridade e quedas de tensões em um circuito em série ........................................... 71 Figura 4.9 - Um circuito em paralelo ........................................................................................... 73 Figura 4.10 – Circuito equivalente série ....................................................................................... 80 Figura 4.11 – Circuito equivalente paralelo .................................................................................. 82 Figura 5.1 - Equipamentos produzindo efeitos tais como calor, luz, movimento ............................... 84 Figura 5.2 - Equipamentos produzindo efeito calor ....................................................................... 85 Figura 5.3 - Lâmpada produzindo efeito luz ................................................................................. 85 Figura 5.4 - Ventilador produzindo o efeito movimento ................................................................. 85 Figura 5.5 - Lâmpadas produzindo diferentes quantidades de luz .................................................. 86 Figura 5.6 - Circuito desenvolvendo 1 Watt de potência ................................................................ 87 Figura 5.7 - Triângulo para cálculo da potência elétrica ................................................................. 89 Figura 5.8 - Triângulo da lei de ohm e triangula para calculo da potência ....................................... 89 Figura 5.9 - Triângulo da lei de ohm e triângulo para calculo da potência ....................................... 90 Figura 5.10 - Triângulos para cálculo da potência elétrica ............................................................. 91 Figura 5.11 - Lâmpada com especificação de tensão e potencia nominal ........................................ 92 Figura 5.12 - Circuito com uma resistência de 100Ω ..................................................................... 92 Figura 5.13 - Resistores com tamanhos diferentes para dissipação de energia ................................ 94 Figura 5.14 - Medidores de energia elétrica ................................................................................. 95 Figura 6.1 - Resistência x Temperatura para um metal condutor ................................................... 99 Figura 6.2 - Coeficiente de temperatura .................................................................................... 100 Figura 6.3 - Curva R x T para um resistor de carbono ................................................................. 102 Figura 7.1 - Corrente distribuída nos circuitos paralelos .............................................................. 103 Figura 7.2 – Representação do circuito paralelo e diagrama ........................................................ 104 Figura 7.3 – Lâmpadas ligadas diretamente a pilha .................................................................... 104 vi Figura 7.4 – Corrente total fornecida pela fonte ........................................................................ 105 Figura 7.5 - Corrente total circulando na parte do circuito que é comum as duas lâmpadas ........... 106 Figura 7.6 – Corrente total se divide a partir do nó .................................................................... 106 Figura 7.7– Correntes parciais a partir do nó ............................................................................. 106 Figura 7.8– Corrente maior na resistência menor e corrente menor na resistência maior ............... 107 Figura 7.9 – Ponto comum a todos condutores .......................................................................... 107 Figura 7.10 – Resistências ligadas em série ............................................................................... 110 Figura 7.11 – Malha ABCD ........................................................................................................ 111 Figura 7.12 – Duas lâmpadas ligadas em série ........................................................................... 111 Figura 7.13 – Caminho único para a circulação da corrente elétrica ............................................. 112 Figura 7.14 – Amperímetros colocados em série .........................................................................112 Figura 7.15 – Corrente I em um circuito série ............................................................................ 113 Figura 7.16 – Circuito série aberto ............................................................................................ 113 Figura 7.17 - Lâmpadas em série .............................................................................................. 114 Figura 7.18 – Corrente I pelas lâmpadas em série ...................................................................... 114 Figura 7.19 – Voltímetro indicando a queda de tensão nos resistores ........................................... 115 Figura 7.20 – Resistências em série .......................................................................................... 115 Figura 7.21 – Valores de tensão e corrente no circuito série ........................................................ 116 Figura 7.22 – Circuito em serie com uma fonte de tensão e três resistências ................................ 117 Figura 7.23 – Circuito em serie com os respectivos valores de tensão em cada elemento ............... 118 Figura 7.24 – Circuito misto...................................................................................................... 121 Figura 7.25 – Circuito misto para aplicação da lei de Kirchhoff ..................................................... 121 Figura 7.26 – Circuitos para determinação da resistência equivalente ........................................... 122 Figura 7.27 – Circuitos com a corrente total calculada ................................................................ 