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Parte-IV_O-Conceito-de-Sistema-Nacional-de-Inovação2

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Economia da Tecnologia 
Prof. Eduardo Gonçalves
1
Economia da Tecnologia
eduardo.goncalves@ufjf.edu.br
Economia da Tecnologia 
Prof. Eduardo Gonçalves
2
Sistema Nacional de Inovação
� ETZKOWITZ, Henry., LEYDESDORFF, Loet. Universities and the Global
Knowledge Economy: A Triple Helix of University– Industry–Government
Relations. Cassell Academic, London, 1997.
� NELSON, Richard. Institutions supporting technical change in the United States.
In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds).
Technical change and economic theory. London: Pinter, 1988.
� FREEMAN, Christopher. Japan: a new national system of innovation? In: DOSI,
G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds). Technical
change and economic theory. London: Pinter, 1988.
� LUNDVALL, B.A. Innovation as an interactive process: from user-producer
interaction to the national system of innovation. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.;
NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (eds). Technical change and
economic theory. London: Pinter, 1988.
� MOWERY, D. C, ROSENBERG, N. The U.S. national innovation system. In:
NELSON, R. (Ed.) National innovation systems: a comparative analyses. New
York/Oxford: Oxford University Press, 1993. (Cap. 2)
� OECD. National Innovation Systems. 1997. Disponível em:
<http://www.oecd.org/dataoecd/35/56/2101733.pdf>.
� SÁBATO, Jorge; BOTANA, Natalio. La ciencia y la tecnologia em el desarrollo
futuro de América Latina. Revista de la Integracíon, p.15-36, nov. 1968.
Economia da Tecnologia 
Prof. Eduardo Gonçalves
3
Sistema Nacional de Inovação
Aspectos Conceituais
� Definição de SNI da OECD (1997) enfatiza:
• Conjunto de ligações e relações complexas entre os atores
envolvidos na inovação (produção, distribuição e aplicação de
conhecimento tecnológico).
• O desempenho inovador de um país depende, em grande
medida, de como estes agentes se relacionam entre si como
elementos de um sistema coletivo de criação de conhecimento
e utilização.
• Esses atores são principalmente empresas privadas,
universidades e institutos de pesquisa públicos e as pessoas
dentro deles.
Fonte: OECD (1997, p. 10)
Economia da Tecnologia 
Prof. Eduardo Gonçalves
5
Sistema Nacional de Inovação
� São quatro os principais fluxos de conhecimentos 
básicos entre os atores em um SNI (OECD, 1997): 
� 1) interações entre empresas; 
� 2) interações entre empresas, universidades e 
institutos de pesquisa públicos; 
� 3) difusão de conhecimento e tecnologia para as 
empresas; 
� 4) mobilidade de pessoal. 
� Modelos de SNI: Lundvall (1988), Triângulo de 
Sábato e Hélice Tripla.
Economia da Tecnologia 
Prof. Eduardo Gonçalves
6
Sistema Nacional de Inovação
Lundvall (1988)
� Características da economia industrial:
� Divisão do trabalho vertical altamente desenvolvida.
� Caráter único e penetrante das inovações.
� Grande parte da atividade inovadora ocorre em
unidades separadas dos usuários potenciais das
inovações → fato estilizado: separação de usuários
de produtores no processo inovador.
Economia da Tecnologia 
Prof. Eduardo Gonçalves
7
Sistema Nacional de Inovação
� Microfundamentos apresentados por Lundvall:
� Processo de aprendizado.
� Capacidade de uma economia produzir e difundir
valores de uso com novas características.
� Interdependência sistêmica.
� Produtores de inovações precisam conhecer as
necessidades dos usuários em potencial.
� Difusão da inovação só ocorrerá se a informação
sobre as características de seu valor de uso são
transmitidas para usuários em potencial da inovação.
Economia da Tecnologia 
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8
Sistema Nacional de Inovação
� Por que é preciso interação entre usuário e produtor?
� Produtor: tem forte incentivo para monitorar o que ocorre
nos usuários.
