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Administrativo módulos I e II Spitzcovsky

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DIREITO ADMINISTRATIVO
PARTE II
Celso Spitzcovsky
ADMINISTRATIVO
I) NOÇÃO BÁSICA:
o único objetivo que a administração pode perseguir quando atua é a preservação dos interesses da coletividade (interesse público primário). 
- Art. 1º, CF – “República” (desde 1891) – “Res Pública” – titularidade do poder: povo. Através de representantes, eleito ou diretamente (art. 14, CF) nos termos da CF.
1) REFLEXOS
Sendo assim, toda vez que a administração editar um ato, se afastando deste objetivo único, ela pratica desvio de finalidade, que se apresenta como uma forma de ilegalidade.
Desta maneira, quem for atingido por um desvio de finalidade, poderá buscar seus direitos no judiciário, uma vez que este único tipo de controle (de legalidade) que o judiciário pode realizar, em respeito ao princípio de separação dos poderes.
Para a preservação do interesse público, a administração recebe do ordenamento jurídico prerrogativas e deveres que não se estendem aos particulares.
EXEMPLOS DE PRERROGATIVAS E DEVERES:
Prerrogativas: 
- Auto-executoriedade: a administração pode executar sozinha seus próprios atos, ou seja, não depende de autorização de ninguém. Ex.: atos da administração (auto de infração); usucapião de bens públicos (impossível)*
*Súmula 340
Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
Deveres:
- Dever de realizar concurso público para a contratação de pessoas (obrigação de escolher os melhores);
- Dever de realizar licitação para contratar serviços (art. 137, XXI, CF) - XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
2) CONCLUSÃO
Regime jurídico administrativo: é o conjunto de regras que incidem sobre o Poder Público envolvendo prerrogativas e deveres para a preservação dos interesses da coletividade.
II) PRINCÍPIOS:
Art. 37, caput, CF - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte;
A administração direta e indireta dos poderes da União, Estados, Municípios e Distrito Federal deverão obedecer aos princípios da LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE e EFICIÊNCIA.
- NATUREZA: meramente exemplificativo [princípios explícitos] (regras mínimas a serem seguidas pelo administrador). 
- PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS:
1) PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O DO PARTICULAR;
2) PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA: possibilidade atribuída à administração de rever seus próprios atos, anulando quando forem ilegais ou revogando por razões de conveniência e oportunidade.
3) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO: a administração é obrigada à cada ato que edita justificar a motivação (motivação indispensável). *Nomeação para cargo em comissão (art. 37, II, parte final, CF: a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração): o fato de a CF dizer ser livre a nomeação, que dizer apenas a dispensa de concurso público, sendo ainda necessária a motivação para tanto.*
*Súmula Vinculante n. 13 (Súmula anti-nepotismo) - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. – diz que o administrador público está proibido de nomear para cargos em comissão, parentes até o 3º grau, bem como de realizar nomeações cruzadas (é possível nomear parentes para cargos políticos).
4) PRINCÍPIO DA SEGURANÇA DAS RELAÇÕES JURÍDICAS: proíbe que se faça interpretações retroativas de lei, atingindo situações que já se consolidaram ao longo do tempo (direito adquirido, coisa julgada, ato jurídico perfeito). 
*Lei 9784/99 (disciplina processos administrativos na esfera federal) – “Em termos práticos seu principal emprego no Direito Administrativo está na proibição de aplicação retroativa de novas interpretações de dispositivos legais e normas administrativas. É nesse sentido que deve ser compreendida a regra prevista no art. 2º, parágrafo único, XIII, da Lei 9784/99: “Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: (...) XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada a aplicação retrativa de nova interpretação.”
- DESTINATÁRIOS (art. 37, caput, CF):
	
	
	- Ministérios (Fed.)
	
	DIRETA (órgãos)
	- Secretarias (Est.)
	
	
	- Subprefeituras (M.)
	
ADMINISTRAÇÃO
	
	
	
	
	
- Autarquias
	
	
INDIRETA
(pessoas jurídicas)
	