123 Figura 7.28 – Circuitos com todos os valores de tensão e corrente............................................... 124 Figura 7.29 – Tensão nos pólos do gerador real ......................................................................... 132 Figura 8.1 – circuito fechado .................................................................................................... 129 Figura 8.2 - Circuito aberto ...................................................................................................... 130 Figura 8.3 – Curto -Circuito ...................................................................................................... 130 Figura 8.4 - circuitos fechados .................................................................................................. 130 Figura 8.5 – Gerador elétrico .................................................................................................... 131 Figura 8.6 – Simbologia de um gerador ideal ............................................................................. 131 Figura 8.7 – Tensão V para um gerador ideal é igual a f.e.m. ...................................................... 132 Figura 8.8 – Gerador real ......................................................................................................... 132 Figura 8.9 – Gerador em curto-circuito ...................................................................................... 133 Figura 8.10 – Curva do gerador ideal ........................................................................................ 134 Figura 8.11 – Curva do gerador real .......................................................................................... 134 Figura 8.12 – Gerador ligado a um resistor ................................................................................ 135 Figura 8.13 – Curva da tensão do gerador e do resistor .............................................................. 136 Figura 8.14 – Associação de geradores em série e paralelo ......................................................... 137 Figura 8.15 – Associação de geradores em série ........................................................................ 137 Figura 8.16 – Associação de pilhas em série .............................................................................. 138 Figura 8.17 – Associação de geradores em paralelo .................................................................... 139 Figura 8.18 – Montagem esquema e equivalente da associação de geradores em paralelo ............. 141 Figura 8.19 – Receptores elétricos: Motor do liquidificador e da máquina de costura ..................... 146 Figura 8.20 – Bateria funcionando como receptor ....................................................................... 146 Figura 8.21 – Circuito equivalente do receptor ........................................................................... 146 Figura 8.22 – Curva característica de um gerador ....................................................................... 147 Figura 8.23 – Circuito equivalente do gerador-receptor ............................................................... 147 Figura 8.24 – Circuito equivalente do gerador-receptor-resistor ................................................... 148 Figura 8.25 – Gerador conectado a uma carga ........................................................................... 151 Figura 9.1 – Simbologia de uma fonte de corrente e sua curva de saída ....................................... 155 Figura 9.2 - Simbologia de uma fonte de corrente e sua curva de saida ....................................... 155 Figura 9.3 – Transformação de fontes ....................................................................................... 156 vii LISTA DE TABELAS Tabela 0.1 - Unidades Fundamentais do Sistema métrico Internacional ............................................ 1 Tabela 0.2 - Unidades Suplementares do SI ................................................................................... 1 Tabela 0.3 - Unidades Derivadas do SI .......................................................................................... 2 Tabela 0.4 - Prefixos Métricos Utilizados em Eletricidade ................................................................. 2 Tabela 0.5 - Prefixos Métricos Utilizados em Eletricidade ................................................................. 5 Tabela 1.1 - Tabela dos múltiplos e submúltiplos usuais de tensão ................................................ 20 Tabela 2.1 - Materiais bons condutores e materiais bons isolantes ................................................. 31 Tabela 2.2 - Tabela dos múltiplos e submúltiplos usuais do Ampère ............................................... 34 Tabela 3.1 - Tabela dos múltiplos e submúltiplos usuais de resistência elétrica ............................... 39 Tabela 3.2 - Valores de resistor com o percentual de tolerância ..................................................... 41 Tabela 5.1 - Tabela dos múltiplos e submúltiplos usuais do Watt ................................................... 88 Tabela 5.2 - Tabela das unidade de energia elétrica ..................................................................... 95 Tabela 6.1 - A resistividade de alguns materiais condutores a 20°C. .............................................. 97 Tabela 6.2 - Tabela AWG / métrica para fios de cobre recozido padrão a 20ºC. .............................. 98 Tabela 6.3 - Coeficientes e temperatura de interseção para materiais condutores comuns ............. 100 Tabela 8.1– Máxima potência desenvolvida ............................................................................... 