• Inovações de processo poderiam ser apropriadas pelos
produtores ou representar ameaça competitiva.
• Inovação de produto pode exigir novas demandas por
equipamentos.
• Aprender por usar (learning-by-using) só serve para gerar
novos produtos se produtores têm contato direto com usuários.
• Gargalos e interdependências tecnológicas representarão
mercados potenciais para o produtor de inovação.
• Monitorar a competência e aprendizado potencial de usuários
para estimar sua capacidade de adotar novos produtos.
Economia da Tecnologia 
Prof. Eduardo Gonçalves
9
Sistema Nacional de Inovação
� Usuário:
• Precisa de informação sobre novos produtos.
• Como o valor de uso da inovação atende suas
necessidades?
� Cooperação direta, em diferentes estágios, no
processo de inovação:
� Necessidades específicas.
� Instalação → treinamento do usuário.
� Consertos e atualização do equipamento.
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10
Sistema Nacional de Inovação
� Incerteza
� Usuário compra produto com características
desconhecidas: dá margem para comportamento
oportunistas.
� Troca de informação entre usuário e produtor
também envolve incerteza e espaço para traição e
deslealdade (informação revelada a competidores
ou invasão do mercado)
� Abusos só podem ser restringidos com códigos de
comportamento e confiança mútua. Sem isso, custos
de transação seriam proibitivos e integração vertical
seria um resultado necessário.
Economia da Tecnologia 
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11
Sistema Nacional de Inovação
� Fluxo de Informação entre usuários e produtores precisa de
canais de informação e códigos para tornar a transmissão de
mensagens efetiva.
� Esses canais de informação demandam tempo e são custosos
(semelhante a um processo de investimento em capital físico).
� Learning-by-interacting aumenta a efetividade de um conjunto
de canais e códigos de informação.
� Seletividade: cada produtor terá uma íntima interação com um
subconjunto de todos potenciais usuários e cada usuário será
associado a um só produtor → relações não econômicas de
hierarquia e confiança mútua.
� Relações seletivas demandam tempo.
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12
Sistema Nacional de Inovação
� Papel da demanda e da oferta na inovação
(demand-pull x technology-push):
� Qualidade da demanda (ao invés da quantidade
demandada) → usuários competentes provocam
inovações radicais em áreas onde o volume de
gasto é pequeno (exemplo de novos instrumentos
científicos).
� Outras inovações são determinadas pela oferta.
Economia da Tecnologia 
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13
Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
o Papel do governo: tipos de programas
� Pesquisa básica.
� Demanda governamental.
� Auxílio à competitividade comercial de setores particulares.
� Efeitos do P&D militar:
� Semicondutores, computação, aviação a jato.
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14
Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
o A origem da pesquisa industrial nos EUA (antes de 1945):
� Fatos Antecedentes (final do século XIX e início do século XX):
� Inovações nos transportes, comunicações e tecnologias de
produção→ operações industriais com escalas inéditas;
� Habilidades mecânicas (papel pequeno da pesquisa industrial);
� Desenvolvimento da maquinaria para aplicações agrícolas e de
transporte;
• Enorme mercado interno, protegido.
• Capacidade de explorar fontes externas de conhecimento
(maquinaria importada, manuais e operários habilidosos da
Europa);
� Sistema de organização produtiva e do trabalho a partir do
Taylorismo e Fordismo;
Economia da Tecnologia 
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15
Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
o A origem da pesquisa industrial nos EUA (antes de 1945):
� Políticas antitruste (Sherman Antitrust Act): punir acordos de
controles de preço e produção.
� Efeitos:
• Fusões horizontais(fase inicial) → incentivos reduzidos
por novas interpretações judiciais (Northern Securities
decision – 1904).
• Estímulos ao investimento em P&D: diversificação e uso
de patentes.
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17
Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
o Fatos relevantes da pesquisa industrial (1921-1946):
� Concentração espacial (estados)
• Nova York, Nova Jersey, Pennsylvania, Ohio e Illinois
• > 70% de pessoal em P&D em 1921
• > 60% de pessoal em P&D em 1946
� Gastos do governo em pesquisa industrial (II Guerra):
setores de electrical machinery e instruments;
� As 200 maiores firmas que mais investiram em pesquisa
industrial se mantiveram entre as 200 maiores firmas
durante o período 1921-1946 (Mowery, 1983).
