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Aula 1 de técnicas cirúrgicas (introdução à técnica cirúrgica; conceitos iniciais)

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Aula 1 
terça-feira, 6 de março de 2018 
08:11 
 
ÉTICA E POSTURA NO AMBIENTE CIRÚRGCO 
 
MORAL: conceito de origem social, de conotação mais prática e jurídica (possui resultado prático) e que está escrita (há código). 
Possui ligação estreita com o tempo, de modo que muda com o tempo e o contexto, isto é, com o grupo em que se insere. 
• Respeita códigos específicos que dependem de interpretações. 
• Seguido para tentar manter o pacto social. 
ÉTICA: está mais ligada ao conceito do que a prática, ou seja, é mais teórica do que prática. É o estudo da moral, possuindo 
caráter transcultural, uma vez que NÃO se restringe a grupos. 
• NÃO está escrita e parte de julgamentos individuais tomando como base seus próprios valores. Logo, está mais ligada ao 
individual. 
• Cabe à interpretação pessoal, sendo uma ponderação de valor. Logo, é um julgamento feito para tomar atitudes pragmáticas 
na vida pessoal do indivíduo. 
-->Julgamento ético NÃO está escrito, mas a sua intepretação está. Além disso, o código de ética médica é um código moral e 
não um código ético. 
BIOÉTICA: é uma disciplina sendo mais pragmática do que ética. Possui 4 princípios: AUTONOMIA + JUSTIÇA + BENEFICÊNCIA + 
NÃO MALEFICÊNCIA, sendo que seu raciocínio é diferente da ética. 
 
"Primun non nocere" (Hipócrates): Primeiro não machuque o doente - quanto mais você "machuca" seu paciente, mais citocina 
é liberada e mais inflamação tem, demorando mais tempo para recuperar. Logo, deve-se machucar o paciente o mínimo possível 
e operar apenas o necessário (minimamente) para não ocorrer muita inflamação e depois o paciente conseguir se recuperar 
mais rapidamente. 
Inflamação: matéria-prima do cirurgião. Quanto mais complexa a cirurgia, mais inflamação. 
“In interiore homine habitat” (Santo Agostinho): No interior do homem habita a verdade – no bloco cirúrgico a autonomia do 
paciente está reduzida, mas a autonomia de ninguém do bloco é menos importante. 
“qui pudor non est, orbi dominator” (rodrigues Júnior): Quem não tem pudor domina o mundo (pelo menos temporariamente). 
Assim, deve-se ter cuidado ao se portar, quando está diante de uma pessoa com autonomia reduzida. 
 
Como funciona a sala cirúrgica? 
Ambiente cirúrgico: é a unidade hospitalar em que as intervenções cirúrgicas são feitas. 
 Formado por uma área onde concentram-se recursos representados por equipamentos e materiais que possam ser 
utilizados com eficiência e segurança pela equipe cirúrgica, bem como pelo pessoal responsável pelos serviços auxiliares, 
em benefício do paciente que está sendo operado. 
 Serviços auxiliares: o preparo do pré-operatório do paciente; a administração de anestesia; controle monitorizado de 
variáveis fisiológicas; desempenho da enfermagem especializada em centros cirúrgicos; a colaboração do laboratório 
clínico e banco de sangue; recuperação pós-operatória imediata do paciente. 
 Deve ser único e ter capacidade para atender aos diversos setores hospitalares: unidades de internação, pronto-socorro 
e ambulatório. 
NOTA: o conceito moderno de ambiente cirúrgico NÃO inclui o centro de material esterilizado, o qual é definido como uma 
unidade hospitalar autônoma. 
- O ato cirúrgico ocorre em certos ambientes cirúrgicos que podem ser numa sala cirúrgica ou salas isoladas. Há princípios que 
organizam o ambiente cirúrgico. 
 