153 Eletricidade I 1 CAPÍTULO 0 REVISÃO 0.1. PADRÕES ELÉTRICOS E CONVENÇÕES 0.1.1. UNIDADES Em eletricidade usa-se o sistema métrico internacional de unidades conhecido comumente por SI. A abreviação SI, assim usada também em inglês, decore das palavras système internationale. Às sete unidades básicas do SI são: comprimento, massa, tempo, corrente elétrica, temperatura termodinâmica, intensidade luminosa e quantidade de matéria (Tabela 0.1). Antigamente usava-se o sistema métrico MKS, onde M representavao metro (comprimento), K representava o quilograma (massa) e S representava o segundo (tempo). As duas unidades suplementares do SI são o ângulo plano e o ângulo sólido (Tabela 0.2). Tabela 0.1 - Unidades Fundamentais do Sistema métrico Internacional Grandeza Unidade fundamental Símbolo Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Corrente elétrica ampère A Temperatura termodinâmica kelvin K Intensidade luminosa candela cd Quantidade de matéria mole mol Tabela 0.2 - Unidades Suplementares do SI Grandeza Unidade fundamental Símbolo Ângulo plano radiano rad Ângulo sólido estereorradiano sr Outras unidades usuais podem ser deduzidas a partir das unidades fundamentais e das unidades suplementares. Por exemplo, a unidade de carga é o Coulomb, que é deduzida a partir das unidades fundamentais segundo e ampère. A maioria das unidades utilizadas em eletricidade é do tipo unidade derivada (Tabela 0.3). Eletricidade I 2 Tabela 0.3 - Unidades Derivadas do SI Grandeza Unidade fundamental Símbolo Energia joule J Força Newton N Potência watt W Carga elétrica Coulomb C Potencial elétrico volt V Resistência elétrica ohm Ω Condutância elétrica siemens S Capacitância elétrica farad F Indutância elétrica Henry H Freqüência hertz Hz Fluxo magnético weber Wb Densidade de fluxo magnético tesla T 0.1.2. POTÊNCIA DE 10 Já vimos que freqüentemente é necessário ou conveniente converter uma unidade de medida em outra unidade que pode ser maior ou menor. Na seção anterior isto foi feito substituindo-se determinados valores por um prefixo métrico. Uma outra forma seria a de converter o número numa potência de 10. Muitas vezes nos referimos às potências de 10 como a “notação de engenheiro”. A Tabela 0.4 mostra exemplos de números expressos em potências de 10. Tabela 0.4 - Prefixos Métricos Utilizados em Eletricidade Número Potência de 10 Leitura usual 0,000 001 10-06 10 a menos seis 0,000 01 10-05 10 a menos cinco 0,000 1 10-04 10 a menos quatro 0,001 10-03 10 a menos três 0,01 10-02 10 a menos dois 0,1 10-01 10 a menos um 1 10 0 10 a zero 10 1001 10 a um 100 1002 10 ao quadrado 1000 1003 10 ao cubo 10000 1004 10 à quarta 100000 1005 10 à quinta 1000000 1006 10 à sexta Eletricidade I 3 ¬ Regra 1: Para se escrever números maiores do que 1 na forma de um número pequeno vezes uma potência de 10, desloca-se à casa decimal para a esquerda tantos algarismos quantos os desejados. A seguir, multiplica-se o número obtido por 10 elevado a uma potência igual ao número de casas deslocadas. Exemplos: 3.000 = 3,000 x 103 (A virgula é deslocada três casas para a esquerda) = 3 x 103 (Portanto, a potência ou o expoente é 3) 6.500 = 65,00 x 102 (A virgula é deslocada duas casas para a esquerda) = 65 x 102 (Portanto, o expoente é 2) 880.000 = 88,0000 x 104 (A virgula é deslocada quatro casas para a esquerda) = 88 x 104 (Portanto, a potência ou o expoente é 2) ¬ Regra 2: Para se escrever números menores do que 1 como um número inteiro vezes uma potência de 10, desloca-se a casa decimal para a direita tantos algarismos quantos forem necessários. A seguir, multiplica-se o número obtido por 10 elevado a uma potência negativa igual ao número de casas decimais deslocadas. Exemplos: 0,006 = 6 x 10-3 (A virgula é deslocada três casas para a direita) = 6 x 10-3 (Portanto, a potência ou o expoente é -3) 0,435 = 4,35 x 10-1, (A virgula é deslocada uma casa para a direita) = 4,35 x 10-1 (Portanto, o expoente é -1) 0,000 92 = 92 x 10-5 (A vírgula é deslocada cinco casas para a direita) = 92 x 10-5 (Portanto, a potência ou o expoente é -5) ¬ Regra 3: Para converter um número expresso como uma potência positiva de 10 num número decimal, desloca-se a casa decimal para a direita tantas casas ou posições quanto o valor do expoente. Exemplos: 0,615 x 103 = 615 (O expoente é 3. Desloca-se a vírgula três casas para a direita) 0,615 x 106 = 615 000 (Desloca-se a vírgula seis casas para a direita) 0,0049 x 103 = 4,9 (Desloca-se a vírgula seis casas para a direita) Eletricidade I 4 ¬ Regra 4: Para converter um número expresso como uma potência negativa de 10 num número decimal, desloca-se a casa decimal para a esquerda tantas casas ou posições quanto o valor do expoente. Exemplos: 70 x 10-3 = 0,07 (O expoente é -3. Desloca-se a vírgula três casas para a esquerda) 82,4 x 10-2 = 0,824 (Desloca-se a vírgula duas casas para a esquerda) 60 000 x 10-6 = 0,06 (Desloca-se a vírgula seis casas para a esquerda) ¬ Regra 5: Para multiplicar dois ou mais números expressos como uma potência de 10, multiplica-se os coeficientes para se obter o novo coeficiente e soma-se os expoentes para se obter o novo expoente de 10. Exemplos: 102x 104 = 102+4 = 106 10-1x 104 = 10-1+4 = 103 (40 x 103) (25 x 102) = (40 x 25) x (103 x 102) =1000 x 10 3+2 = 103 x 105 = 108 ¬ Regra 6: Para se dividir por potências de 10, utiliza-se a fórmula: n n 1 10 10 = Podemos assim mover qualquer potência de 10 do numerador para o denominador ou vice-versa, simplesmente mudando-se o sinal do expoente. Exemplos: 1 -01 15 15 10 150 10 = × = 3 -03 15 15 10 15 000 10 = × = 2 -02 0,25 4 1,0 10 100 10 × = × = Eletricidade I 5 0.1.3. PREFIXOS NUMÉRICOS No estudo da eletricidade básica, algumas unidades elétricas são pequenas demais ou grandes demais para serem expressas convenientemente. Por exemplo, no caso da resistência, freqüentemente utilizamos valores em milhões ou milhares de ohms (Ω). O prefixo kilo (designado pela letra k) mostrou-se uma forma conveniente de se representar mil. Assim, em vez de se dizer que um resistor tem um valor de 10.000 Ω, normalmente nos referimos a ele como um resistor