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18
Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
o Financiamento Público de Pesquisa e Universidades:
� Estrutura descentralizada de ensino superior e
financiamento público de universidades.
• Facilitou ligações entre pesquisa acadêmica e industrial.
• Currículo e pesquisa acadêmica foram mais voltadas
para oportunidades comerciais (em relação a Europa).
� Escala do sistema educacional superior norte-americano.
• Extensão do corpo de conhecimento científico passível
de aplicações.
• Pessoal levando conhecimento e métodos científicos
para resolver problemas industriais.
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19
Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
o Conseqüências da Segunda Guerra:
� Maior participação do Governo nos investimentos em
P&D;
� Maior investimento em P&D nos EUA em comparação
com os demais países da OCDE.
• Até a década de 1970, investimentos feitos por
Alemanha, França, Reino Unido e Japão não
alcançavam o norte-americano.
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20
Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
� Gastos militares fortaleceram a capacidade
inovadora de firmas americanas no pós-guerra?
� Dificuldade de avaliar o impacto dos gastos: gastos de P&D
militar podem ser confundidos com a demanda militar;
� Prática de pagar percentual dos contratos de demanda
militar para fornecedores de defesa como um P&D
independente (não registrado no orçamento de P&D formal
ou como gasto de P&D das firmas);
� Melhor exemplo de impacto: indústria de semicondutores.
� Diminuição de barreiras à entrada: pequenas firmas
(General Radio, Texas Instruments, Transitron).
� Spillover para sociedade civil mais claro: motor a jato.
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22
Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
o Universidades e Financiamento Federal:
� Crescimento dos investimentos em pesquisas em
universidades (de US$ 420 milhões em 1935 para
US$ 8,5 bilhões em 1985, em US$ de 1982);
� Pesquisa e ensino passaram a andar
conjuntamente;
� Pesquisa em universidades, públicas ou privadas,
tem auxílio de recursos públicos;
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23
Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
o Pesquisa na Indústria:
� Crescimento dos investimentos.
� Forte participação de pequenas firmas vis-à-vis
Japão e Europa.
• Ex.: semicondutores, computadores e biotecnologia.
� Razões:
• Forte pesquisa básica nas universidades, governo e
firmas privadas como incubadoras de novas firmas.
• Forte mobilidade de trabalhadores em aglomerações
regionais de firmas de alta-tecnologia (no Japão o
fenômeno seria bem menos intenso).
• Sistema financeiro privado para sustentar o crescimento
de tais firmas (microeletrônica nas décadas de 50 e 60 e
biotecnologia e computação mais recentemente).
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24
Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
o Pesquisa na Indústria:
� Razões:
� Regime relativamente permissivo de propriedade intelectual
• Ex.: licenciamento liberal em microeletrônica derivado do
processo antitruste contra AT&T em 1956. Decreto
proibiu atuação desta fora de telecomunicações.
• Processo contra IBM para licenciamento de cartões
perfurados (precursores de memória dos PCs) e
computadores.
• Proibição da política de compras de pequenas firmas
pelas grandes que ocorria antes da Guerra.
� Demanda militar diminuindo barreiras à entrada para
pequenas.
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25
Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
� Conclusões:
� Três aspectos chave do SNI americano:
� Laboratórios de P&D em universidades e indústria e criação
de ligações informais entre algumas universidades e
indústrias.
� Governo teve papel (modesto) no financiamento da
pesquisa não-agrícola.
� Governos estaduais financiaram ensino superior e atividade
de extensão de engenharia de muitas universidades.
� Financiamento federal da pesquisa substituiu o papel dos
governos estaduais (após II Guerra).
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Sistema Nacional de Inovação
Caso Norte-Americano
o Conclusões:
� Importância das políticas antitruste no desenvolvimento
tecnológico norte-americano.
� Início do século XX:
� Responsável (parcialmente) por firmas gigantes
(inovadoras).