Sala cirúrgica: é um dos componentes do ambiente cirúrgico e onde efetivamente ocorre o ato operatório. 
Centro de material: é a unidade hospitalar encarregada do preparo, esterilização e distribuição de todo o material esterilizado, 
bem como dos aparelhos destinados a tratamentos nas salas cirúrgicas, nas unidades de internação, nos ambulatórios, no 
pronto-socorro e demais serviços paramédicos. NÃO faz parte do ambiente cirúrgico. 
- O centro cirúrgico é um elemento nobre do hospital e para sua formação é necessário que sejam planejados e administrados 
de forma correta dentro de normas técnicas e conceitos mais avançados. 
- Com base na ideia de possíveis alterações e expansões, todo o conjunto hospitalar deve ser projetado dentro da conceituação 
de módulos, isto é, uma medida arbitrária que serve de base para regular as proporções que devem guardar entre si as diversas 
partes de qualquer área ou dependência do hospital. Além disso, deve ocorrer uma centralização dos serviços no intuito de 
melhorar o planejamento, o desenvolvimento e a administração dos hospitais, havendo economia, segurança e eficiência. 
1.Localização do ambiente cirúrgico: próximo às unidades que recebam casos cirúrgicos, preferencialmente nos andares 
elevados, ao abrigo da poluição aérea e sonora e fora da interferência do tráfego hospitalar. 
 As salas de operações devem estar protegidas de tal forma que recebam luminosidade sem insolação direta ou 
internação, seja pela orientação adequada, seja pela proteção por meios artificiais. 
- O tamanho da sala de cirurgia depende da especialidade a que a mesma se destina (deve ter normalmente cerca de 35 m2). 
Ademais, deve-se ter a relação de uma sala cirúrgica para cada 50 leitos de um hospital geral (MARTIN, 1974). Outros autores 
consideram uma sala cirúrgica para até 200 leitos de um hospital geral (BORBA, 1961). 
- Todas as salas de cirurgia devem ocupar em média 1/3 da área total do ambiente cirúrgico. 
 A RDC50 organiza as normas sanitárias do ambiente cirúrgico. 
2.Componentes do ambiente cirúrgico: a planta de um centro cirúrgico pode ser individualizada em 3 áreas distintas 
(A)ZONA DE PROTEÇÃO= representada pelos vestiários, onde os integrantes da cirurgia, anestesia, enfermagem, técnicos e 
demais elementos trabalham no centro cirúrgico, trocam suas roupas por uniforme próprio, bem como colocam gorros, 
máscaras e pró-pés de uso exclusivo no interior. São todas as áreas em contato com o meio externo do hospital. Pode transitar 
sem trocar de roupa. 
 Todo centro cirúrgico tem um corredor que se comunica com a área externa que é onde ocorre a troca de macas. Há uma 
barreira física entre a maca e a outra maca na dita zona de transferência (NÃO faz parte da zona de proteão) e o paciente vai 
para o centro. 
(B)ZONA LIMPA= formada por todos os outros componentes do agrupamento cirúrgico, que não os vestiários, salas de operações 
e salas de subesterilização, e fica interposta entre as zonas de proteção e estéril. 
(C)ZONA DE PROTEÇÃO= área de relacionamento entre todo o sistema hospitalar e a zona limpa para todos elementos das 
equipes que atuam no centro cirúrgico. Assim, de acordo com esse critério NÃO há uma “área de proteção” para a entrada dos 
pacientes no ambiente cirúrgico. Assim, foram idealizadas as ditas “áreas de transferência” de pacientes. 
Áreas de transferência: são aquelas em que os pacientes são passados das macas das suas respectivas unidades de internação 
para macas que só trafegam no ambiente cirúrgico. A criação dessas áreas visa impedir a contaminação do ambiente cirúrgico 
através das rodas das macas das unidades de internação. 
Corredor externo-> por onde sai o material contaminado 
Corredor interno-> por onde entra material estéril. 
-Os fluxos não se cruzam devido aos corredores. 
 Vestiários: deverão existir dois (F e M), não devendo ocorrer outra divisão de acordo com a categoria (médico, 
enfermeiro, técnicos). Deverão possuir armários para colocação da roupa que será usada para trafegar no ambiente 
cirúrgico. O uniforme deve ser próprio do ambiente cirúrgico e de cor distinta dos uniformes usados nas outras áreas 
do hospital. Vale ressaltar que qualquer um que entra no centro operatório deve colocar uniforme adequado, gorro e 
máscara, além de calçar os pró-pés (após colocar estes elementos deve pisar em tapete embebido em solução 
desinfetante). 
 Sala de recepção dos pacientes: é aquela em que os pacientes que serão operados são recebidos e permanecem até o 
momento em que serão conduzidos paraa sala de operação. Nessa sala, os pacientes podem ser reavaliados 
clinicamente antes da cirurgia ou receber a medicação pré-anestésica caso não tenha sido aplicada na sua respectiva 
unida de internação. 
 Pode ser protegida de uma ante-sala que deve ser uma “área de transferência”. Tal ante-sala se comunicará com 
a parede de recepção dos pacientes, por uma abertura na parede comum, através da qual os pacientes trocam 
de maca. 
 Deverá ser a mais tranquila possível ( reduzir o estresse pré-operatório). 
 Pacientes aguardam até serem transferidos para as salas de operação. 
 Corredores: são locais de grande disseminação de infecção. Para reduzir esse risco de infecção da ferida cirúrgica na 
área central do centro cirúrgico há um corredor considerado “limpo” pelo qual as equipes de trabalho, o paciente e os 
instrumentos, campos, aventais e aparelhos estéreis ganham a sala de operação. 
 O centro cirúrgico possui um corredor periférico ou contaminado pelo qual saem todos os elementos (médicos, 
enfermeiros, etc) que entraram na sala de operação, o paciente e todos os instrumentos, campos, aventais e 
aparelhos usados na operação. Isso permite evitar o cruzamento do fluxo de pessoas e instrumentos, 
teoricamente não contaminados, com pessoal e material potencialmente contaminados. 
 Corredores do centro operatório devem ter no mínimo 2,5 m de largura. 
 Lavabo: são pias onde os integrantes da equipe cirúrgica lavam as mãos e antebraços antes de entrar na sala de operação 
para vestir os aventais cirúrgicos, as luvas e eventualmente a roupa, para depois montar a mesa de instrumentos e 
realizar outros requisitos para o ato cirúrgico. Vale ressaltar, que devem se localizar fora da sala de operação e anexos 
à mesma numa situação que facilite o fluxo destes locais para a sala de operação. 
 Devem ter 2 torneiras para cada sala de cirurgia, em geral com braços longos para facilitar o fechamento das 
mesmas com pequenos movimentos com o cotovelo. Alguns possuem sistema de abrir e fechar controlados com 
os pés ou com os joelhos (evita contaminação do MMSS). Se tiver 4 salas de cirurgia devem haver 8 lavabos. 
 O fluxo de água das torneiras dos lavabos deve ser de água quente e de água fria à T ambiente para que a pessoa 
que estiver escovando possa escolher antes a temperatura da água. 
 Sala de operação: componente da chama zona estéril ou asséptica. A colocação e a distribuição dos aparelhos usados 
deve ser o mais funcional possível no intuito de não se bloquear a circulação e evitar movimentos parasitas. Deve 
possuir: 
 Mesa de operação com comandos de movimentos centralizados na cabeceira. 
Funcionário entra pelo vestiário. Ademais, o fluxo de material 
contaminado NÃO cruza com o fluxo de material estéril. Logo, o lixo não 
pode sair pelo mesmo caminho que o material estéril está entrando 
 Mesas de instrumental (no mínimo duas unidades): o ideal é que hajam 2 mesas para o instrumentador e uma 
mesa para o primeiro auxiliar. 
 Mesa para o anestesista colocar todos o seu equipamento e as drogas anestésicas. 
 Aparelhos de anestesia e respiração, conectados à rede de oxigênio e anestésicos. 
 Prateleiras para serem colocadas fios e outros materiais que possam ser usados durante a operação. 
 Foco principal de luz para cirurgia, mesa auxiliar para enfermeira circulante, colocar pacotes com campos estéreis 
ou complemento instrumental. 