de 10 kilohms (10 kΩ). No caso da corrente, freqüentemente utilizamos valores de milésimos ou milionésimos de ampère. Utilizamos então expressões como miliampères e microampères. O prefixo mili é uma forma abreviada de se escrever milésimos e micro é uma abreviação para milionésimos. Assim, 0,012 A torna-se 12 miliampères (mA) e 0,000 005 A torna-se 5 microampères (μA). A Tabela 0.5 relaciona os prefixos métricos usados mais freqüentemente em eletricidade com a sua equivalência numérica. Tabela 0.5 - Prefixos Métricos Utilizados em Eletricidade Prefixo Símbolo Valor Terá T 1012 Giga G 1009 Mega M 1006 Kilo k 1003 Mili m 10-03 Micro μ 10-06 Nano n 10-09 Pico p 10-12 Femto f 10-15 Atto a 10-18 0.1.4. NOTAÇÃO CIENTÍFICA Em notação científica, o coeficiente da potência 10 é sempre expresso com uma casa decimal seguido da potência de 10 adequada. Alguns exemplos a seguir esclarecerão esse procedimento. Exemplos: Exprima os seguintes números em notação científica. 300 000 = 3 x 105 (Desloque a vírgula cinco casas para a esquerda - a potencia é 5 pela regra 1) 871 = 8,71 x 102 (Desloque a vírgula duas casas para a esquerda - a potencia é 2 pela regra 1) 0,001 = 1 x 10-3 (Desloque a vírgula duas casas para a direita - a potencia é -3 pela regra 2) Eletricidade I 6 0.1.5. ARREDONDAMENTO DE NÚMEROS Um número é arredondado suprimindo-se um ou mais algarismos da sua direita. Se o algarismo a ser suprimido for menor do que 5, deixamos o algarismocomo está. Por exemplo, 4,1632, ao ser arredondado para quatro algarismos, ficará 4,163; ao ser arredondado para três algarismos, ficará 4,16. Se o algarismo a ser suprimido for maior do que 5, aumentamos o algarismo da sua esquerda de uma unidade. Por exemplo, 7,3468, se for arredondado para quatro algarismos, ficará 7,347; se arredondado para três algarismos, ficará 7,35. Se o algarismo a ser suprimido for exatamente 5 (isto é, 5 seguido de nada mais do que zeros), aumentamos os algarismos a sua esquerda de uma unidade se este for um número ímpar e deixamos o algarismo da esquerda como está se este for um número par. Por exemplo, 2,175, quando arredondado para três algarismos, fica 2,18. O número 2,185 também seria arredondado para o mesmo valor, 2,18, se fosse arredondado para três algarismos. Qualquer algarismo necessário para definir um determinado valor é chamado de significativo. Por exemplo, uma tensão de 115 V tem três algarismos significativos: 1, 1 e 5. No arredondamento de números, o zero não é contado como significativo se ele aparecer imediatamente após a casa decimal e se for seguido por outros algarismos significativos. Esses zeros devem ser mantidos e a contagem dos algarismos significativos deve começar pelo primeiro algarismo significativo além deles. Por exemplo, 0,00012 tem dois algarismos significativos, 1 e 2, e os zeros precedentes não são contados. Entretanto, 18,0 tem três algarismos significativos; neste caso o zero é significativo porque ele não é seguido por outros algarismos significativos. Em eletricidade, os valores típicos são geralmente expressos com três algarismos significativos. Exemplo 01: Arredonde os seguintes números até três algarismos significativos. Observamos o quarto algarismo da direita e verificamos se esse algarismo é menor do que 5, maior do que 5, ou igual a 5. 5,6428 = 5,64 0,01695 = 0,0170 49,67 = 49,7 2078 = 2080 305,42 = 305 1,003 x 10-3 =1,00 x 10-3 782,51 = 783 12,46 x 105 = 12,5 x 105 0,003842 = 0,00384 1,865 x 102 = 1,86 x 102 A notação científica é uma forma conveniente que é utilizada na solução de problemas em eletricidade. Freqüentemente exprimimos uma resposta numérica utilizando um prefixo em vez de empregar a notação científica. Eletricidade I 7 CAPÍTULO 1 TENSÃO ELÉTRICA 1.1. OS ÁTOMOS As partículas que constituem as moléculas foram denominadas de átomos pelos gregos que acreditavam ser esta a menor partícula do universo, e que não podia ser dividida. Entretanto, com o desenvolvimento dos métodos de pesquisa científicos se verificou que os átomos também são constituídos por partículas menores: as partículas subatômicas. Estas partículas subatômicas são: F Prótons F Elétrons F Nêutrons Cada uma destas partículas subatômicas tem características próprias com respeito à carga elétrica e massa. 1.1.1. CARGA ELÉTRICA DAS PARTICULA SUBATÔMICAS Próton - possui carga elétrica positiva. B O próton tem carga elétrica positiva Elétron - o elétron tem carga elétrica negativa, de mesmo valor que o próton. B O elétron tem carga elétrica negativa Nêutron - é uma partícula subatômica que não tem carga elétrica. B O nêutron não tem carga elétrica 1.1.2. A ESTRUTURA DO ÁTOMO No átomo os prótons e nêutrons se reúnem na região central do átomo formando o núcleo. Veja a figura a seguir: a) b) Figura 1.1 – a) Prótons e nêutrons na região central do átomo e b) ampliação do núcleo Eletricidade I 8 Os elétrons giram ao redor do núcleo, descrevendo trajetórias denominadas de órbitas. Veja a figura a seguir: Figura 1.2 – Os elétrons girando ao redor do núcleo A região do espaço ao redor do núcleo onde os elétrons se movimentam é denominada de eletrosfera. Observando o átomo verifica-se que as partículas que possuem massa (próton e o nêutron) estão no núcleo. Por esta razão se pode dizer que toda a massa de um átomo está concentrada no seu núcleo. Os elétrons que orbitam ao redor do núcleo do átomo estão distribuídos em camadas ou níveis energéticos. De acordo com o número de elétrons a eletrosfera pode apresentar de 1 a 7 níveis energéticos, denominados de nível K, L, M, N, O, P e Q. As figuras a seguir mostram os átomos de alguns elementos químicos com a distribuição dos elétrons nas camadas. O núcleo é a região central do átomo, formado pelo agrupamento dos prótons e dos nêutrons. Eletrosfera é a região do espaço ao redor do núcleo onde os elétrons se movimentam. Eletricidade I 9 Figura 1.3 – Distribuição