-Empresas Públicas
	
	
	- Fundações
	
	
	- Sociedades de economia mista 
PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS
- ESPÉCIES – L.I.M.P.E. (Princípios explícitos)
a) LEGALIDADE: é base para qualquer estado democrático de direito (conflitos passam a ser resolvidos pela lei). Art. 5º, II, CF: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
A administração pública só faz o que a lei expressamente determina (relação de subordinação entre a administração e a lei – atividade administrativa é sub legem). Os atos administrativos estão localizados abaixo da lei (atos infra legais) e só podem ser editados se houver lei, bem como não podem inovar a lei.
*Edital é um simples ato administrativo e está subordinado à lei. 
- EC 45/04:
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.
I   ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
Súmula 686 STF/Súmula vinculante n. 44 - só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.*
*Precedente Representativo - "Antiga é a jurisprudência desta Corte no sentido de que a exigência de avaliação psicológica ou teste psicotécnico, como requisito ou condição necessária ao acesso a determinados cargos públicos de carreira, somente é possível, nos termos da Constituição Federal, se houver lei em sentido material (ato emanado do Poder Legislativo) que expressamente a autorize, além de previsão no edital do certame. Ademais, o exame psicotécnico necessita de um grau mínimo de objetividade e de publicidade dos atos em que se procede. A inexistência desses requisitos torna o ato ilegítimo, por não possibilitar o acesso à tutela jurisdicional para a verificação de lesão de direito individual pelo uso desses critérios". (AI 758533 QO-RG, Relator MinistroGilmar Mendes, julgamento em 23.6.2010, DJe de 13.8.2010)
Art. 5º, XIII, CF - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
- Só a lei está habilitada a requisitar qualificações de candidatos. Situação que ocorre quanto a necessidade de aprovação no Exame de Ordem para a prática da advocacia. 
- EXCEÇÃO: situações de anormalidade institucional. Estado de sítio* e Estado de defesa** - momentos de anormalidade e, por isso, o poder público está autorizado a agir mesmo sem respaldo de leis.
*(art. 137 a 141, CF) É o instrumento através do qual o Chefe de Estado suspende temporariamente os direitos e as garantias dos cidadãos e os poderes legislativo e judiciário são submetidos ao executivo, tudo como medida de defesa da ordem pública. Para a decretação do estado de sítio o Chefe de Estado, após ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, submete o decreto ao Congresso Nacional a fim de efetivá-lo. O estado de sítio poderá ser decretado pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias, salvo nos casos de guerra, que poderá acompanhar o período de duração da guerra. Poderá ainda ser decretado quando ocorrer casos extremos de grave ameaça à ordem constitucional democrática ou for caso de calamidade pública.
**(Art. 136, "caput" e §§ 1º a 7º da CF) O estado de defesa pode ser decretado pelo Presidente da República, em locais restritos, por tempo determinado, visando a preservação ou o restabelecimento da ordem pública ou da paz social ameaçadas por grave ou iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidade de grandes proporções na natureza. A decretação do estado de defesa depende da oitiva do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional; de decreto do Presidente da República, que determinará as áreas atingidas, bem como o tempo de duração e as medidas coercitivas a serem adotadas; da submissão do decreto ao Conselho Nacional, que rejeitará ou aprovará a decretação do estado de defesa por votação da maioria absoluta de seus membros, no prazo de dez dias.
- PARA O PARTICULAR: pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Assim, tem maior liberdade por agir em nome próprio. Relação de não contradição para com a lei. 
b) IMPESSOALIDADE: obriga o administrador a tratar todos os administrados de uma forma neutra, proibindo discriminações gratuitas (apenas se for para preservar o interesse público).
Promove-se discriminação quando trata uma pessoa diferente dos demais; ou quando prejudica ou privilegia;
Exemplos de atos impessoais:
- impessoalidade na contratação de pessoas: concurso público.
- impessoalidade na contratação de serviços: impõe a abertura de licitações;
- impessoalidade no pagamento de credores: art. 100, CF - exige a expedição de precatórios*.
*Precatórios são títulos emitidos pelo judiciário após o trânsito em julgado de uma sentença que legitimam os créditos junto à administração.
Por este princípio o administrador está proibido de utilizar a máquina administrativa para fins próprios (só para os interesses da coletividade).
Exemplo de impessoalidade:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Propaganda deve ser utilizada unicamente para alcançar situações de interesse público. Nomes, imagens e símbolos que representem promoção pessoal do administrador estão proibidos.
c) MORALIDADE: atos imorais se apresentam como sinônimo de atos inconstitucionais e, portanto, possíveis de serem levados ao judiciário.
Moralidade administrativa: intimamente ligada à preservação do interesse público.
*Cargos em comissão (art. 37, II, parte final) - súmula vinculante nº 13 proíbe o administrador nomear parentes para cargo em comissão até o 3º grau. Inclusive nomeações cruzadas. (súmula anti-nepotismo). Autoriza, no entanto, a nomeação de parentes para cargos de natureza política. No entanto, conforme recentemente decidido pelo STF, a simples nomeação de parente não legitima a nomeação, o indicado deve apresentar experiências e conhecimentos na área de atuação.
Nomeação para cargo político não afasta aplicação da súmula sobre nepotismo
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o prosseguimento de ação civil pública, por ato de improbidade administrativa, proposta pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra o prefeito afastado da cidade de Campina do Monte Alegre (SP). Acusado da prática de nepotismo, Orlando Dozinete Aleixo nomeou o sobrinho para o cargo de secretário municipal de administração, planejamento e finanças, e o cunhado para o cargo de secretário municipal de segurança pública e trânsito.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) extinguiu a ação pública, sem resolução de mérito, alegando impossibilidade jurídica do pedido, sob o entendimento de que a Súmula Vinculante nº 13 do STF (que veda o nepotismo) não se aplica aos cargos de natureza política, como os cargos de secretários, questionados na ação. Na Reclamação (RCL) 17102 ajuizada no Supremo, o MP-SP alegou que a interpretação dada pelo TJ-SP à SV nº 13 está equivocada, já que os juízes não podem criar direito novo na interpretação de súmulas vinculantes. 
Ao julgar procedente a reclamação e determinar que a ação civil pública contra o prefeito afastado retome seu curso, o ministro Fux afirmou que o entendimento fixado pelo STF foi o de que a vedação ao nepotismo é consequência lógica do caput do artigo 37 da Constituição Federal, em obediência aos princípios da moralidade e da impessoalidade.
O ministro Fux lembrou que, nesses casos, a configuração ou não do nepotismo deve ser analisada caso a caso, a fim de verificar a eventual ocorrência de “nepotismo cruzado” ou outra modalidade de fraude à lei e descumprimento dos princípios administrativos. “Nessa seara, tem-se que a nomeação de agente para exercício de cargo na administração pública, em qualquer nível, fundada apenas e tão somente no grau de parentesco com a autoridade nomeante, sem levar em conta a capacidade técnica para o seu desempenho de forma eficiente, além de violar o interesse público, mostra-se contrária ao princípio republicano”, asseverou.
Citando precedentes como a RCL 17627 (de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso), a RCL 11605 (do ministro Celso de Mello), o ministro Fux enfatizou que, quanto aos cargos políticos, deve-se analisar, ainda, se o agente nomeado possui a qualificação técnica necessária ao seu desempenho e se não há nada que desabone sua conduta. Acrescentou que a Proposta de Súmula Vinculante nº 56 do STF, a ser analisada pelo Plenário, tem a seguinte redação sugerida: “nenhuma autoridade pode nomear para cargo em comissão, designar para função de confiança, nem contratar cônjuge, companheiro ou parente seu, até terceiro grau, inclusive, nem servidores podem ser nomeados, designados ou contratados para cargos ou funções que guardem relação funcional de subordinação direta entre si, ou que sejam incompatíveis com a qualificação profissional do pretendente”.
Nosso ordenamento jurídico prevê uma espécie qualificada de imoralidade, a que se dá o nome de improbidade administrativa. Improbidade administrativa é sinônimo de desonestidade administrativa, ou seja, deve haver dolo (elemento comum a todas as espécies de improbidade).
d) PUBLICIDADE: o administrador tem por obrigação dar transparência a todos seus atos e informações armazenadas em seus bancos de dados. 
Art. 5º, XXXIII, CF - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, oude interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade (regra geral), ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (exceção);
*Lei 12.527/11 - editada com o intuito de estabelecer o prazo para prestação das informações conforme estipulava o artigo supratranscrito. - Lei de acesso à informações públicas:
➧ Art. 10 - quem tem legitimidade para pedir estas informações: qualquer interessado.
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida. 
§ 1o Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação. 
§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet. 
§ 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público. 
➧ Art. 11 - prazo para o fornecimento das informações: de imediato; (flexibilização: se informação de difícil acesso - 20 dias);
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. 
§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: 
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; 
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou 
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação. 
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. 
§ 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que necessitar. 
§ 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação. 
§ 5o A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente. 
§ 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. 
➧ Art. 32 - responsabilidade (mín: suspensão / máx: demissão).
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente público ou militar: 
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; 
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública; 
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação; 
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal; 
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem; 
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e 
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado. 
§ 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão consideradas: 
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou 
II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos. 
§ 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o disposto nas Leis nos 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992. 
Além de esta lei prescrever a possibilidade de demissão, a lei de improbidade administrativa, em seu art. 11 diz que “negar publicidade aos atos oficiais” pode configurar ao de improbidade.
➧ Art. 24 - três grupos de informações que devem permanecer sob sigilo:
informações ultrassecretas (por 25 anos;)
informações secretas (por 15 anos;)
informações reservadas (por 05 anos;)
*STF: publicação de remuneração de funcionários públicos é constitucional, devendo ser fornecida com o intuito de ser fiscalizado o respeito ao teto remuneratório previsto pelo art. 37, XI da CF.
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. 
§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: 
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; 
II - secreta: 15 (quinze) anos; e 
III - reservada: 5 (cinco) anos. 
§ 2o As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. 
§ 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação. 
§ 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público. 
§ 5o Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: 
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e 
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final. 
- QUAL AÇÃO (GARANTIA CONSTITUCIONAL) É INSTRUMENTO PARA EXIGIR A DIVULGAÇÃO DA INFORMAÇÃO? Depende da natureza da informação solicitada: Se de natureza personalizada: HABEAS DATA; Para outras informações: MANDADO DE SEGURANÇA (Art. 5º, LXIX, CF) - Caráter residual.
e) EFICIÊNCIA: obrigação atribuída ao administrador de manter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta e das obras que executa.
Aquele que for vítima de um serviço público prestado de forma ineficiente ou de uma obra pública executada da mesmaforma tem o direito de buscar indenização no judiciário.
Ex.: eficiência para contratação de pessoas - regra: concurso; eficiência para contratação de serviços - regra: licitação; eficiência de pagamento de folha de pessoal: teto de remuneração indicando que não pode pagar o que quiser.
PRINCÍPIOS IMPLICITOS
a) PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
Principio utilizado sempre que administração tem necessidade sacrificar ou restringir direitos de terceiros (p/ preservação dos interesses da coletividade) que não praticaram nenhuma irregularidade, ou seja, não cometeram nenhum ilícito. Ex.: desapropriação por razoes de interesse público o direito de propriedade é transferida para a administração pública. 
b) AUTOTUTELA 
Possibilidade (competência) atribuída à administração para rever seus próprios atos anulando quando forem ilegais ou revogando por razões de conveniência e oportunidade. Este princípio, embora não tenha previsão expressa na CF, tem previsão expressa na Lei 9784/99 (disciplina os processos administrativos na esfera federal) em seu artigo 53, e ainda acrescenta que a administração DEVE anular quando seus atos forem ilegais e ela PODE revogar por razões de conveniência e oportunidade.
A anulação e revogação são duas formas de extinção dos atos administrativo (ato é retirado do ordenamento jurídico), porém diferem quanto ao fundamento, legitimidade, decisão e prazo (cf. tabela abaixo).
	