 Sala de subesterilização: outro componente da zona estéril; é um local anexo à sala de operação, e que possui como 
característica fundamental a presença de autoclave de alta pressão e alta velocidade, destinada a rápida e segura 
esterilização dos instrumentos metálicos que acidentalmente se contaminaram durante a cirurgia e cujo uso é 
imprescindível. É ainda um local para guardar de forma temporária a roupa estéril e os complementos para as mesas 
de instrumentos. Salienta-se ainda que deverá possuir uma saída para o corredor periférico. 
 Sala auxiliar: sua presença não é obrigatória. Está anexa à sala de operação e não possui característica especial ou 
definida (apesar disso, certas especialidades cirúrgicas a usam com frequência). É usada para montagem de um 
aparelho ou equipamento (ex.: máquina de circulação extracorpórea). 
 Sala de equipamentos: faz parte da zona limpa e é onde todos os aparelhos, como bisturi elétrico, eletrocardiógrafo, 
desfibriladores, trépanos elétricos, microscópio cirúrgico, respiradores, etc., ficam guardados quando estiverem 
limpos, testados e estéreis (prontos para uso). 
 Só ficam equipamentos que estiverem em condições para uso imediato 
 Depósito de material: faz parte da zona limpa, e é onde se armazena todo o material esterilizado advindo do centro 
de materiais esterilizados, como aventais, pacotes de campos, tambores de gases, todos esterilizados e prontos para 
uso na cirurgia. Os fios de sutura e os soros para hidratação também ficam nesse depósito. 
 É uma região em que todo o material armazenado possui elevada rotatividade devido ao elevado uso. 
 Um pacote de roupa estéril ou uma caixa de instrumental cirúrgico que não for usada até 8 dias após sua 
esterilização deve retornar ao centro de material para nova esterilização, visto que após este prazo, a margem de 
segurança de esterilização fica comprometida. 
 Sala de recuperação pós-anestesia (RPA): todo paciente cirúrgico, no período pós-operatório imediato, é mantido sob 
vigilância constante e rigorosa. Assim, nesse período, o paciente fica na sala de recuperação pós-anestésica, 
independente da sala de recepção dos pacientes, visto que são doentes em condições totalmente distintas. 
 Paciente não sai da cirurgia direto para o quarto, mas fica em repouso na sala do centro cirúrgico onde fica em 
observação e só sai de lá se o anestesista der alta. Faz parte da zona limpa. 
 Se o paciente tiver no ventilador ele não vai para o RPA e sim para o CTI. 
 Tal sala de recuperação possui uma área de isolamento físico destinada a pacientes que foram submetidos a 
cirurgia contaminada para que não formem foco de disseminação de infecção para todo o ambiente cirúrgico. 
 Os pacientes são liberados das salas de recuperação pós-anestésica quando o anestesista responsável achar 
conveniente. 
 Sala de conforto: todo centro cirúrgico deve ter salas de conforto ou descanso para as equipes que atuam no interior 
do mesmo. Desse modo, enquanto uma equipe de médicos, técnicos ou enfermeiros esperam para entrar em ação na 
sala de operação, permanece um ambiente adequado e próprio. Possui poltronas, sofás e eventualmente divãs. 
NOTA: especialistas de ambiente cirúrgico recomendam que as equipes médicas fiquem agrupadas em um ambiente diferente 
da sala reservada pela enfermagem e técnicos. 
 Serviços auxiliares: todo ambiente cirúrgico precisa de área para a instalação, em separado, de 3 serviços auxiliares: 
radiologia, anatomia patológica e laboratório clínico. 
1. Radiologia -> deve possuir aparelho de raio X portátil com potência suficiente para radiografias durante atos 
cirúrgicos. 
2. Anatomia patológica -> requer todo o aparelhamento essencial para a realização de cortes de congelação no 
próprio centro cirúrgico para produzir resposta pronta e segura aos casos duvidosos. 
3. Laboratório clínico -> como se sabe durante cirurgias de grande porte ou de longa duração ocorrem alterações 
metabólicas. Assim, o laboratório permite a realização de dosagens de gases no sangue e outras determinações 
laboratoriais que possam informar sobre dados importantes para a conduta no tratamento dos operandos. 
 Administração: possui uma área própria, sendo que o chefe do centro cirúrgico, a supervisora do serviço de 
enfermagem do centro cirúrgico e o serviço de anestesia possuem salas de administração separadas, além de um local 
para a Secretaria Geral do centro cirúrgico. 
 Centralde gasoterapia: faz parte da zona limpa e é uma área em que se encontram os registros e manômetros de 
entrada das tubulações destinadas a oxigênio, gases anestésico e ar comprimido que alimentam todas as salas de 
cirurgia, bem como sala de recuperação pós-anestésica. 
3.Construção do ambiente cirúrgico: 
3.1) ILUMINAÇÃO 
- Iluminação boa e adequada não necessariamente significa abundância de luz. Assim, a iluminação de uma sala de cirurgia 
representa a complexa disputa entre o muito pouco e o excesso na vista da equipe cirúrgica. 
- A iluminação pode ser artificial e natural. A luz natural perdeu grande parte de seu significado pelo fato de que é preciso uma 
fonte própria e permanente de energia elétrica no centro cirúrgico. Assim, a localização do ambiente cirúrgico NÃO é mais 
função da iluminação natural. Na atualidade, a luz artificial com todos os seus recursos é a único que permite estabelecer os 
padrões necessários para a iluminação do centro cirúrgico. 
- Objetivo (iluminação adequada): minimizar a tarefa visual da equipe e oferecer condições para a ocorrência da operação com 
precisão, rapidez e segurança. 
- Alguns pontos devem ser considerados ao se planejar a iluminação de uma sala de operação: 
• Iluminação adequada no campo operatório; 
• Eliminação de sombras e redução de reflexos; 
• Eliminação do excesso de calor no campo operatório; 
• Suficiente iluminação geral na sala e proteção contra ocasional interrupção motivada por falta de energia elétrica. 
- O campo operatório é iluminado por meio de um foco de luz MULTIDIRECIONAL, no intuito de se eliminar a presença de 
sombras. O cirurgião NÃO é o único elemento que precisa ver o campo operatório, mas também os seus auxiliares e 
eventualmente o instrumentador. 
• O anestesista, no controle do paciente, quer através de monitores, quer através da coloração da pele e mucosas, precisa 
de luz para realizar sua função. 
• A enfermeira circulante precisa de luz para realizar o seu serviço. 
- A idade do cirurgião também influencia na quantidade de luz, de modo que um homem de 60 anos precisa de 7x mais luz do 
que um jovem de 20 anos. Ademais, a modulação da intensidade da luz dependerá dos reflexos orgânicos, dos instrumentos, 
dos campos e compressas cirúrgicas. 
• Tecidos orgânicos -> refletem só 8-10% da luz incidente. 
• Compressas brancas -> refletem 75-80% da luz incidente. 
• Instrumentos e afastadores polidos -> podem refletir até 90% da luz incidente. 
- O foco de luz do campo operatório deve gerar um campo iluminado de 25cm de diâmetro. E a iluminação da sala deve ser feita 
de tal forma que reduza o contraste entre o campo operatório e o resto do ambiente, no intuito de se evitar fadiga visual. 
Ressalta-se ainda que o foco de luz deverá incidir PERPENDICULARMENTE na ferida operatória a uma distância de ~120cm e, de 
acordo com o desenrolar da cirurgia, ser mudado de posição de acordo com a área a ser iluminada. 
- O uso de foco auxiliar de luz, foco frontal e foco suplementar manual de fibras de vidro (difícil manuseio e pode lesar tecidos 
devido à grande liberação de calor) é de grande valia na iluminação complementar do campo operatório. 
- Cor da luz: a luz é contraindicada na sala de operação e nas salas de recuperação anestésica, já que impedem a constatação 
precoce de cianose de mucosa e extremidades. 
OBS: O excesso de calor no campo operatório advindo da radiação do foco de luz pode ser reduzido através do uso de filtros de 
vidro que, além de reduzir o calor radiante, podem fornecer correção do calor da luz. 
 