� Influenciou suas decisões de investir em P&D.
� Após 1945:
� Du Pont investiu em P&D para desenvolver “novos nylons”
(antes da II Guerra suas inovações foram adquiridas e não
desenvolvidas internamente)*
� AT&T licenciou tecnologia em microeletrônica, favorecendo
entrada de pequenas firmas no setor
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27
Sistema Nacional de Inovação
Caso Japonês
� No caso do Japão, destaca o papel do governo (MITI), de firmas
e de outras inovações sociais e educacionais.
� Capacitações tecnológicas já existentes (antes da II Guerra 
Mundial):
� desenho independente;
� desenvolvimento e produção de equipamento militar 
complexo (aeronaves e tanques);
� desenvolvimento de maquinaria.
� Áreas defasadas: 
� técnicas de produção em massa de carros bens aos 
consumidores 
� ramos de indústria química, tais como processos de fluxos 
em petroquímica e materiais sintéticos.
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Sistema Nacional de Inovação
Caso Japonês
� Solução vislumbrada: importação de técnicas de produção em
massa e por fluxos.
� Diferencial: aplicação de métodos de assimilação e melhoria da
tecnologia importada (engenharia reversa) → equivale a
produzir algo similar ao que já existe no mundo mas sem IED
ou transferência de projetos de desenho de produto e processo.
� Conseqüências do uso de engenharia reversa nas décadas de
50 e 60 para o sistema de inovação japonês:
� Gerência, engenheiros e trabalhadores japoneses se acostumaram
a pensar o processo de produção como um todo, integrando
desenho de produto e de processo.
� Pessoal da firma se acostumou à idéia de “usar a fábrica como um
laboratório”
• → aproximação do departamento de P&D do trabalho de engenheiros de
produção e controle de processo. A empresa como um todo se envolveu no
processo de aprendizado e desenvolvimento e muitas idéias para melhorar o
sistema vieram do chão de fábrica.
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29
Sistema Nacional de Inovação
Caso Japonês
� Conseqüências do uso de engenharia reversa nas décadas de
50 e 60 para o sistema de inovação japonês:
� Na indústria de automóveis e máquinas-ferramenta houve
aproximação entre a firma montadora e os fornecedores de
componentes e peças (sistema de just-in-time). Outro fator que
promoveu proximidade foi o conglomerado “Keiretsu”.
� Ênfase sobre alta qualidade de produtos.
� Divisões de P&D foram mais integradas a outras divisões da
empresa em grandes firmas, evitando desvantagensde
barreiras culturais entre esses departamentos, após a
internalização do departamento de P&D nas grandes firmas.
� Fluxos de informações horizontais, ao invés de fluxos verticais, 
caracterizaram as organizações empresariais japonesas. 
Economia da Tecnologia 
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30
Sistema Nacional de Inovação
Caso Japonês
� Características dos fluxos de informação horizontais
→ “Keiretsu”: coalizões comerciais entre várias
empresas destinadas a proteger seus membros de
aquisições ou fusões.
� prática de coordenação de grupo permite atingir escala e
vantagens do estilo ocidental de integração vertical e a
flexibilidade de descentralização.
� Objetivo: cooperação e fluxos de informação mútuos entre
as partes ao invés da hierarquia de cima para baixo.
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31
Sistema Nacional de Inovação
Caso Japonês
� Comparação com transferência de tecnologia nos
países do Terceiro Mundo:
� Subsidiárias de multinacionais
� Importação de plantas prontas (“Turn-key
projects”)
• Nenhum desses métodos resulta num
processo de acumulação tecnológica na firma
recebedora.
Economia da Tecnologia 
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32
Sistema Nacional de Inovação
Caso Japonês
� Papel da educação, treinamento e inovações sociais
relacionadas:
� Número de jovens em educação secundária e universitária,
especialmente em ciência e engenharia.
� Escala e qualidade do treinamento industrial, promovido por
empresas.
� Alto nível de educação geral.
� Abolição das distinções entre blue-collar workers e white-
collar workers.