	ANULAÇÃO
	REVOGAÇÃO
	
FUNDAMENTO
	Anula-se um ato por razões de ilegalidade (até o momento da anulação ato era ilícito).
	Revoga-se por razões de conveniência e oportunidade (até o momento da revogação ato era lícito).
	
LEGITIMIDADE
	A administração tem o dever de anulá-lo, podendo fazer isso de ofício ou por provocação de terceiros. Quando é ela a promover a anulação = autotutela. O judiciário também pode promover a anulação de um ato administrativo quando provocado por terceiro (único tipo de controle que o judiciário pode realizar em face de atos administrativos – controle de legalidade).
	
Apenas a administração pública. 
	
DECISÃO
	A decisão que anula gera efeitos ex tunc., ou seja, ela vai retroagir até o momento em que o ato foi editado para eliminar todos os efeitos até então produzidos. Não dá para se invocar direitos adquiridos durante este período.
	Gera efeitos ex nunc, ou seja, não retroage. Então os efeitos devem ser mantidos. Assim, é possível invocar direitos adquiridos durante este período. Caso estes direitos não forem respeitados pela administração, estará praticando ilegalidade e, diante disto, pode ser levada ao judiciário (para atacar as conseqüências da revogação).
	
PRAZO
	Em regra, prazo de 5 anos (Lei 9785/99, art. 54) – para terceiros de boa-fé que se beneficiou do ato. Este prazo não se aplica para aqueles que estiverem de má-fé, que, apesar de a lei não estipular prazo para estes, entende-se que seria um prazo maior que 5 anos. 
	Em regra não há prazo. Vão existir algumas situações que representam limites para revogação de um ato administrativo. 
*Ato vinculado é irrevogável.
*Ato vinculado é aquele que se apresenta em situações que comportam solução única previamente estabelecida em lei. Ex.: aposentadoria compulsória de um servido (o pedido só poderá ser atendido se o servidor comprova o limite máximo de idade que a CF prescreve – 75 anos). 
c) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
A administração esta obrigada a cada ato que edita de apresentar os motivos, as razoes que deram origem a ele. Se é através do motivo que você vai conseguir apurar se o interesse publico foi ou não preservado, é pela motivação que se pode realizar o controle de legalidade dos atos da administração. A motivação é requisito de validade de qualquer ato administrativo, deste modo, ato desmotivado é sinônimo de ato invalido / ilegal. 
d) PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
Proibição atribuída ao administrador de fazer qualquer exigência ou aplicar qualquer sanção em medida superior àquela necessária para a preservação do interesse público. Tem previsão no art. 2º, parágrafo único, inciso VI, da Lei 9784/99. Ainda, implicitamente esta questão da razoabilidade é possível encontrá-la no art. 37, inciso II que diz que a investidura (a titularização) de cargos e empregos públicos exige aprovação prévia em concurso público de provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego (...).
*Súmula 683 STF – a exigência de idade em concurso público será possível quando (em alguns casos é possível, outros não) necessária para as atribuições do cargo.
SERVIÇOS PÚBLICOS
DEFINIÇÃO
É todo aquele prestado pela administração debaixo de regras de direito público para a preservação dos interesses da coletividade. 
		- Quem presta? Administração Pública, direta ou indireta.
Reflexos: 	- Como presta? Debaixo de regras do direito publico
		- Para que? Para preservação do interesses da coletividade.
QUEM PRESTA?
A administração pública e a titularidade de um serviço público pertence à administração e é intransferível. 
Desdobramentos:
- Sendo a administração pública a titular, será dela a titularidade para elaborar unilateralmente as regras para a execução deste serviço. 
- Será dela também a competência para fiscalizar o cumprimento destas regras.
- Será dela a competência também para aplicar sanções pelo descumprimento destas regras.
- Em razão de ser ela a titular será dela a titularidade de decidir a forma de execução do serviço. Terá que decidir uma entre três possibilidades: 
i) EXECUÇÃO DIRETA OU CENTRALIZADA - Ela decide que ela mesma vai executar através de um dos órgãos que integram a sua estrutura direta (ex.: na esfera federal: ministérios; - da saúde; educação; transportes; / nas esferas estadual e municipal: secretárias de estado; da saúde; da educação; dos transportes; e ao nível municipal em particular: subprefeituras ou administrações regionais). 
*Desconcentração: é a transferência da execução de um serviço público de um órgão para outro sem sair da administração direta. Exemplos: extinção dos ministérios pela Dilma.
ii) EXECUÇÃO INDIRETA OU DESCENTRALIZADA - Ela mesma vai executar o serviço, mas através de uma das pessoas que integram sua estrutura indireta (autarquias; fundações; empresas publicas; sociedades de economia mista;) nas 4 esferas de governo. 
Ou TRANSFERE a execução para particulares, ou seja, transfere a execução para pessoas que se encontram fora da administração (e ao assumirem o serviço buscam lucro). Transfere para os particulares só a execução.
Quando for esta opção a administração pode transferir a execução deste serviço apenas para aquele particular que reúna melhores condições por meio de licitação. E quando a escolha for esta, aparecerá a concessão, permissão e autorização de serviços (são instrumentos através dos quais a administração – titular – transfere via licitação a execução de um serviço ou de uma obra publica para particulares que objetivam lucro).
Desse modo, a doutrina preconiza que a descentralização pode ser feita mediante outorga ou delegação de serviços.
Na outorga, é transferida a titularidade e a execução do serviço público à pessoa jurídica diversa do Estado, ao passo que na delegação, apenas a execução é transferida, permanecendo com o Estado a titularidade do serviço. Para a doutrina majoritária, a outorga é conferida somente para as pessoas jurídicas de direito público; já a delegação é feita para particulares ou aos Entes da Administração Indireta regidos pelo direito privado.
A outorga, também denominada de descentralização por serviço, é feita sempre mediante edição de lei específica que cria as entidades públicas da Administração Indireta que ficarão responsáveis pela execução de atividades específicas. Por seu turno, a delegação, designada como descentralização por colaboração, pode ser efetivada por lei (no caso de entes da Administração Indireta de direito privado, cuja criação depende de autorização legislativaespecífica) ou mediante contratos de concessão e permissão de serviços públicos. Sendo assim, pode-se estabelecer que a delegação será legal ou contratual.
Deve ser ressaltado contudo, que mesmo quando o Estado transfere a titularidade do serviço, ele se mantém responsável pelos danos decorrentes da atividade, de forma subsidiária, sempre que o prestador direto não puder arcar com as indenizações decorrentes dos prejuízos causados na execuçao da atividade delegada.
1) DIVISÃO DE COMPETÊNCIAS ENTRE AS ESFERAS DE GOVERNO NA EXECUÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS:
O art. 175 da CF dispõe que incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou por concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Incumbe ao poder público a prestação de serviços públicos. Pode ser executado de forma direta ou por particulares, via concessão ou permissão, mediante licitação. No Brasil existem quatro esferas de governo onde se distribuem essas competências: federal, estadual, distrital e municipal.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