3.2) TEMPERATURA E UMIDADE 
- Para a equipe cirúrgica, a temperatura da sala cirúrgica mais confortável para a realização de sua atividade é de 19-21C (abaixo 
disso o paciente pode ficar hipotérmico ao final da cirurgia). Além disso, o uso de drogas anestésicas que causam vasodilatação 
periférica (éter, protoxido de nitrogênio, halotano e narcóticos em geral) impede conservação adequada da Tc dos pacientes 
que estão sendo operados. 
Ambiente com baixo teor de umidade: favorece a propagação de faíscas elétricas e perda excessiva de água pelo paciente, em 
virtude da evaporação por grandes incisões, ou durante cirurgias de longa duração. 
Ambiente com umidade relativa do ar > 70%: ambiente cirúrgico propício para o desenvolvimento de bactérias. 
Ambiente com umidade relativa do ar> 60%: pode influenciar negativamente no funcionamento de certos aparelhos 
eletrônicos, além de impedir a ação de raios UV para esterilização de corrente de ar dos sistemas de ventilação. 
 
3.3) SISTEMAS DE MONITORAÇÃO 
- Eletromanômetros, osciloscópio e computadores podem controlar por meio da monitorização diversas variáveis biológicas dos 
pacientes durante a cirurgia, bem como na sala de recuperação pós-anestésica e UTI. Assim, nos pacientes de alto risco e durante 
longas intervenções cirúrgicas pode-se controlar diversas variáveis biológicas pelo sistema de monitores. 
- Pode-se controlar: temperatura esofágica, temperatura retal, PA média periférica, traçado de ECG, pressão aórtica, pressão de 
AE e AD, etc. tais variáveis podem fornecer informações para um computador que possuindo um programa adequado consegue 
calcular o volume de infusão de sangue para um paciente em um certo intervalo de tempo. 
- O controle do paciente através de sistemas monitorizados possibilita acompanhamento e tratamento mais próximo da 
normalidade, durante cirurgias de grande porte ou de paciente criticamente doentes. 
 
3.4) SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO 
- Um sistema adequado de comunicações permite a adoção de condutas precisas e imediatas, várias vezes essenciais para a 
manutenção da segurança e rigidez dos pacientes que estão sendo operados. 
- Os sistemas de comunicação do ambiente cirúrgico poderão ser desde sinais luminosos, campainhas, telefones, interfones 
controlados numa central, galerias para visualização das salas de operações até circuito interno de televisão. 
- Possibilita no centro cirúrgico: 
• Evitar o tráfego desnecessário de pessoas e materiais (reduz a incidência de infecção da ferida operatória); 
• Transportar informações corretas de forma mais rápida e segura aos seus destinos. 
 