dos elétrons nas camadas A distribuição dos elétrons nos diversos níveis obedece a condições definidas. A regra mais importante, em termos de estrutura atômica, com relação a áreas de eletricidade e eletrônica, e a que diz respeito ao nível energético mais distante do núcleo ou camada externa. Esta regra diz: A camada externa tem um número máximo de 8 elétrons. Todas as reações químicas e elétricas (com exceção das reações nucleares) se processam nesta camada que recebe a denominação de nível ou camada de Valência. Ver figura a seguir. Camada de Valência Figura 1.4 – Distribuição dos elétrons nas camadas A camada externa da eletrosfera onde se realizam as reações químicas e elétricas se denomina de CAMADA DE VALÊNCIA Eletricidade I 10 1.1.3. EQUILÍBRIO ELÉTRICO DO ÁTOMO Duas das três partículas subatômicas possuem carga elétrica (próton = positiva e elétrons = negativa). Em condições normais, os átomos tendem a assumir uma condição de neutralidade ou equilíbrio elétrico, de forma que o número total de cargas positivas do núcleo (prótons) é igual ao número de cargas negativas da.eletrosfera (elétrons). Quando a condição de igualdade entre o número de prótons e elétrons existe diz-se que o átomo esta eletricamente neutro ou equilibrado. OBSERVAÇÃO: Os nêutrons não interferem no equilíbrio elétrico do átomo (porque não tem carga elétrica). Os nêutrons apenas conferem uma massa adicional aos átomos. Através de forças externas (magnéticas, térmicas, químicas) é possível retirar ou acrescentar elétrons na camada de valência de um átomo, fazendo com que haja desequilibro elétrico. Quando, por um processo qualquer, um elétron é retirado da camada de valência, o átomo passa a estar carregado positivamente (1 próton a mais). Este átomo passa a se chamar de íon positivo. Ver figura a seguir. Figura 1.5 – Átomo com carga positiva Um átomo esta em equilíbrio elétrico quando o número de elétrons na eletrosfera é igual ao número de prótons no núcleo. Íon positivo é um átomo que teve um ou mais elétrons retirados da camada de valência, tornando–se positivo. Eletricidade I 11 Da mesma forma, quando um elétron é colocado na última camada de um átomo, por um processo qualquer, este átomo passa a estar carregado negativamente, denominando-se de íon negativo. Ver figura a seguir. Figura 1.6 – Átomo com carga negativa Qualquer átomo que esteja desequilibrado eletricamente é um íon. A transformação de um átomo em íon é sempre devida a causas externas ao próprio átomo. Uma vez cessada a causa externa que proporcionou a criação do íon há uma tendência natural do átomo em atingir o equilíbrio elétrico cedendo os elétrons que estiverem em excesso ou recuperando os elétrons que estiverem em falta.1.2. GRANDEZAS ELÉTRICAS A expressão “grandezas elétricas” se aplica a todos os fenômenos de origem elétrica que podem ser medidos. A tensão é uma grandeza elétrica, que pode ser medida, e que tem origem no desequilíbrio elétrico dos corpos. É necessária a existência de uma tensão elétrica para que seja possível o funcionamento de qualquer equipamento elétrico (por exemplo: lâmpada, gravador, motor, etc.). Íon negativo é um átomo que recebe um ou mais elétrons na camada de valência, tornando-se eletricamente negativo. Os átomos sempre procuram atingir a estrutura estável, eletricamente equilibrada. TENSÃO ELÉTRICA É UMA GRANDEZA ELÉTRICA Eletricidade I 12 1.2.1. ELETRIZAÇÃO DE UM CORPO No estado natural qualquer porção de matéria é eletricamente neutra. Isto significa que se nenhum agente externo atua sobre uma determinada porção de mataria, o número total de prótons e elétrons dos seus átomos será igual. Ver figura a seguir. Figura 1.7 – Átomo com carga negativa Essa condição de equilíbrio elétrico natural da matéria pode ser desfeita, de forma que um corpo deixe de ser neutro e fique carregado eletricamente. O processo através do qual se faz com que um corpo eletricamente neutro fique carregado é denominado de eletrização. O tipo de carga elétrica (positiva ou negativa) que um corpo assume após sofrer um processo de eletrização depende do tipo de corpo e do processo utilizado. Os processos de eletrização atuam sempre nos elétrons que estão na última camada dos átomos (camada de valência). Quando um processo de eletrização retira elétrons da camada de valência dos átomos o material fica com o número de prótons maior que o numero de elétrons. Nestas condições o corpo fica eletricamente positivo. Ver figura a seguir. Eletrização é um processo que permite fazer com que um corpo neutro fique eletricamente carregado. Eletricidade I 13 Figura 1.8 – Corpo carregado positivamente Quando um processo de eletrização acrescenta elétrons em um material, o número de elétrons torna-se maior que o número de prótons e o corpo fica carregado negativamente. Ver figura a seguir. Figura 1.9 – Corpo carregado negativamente ELETRIZAÇÃO POR RETIRADAS DE ELÉTRONS CORPO CARREGADO POSITIVAMENTE ELETRIZAÇÃO POR ACRÉSCIMO DE ELÉTRONS CORPO CARREGADO NEGATIVAMENTE Eletricidade I 14 1.2.2. ELETRIZAÇÃO POR ATRITO Existem vários processos de eletrização dentre os quais o mais comum é o por ATRITO. A eletrização por atrito é muito comum na natureza. Quando se usa um pente, por exemplo, o atrito com os cabelos provoca uma eletrização positiva do pente (retiram-se elétrons do pente). Ver figura a seguir. Figura 1.10 – Eletrização positiva do pente Aproximando-se o pente eletrizado positivamente de pequenos pedaços de papel , estes são atraídos momentaneamente pelo pente, comprovando a existência da eletrização. Ver figura abaixo. Figura 1.11 – Papel atraído pelo pente eletrizado Outro exemplo muito comum de eletrização por atrito na natureza ocorre nas tempestades. As nuvens são atritadas contra o ar adquirindo uma carga elétrica muito grande. O relâmpago, que é um fenômeno elétrico, comprova a existência de grandes cargas elétricas nas nuvens. Ver figura a seguir. Figura 1.12 - Eletrização por atrito na natureza Eletricidade I 15 Existem ainda outros processos de eletrização tais como: eletrização por indução por contato. Em qualquer processo, contudo, o resultado são corpos carregados eletricamente. A carga elétrica de um corpo obtida por eletrização denomina-se eletricidade estática. 