1.1. Telecomunicações: 
A titularidade é do poder público e está prevista no art. 21, XI da CF: compete à União explorar diretamente ou por permissão ou concessão as telecomunicações. Logo, somente a União possui competência, caso outro ente federativo invada essa esfera editando normas, haverá inconstitucionalidade. A ANATEL, autarquia federal, regula essas atividades.
Art. 21. Compete à União: XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
1.2. Energia elétrica:
É serviço público de caráter essencial. O art. 21, XII – B da CF dispõe que compete à União explorar diretamente ou por permissão ou concessão explorar os potenciais de energia elétrica.
Art. 21. Compete à União: XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: (...) b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
1.3. Gás canalizado:
Competência prevista no art. 25, §2º da CF: é dos Estados e do DF.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. (...) § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
1.4. Serviço funerário:
Competência prevista no art. 30, I, da CF: é dos Municípios. Interesse local é um interesse predominante.
Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local;
1.5. Transporte coletivo:
Serviço público essencial. 
Competência: de todas as esferas: 
Municípios art. 30, V da CF:
Art. 30. Compete aos Municípios: 
(...) 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
Se intermunicipal competência dos Estados e do DF;
Metrô competência estadual e distrital; 
Se interestadual competência da União (art. 22, XI da CF); 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
XI - trânsito e transporte;
1.6. Saúde:
Serviço público essencial. 
Competência das quatro esferas de governo art. 23, II da CF:
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
(...) 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
Sistema ÚNICO de Saúde – SUS: se o sistema é único é porque ele é mantido por verbas das quatro esferas de governo, arts. 196 a 199 da CF.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade.
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) 
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) 
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) 
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) 
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010) 
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerçafunções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. 
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. 
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
A saúde é direito público subjetivo e todas as esferas de governo podem figurar no pólo passivo em caso de judicialização de demandas envolvendo tratamentos, medicamentos e etc.
Obs.: Nem todos os serviços públicos admitem delegação, sendo regulamentadas, na doutrina, algumas situações nas quais o Estado tem o dever de executar a atividade diretamente, como forma de se resguardar o interesse da sociedade. Nesse sentido os serviços podem se classificar e 4 espécies:
	1) Serviços públicos exclusivos, não delegáveis: 
São aqueles serviços que somente podem ser prestados diretamente pelo Estado, não se admitindo a transferência a particulares. A CF expressamente prevê dois deles, quais sejam, o serviço postal e o correio aéreo nacional (art.21, X). A doutrina acrescenta outros como a administração tributária e a organização administrativa que não podem, por sua natureza ser executados mediante delegação
	2) Serviços públicos exclusivos delegáveis: 
São os serviços que devem ser necessariamente prestados pelo Estado, que pode realizar esta prestação diretamente ou mediante delegação a particulares. Exemplos (art.21, XI, CF) são os serviços de transporte público, energia elétrica, entre outros.
	3) Serviços públicos de delegação obrigatória: 
São os serviços de radiofusão sonora e radiofusão de sons e imagens (rádio e TV), cf., art.233 da CF. O Estado não pode monopolizar esses serviços, não obstante tenha o dever de prestação. Devendo assim, necessariamente, devem ser delegados a particulares que terão o poder de execução desta atividade em virtude da transferência na prestação, realizada mediante a celebração de contrato.
	4) Serviços públicos não exclusivos de Estado:
Nestes casos, o Estado presta estes serviços e o particular também o faz, sem necessidade de delegação. O fato de o particular prestar este serviço não exclui a obrigação de Estado de fazer a execução direta. Isso porque a prestação executada pelo particular não se configura prestação indireta pelo Estado, por não decorrer de delegação. Exemplos: saúde, educação e previdência que são prestados pelo particular, somente mediante fiscalização do Estado e também serão prestados pelo Estado obrigatoriamente.
2) REMUNERAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO.
Varia de acordo com a natureza do serviço.
2.1. Classificação:
Serviço divisível / individuais / uti singuli: É aquele em que você consegue apurar o quanto cada usuário dele se utiliza (quem usa mais, paga mais – quem usa menos, paga menos). Exemplos: Energia elétrica domiciliar; Água; Gás canalizado; Transporte coletivo; Telefonia;
O serviço divisível é remunerado através de taxas ou tarifas, vide art. 145, II da CF que apresenta dois fatos geradores para a cobrança de taxas: exercício do poder de polícia (paga a taxa as obtém de volta uma contraprestação da Administração, ex.: poder de polícia para o licenciamento de veículos – por isso se diz que a taxa é vinculada: vinculada a uma contraprestação) e prestação de serviço público específico, divisível e compulsório. 
É a prestação uti singuli: o serviço é prestado de forma singular para cada usuário.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (...) II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
Os serviços divisíveis poder ainda ser classificados em compulsórios e facultativos: 
Os serviços compulsórios são essenciais à coletividade de forma que não podem ser abdicados pelos destinatários, devendo ser feita a cobrança pelo poder público, somente em decorrência de ter colocado o serviço à disposição dos cidadãos. Nestes casos, a cobrança deve ser efetivada mediante taxa e se admite a cobrança da chamada “taxa mínima”pelo simples fato de estar o serviço à disposição do usuários. 
Por seu turno, os serviços facultativos são prestados visando os interesses da coletividade, todavia, podem ou não ser utilizados pelos usuários. Então, somente será possível a cobrança pelo serviço efetivamente prestado, sendo que contraprestação deve ser feita mediante tarifas ou preços públicos, não ostentando natureza tributária.
Serviço indivisível / gerais / uti universi: O serviço indivisível, previsto no art. 145, I da CF é aquele em que você não consegue apurar o quanto cada usuário dele se utiliza. Exemplos: Segurança pública (serviço público indelegável); Iluminação pública (*súmula 670 STF); Educação; Saúde;
São remunerados por impostos tributos não vinculados a uma contraprestação do Estado. Envolve uma prestação uti universi: prestados de forma genérica para todos os usuários.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos;
3. PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO: Além de dever respeito todos princípios de direito Administrativo, implícito e explícitos, devem, da mesma forma, respeitar princípios definidos pela Lei 8.987/95, que regulamenta a prestação dos serviços públicos, bem como a concessão e permissão feita a particulares, a serem analisados: 