3.5) VENTILAÇÃO 
- É importante devido a vários aspectos: fornecimento de ar em condições adequadas, remoção do acúmulo de gases 
anestésicos, controle de temperatura e umidade do ambiente, e especialmente a prevenção de contaminação aérea da feria 
operatória. 
- O sistema de ventilação de um centro cirúrgico deve abranger 3 aspectos essenciais: 
1. Prover o ambiente de aeração com condições adequadas, isto é, com condições adequadas de higiene e saúde; 
2. Remover as partículas potencialmente contaminantes liberadas no interior das salas de operações; 
3. Impedir a entrada no ambiente cirúrgico de partículas potencialmente contaminantes advindas de áreas adjacentes ao 
centro cirúrgico. 
- Quanto menor for a turbulência da corrente aérea em um ambiente cirúrgico, menor a possibilidade de contaminação aérea 
da ferida operatória. 
- Na sala cirúrgica, o calor fornecido através de radiação pelo foco de luz, assim como a energia em forma de calor liberada pelo 
corpo de uma pessoa paramentada para intervir no campo operatório determinam de correntes de convecção de ar. Além disso, 
a diferença de temperatura entre uma sala de operação e um corredor (“zona estéril” e “zona limpa”) pode desencadear uma 
corrente de ar e, assim, disseminar grande quantidade de partículas potencialmente contaminantes. 
NOTA: nas salas de operação, a pressão do meio ambiente deve ser mais elevada que nos demais compartimentos, e que nas 
áreas de mais sujidade a pressão ambiente seja a menor de todo o conjunto do centro operatório. 
- É indispensável que haja uma entrada e saída e, assim, tem-se uma corrente aérea dentro da sala sujo sentido dependerá só 
da disposição da entrada e saída de ar. Visando umamenor turbulência, introduziu-se o conceito de fluxo laminar linear de ar 
para ventilação do ambiente cirúrgico. Pode-se ter fluxo laminar em dois sentidos: 
• Sentido vertical de cima para baixo (teto-piso) -> 60x mais eficiente que a ventilação convencional 
 *pode ter sua eficiência aumentada pela redução do espaço da sala de operação, com a colocação de cortinas de 
plástico, que delimitam uma pequena cabine onde ficam a mesa de cirurgia, o paciente e a equipe de operação, chamada 
“cabina ultraestéril”. 
• Sentido horizontal (de uma parede para outra) -> 12x mais eficiente que a ventilação convencional 
- O fornecimento do ar deverá ser isento de partículas dispersas potencialmente contaminantes. Logo, o ar passa de início por 
um pré-filtro que reterá as partículas de maior diâmetro. Depois sofrerá uma nova filtração, agora, mais rigorosa. 
- O sistema de ventilação de uma sala de operação deve ainda remover partículas potencialmente contaminantes que são 
liberadas no seu interior, sem causar turbulência aérea. Assim, as condições ideais são as de 15-20 renovações completas do ar 
da sala de operação no espaço de uma hora. Além disso, deve haver uma velocidade média de corrente aérea que não causa 
turbulência desconforto para o paciente e elementos das equipes que estejam trabalhando dentro da sala de operação. A 
velocidade média deve ser de 0,3-0,4m/s. 
 A renovação completa de ar das salas de operações possui elevada importância na remoção de gases anestésicos que se 
libertam dos aparelhos de anestesia, constituindo perigo devido à possibilidade de explosão. 
- A eficiência do sistema de ventilação laminar linear, na remoção de partículas contaminantes, é função direta da velocidade 
da corrente aérea, que deve permanecer entre 0,3-0,5m/s, e do sentido do fluxo de ar. 
Ventilação convencional: sistema estabelecido por simples aparelhos condicionadores de ar. É totalmente contraindicado, uma 
vez que introduz na sala de operação ar contaminado e determina uma corrente aérea dotada de elevada turbulência, 
permitindo maior infecção da ferida operatória devido à contaminação aérea. 
- Ao sistema de ventilação pode-se acoplar sistemas que regulam a temperatura e a umidade da sala de operação. Outro 
componente a ser acoplado ao sistema de ventilação são os raios UV para a esterilização da corrente aérea. 
É mais importante uma rigorosa assepsia e procedimentos corretos de técnica cirúrgica para uma menor incidência de infecção 
da ferida operatória, inclusive disseminada por via aérea, do que uma ventilação mais sofisticada 
 
3.6) COR DO AMBIENTE CIRÚRGICO 
- Deve ser pintado com uma cor que combate a fadiga visual, que reduz os reflexos luminosos e que reduza a excitação nervosa 
e, assim, o cansaço físico. 
 
3.7) PISO E PAREDES 
- Piso= deve ser de material resistente, não poroso, de fácil visualização de sujeiras, de fácil limpeza, livre de ralos e frestas, 
pouco sonoro e fundamentalmente bom condutor de eletricidade estática para evitar faíscas. 
- Paredes= devem ter superfície lisa, uniforme, com cantos arredondados para facilitar a limpeza e evitar acúmulo de poeira. 
Devem ajudar ainda na redução da poluição sonora, facilitar o controle da temperatura ambiente, aumentar a capacidade de 
iluminação sem criar áreas de reflexos. 
 A junção entre as paredes e o piso deve ter rodapés arredondados para facilitar a limpeza e impedir o acúmulo de poeira. 
 Os pontos de luz, energia elétrica, de oxigênio e ar comprimidos deverão distar 150 cm acima do piso para evitar que 
faíscas eventuais inflamem gases anestésicos depositados junto ao piso. 
 
4.Equipe cirúrgica: hoje a medicina possui vários métodos auxiliares de diagnóstico e preparo pré-operatório, permitindo que 
o ato cirúrgico seja feito com condições ideais, com a correção dos desvios metabólicos e o equilíbrio das funções orgânicas. 
Além disso, os cuidados intensivos usados depois da cirurgia, usando aparelhos de alta complexidade próprios para aferir e 
corrigir até mesmo pequenas alterações funcionais do corpo, de nada servem se a intervenção cirúrgica foi defeituosa, deixando 
sequelas irreparáveis. Assim, o ato cirúrgico é um trabalho ordenado e em grupo, não sendo apenas uma sequência de 
movimentos para a retirada da lesão patogênica e reconstituição dos tecidos. 
4.1) CIRURGIÃO 
- É o principal executor e responsável pela intervenção cirúrgica. Para tal ele precisa ter características essenciais: rapidez de 
raciocínio, destreza manual, atitude de comando, decisões prontas e equilíbrio emocional. 
- Deve possuir conhecimentos profundos de anatomia, fisiologia, fisiopatologia e anatomopatologia. Assim, deve ser capaz de 
diferenciar os tecidos alterados pela doença daqueles estruturais nobre com todas as suas variedades de trajeto e posição. Deve 
ainda saber das repercussões da lesão primitiva sobre os tecidos vizinhos e a melhor forma de reparar os danos consequentes 
à retirada do órgão lesado. 
 