• Combinação de circunstâncias após a II Guerra Mundial que
conduziram a processos de nivelamento social.
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33
Sistema Nacional de Inovação
Caso Japonês
� Circunstâncias:
� New Dealers radicais que colocaram em prática reformas
tributárias (ocupação americana);
� Sindicatos comunistas induziram as firmas a fazer concessões aos
blue-collar workers, em relação ao seu status e formas de
remuneração.
� Oportunidades geradas pelo novo paradigma tecno-
econômico:
� Anteciparam principais elementos do paradigma da tecnologia de
informação e comunicação → robótica, máquinas-ferramenta
operadas por controle numérico computadorizado, sistemas de
produção flexíveis;
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34
Sistema Nacional de Inovação
Conclusões e comparações com o sistema nacional de 
inovação norte-americano
� Modelo japonês não é o melhor. Há uma variedade de alternativas
institucionais e sociais diferentes. Modelo sueco é um exemplo (produção e
difusão de robótica, desenho e produção de equipamentos de
telecomunicações e aplicações de computação).
� Nos EUA, há grande influência de agências de defesa, o que pode atrasar
a assimilação de tecnologias na sociedade civil.
� No Japão, há forte interação entre usuários e produtores no sistema
nacional de inovação.
� Os EUA têm a liderança mundial na pesquisa básica. Por isso, segundo
Nelson, teriam vantagem competitiva sobre o Japão. Freeman, discorda:
• Não é preciso liderar a pesquisa básica para ser líder mundial em
termos de tecnologia, mas somente uma forte capacidade em pesquisa
básica para assimilar e promover as mais importantes tecnologias
atuais.
• Universidade de Tokyo teve papel importante no sucesso da robótica
japonesa e nos programas de computação.
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35
Sistema Nacional de Inovação
Triângulo de Sábato
o Sistema de relações representado por uma figura
geométrica (triângulo) em que cada elemento ocupa
um vértice respectivo.
o Desenvolvimento é resultante da ação múltipla e
coordenada dos três setores.
o Tipos de relações:
o i) intra-relações, relações que se estabelecem dentro de cada
vértice;
o ii) inter-relações, relações entre os três vértices do triângulo;
o iii) extra-relações, relações entre cada um dos vértices e a
sociedade e o exterior.
Estrutura Produtiva
Infraestrutura
Científico-Tecnológica
Governo
Figura 01 – Triângulo de Sábato
Fonte: Adaptado de Sábato e Botana (1968, p. 27)
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37
Sistema Nacional de Inovação
Triângulo de Sábato
� O governo se estabelece no vértice superior (papel principal):
liga funcionalmente a estrutura produtiva e a infraestrutura
científico-tecnológica, que constituem a base do triângulo.
� o vértice da infraestrutura depende vitalmente da ação
deliberada do governo (aquisição de recursos).
� O governo também tem a função de impulsionar demanda
para a infraestrutura científico-tecnológica.
� A inter-relação entre governo e estrutura produtiva depende
da capacidade de discernimento de ambos acerca do uso
possível do conhecimento existente para incorporá-lo a
novos sistemas de produção.
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38
Sistema Nacional de Inovação
Hélice Tripla (Triple Helix)
o Transcende modelos de relações institucionais prévios por levar em
conta nova configuração de forças institucionais que emergem dos
sistemas de inovação (proposto por Etzkowitz e Leydesdorff).
o Inovação crescentemente dependente de conhecimento (Economia
baseada no conhecimento).
o Na economia baseada no conhecimento a universidade é parte
fundamental do sistema de inovação: geração de recursos humanos e
sementeira de novas firmas.
o Universidades repensam qual o seu papel nas relações com a sociedade.
o Universidade incorpora uma terceira missão como um interveniente
ativo no processo de desenvolvimento econômico.
o Universidade como um líder da relação com a indústria e o governo
(gerar novos conhecimentos, inovação e desenvolvimento econômico).