3.1. Princípio da generalidade em relação aos usuários - Possui duas vertentes: 
a) Por esse principio a Administração é obrigada a prestar o serviço para alcançar a maior quantidade possível de usuários. Esse princípio está intimamente ligado ao princípio da eficiência.
b) Tratamento dos usuários de forma impessoal: a Administração está proibida de estabelecer discriminações gratuitas dos usuários. Esse princípio está intimamente ligado ao princípio da impessoalidade. Existem políticas públicas que envolvem discriminações para preservar o interesse público e amparadas em lei (ex.: transporte público gratuito para idosos).
3.2. Princípio da mutabilidade do regime jurídico - Por esse princípio, a Administração pode alterar de forma unilateral o regime jurídico da prestação do serviço para alcançar o interesse público. Os usuários dos serviços públicos não têm direito subjetivo à manutenção do regime jurídico. Esse princípio está intimamente ligado ao princípio da supremacia do interesse público sobre o particular. 
3.3. Princípio da modicidade das tarifas - Tarifa módica é sinônimo de tarifa acessível ao usuário comum do serviço. A modicidade das tarifas encontra respaldo na Lei 8987/95 em seu artigo 6º, §1º. A tarifa acima do patamar acessível ao usuário comum será ilegal e o prejudicado poderá buscar os seus direitos no Judiciário que ira fazer o controle de legalidade desse ato da Administração.
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
3.4. Princípio da continuidade da prestação do serviço público (princípio da permanência):A execução do serviço público não pode ser paralisada/interrompida. Assim, como regra geral, a paralisação do serviço importa em ilegalidade, vide art. 6º, §1º da Lei 8987/95.
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. 
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
*Exceções: A lei admite a paralisação dos serviços, excepcionalmente, em três casos conforme o art. 6º, §3º da Lei 8987/95:
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. 
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: 
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, 
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
A) Diante de situações emergenciais: Situação imprevisível. A lei não exige aviso prévio aos usuários. Exemplo: vulcão, tufão, fortes chuvas. 
B) Para a execução de obras de manutenção: Situação previsível. A lei exige aviso prévio aos usuários para que o serviço possa ser interrompido. O aviso deve ser generalizado (jornais de grande circulação) e com antecedência mínima para que os usuários possam tomar as suas providências. 
C) Paralisação dos serviços em relação ao usuário inadimplente: O serviço é paralisado de forma individualizada. A lei exige prévio aviso ao usuário ou usuários. A falta de aviso prévio é sinônimo de paralisação ilegal e autoriza o usuário a buscar o Judiciário, oferecendo contraditório e ampla defesa. 
*Para o STF cada caso deve ser analisado em conformidade com suas peculiaridades, não há uma decisão consensual sobre inadimplência do usuário e paralisação do serviço público. Alguns defendem que os serviços públicos de caráter essencial devem ser prestados de forma contínua, art. 22 do CDC, sendo necessária uma condenação judicial irrecorrível para se interromper a prestação do serviço em face do inadimplente:
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. 
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
 Matheus Carvalho:
 A princípio a possibilidade de paralisação do serviço deve ser considerada constitucional, bastando que o usuário seja previamente avisado, nos moldes exigidos pela legislação. Com efeito, a maioria dos estudiosos entende que esta regra é não somente adequada ao texto da CF como também garantidora do princípio da continuidade, uma vez que a manutenção de serviços públicos àqueles que estão inadimplentes pode ensejar a impossibilidade futura de que a atividade seja mantida a todos os que estão adimplentes com suas prestações, em virtude da inviabilidade econômica que será causada ao prestador.
Trata-se, ainda, de aplicação do princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, permitindo ao Estado que interrompa o serviço em relação a um determinado cidadão inadimplente, como forma de manter a prestação aos demais particulares que estão cumprindo regularmente com o dever de pagar a contraprestação pela atividade estatal.
Ademais, pode-se definir que haverá enriquecimento sem causa do particular que tiver garantida a manutenção da prestação do serviço público sem arcar com os custos dela decorrentes.
Não se discute se será ilegal a paralisação de determinado serviço público por inadimplemento do usuário, caso enseje a interrupção de um serviço essencial à coletividade, como ocorre, por exemplo, quando uma concessionária determina o corte no fornecimento de energia elétrica de um hospital, em virtude de inadimplemento.
D) Greve de servidores públicos: art. 37, VII da CF: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
O direito de greve deve ser realizado nos termos e limites fixados em lei específica, que até hoje não foi editada. 
A greve do serviço público implica um prejuízo para toda a coletividade. A jurisprudência entende que é possível haver greve, mas não a greve geral devendo manter um percentual mínimo de continuidade do serviço, especialmente para os serviços de caráter essencial. Greve total é greve ilegal e o Judiciário pode ser acionado. 
Não existe um percentual mínimo para a manutenção dos serviços durante a greve, no entanto, entende-se que nos horários de pico o serviço deve estar operante. Aplica-se em matéria de serviço público, no que couber, as regras previstas na Lei 7783/89, lei que disciplina a greve no serviço privado. 
Artigo 13: entre o comunicado da entrada em greve e o efetivo início da greve, deve haver um prazo mínimo de 72 horas para permitir que o usuário possa tomar as suas providências e fazer o que é necessário.
Art. 13 Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação.
Sendo assim, pode-se considerar que o direito de greve do servidor configura exceção ao princípio da continuidade, uma vez que ensejará uma diminuição no ritmo dos serviços executados. Dessa forma, deverá ser exercido, respeitando os limites definidos na legislação pertinente, de modo a se evitar a paralisação total da atividade pública e o prejuízo aos usuários, indevida e inconstitucionalmente. 
CONCESSÃO / PERMISSÃO
1- DEFINIÇÃO: 
Ambas são instrumentos através dos quais a administração (titular) transfere via licitação a execução (delegação) de serviços e obras públicas para particulares que objetivam lucro. 
2- FUNDAMENTO: art. 175, CF 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Titularidade do serviço pertence ao poder público (União, Estado, DF ou Município, em cuja competência se encontre o serviço público), a ser executado diretamente ou transferindo a execução a particulares por meio de concessão ou permissão. Essa transferência deverá ser precedida de licitação, para escolha de particular que reúna as melhores condições para realizar o serviço.
3- LEGISLAÇÃO: Lei 8987/95 (veio regulamentar o art. 175, CF)
Natureza: Lei ordinária de âmbito nacional. Traz normas gerais e por isso tem que ser obrigatoriamente seguida pelas 4 esferas de governo. Isso não impediu que cada estado / município tivessem sua própria legislação (normas específicas / locais) para regulamentar serviços públicos locais.
Serviço adequado (Art. 6º, §1º, Lei 8987/95)
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivocontrato.