4.2) EQUIPE CIRÚRGICA 
- O trabalho na cirurgia é dividido entre o cirurgião e seus colaboradores. Assim, cada elemento possui funções específicas, no 
intuito de dar maior perfeição ao ato cirúrgico e maior rendimento. 
- Quem coordena o bloco cirúrgico é o coordenador do bloco e não o cirurgião. 
- Composição: anestesista, cirurgião, assistente e instrumentador. 
 Anestesista: realiza a escolha do pré-anestésico e da anestesia adequada, autorizando o início da cirurgia e solicitando 
sua suspensão ou interrupção na vigência de risco de vida. Durante o ato cirúrgico é de sua responsabilidade a vigilância 
constante do enfermo, aferindo e corrigindo as variações da homeostase decorrentes da intervenção. Ao término da 
cirurgia deve finalizar e orientar a recuperação anestésica até que o operado possua condições de manter seus reflexos 
vitais. 
 Comandante geral: é um anestesista ou enfermeiro, normalmente. Organiza o bloco, o tempo, qual cirurgia vai ocorrer, 
a sala, qual cirurgia ocorre primeiro e depois. 
 Cirurgião: responsável pela intervenção, realizando as manobras básicas da cirurgia. Secciona estruturas, faz a hemostasia 
e promove a síntese dos tecidos até o término do ato cirúrgico. Deve coordenar o trabalho de toda a equipe. A harmonia 
desta tarefa será alcançada se houver condições de liderança para orientar seus colaboradores. O cirurgião deve ainda 
escolher colaboradores com os quais possua afinidade, estimulando e elogiando constantemente seu desempenho. 
 O cirurgião preside o ato cirúrgico e não o bloco, e não preside o procedimento, só a ação dele. 
 Circulante: realiza a comunicação externa do bloco cirúrgico, isto é, é responsável pela comunicação com o meio externo. 
Disponibiliza os materiais (leva até as salas, mas NÃO monta o material), colocando na sala o material que precisa e, assim, 
providencia equipamentos. 
 É um enfermeiro ou técnico em enfermagem. 
 1º auxiliar: possui a função de colocar o doente em posição adequada na mesa operatória e de preparar o campo 
cirúrgico. Os auxiliares devem ser cirurgiões. Devem ainda realizar as seguintes funções: 
 Organizar em mesa apropriada, seu instrumental, que é constituído de: pinça com dente de rato, pinça 
anatômica, tesoura, afastadores e válvulas para exposição do campo operatório. 
 Durante a intervenção, coloca-se em frente ao cirurgião, ajudando nas manobras de hemostasia, amarrando os 
fios das suturas e afastando as estruturas de forma adequada e suave, evitando ao máximo traumatizar os 
tecidos. 
 O assistente eficaz conhece os tempos operatório, está sempre atento às manobras da sua atribuição e consegue 
realizar suas tarefas sem interferir com as do cirurgião. 
 2º auxiliar: em condições especial, principalmente nas intervenções mais complexas, participa da equipe cirúrgica. Ajuda 
nas manobras de afastamento, permitindo ao 1º assistente ter maior liberdade de ação. Logo, nessascondições, o 1º 
assistente pode fazer também o pinçamento dos vasos, tendo maior facilidade para executar os nós durante a síntese 
dos tecidos. 
 Instrumentador: é o elemento de MAIOR mobilidade no campo cirúrgico, visto que mantém contato com as enfermeiras 
da sala, solicitando antecipadamente todo o material necessário para a cirurgia. Além disso, cuida da mesa do 
instrumental e participa de forma ativa no ato cirúrgico, suprindo as funções do assistente nos momentos em que este 
se encontra imobilizado afastando os tecidos. 
 NÃO precisa ser enfermeiro, mas precisa ter um curto de instrumentação. Além disso, diferente do circulante, 
o instrumentador fica no bloco e usa instrumento esterilizado. 
 Deve ter a mesa do instrumental preparada com antecedência no início da intervenção, estando os 
instrumentos e o material necessários colocados de forma adequada numa disposição sistemática para seu 
pronto reconhecimento e uso. 
 No decorrer da intervenção, o instrumentador fica voltado para o campo operatório, tendo nas mãos o 
instrumento próprio para o ato que se realiza no momento. Assim, pode-se antecipar o pedido ao cirurgião. 
 É necessário conhece a posição dos instrumentos na sua mesa de trabalho, fazendo do manuseio do 
instrumental um ato reflexo. 
 Deve manter o campo cirúrgico limpo e ordenado, substituindo compressas, colocando gazes e retirando fios e 
instrumentos inadvertidamente deixados sobre o doente. Deve encaminhar à enfermeira da sala as peças 
cirúrgicas retiradas durante a intervenção. 
 
