Buscar

Concausas e Causalidade no Direito Penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONCAUSA 
Por: Queise Nicolli Lima de Oliveira, Direito/Ucsal 
TODO CRIME É UMA CONDUTA HUMANA 
CONDUTA É AÇÃO QUE GERA UM RESULTADO DETERMINADO POR UM juízo hipotético de 
eliminação E ATRAVÉS DESTE JUIZO SE É CAPAZ DE DETERMINAR A EXISTENCIA DE UM NEXO 
CAUSAL. 
JUIZO HIPOTÉTICO DE ELIMINAÇÃO 
 Nexo causal 
 AÇÃO RESULTADO 
 
Para saber se a ação gera resultado, basta apagar hipoteticamente a ação e se fazer a seguinte 
pergunta: Sem esta ação o resultado ocorreria da forma em que ocorreu e na circunstância 
em que ocorreu? SE A RESPOSTA FOR NEGATIVA ESTA AÇÃO GEROU ESTE RESULTADO, LOGO 
HAVERÁ O QUE CHAMAMOS DE NEXO CAUSAL ENTRE A AÇÃO E O RESULTADO. 
EX: Se Tício atira (ação) em Mévio e o mesmo morre (resultado). Como saber se esta ação 
gerou este resultado? Basta apagar o agente, ou seja, apagar a ação de Tício e analisar se sem 
esta ação o resultado ocorreria da forma em que ocorreu e na circunstância em que ocorreu? 
RESPOSTA NEGATIVA, ENTÃO HÁ NEXO CAUSAL ENTRE A AÇÃO E O RESULTADO. 
TEORIA DA CAUSALIDADE: 
Ex: Se Tício pega uma faca com Mévio e uma carona com Caio. Tício vai até Ezequiel e corta o 
seu pescoço. 
Neste caso, se Tício for apagado, o resultado ocorreria da forma em que ocorreu? NÃO, 
ENTÃO HÁ NEXO CAUSAL. PARA ESTA TEORIA TÍCIO RESPONDERÁ PELA MORTE DE 
EZEQUIEL. 
CONCAUSAS 
Existem circunstancias capazes de modificar/alterar o curso da causalidade, capazes de alterar 
o nexo causal, chamadas de CONCAUSAS: 
EX: Se Tício atira em Maria e o mesmo é levado a uma cirurgia onde morre por ser alérgico ao 
anestésico, onde a alergia é uma CONCAUSA. 
Porém o CP no Art. 13º estabelece três espécies de CONCAUSAS, estas espécies dizem respeito 
à posição da concausa em relação à ação: 
- Pré-existentes: Em uma concausa pré-existente, DENTRO DO NEXO DE CAUSALIDADE AÇÃO-
RESULTADO, A CONCAUSA OCORRE ANTES DA AÇÃO; 
Ex: Tício deseja matar Ezequiel e tem o seguinte plano: de posse de uma faca vai entrar na casa 
de Ezequiel enquanto ele dorme, e dar múltiplas facadas. No dia do delito, de posse da faca, 
entra na casa de Ezequiel, vai até o quarto dele e começa a esfaquear. Porém Ezequiel já 
estava morto, pois tinha enfartado horas antes. Neste caso, a concausa é pré-existente, pois 
ele já tinha infartado e neste caso o infarto foi a concausa pré-existente; 
- Concomitantes: Ocorre ao mesmo tempo em que a ação; 
Ex: Se Tício atira em Ezequiel e no momento que a bala o acerta o raio o fulmina, neste caso o 
raio é uma concausa concomitante; 
- Supervenientes: Ocorre após a ação, mas por causa da ação, existindo uma relação causal; 
Ex: Se Tício atira em Maria e a mesma é levada ao hospital morrendo por um incêndio 
provocado por lá, isto foi uma circunstância que alterou o nexo causal que Tício iniciou. O 
incêndio é chama do de CONCAUSA, pois é uma circunstância capaz de alterar o curso do 
resultado. 
DETALHE: O MESMO ARTIGO 13 TRAZ QUE AS MESMAS CONCAUSAS (PRÉ-EXISTENTES, 
CONCOMITANTES E SUPERVENIENTES) PODE SER: 
SÃO SEIS CONCAUSAS, PARA CADA ESPÉCIE DE CONCAUSA, HÁ UMA NATUREZA ESPECÍFICA DE 
CONCAUSA. 
ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE: NÃO GUARDA NENHUMA RELAÇÃO COM A AÇÃO DO 
DELINQUENTE. QUANDO AS CONCAUSAS FOREM ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES, SEJA 
QUAL FOR A SUA NATUREZA, O AGENTE RESPONDERÁ PELOS ATOS PRATICADOS ANTES DO 
RESULTADO, MAS JAMAIS PELO RESULTADO, POIS NÃO SE TEM RELAÇÃO DE CAUSALIDADE; 
Ex: Se Tício atira em Ezequiel e no momento que a bala o acerta um raio o fulmina, neste caso 
o raio é uma concausa concomitante; CONCAUSA CONCOMITANTE ABSOLUTAMENTE 
INDEPENDENTE. 
RELATIVAMENTE INDEPENDENTE: GUARDA RELAÇÃO COM A RELAÇÃO DO DELINQUENTE. 
Ex: Ezequiel tem hemofilia (não tem poder de cicatrização) e em uma briga, Tício corta seu 
braço e ele, por ser hemofílica, sangra até a morte. CONCAUSA PRÉ-EXISTENTE 
RELATIVAMENTE INDEPENDENTE. 
Ex: A E B ATIRAM EM C E OS DOIS TIROS ATINGEM C AO MESMO TEMPO E ELE MORRE EM 
CONSEQUENCIA DOS DOIS TIROS. 
A+C: RELAÇÃO DE PRINCIPAL 
B+C: CONCAUSA 
CONCAUSA CONCOMITANTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE. 
Ex: Se Tício atira em Ezequiel e no momento que a bala o acerta o raio o fulmina, neste caso o 
raio é uma concausa concomitante; 
 