§1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
 § 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
O serviço tem que ser regular, contínuo (princípio como regra geral, a execução do serviço não pode ser interrompida sob pena de ilegalidade; exceto nos casos previsto no art. 6º, §3º da lei), eficaz (eficiente), seguro, atual, geral, sem cortes na sua prestação e módico nas suas tarifas (= tarifa acessível ao usuário comum do serviço, logo, toda vez que o valor de uma tarifa não for acessível ao usuário, o valor se torna ilegal).
*Hipóteses de possibilidade de interrupção (legitima) de prestação de serviços públicos: 
a) situação de emergência, situação em que não se exige aviso prévio aos usuários; 
b) para a realização de obras de manutenção, que configuram situação previsível, e por isso a lei exige para que o sérvio seja paralisado que deve ser publicado em jornais de grande circulação e com tempo mínimo de antecedência para que os usuários possam tomar providencias quanto a esta paralisação, aviso prévio aos usuários, portanto, sem aviso prévio a paralisação será ilegal; 
c) por inadimplência do usuário, sendo necessário do mesmo modo de aviso prévio.
Direitos e deveres dos usuários de serviços públicos (art. 7º da Lei 8987/95)
Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários:
        I - receber serviço adequado;
        II - receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses individuais ou     coletivos;
        III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente.        
        IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado;
        V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na prestação do serviço;
        VI - contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços.
Aplicação subsidiária do CDC - esta lei considera a prestação de serviços públicos uma relação de consumo e, por isso, diz que os usuários têm direito a utilização das regras previstas no CDC.
*Art. 5º, XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
- O usuário do serviço tem direito subjetivo a prestação de um serviço de forma adequada (ver art. 6º, §1º da Lei); 
- Os usuários têm direito de obtenção de informações sobre os serviços que lhes é prestado para a defesa de direitos e interesses individuais e coletivos. Numa eventual ação judicial os principais fundamentos a serem utilizados são: art. 5º, XXXIII, CF; Art. 7º, II da Lei 8987/95; Lei 12.527/2011 (lei de acesso a informações públicas). 
- No art. 7º a lei diz que os usuários de serviços públicos tem a obrigação de denunciar irregularidades, ilicitudes quando da execução de serviços.
Política tarifária (art. 8º e 13)
Nesta lei, prevê uma única fonte de arrecadação para o concessionário / permissionário: cobrança de tarifa dos usuários.
Natureza jurídica da tarifa: alguns poucos defendem a idéia de que a tarifa tem natureza jurídica tributária. Se a tarifa tivesse natureza jurídica de tributo, incidiriam sobre elas todos os princípios constitucionais tributários e, fosse ela tributo, apenas poderiam ser criadas, majoradas por lei, que não é o que ocorre. Assim, se tivesse essa natureza e majorado este valor, só poderia ser cobrado a partir do inicio do exercício financeiro seguinte. Sua natureza é preço público (preço cobrado pela administração) e, deste modo, sobre ela não incidem princípios constitucionais tributários. 
Valor inicial da tarifa: será fixado automaticamente (art. 9º), ou seja, deve corresponder ao valor da proposta que saiu vencedora da licitação. 
Art. 9o A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato.
  § 1o A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de serviço público alternativo e gratuito para o usuário.       
        § 2o Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro.
        § 3o Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso.
        § 4o Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração.
Este valor inicial pode ser objeto de alteração durante a execução do contrato: sim. E quem tem legitimidade pra promover a alteração do valor da tarifa? O poder público. Quem executa no máximo pode pedir, mas quem autoriza, ou não, é aquele que detém a titularidade do serviço. E o poder público ao autorizar aumento, tem algum limite? Sim, a tarifa não pode deixar de ser módica (acessível ao usuário comum do serviço – art. 6º, §1º / art. 11 – possibilidade de utilização de fontes alternativas de arrecadação pra manter o valor da tarifa a preços módicos).
    Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.
Quem tem legitimidade para autorizar o uso destas fontes alternativas de arrecadação: o Poder Público.
Exemplo de fonte alternativa de arrecadação: exploração de publicidade.
Responsabilidade por danos causados numa concessão / permissão: 
Quem responde: art. 25 da Lei – responde quem executa – concessionário / permissionário. Vitima não poderá propor ação contra o poder público, ou de forma solidária o poder público e o concessionário. A vítima vai a juízo contra o concessionário / permissionário.
Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.
No entanto, há uma variação possível: o poder público só poderá ser acionado em caráter subsidiário, ou seja, só poderá ser acionado depois de esgotadas as forças do concessionário / permissionário.
Acionado em juízo pela vítima (concessionário / permissionário) não poderá usar em sua defesa má fiscalização do serviço pelo poder público.
Qual a extensão desta responsabilidade: eles respondem por danos causados aos usuários do serviço, a terceiros (embora não usuários, são aqueles atingidos pela prestação de um serviço público) e ao poder público. Exemplo: motorista de ônibus percebe que vai atropelar ciclista, diante disto freia de forma brusca, arremessando um dos passageiros, que se lesiona. O passageiro poderá ingressar em juízo cobrando indenização (usuário do serviço). Mesmo com a freada brusca, o motorista não consegueevitar o atropelamento do ciclista, diante disto, o ciclista poderá entrar com ação de indenização (terceiro atingido pela prestação de um serviço público). Ainda, o ônibus avança mais alguns metros, atingindo parede de repartição pública (poder público poderá entrar com ação indenizatória).
Perfil desta responsabilidade: reponde objetivamente, vitima não deverá comprovar culpa ou dolo. Deve haver comprovação de nexo de causalidade. Neste caso, a vítima só terá que demonstrar que o dano que ela sofreu (a conseqüência) teve como causa (como fato gerador) a prestação de um serviço público. 
Acionados em juízo pela vítima, o concessionário / permissionário só responde pelos danos que efetivamente tenham causado a ela. Podendo assim, usar em sua defesa caso fortuito (danos causados por terceiros), força maior (danos causados pela natureza) ou culpa da vítima para excluir ou atenuar a sua responsabilidade.
Variante do risco administrativo: acionados em juízo pela vitima, o concessionário / permissionário só responderão pelos danos que tiverem causado a ela, podendo usar em sua defesa caso fortuito, força maior ou culpa da vítima para excluir ou atenuar a sua responsabilidade.
Subconcessão
Conceito: é a transferência do objeto da concessão para um terceiro durante a execução do serviço. 
Requisitos – Art. 26 da Lei: 
Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente.
§ 1o A outorga de subconcessão será sempre precedida de concorrência.
§ 2o O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos e obrigações da subconcedente dentro dos limites da subconcessão.