4.3) MESA DO INSTRUMENTAL 
- No seu arranjo faz-se necessário diferencia a área habitual e a área eventual de pegada. 
a) Área habitual: é abrangida pelo círculo limitado pelo antebraço e mão dispostos como raio. Nesta área são colocados os 
instrumentos mais usados durante o ato cirúrgico, correspondendo à diérese, hemostasia e síntese. 
b) Área eventual de pegada: compreendida pelo círculo que tem como raio todo o MMSS e é onde são colocados os 
instrumentos específicos da intervenção, usados apenas em certos momentos. 
- Tal separação do instrumental visa o conforto do instrumentador, elevando seu rendimento com menor estafa. 
- Mesa: forma retangular, divindade em duas metades por uma linha paralela ao seu maior lado. 
(1) Primeira metade: Na metade próxima ao instrumentador são colocadas inicialmente os instrumentos de diérese 
representados pelo bisturi e tesouras. Ao lado destes, colocam-se as pinças para hemostasia. Os instrumentos são colocados 
com a ponta voltada para o instrumentador para serem apreendidos por esta extremidade. As pinças hemostáticas são dispostas 
de acordo com seu tipo, iniciando-se o arranjo pelas pinças retas do mesmo modelo. Nesta primeira linha, as últimas pinças a 
serem colocadas são as pinças de Kocher, que têm uso menos frequente, destinando-se à preensão de estruturas. 
(2) Segunda metade: Colocam-se inicialmente as pinças com dente de rato e as pinças anatômicas, instrumentos auxiliares das 
operações fundamentais. A seguir é disposto o material de síntese representado pelos porta-agulhas, agulhas e fios. A partir 
deste ponto colocam-se os instrumentos específicos da cirurgia a ser feita, a zona da mesa que corresponde à área eventual de 
pegada. 
- O arranjo da mesa do instrumental vai depender do local de intervenção cirúrgica. Além disso, o instrumentador se coloca em 
frente ao cirurgião e ao lado do assistente, ajustando a mesa do instrumental em posição perpendicular à mesa cirúrgica. Vale 
ressaltar ainda que existem variações no posicionamento da mesa do instrumental. Existem cirurgiões que preferem tê-la ao 
seu lado para autonomia na preensão do instrumental, só que essa posição prejudica o trabalho do instrumentador, isoando-o 
do campo operatório. Outros adotam a mesa de Mayo colocada sobre os pés do doente. 
NOTA: nas intervenções em que o cirurgião está à direita do paciente, a disposição do instrumental inicia-se da dirieta para a 
esquerda, ocorrendo o inverso quando o cirurgião está à esquerda. 
➢ 1 cirurgião (à direita do pacinete, na maioria das vezes), 1º auxiliar (de frente ao cirurgião), 2º auxiliar (lado direito do 
cirurgião) e instrumentador. Normalmente na cabeceira do paciente fica o anestesista. 
➢ Na sala de cirurgia tem técnico de enfermagem responsável pela entrega de material, o funcionamento dos aparelhos 
e é dito circulante. 
➢ Supervisão do centro cirúrgico é feito geralmente por enfermeiro com nível superior que controla a marcação de 
cirurgias (pode ser feita pelo secretário do centro cirúrgico também e geralmente é a secretária que faz, e assim não 
precisa de nível superior para isso) e coordena a equipe de enfermagem. 
 - Todo mundo que está no campo operatório está paramentado, com o capote estéril, luva estéril, gorro, máscara, para diminuir 
a contaminação do ambiente. Os pacientes muitas vezes estão cobertos por campos, que estão isolando a área operatória. 
Algumas vezes ao redor estão cobertos por campos, onde estão colocados os materiais necessários para o processo operatório. 
- O número de pessoas dentro da sala de cirurgia é diretamente proporcional a infecção cirúrgica do pós operatório, então é 
controlado o número de pessoas na sala de cirurgia. Quem coordena é o enfermeiro chefe do bloco cirúrgico. 
 