Figura 3 – Modelo Triple Helix III
Fonte: Adaptado de Etzkowitz e Leydesdorff (2000, p. 111)
Academia
IndústriaEstado
Redes Tri-Laterais e Organizações 
Híbridas
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40
Sistema Nacional de Inovação
Hélice Tripla (Triple Helix)
o Paradigma da “Universidade Empreendedora”
o Geração de tecnologia avançada e facilitação do processo de difusão
da tecnologia por meio de intermediários (i.e., escritórios de
transferência de tecnologia, incubadoras de empresas e parques
tecnológicos) para estimular a geração de novas empresas.
o Tipos de fluxos entre a “universidade empreendedora” e as empresas:
o i) quando o produto é originado na universidade e desenvolvido por uma
firma existente (licenciamento);
o ii) quando o produto é desenvolvido dentro da empresa, e melhorado
através de conhecimentos acadêmicos (convênios de P&D) e;
o iii) quando o produto é gerado por meio de pesquisa acadêmica da
universidade e o pesquisador cria uma empresa para comercializá-lo (spin-
off acadêmica).
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Sistema Nacional de Inovação
Hélice Tripla (Triple Helix)
o Paradigma da “Universidade Empreendedora”
o Relações entre universidades e empresas são complexas e podem
gerar tanto benefícios quanto custos.
o Recursos arrecadados pelas universidades e a experiência prática dos professores
que poderia ser incorporada nas aulas.
o Possível prioridade à pesquisa aplicada em detrimento da pesquisa básica
o Lundvall (1988): os esforços de integrar e subordinar atividades acadêmicas às necessidades da indústria podem
ser custosos → incentivos pecuniários e segredo podem fazer o modo acadêmico de comportamento perder seu
principal mérito: tradição em difundir o conhecimento.
o Principais pontos de conflito entre universidades e empresas:
o i) restrições à comunicação dos resultados de pesquisa em que as políticas de sigilo
da empresa podem entrar em conflito com o desejo de publicação científica;
o ii) orientação da pesquisade curto prazo das empresas versus orientação de longo
prazo dos cientistas para a pesquisa básica e;
o iii) a agenda de prioridades para a pesquisa universitária pode ser afetada pelo
patrocínio corporativo, com ênfase em áreas científicas com um potencial de retorno
direto de comercialização.
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Sistema Nacional de Inovação
Hélice Tripla (Triple Helix)
o Paradigma da “Universidade Empreendedora”
o Relações entre universidades e empresas são complexas e podem
gerar tanto benefícios quanto custos.
o Recursos arrecadados pelas universidades e a experiência prática dos professores
que poderia ser incorporada nas aulas.
o Possível prioridade à pesquisa aplicada em detrimento da pesquisa básica.
o Principais pontos de conflito entre universidades e empresas:
o i) restrições à comunicação dos resultados de pesquisa em que as políticas de sigilo
da empresa podem entrar em conflito com o desejo de publicação científica;
o ii) orientação da pesquisa de curto prazo das empresas versus orientação de longo
prazo dos cientistas para a pesquisa básica e;
o iii) a agenda de prioridades para a pesquisa universitária pode ser afetada pelo
patrocínio corporativo, com ênfase em áreas científicas com um potencial de retorno
direto de comercialização.
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Sistema Nacional de Inovação
o Como enfrentar os desafios de tornar uma universidade
empreendedora?
o Na ausência de forte conflitos entre o papel tradicional e a função empresarial:
o Maiores incentivos para o corpo docente envolvido em atividades empreendedoras
(spin-offs)
o Adoção de uma gestão descentralizada e processo de transferência de tecnologia
(licenciamentos) como numa estrutura profissional de negócios.
o Na presença de forte conflitos entre o papel tradicional e a função empresarial:
o Mudanças na infraestrutura organizacional.
o Adaptação da cultura e missão da universidade.
o Criação de escritórios de transferência de tecnologia (ETTs).
o Porta de entrada formal entre a universidade e as empresas.
o ETTs nos Estados Unidos conseguiram gerar renda significativa.
o Podem ajudar a acelerar os passos a serem dados até a tecnologia se tornar
comercializável: desenvolver a tecnologia, criar protótipos, testar a sua aplicação, requerer
patente, etc.

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