i) Autorização pelo poder Público, devendo ter previsão no contrato e no edital de licitação. Se não avisar: ilegal; se avisar, concordou; e se não haver previsão: ilegalidade.
ii) Essa transferência tem que ser precedida de abertura de licitação para evitar fraude. 
iii) O 3º se sub-roga em direitos e obrigações perante o Poder Público (o qual também responderá civilmente diante de vítima relacionado à sua função). 
4) ENCARGOS: 
Concedente: art. 29
Art. 29. Incumbe ao poder concedente:
I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação;
II - aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
III - intervir na prestação do serviço, nos casos e condições previstos em lei;
IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e na forma prevista no contrato;
V - homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato;
VI - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;
VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão cientificados, em até trinta dias, das providências tomadas;
VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública, promovendo as desapropriações, diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição de servidão administrativa, os bens necessários à execução de serviço ou obra pública, promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
X - estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do meio-ambiente e conservação;
XI - incentivar a competitividade; e
XII - estimular a formação de associações de usuários para defesa de interesses relativos ao serviço.
- O poder público tem a obrigação de fiscalizar a sua execução; 
- Aplicar sanções quando a execução se revelar irregular;
- Fixação do valor da tarifa;
- Promover, quando necessário, desapropriações;
Concessionário: art. 31
Art. 31. Incumbe à concessionária:
I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas técnicas aplicáveis e no contrato;
II - manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;
III - prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários, nos termos definidos no contrato;
IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;
V - permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis;
VI - promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato;
VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como segurá-los adequadamente; e
VIII - captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação do serviço.
Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contratados pela concessionária e o poder concedente.
- Executar corretamente o serviço;
- Também pode promover desapropriações;
5) EXTINÇÃO:
- Causas: Art. 35 e seguintes 
Art. 35. Extingue-se a concessão por:
I - advento do termo contratual;
II - encampação;
III - caducidade;
IV - rescisão;
V - anulação; e
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.
a) Termo: causa de extinção das concessões por força do término do prazo inicialmente previsto. É única causa de extinção natural. 
b) Encampação: causa de extinção das concessões durante a sua vigência (é prematura) por razões de interesse público. O concessionário (que não contribuiu para que isso acontecesse) terá direito a indenização.
c) Caducidade: causa de extinção das concessões durante a sua vigência (é prematura) pelo descumprimento de obrigações pelo concessionário. Terá direito a abertura de processo administrativo, assegurada a ampla defesa. Neste caso, encerrado o processo administrativo, o poder público poderá tomar a medida sozinho, não precisa do judiciário.
d) Rescisão: causa de extinção das concessões durante a sua vigência (é prematura) por descumprimento de obrigações contratuais pelo Poder Público. Neste caso, o concessionário sozinho não pode extingui a concessão, só através de ação judicial.
e) Anulação: causa de extinção das concessões durante a sua vigência (é prematura) por razões de ilegalidade. Iniciativa voltará para o Poder Público.
f) Falência: causa de extinção das concessões durante a sua vigência (é prematura) por falta de condições financeiras do concessionário.
- Conseqüências: §§, art 35
§ 1o Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.
§ 2o Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários.
§ 3o A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis.
§ 4o Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder concedente, antecipando-se à extinção da concessão, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos montantes da indenização que será devida à concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta Lei.
a) Reassunção: é a retomada da execução do serviço pelo poder público, uma vez extinta a concessão. 
b) Reversão: é a transferência de bens considerados essenciais para a continuidade do serviço para o patrimônio público, uma vez extinta a concessão (conseqüência da anterior). Dar condições para que quem vai assumir o serviço (poder público) possa fazê-lo de forma suficiente.
No art. 18, inciso X a lei diz que esta lista de bens deve aparecerobrigatoriamente no edital de licitação, antes mesmo do contrato de concessão ser celebrado. 
No art. 23, inciso X, a lei diz que esta lista deverá ser repetida igualzinha no momento em que o contrato estiver sendo celebrado com o vencedor da licitação. 
6) DIFERENÇAS ENTRE CONCESSÃO E PERMISSÃO (§2º)
SEMELHANÇAS ENRTE CONCESSAO E PERMISSÃO:
São instrumentos através dos quais a administração (titular) transfere via licitação a execução de serviços e obras públicas para particulares que objetivam lucro. 
DIFERENÇAS:
 CONCESSÃO: é um contrato administrativo através do qual se transfere por prazo determinado mediante licitação na modalidade única de concorrência pública a execução de serviços e obras públicas para particulares que demonstrem capacidade de desempenho por sua conta e risco.
a) é espécie de contrato e, portanto, ato bilateral;
b) se é espécie de contrato, só pode ser celebrada por prazo determinado;
c) só se admite uma modalidade de licitação: concorrência pública;
d) só se transfere a execução de serviços e obras públicas para pessoas jurídicas ou consórcio de empresas (pessoa física não).
Espécies de concessão: 
Concessão simples (art. 2º, II da lei 8.987/95): são contratos cujo objeto se resume à transferência da execução do serviço público para o particular, que o executará por sua conta e risco mediante cobrança de tarifas dos usuários.
 II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
Concessão precedida de obra (art. 2º, III da lei 8.987/95): trata-se de contratos de concessão nos quais o ente público determina ao particular que realize uma obra pública de relevância para a sociedade e indispensável à prestação do serviço público delegado. Nestes casos o particular deverá executar a obra às suas expensas, sendo remunerado, posteriormente, pela exploração do serviço decorrente da obra.
III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;
 PERMISSÃO:
É ato administrativo precário através do qual se transfere através de licitação a execução de serviços e obras públicas para particulares que demonstrem capacidade de desempenho por sua conta e risco.
a) é ato unilateral (não é contrato);
b) é ato precário, ou seja, não tem prazo determinado; 
Se a concessão é um contrato e tem prazo determinado ela pode ou não ser desfeita a qualquer momento sem indenização? Não pode! Já a permissão pode, diante de sua precariedade.
c) pode ser utilizada qualquer modalidade de licitação; 
d) só se transfere a execução de serviços e obras públicas para pessoas físicas ou jurídicas (consórcio de empresas não).
	