1.2.3. ATRAÇÃO E REPULSÃO ENTRE AS CARGAS ELÉTRICAS Quando dois corpos eletrizados são aproximados um do outro se verifica que existe uma reação entre eles. Através de experimentação se verifica que se um dos corpos está carregado positivamente e o outro negativamente existe uma tendência dos dois corpos em se atraírem mutuamente. No entanto, se os dois corpos apresentam cargas de mesmo sinal, os corpos se repelem. A partir destas observações se concluiu: A figura a seguir ilustra a interação entre dois corpos eletrizados Figura 1.13 – Interação entre dois corpos eletrizados Cargas opostas (+ e -) se atraem Cargas iguais (+ e + ou - e -) se repelem Eletricidade I 16 1.3. POTÊNCIAL ELÉTRICO Tomando-se um pente que não tenha sido atritado, ou seja, sem eletricidade estática, e, aproximando-o de pequenas partículas de papel, não ocorre nenhum fenômeno. Ver figura abaixo: Figura 1.14 - Corpo sem carga elétrica Entretanto, se o pente for eletrizado, ao aproximar das partículas de papel estas serão atraídas pelo pente.Isto significa que o pente carregado tem capacidade de realizar o trabalho de movimentar o papel. Ver figura abaixo: Figura 1.15 - Movimento ordenado de elétrons livres no sentido de B para A Quando um corpo adquire capacidade de realizar um trabalho diz-se que este corpo tem um potencial. Como no caso do pente a capacidade de realizar o trabalho se deve a um desequilíbrio elétrico seu potencial é denominado de potencial elétrico. Qualquer corpo eletrizado tem capacidade para realizar um trabalho, de forma que se pode afirmar: Todo corpo eletrizado apresenta um potencial elétrico. Eletricidade I 17 A afirmação também é valida para os corpos eletrizados negativamente. Os corpos eletrizados positivamente têm potencial elétrico positivo e os corpos eletrizados negativamente tem potencial elétrico negativo. Ver figura abaixo: Potencial elétrico POSITIVO Potencial elétrico NEGATIVO Bastão de plástico Bastão de vidro Figura 1.16 - Corpos eletrizados negativamente e positivamente 1.4. RELAÇÃO ENTRE DESEQUILÍBRIO E POTENCIAL ELÉTRICO Através dos processos de eletrização é possível fazer com que os corpos fiquem intensamente ou fracamente eletrizados. Um pente fortemente atritado fica intensamente eletrizado, enquanto que se for fracamente atritado, sua eletrização será fraca. Ver figuras abaixo: Figura 1.17 - Corpos forte e fracamente eletrizados O pente intensamente atritado tem maior capacidade de realizar trabalho, porque ê capaz de atrair maior quantidade de partículas de papel. Ver figuras a seguir. Figura 1.18 - Corpos forte e fracamente eletrizados Eletricidade I 18 Como a maior capacidade de realizar trabalho significa maior potencial, conclui- se que o pente intensamente eletrizado tem maior potencial elétrico. Ver figuras abaixo. Figura 1.19 - Corpos com maior e menor potencial elétrico O potencial elétrico de um corpo depende diretamente do desequilíbrio elétrico existente neste corpo. Um corpo que tenha um desequilíbrio elétrico duas vezes maior que outro tem um potencial elétrico duas vezes maior. 1.5. DIFERENÇA DE POTENCIAL Quando se comparam os trabalhos realizados por dois corpos eletrizados, automaticamente está se comparando os seus potenciais elétricos. A diferença entre os trabalhos expressa diretamente, a diferença de potencial elétrico entre os dois corpos. A diferença de potencial, abreviada por d.d.p. é importantíssima nos estudos relacionados com a eletricidade e a eletrônica. A palavra“diferença” implica sempre em comparação de um valor com outro. Assim, pode- se verificar a existência de diferença de potencial entre corpos eletrizados com cargas diferentes ou com o mesmo tipo de carga. Ver figura abaixo: MAIOR DESEQUILÍBRIO ELÉTRICO MAIOR POTENCIAL ELÉTRICO Eletricidade I 19 Figura 1.20 - Diferença de potencial entre corpos eletrizados A diferença de potencial é também denominada de tensão elétrica. OBSERVAÇAO: No campo da eletrônica e da eletricidade utiliza-se quase e exclusivamente a expressão “tensão” para indicar a ddp ou tensão elétrica. 1.6. UNIDADE DE MEDIDA DE TENSÃO Tensão entre dois pontos pode ser medida através de instrumentos. A unidade de medida de tensão o VOLT. A unidade VOLT é representada pelo símbolo V. Em algumas situações a unidade de medida padrão se torna inconveniente. A unidade de medida de comprimento, por exemplo, não adequada para expressar o comprimento de um pequeno objeto, utilizando-se um submúltiplo, como o centímetro ou milímetro. A unidade de medida de tensão (VOLT) também tem múltiplos ou submúltiplos adequados a cada situação. Ver tabela a seguir. VOLT UNIDADE DE MEDIDA DE TENSÃO VOLT V Eletricidade I 20 Tabela 1.1 - Tabela dos múltiplos e submúltiplos usuais de tensão DENOMINAÇÃO SÍMBOLO VALOR COM RELAÇÃO AO VOLT Múltiplo megavolt MV 10+6V ou 1000000V Quilovolt kV 10+3V ou 1000V Unidade Volt V 1V Submúltiplo Milivolt mV 10-3V ou 0,001V microvolt μV 10-6V ou 0,000001V Obs: No campo da eletricidade usam-se normalmente o volt e o quilovolt. Na área da eletrônica usa-se normalmente o volt, milivolt, e o microvolt. A conversão de valores é feita de forma semelhante a outras unidades de medida. kV V mV μV Exemplo de conversão: a) 3,75 V = ______mV V mV V mV 3, 7 5 3 7 5 0, - - 3,75 V = 3750 mV b) 0,6 V = ______mV V mV V mV 0, 6 0 6 0 0, - - 0,6 V = 600 mV c) 200mV = ______V V mV V mV 2 0 0, 0, 2 0 0 - - 200 mV = 0,2 V Eletricidade I 21 d) 0,05 V = ______mV V mV V mV 0, 0 5 0 0 5 0, - - 0,05 V = 50 mV e) 15 mV = ______μV mV μV mV μV 1 5, 1 5 0 0 0, - - 3,75 V = 3750 mV O instrumento utilizado para medir a tensão elétrica é o voltímetro. Os voltímetros são descritos com mais detalhes na apostila de laboratório. 