4.4) MOVIMENTO EM CIRURGIA 
- As intervenções cirúrgicas, por mais 
complexas que sejam, são um somatório de 
movimentos simples e repetidos, 
característicos das operações 
fundamentais. Assim, é possível 
estabelecer nas intervenções de rotina a 
sequência tais gestos com o conhecimento 
e a participação da equipe. Vale ressaltar, 
que o movimento durante o ato cirúrgico 
precisa ser medido e exato para as funções 
às quais se destina. Desse modo, a 
preocupação individual de cada elemento 
da equipe em realizar o gesto perfeito é a 
única forma de aprimorar o trabalho em 
conjunto. 
A equipe cirúrgica após a intervenção deve apreciar seu desempenho para corrigir eventuais falhas 
- Maioria dos instrumentos tem um gesto, o instrumentador interpreta e te entrega. Não precisa então conversar, não havendo 
gota de saliva e reduz taxa de infecção. 
- O cirurgião deve escolher a vida de acesso mais adequada para operar. O campo operatório deve estar totalmente isolado da 
área limitada ao anestesista através de campos esterilizados para facilitar a mobilidade e evitar a contaminação da ferida 
cirúrgica. Além disso, o cirurgião deve trabalhar em posição ereta e para tal utiliza movimentos da mesa cirúrgica, ajustando o 
campo operatório à altura dos seus cotovelos e próximo a si. 
ERGONOMIA= cirurgião deve se posicionar e posicionar o paciente na posição mais confortável para ele operar. 
 A postura ereta é indispensável durante a intervenção, visto que as flexões e torções da coluna vertebral por tempo 
prolongado causam fadiga, prejudicando o rendimento do trabalho. 
 O gesto durante o ato operatório deve ser delicado para minimizar o traumatismo dos tecidos, para tal, os movimentos 
são escolhidos de acordo com a capacidade, sensibilidade e força dos dedos., punhos, antebraços e braços. 
 Os movimentos dos dedos são usados nas manobras delicadas e sensíveis como as que o cirurgião faz durante a 
dissecção de tecidos. Todavia, os dedos têm pouca força e rapidamente entram em fadiga ao realizarem movimentos 
que precisem de esforços. Com os dedos utiliza-se o instrumental, palpam-se as estruturas e apreendem-se os fios de 
sutura. 
 Os movimentos do punho têm amis força, sendo usados nos gestos firmes e precisos como na realização das incisões e 
das suturas com o uso de porta-agulhas. Ao empunhá-lo com a força necessária deverá se transmitir à ponta do 
instrumento. O uso de força desmedida pode causar traumatismo dos tecidos ou quebra da agulha. 
 Os movimentos do antebraço e braço têm maior potência, mas são mais lentose imprecisos. São usados quando se 
precisa de mais força, como no afastamento de estruturas. A fadiga deste movimento depende do seu tempo de 
duração, da potência e do eixo sobre o qual é aplicado. Por isso o assistente ao afastar os tecidos deve combinar os 
movimentos de flexão com os de abdução para alternar o sentido de aplicação da força e evitar o cansaço precoce. 
 O trabalho deve ser distribuído em situação de equilíbrio entre as duas mãos apesar de ambas terem funções específicas. 
Há, todavia, situações como na realização de nós de sutura, em que as duas mãos devem estar igualmente exercitadas, 
visto que a comodidade e a justeza exigem emprego ora de uma ora de outra mão. Deve ainda haver preocupação em 
eliminar gestos imprecisos ou parasitas como o uso dos dedos e das mãos no lugar do instrumental apropriado durante 
as manobras de dissecção, os quais aumentam o traumatismo da intervenção, tirando-lhe toda a característica técnica. 
4.5) SINALIZAÇÃO E ISTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
- A sinalização cirúrgica elimina a troca de palavras durante o ato operatório, evitando a contaminação, e garante mais presteza 
na tarefa do instrumentador. É, todavia, desnecessária nas equipes bem treinadas, quando existe já previsão do instrumento ou 
material a ser solicitado e torna-se inútil quando o instrumentador desconhece os sinais adotados pelo cirurgião. Nesse caso, é 
preferível pedir o instrumento pelo seu nome em voz alta e firme para perfeita compreensão. 
- A sinalização pode ser convencionada para a maioria dos instrumentos. Apesar disso, na prática, os sinais são limitados aos 
instrumentos e materiais mais frequentemente usados, sendo preferível solicitar os demais instrumentos pelo seu nome 
próprio, no intuito de se evitar indecisões por conta da falta de compreensão do gesto. 
o O pedido do bisturi é feito com a MÃO DIRIETA com a face palmar voltada para baixo, com os 3 últimos dedos fletidos, 
estando o indicador apoiado ao polegar, imitando a forma de segurar o bisturi. A flexão realizada no punho dá a dinâmica 
ao gesto simulando a forma de usar o instrumento. Ao terminar o gesto, o cirurgião faz a rotação da mão colocando-a 
em posição cômoda para receber o instrumento. 
o O instrumentador toma o bisturi pela ponta, apresentando o cabo para o cirurgião. Nesse ato, deve haver cuidado em 
não colocar a borda cortante do bisturi voltada para sua mão, no intuito de evitar que o cirurgião fira-o ao tomar o 
instrumento. A apresentação deve ser sempre FIRME para certificar que o objeto foi entregue. 
 É um erro não permitir ao cirurgião boa pegada do instrumento, fazendo com que venha ajustá-lo sobre o campo cirúrgico 
ou sobre seu próprio avental num movimento parasita. 
o O bisturi é segurado pelo cirurgião de duas formas: 
 (a) Como um lápis, quando usado para pequenas incisões ou para dissecção; 
 (b) Como um arco de violino para incisões longas e retilíneas. 
o A solicitação da tesoura é feita com a mão direita estendida em pronação tendo os dois últimos dedos fletidos. O 
indicador e o médio estendidos realizam movimento de aproximação e afastamento imitando o corte das lâminas da 
tesoura. 
TESOURA CURVA= o instrumentador deve entregá-la com a curvatura voltada para a mão do cirurgião. Este utiliza a tesoura 
colocando os dedos polegar e anular nos seus anéis, apoiando-a com o dedo indicador e médio. Para transferí-la para a posição 
de repouso deve fazê-la girar 180º para ser empalmada pelos dedos anular e mínimo. 
o O pedido da pinça hemostática é realizado com a mão direita tendo a face palmar voltada para cima e os dedos 
estendidos. O instrumentador, tomando as pinças pela ponta, entrega-as sucessivamente ao cirurgião oferecendo 
primeiro as curvas e depois as retas, a menos que ocorra solicitação especial. As pinças curvas devem ter sua curvatura 
voltada para a mão do cirurgião e as pinças hemostáticas com fins específicos devem ser solicitadas pelo nome 
o O pedido da pinça anatômica ou da pinça com dente de rato é feito com a mão direita ou esquerda, realizando o 
movimento de pinça pela aproximação e separação do polegar e do indicador. Quando se trata de pinça anatômica os 
dedos ficam estendidos, e para pinça de dente mantêm-se fletidos. O instrumentador toma a pinça pela ponta deixando 
extensão suficiente para ser entregue em posição de uso. Na solicitação destas pinças junto com outro instrumento, o 
cirurgião fará o gesto duplo, requisitando a pinça com a mão esquerda. Nesse caso, o instrumentador faz a entrega 
simultânea do instrumental pedido, cruzando suas mãos. 
 O instrumento deve ser apresentado FECHADO para evitar que o cirurgião ao segurá-lo prenda o dedo do instrumentador. 
o O pinçamento de um vaso sangrante é feito pelo cirurgião apreendendo-o com pinça de dissecção e logo a seguir com 
hemostático curvo. O fio de ligadura é solicitado com a mão tendo a face palmar voltada para cima e os 4 últimos dedos 
em meia flexão. O instrumentador segura as extremidades do fio com as duas mãos e coloca-o estendido na concavidade 
formada pelos dedos do cirurgião. 
o O pedido do fio de sutura com o porta-agulhas é feito com o punho tendo os dedos fletidos, executando sucessivos 
movimentos de pronação e supinação, simulando a forma de usar o instrumento. O instrumentador ao entregar o porta-
agulhas segura-o pela ponta e afasta o fio para que ele não seja empalmado junto com o instrumento. 
NOTA: o assistente possui autonomia para usar os instrumentos colocados na sua própria mesa. Quando precisa de outro 
instrumento faz o gesto adequado. Assim, não deve toma-lo diretamente da mesa do instrumentador, movimentando-se pelas 
suas costas, para não tumultuar o trabalho e evitar contaminação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTRUMENTAL TEMPO FINALIDADE 
 
 
 
 
ZONAS DA MESA DE CIRURGIA: 
• Zona de pega habitual- raio antebraço; materiais usados mais frequentemente. 
• Zona de pega eventual- todo MS; raio mais distante e são instrumentais usados num tempo específico da cirurgia

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