 
CONCAUSA CONCOMITANTE ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE. 
EX: SE TÍCIO ATIRA EM EZEQUIEL E O MESMO DÁ TRES PASSOS PARA TRÁS, UM LUSTRE CAI EM 
SUA CABEÇA E ELE MORRE. 
CONCAUSA SUPERVENIENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE. 
QUAL É A CONSEQUENCIA JURIDICA DA EXISTENCIA DE UMA CONCAUSA? 
ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE: 
EX: ATIRO EM EZEQUIEL E APÓS UM RAIO O FULMINA (CONCAUSA SUPERVINIENTE 
ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE) NÃO SE SABE O CRIME, POIS DEPENDE DA FINALIDADE. 
EX: ATIRO EM EZEQUIEL COM INTENÇÃO DE MATARE APÓS UM RAIO O FULMINA (CONCAUSA 
SUPERVINIENTE ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE) O CRIME É TENTATIVA DE HOMICIDIO 
EX: ATIRO EM EZEQUIEL COM INTENÇÃO DE LESIONAR E APÓS UM RAIO O FULMINA 
(CONCAUSA SUPERVINIENTE ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE) O CRIME É LESÃO CORPORAL 
CONSUMADA; 
EXISTE UMA EXCEÇÃO, SE A CONCAUSA FOR PRÉ-EXISTENTE ABSOLUTAMENTE 
INDEPENDENTE, O AGENTE NÃO RESPONDE POR NADA, NEM PELA INTENÇÃO. 
Ex: Tício deseja matar Ezequiel e tem o seguinte plano: de posse de uma faca vai entrar na casa 
de Ezequiel enquanto ele dorme, e dar múltiplas facadas. No dia do delito, de posse da faca, 
entra na casa de Ezequiel, vai até o quarto dele e começa a esfaquear. Porém Ezequiel já 
estava morto, pois tinha enfartado horas antes. Neste caso, a concausa é pré-existente, pois 
ele já tinha infartado e neste caso o infarto foi pré-existente; 
POIS NÃO HÁ CRIME SEM LESÃO AO BEM JURÍDICO ALHEIO. 
RELATIVAMENTE INDEPENDENTE: 
A situação muda e fica mais complicada: 
SE FOR PRÉ-EXISTENTE OU CONCOMITANTE O AGENTE RESPONDERÁ PELO RESULTADO. 
Ex: RELATIVAMENTE INDEPENDENTE: GUARDA RELAÇÃO COM A RELAÇÃO DO DELINQUENTE. 
Ex: Ezequiel tem hemofilia (não tem poder de cicatrização) e em uma briga, Tício corta seu 
braço e ele, por ser hemofílica, sangra até a morte. CONCAUSA PRÉ-EXISTENTE 
RELATIVAMENTE INDEPENDENTE. 
O CRIME DEPENDE DA INTENÇÃO SE FOI MATAR: HOMICIDIO; 
SE FOR LESIONAR: LESÕES CORPORAIS SEGUIDAS DE MORTE; 
E SE A CONCAUSA SUPERVENIENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE: 
SE A CONCAUSA POR SI SÓ CAUSAR O RESULTADO O AGENTE NÃO RESPONDERÁ PELO 
MESMO E SE HOVER UMA SOMA DE EFEITOS O AGENTE RESPONDERÁ PELO RESULTADO. 
Ex: Se Tício atira em Maria e a mesma é levada ao hospital morrendo por um incêndio 
provocado por lá, isto foi uma circunstância que alterou o nexo causal que Tício iniciou. O 
incêndio é chama do de CONCAUSA, pois é uma circunstância capaz de alterar o curso do 
resultado.CONCAUSA SUPERVENIENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE. Porém se ficar 
provado que Maria morreu exclusivamente pelas chamas do incêndio o agente não 
responderá pelo resultado. 
QUESTÕES OAB: 
1) TÍCIO QUER MATAR CAIO, ATIRA EM CAIO, O MESMO É COLOCADO NA AMBULANCIA E 
A MESMA VAI EM ALTA VELOCIDADE PARA O HOSPITAL. NO CAMINHO OCORRE UM 
ACIDENTE, CAIO É LANÇADO PARA FORA DA AMBULANCIA, BATE A CABEÇA E MORRE 
EXCLUSIVAMENTE PELO IMPACTO PELO SOLO, QUAL A RESPONSABILIDADE DE TÍCIO? 
- TENTATIVA DE HOMICIDIO, CONCAUSA SUPERVENIENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE 
QUE POR SI SÓ GEROU RESULTADO. 
2) TÍCIO QUER MATAR CAIO, ATIRA EM CAIO, O MESMO É COLOCADO NA AMBULANCIA E 
A MESMA VAI EM ALTA VELOCIDADE PARA O HOSPITAL. NO CAMINHO OCORRE UM 
ACIDENTE, CAPOTA E CIO FICA PRESO NA AMBULANCIA, E MORRE PELO TIRO 
AGRAVADO PELAS LESÕES CORPORAIS, QUAL A RESPONSABILIDADE DE TÍCIO? 
- HOMICIDIO, POIS CONCAUSA SUPERVENIENTE RELATIVAMENTEINDEPENDENTE QUE POR 
SOMA DE EFEITOS.

Outros materiais