1.7. FONTES GERADORAS DE TENSÃO A existência de tensão é condição fundamental para o funcionamento de todos os aparelhos elétricos. A partir desta necessidade, foram desenvolvidos dispositivos que tem a capacidade de criar um desequilíbrio elétrico entre dois pontos, dando origem a uma tensão elétrica. Estes dispositivos são denominados genericamente de fontes geradoras de tensão. Existem vários tipos de fontes geradoras de tensão, entre os quais citam-se: — pilhas — baterias — geradores (máquinas que geram tensão) — outros. 1.7.1. PILHAS As pilhas são fontes geradoras de são usadas em aparelhos porteis. Como exemplos podemos citar rádios, controles de Tv, telefone sem fio, etc.. Basicamente as pilhas são constituídas por dois tipos de metais mergulhados em um preparado químico. Ver figura a seguir: Eletricidade I 22 Figura 1.21 - Eletrodos de cobre e zinco mergulhados em um preparado químico Este preparado químico reage com os metais, retirando elétrons de um e levando para o outro. Um dos metais fica com potencial elétrico positivo e o outro fica com potencial elétrico negativo. A figura a seguir ilustra a eletrização dos metais. Figura 1.22 -. Eletrodos com potencial elétrico positivo e negativo Entre os dois metais existem, portanto uma d.d.p. ou tensão elétrica. Ver figura a seguir: Figura 1.23 - Tensão elétrica entre os terminais de zinco e cobre Eletricidade I 23 Pela própria característica de funcionamento das pilhas, um dos metais torna-se positivo e o outro negativo. Cada um dos metais é denominado de pólo. As pilhas dispõem de um pólo positivo e um pólo negativo. A figura a seguir mostra o aspecto real de duas pilhas (pilha pequena e pilha de telefone), indicando os seus pólos. Figura 1.24 - Pilhas coma aspecto real indicando os seus pólos. Os pólos de uma pilha nunca se alteram. O pólo positivo sempre tem potencial positivo e o pólo negativo sempre tem potencial negativo. Normalmente se diz que as polaridades de uma pilha são fixas. Devido ao fato das pilhas terem polaridade invariável à tensão fornecida é denominada de tensão contínua ou tensão CC. Todas as fontes geradoras de tensão que tem polaridade fixa são denominadas de fontes geradoras de tensão contínua. Tensão contínua: tensão elétrica entre dois pontos, cuja polaridade é invariável. Fontes geradoras de tensão contínua Polaridade fixa Eletricidade I 24 1.7.2. TENSÃO FORNECIDA PELAS PILHAS As pilhas utilizadas em gravadores, rádios e outros aparelhos fornecem uma tensão contínua de aproximadamente 1,5V, independente do seu tamanho físico. Ver figura a seguir. Figura 1.25 - Pilhas pequenas, média grande e pilha de telefone 1.7.3. BATERIAS Devido à quantidade de energia elétrica gerada por uma pilha ser pequena em relação às necessidades de funcionamento dos diversos aparelhos elétricos existentes no mercado, descobriu- se que fazendo alguns tipos de interligações ou associações entre pilhas podia-se aumentar a energia elétrica fornecida. A essas interligações ou associações damos o nome de bateria elétrica ou simplesmente bateria. Uma bateria, portanto nada mais é que um conjunto de pilhas interligadas adequadamente. A figura abaixo mostra a bateria de um automóvel. Figura 1.26 - Bateria de um automóvel A tensão fornecida por uma pilha comum é independente do seu tamanho. Placas da pilha Eletricidade I 25 1.7.4. GERADOR O gerador é uma máquina na qual se usa a indutância eletromagnética para produzir uma tensão por meio da rotação de bobinas de fio através de um campo magnético estacionário ou pela rotação de um campo magnético através de bobinas de fio estacionárias. Atualmente, mais de 95 por cento da energia consumida no mundo é produzida por geradores. Figura 1.27 - Gerador de tensão 1.8. TENSÃO ELÉTRICA Ao ligarmos um condutor aos pólos de um gerador, as partículas eletrizadas livres entram em movimento ordenado. Isto implica, evidentemente, em consumo de energia, especificamente de energia elétrica. Esta é justamente a operação fundamental de um gerador: fornecer energia elétrica às partículas eletrizadas que o atravessam, às custas de outras formas de energia. Assim, por exemplo, uma pilha de um farolete fornece energia elétrica às partículas que a atravessam, às custas de energia química. Estas partículas energizadas caminham pelos condutores, atravessam a lâmpada e esta acende, pois consome a energia elétrica das partículas que recebem mais energia ao atravessarem novamente a pilha. Eletricidade I 26 Seja Eel a energia elétrica que a partícula eletrizada com quantidade de carga elétrica Q recebe, ao atravessar o gerador. Define-se tensão elétrica(E) a grandeza que nos informa quanto de energia elétrica o gerador fornece para cada unidade de quantidade de carga que o atravessa. Deste modo: Com a energia elétrica medida em joule (J) e a quantidade de carga elétrica medida em Coulomb (C), a tensão elétrica vem expressa em J/C e denomina-se Volt (V). Dizer que a tensão elétrica entre os pólos A e B de uma pilha é de 1,5V, isto é, 1,5 J/C, significa dizer que, ao atravessar a pilha, cada carga elétrica igual a 1,0 C recebe 1,5 J de energia elétrica. Notas: 1. Tensão elétrica e diferença de potencial (ddp) são sinônimos. Logo: 2. Símbolo elétrico de gerador: Figura 1.28 - Símbolo de um gerador 3. Símbolo elétrico de lâmpada: Figura 1.29 - Símbolo elétrico de uma lâmpada elEE Q = 1 J 1 V 1 C = E= VA - VB Tensão elétrica = ddp Eletricidade I 27 4. Símbolo elétrico de uma chave interruptora: Figura 1.30 - Símbolo elétrico de uma chave interruptora 1.8.1. GRÁFICO DA TENSÃO CC VERSUS TEMPO A tensão fornecida pelas pilhas e geradores de tensão contínua pode ser representada em um gráfico. Este gráfico mostra o comportamento da tensão fornecida por uma pilha ao