	CONCESSÃO
	PERMISSÃO
	Natureza
	Contrato administrativo
	Ato 
	Prazo
	Não (precário) – pode ser desfeita a qualquer momento sem pagamento de indenização.
	Sim – ela não pode ser desfeita a qualquer momento sem pagamento de indenização.
	Licitação
	Sim – só concorrência
	Sim – qualquer modalidade
	Destinatários
	Pessoa jurídica ou consórcio de empresas
	Pessoa física ou pessoa jurídica
	Responsabilidade
	Objetiva
	Objetiva
A concessão disciplinada pela lei 8987/95 que tem por objeto a transferência da execução de serviços e obras públicas para particulares e que apresenta como única fonte de arrecadação a cobrança de tarifa dos usuários recebe o nome de CONCESSÃO COMUM. 
PARCERIAS PÚBLICO PRIVADAS
1) NATUREZA JURÍDICA: tem natureza jurídica de concessão;
2) OBJETIVO: atrair a iniciativa privada para a execução de serviços e obras públicas de grande porte;
3) LEGISLAÇÃO: 11.079/04
Natureza: lei ordinária que trás normas gerais sobre parcerias público-privadas; é o mesmo cenário da lei de concessões, cada esfera de governo tem sua própria lei sobre PPP’s.
Limites para a celebração de PPP’s: art. 2º, §4º:
- Limite de natureza financeira: valor mínimo para celebrar um PPP será de 20 milhões de reais. Não tem valor máximo.
- Prazo – mínimo: 05 anos; máximo: 35 anos;
- Objeto: a lei proíbe a celebração de PPP’s que tenham por objeto único exclusivo: 1) a execução de obras públicas; 2) o fornecimento de mão de obra; 3) o fornecimento e a instalação de equipamentos;
Modalidades: art. 2º, §§ 1º e 2º 
- Patrocinadas;
- Administrativa;
Art. 2o  Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa.
§ 1o Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
§ 2o Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens
	CONCESSÃO (PPP)
	Legislação
	Objeto
	Valor mínimo
	Fontes de arrecadação
	COMUM
	8978/95
	Transferência da execução de serviços e obras públicas para particulares.
	Não há.
	Cobrança de tarifa dos usuários.
	PATROCINADA
	11079/04 – art. 2º, §1º 
	Transferência da execução de serviços e obras públicas para particulares.
	R$20.000.000,00 (vinte milhões)
	Dupla fonte de arrecadação: tarifa e contraprestação pecuniária (remuneração paga pela administração).
	ADMINISTRATIVA
	11079/04 – art. 2º, §2º 
	Só transfere-se a execução de serviços públicos.
	R$20.000.000,00 (vinte milhões)
	Contraprestação pecuniária (remuneração paga pela administração) – não pode cobrar tarifa dos usuários.
d) Licitação: como é espécie de concessão, só pela modalidade de concorrência pública (art. 10).
e) Sociedade:
Aberta a licitação, escolhido o vencedor, o passo seguinte seria celebrar o contrato, mas diz a lei que antes da celebração, deve ser constituída sociedade de propósito específico.
O objetivo da criação dessa sociedade (art. 9, caput) é gerenciar a execução da PPP, ou seja, acompanhar o objeto da parceria. 
A lei criou um limite para essa sociedade de propósito especifico - art. 9º, §4: o poder público esta proibido de assumir o controle dessa sociedade de propósito especifico. 
Art. 9o Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.
§ 1o A transferência do controle da sociedade de propósito específico estará condicionada à autorização expressa da Administração Pública, nos termos do edital e do contrato, observado o disposto no parágrafo único do art. 27 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
§ 2o A sociedade de propósito específico poderá assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado.
§ 3o A sociedade de propósito específico deverá obedecer a padrões de governança corporativa e adotar contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas, conforme regulamento.
§ 4o Fica vedado à Administração Pública ser titular da maioria do capital votante das sociedades de que trata este Capítulo.
§ 5o A vedação prevista no § 4o deste artigo não se aplica à eventual aquisição da maioria do capital votante da sociedade de propósito específico por instituição financeira controlada pelo Poder Público em caso de inadimplemento de contratos de financiamento.
f) Contrato:
Art. 5º - cláusulas essenciais:
- a lei diz que o contrato ao ser celebrado

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