longo do tempo. Ver figura abaixo: Figura 1.31 - Gráfico da tensão fornecida pela pilha versus tempo O gráfico mostra que a tensão fornecida por uma pilha comum é 1,5V em qualquer tempo. Ver figura abaixo: Figura 1.32 - Tensão constante fornecida pela pilha Exemplo 01: O que se entende por uma bateria de automóvel de tensão elétrica 12V? Resp. É um gerador que fornece, para cada 1 Coulomb de carga que o atravessa, uma quantidade de energia elétrica de 12J: 12 J 12 V 1 C = Eletricidade I 28 CAPÍTULO 2 CORRENTE ELÉTRICA 2.1. CARGA ELÉTRICA Assim como visto anteriormente, a matéria é constituída por átomos. Os átomos, por sua vez, são constituídos por inúmeras partículas elementares, sendo as principais: Estas partículas, quando em presença umas das outras, apresentam um comportamento típico, a saber: a) prótons em presença de prótons, repetem-se; b) elétrons em presença de elétrons, repetem-se; c) prótons em presença de elétrons, atraem-se; d) nêutrons em presença de nêutrons, não se observa nem atração nem repulsão. Para diferenciar e explicar os comportamentos (a), (b) e (c), em relação à (d),dizemos que prótons e elétrons são portadores de uma propriedade física especial, que pode ser facilmente medida, denominada carga elétrica. Por apresentarem comportamentos opostos - compare (a) e (b) com (c) - fica claro que existem dois tipos distintos de carga elétrica. Assim, para diferenciá-las, usaremos a convenção: a) prótons possuem carga elétrica positiva b) elétrons possuem carga elétrica negativa; c) nêutrons não possuem carga elétrica. Medidas elétricas delicadas nos informam que, a não ser pelos sinais, os quais apenas diferenciam os tipos de carga, a quantidade de carga transportada pelo elétron é igual à quantidade de carga transportada pelo próton. Essa quantidade comum será denominada carga elétrica elementar e indicada por “e”, cujo valor é: Onde Coulomb (C) é a unidade com que se medem as cargas elétricas no Sistema Internacional de Unidades (SI). Prótons, elétrons e nêutrons e = 1,6 x 10-19 Coulomb Eletricidade I 29 Assim, se indicarmos por qp e qe as cargas transportadas pelo próton e pelo elétron, respectivamente, teremos: Chamando de np o número total de prótons de um corpo e de ne o número total de elétrons, teremos: a) se np > ne : corpo eletrizado positivamente (falta de elétrons); b) se np < ne : corpo eletrizado negativamente (excesso de elétrons); c) se np = ne : corpo eletricamente neutro; Para finalizar, atente para o fato de que sempre o modulo (Q) da carga elétrica total do corpo será: Onde n representa o número de elétrons em excesso ou em falta no corpo. Exemplo 01: Um corpo apresenta-se eletrizado com carga elétrica total de - 1,28 x 10-15 C. Quantos elétrons em excesso há nesse corpo? Como essa carga é negativa, logo o corpo tem “n” elétrons em excesso. Como Q = n e, vem: 1,28 x 10-15 C = n x 1,6 x 10-19 C ou -15 3 -19 1,28 x 10 n 8 x 10 elétrons 1,6 x 10 = = Resp: O corpo apresenta 8.000 elétrons em excesso. Exemplo 02: Tem-se um corpo eletricamente neutro. Quantos elétrons devem ser retirados dele para que fique com carga total de 1C? Sendo Q = n e, temos: 1 C =n x 1,6 x 10-19 C ou 18 -19 1 n 6,25 x 10 elétrons 1,6 x 10 = = Resp: Devemos tirar do corpo 6,25 x 1018 elétrons. qp = +e = + 1,6 x 10-19 C qe = - e = - 1,6 x 10-19 C Q= n e Eletricidade I 30 2.2. CONDUTORES, SEMICONDUTORES E ISOLANTES ELÉTRICOS Baseado no número de elétrons livres disponíveis para condução, diferentes materiais requerem diferentes magnitudes de força elétrica para permitir uma mesma ordem de fluxo de corrente. Materiais que permitem circular corrente com a aplicação de apenas pequenas tensões são chamados condutores. Estes tipos de materiais, tais como cobre e prata, possuem cerca de 1023 elétrons livres por cm3 à temperatura ambiente. Por outro lado, materiais que permitem a circulação de uma corrente muito pequena são chamados isolantes ou dielétricos. Isolantes como o ar, o teflon e a porcelana possuem cerca de 106 elétrons livres por cm3 à temperatura ambiente. Um terceiro grupo de materiais possui cerca de 1012 elétrons livres por cm3 à temperatura ambiente. Materiais como o carbono, silício e germânio pertencem a esta categoria e são classificados como isolantes pobres ou semicondutores. Os materiais semicondutores possuem quatro elétrons de valência e necessitam de quatro elétrons adicionais para completar uma combinação de subníveis formando uma estrutura cristalina. 2.2.1. CONDUTOR ELÉTRICO Condutor elétrico é todo meio material que permite às partículas eletrizadas se movimentarem com facilidade. Em geral os metais são bons condutores, pois possuem na camada mais externa do átomo, elétrons livres que, por estarem fracamente ligados ao núcleo atômico, podem passar facilmente de um átomo a outro, formando uma verdadeira nuvem eletrônica no interior do metal. Nota: Existem condutores elétricos nos estados sólidos, líquido e gasoso. É importante saber distinguir quais são os portadores de carga elétrica capazes de se movimentar através desses meios: a) Nos condutores sólidos, cujo exemplo típico são os metais, os portadores de carga elétrica são, exclusivamente, elétrons; b) Nos condutores líquidos, cujo exemplo típico são as soluções iônicas, os portadores de carga elétrica são, exclusivamente, íons (cátions e ânions); c) Nos gases condutores, também ditos gases ionizados, os portadores de carga elétrica são os elétrons. 2.2.2. ISOLANTE ELÉTRICO O isolante elétrico, por sua vez, é aquele tipo de material que não apresenta, facilidade ao movimento das partículas eletrizadas. Os não-metais, como o vidro, a mica, a ebonite, são bons isolantes, pois não possuem quantidade suficiente de elétrons livres para permitir a passagem das partículas através de si. A tabela a seguir mostra alguns materiais que são bons condutores e bons isolantes. Eletricidade I 31 Tabela 2.1