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Nomenclatura botanica

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1 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC 
DEPTº DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - DCB 
 
MODALIDADE EAD - BOTÂNICA I-2013 
 
Prof. Luiz Alberto Mattos Silva 
 
Texto atualizado em Out/2012 
 
NOMENCLATURA BOTÂNICA 
 
 
 
OS NOMES DAS ESPÉCIES CONSISTEM NO 
NOME DO GÊNERO + O EPÍTETO ESPECÍFICO 
 
 
Poderíamos imaginar um mundo no qual os alimentos, os objetos, os 
fenômenos naturais ou os seres não tivessem nomes? 
 
 
SISTEMÁTICA: A CIÊNCIA DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA (1 ) 
 
 Quando você para e examina uma flor, um arbusto ou uma árvore,, você pode 
perguntar-se: qual o nome daquela planta?. Tal questão – surgindo de uma simples 
curiosidade para identificar organismos do mundo ao nosso redor – tem intrigado gente desde 
Aristóteles e sem dúvida desde épocas anteriores. O processo aparentemente trivial de dar 
nome a um organismo é, de fato, parte de um sistema altamente organizado para o 
estabelecimento de relacionamentos genéticos e identificação de tendências evolutivas. 
 
Se as pessoas frequentemente dão nomes locais às plantas e outros organismos na 
língua de seu país, haverá quase tantos nomes vulgares para o mesmo organismo quanto o 
número de línguas existentes. Para os botânicos – geralmente biólogos e agrônomos – essa 
pluralidade de nomes representa uma barreira significativa para o compartilhamento de 
informações. Portanto, além dos “nomes comuns, ou nomes vulgares, ou nomes locais ou 
regionais”, que variam de país para país (até entre regiões de um mesmo país), cada 
organismo também tem um nome científico – um nome latino com duas palavras que o 
identifica precisamente em qualquer lugar do mundo. 
 
O nome científico não apenas fornece uma “carteira de identidade” universal para um 
organismo, mas também fornecepistas acerca das relações de um organismos com outro. 
 
Os homens primitivos usavam as plantas comestíveis e medicinais que cresciam em 
seu ambiente, reconhecendo centenas de plantas diferentes. Este reconhecimento primitivo 
das plantas úteis e nocivas assinalou o início da Botânica Sistemática. 
 
 O desenvolvimento da linguagem fez com que o conhecimento acumulado a partir das 
observações nas plantas pudesse ser transmitido de geração em geração. 
 
1
 Os três primeiros parágrafos foram compilados de Raven et al. (2001). 
 2 
 Atualmente, o reconhecimento básico e o agrupamento das plantas têm-se 
desenvolvido em uma ciência altamente complexa, encarregada de classificar as plantas em 
grupos com base nas relações evolutivas. A Botânica Sistemática inclui todas as atividades 
que formam parte do esforço de organizar e registrar a diversidade das plantas para, assim, 
familiarizar-se com as fascinantes diferenças que existem entre as espécies vegetais. 
 
 Tradicionalmente, a classificação de um organismo recém-descoberto e sua relação 
filogenética com outros organismos tem sido estimada com base em suas semelhanças gerais 
externas, relativamente a outros representantes daquele táxon. As árvores filogenéticas 
construídas pelos métodos tradicionais, raramente incluem considerações detalhadas de 
informação comparada. Em vez disso, elas refletem a avaliação relativamente intuitiva e a 
ponderação de um grande nº de fatores. 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA NOMENCLATURA 
 
NOMES CIENTÍFICOS x NOMES COMUNS 
 
 Para designar as espécies, existem dois tipos de nomenclatura: a vernacular e a 
científica. A primeira trata dos nomes que a população atribui às plantas, os quais variam 
bastante de uma região para a outra e, em muitos casos, dentro de uma mesma região, 
dependendo de quem a utiliza. A nomenclatura científica, por outro lado, é universal e única. 
Isto é, o nome de uma espécie não sofre variação e não pode ser utilizado para outras 
espécies. Seu uso obedece a regras rígidas contidas no Código Internacional de Nomenclatura 
Botânica, oferecendo segurança para os usuários. Por essa razão, a nomenclatura científica 
permite o diálogo sobre determinada espécie entre pessoas de diferentes países e regiões e 
promove o acesso às informações sobre a mesma. 
 
 Pesquisas em acervos bibliográficos e de herbários e levantamentos em madeireiras, 
indicam o uso de muitos nomes vulgares para uma mesma espécie e diferentes espécies 
botânicas sendo chamadas pelo mesmo nome vulgar. 
 
 No comércio de madeiras, os nomes vulgares são atribuídos às espécies através de 
características como cor, cheiro, forma e densidade, levando os compradores e comerciantes 
ao agrupamento de espécies, aumentando assim a pluralidade de noves vulgares utilizados. 
 O conhecimento da identidade correta de uma planta viabiliza o acesso à informação 
sobre aquela espécie, por exemplo, sobre suas propriedades e usos. A identificação errada 
inviabiliza este acesso ou, ainda pior, resulta em informação errada. 
 
 Na Amazonia, por exemplo, o nome “Angelim” é atribuído a várias espécies de 
Leguminosas, principalmente dos gêneros Andira, Dinizia, Hymenolobium, Vatairea e 
Vataireopsis. Existem, no entanto, outros gêneros que também recebem o mesmo nome de 
“Angelim”, até mesmo de diferentes famílias botânicas (Ferreira & Hopkins, 2004) 
 
Por que os botânicos usam os nomes científicos em latim, em lugar dos nomes comuns 
em sua língua??? 
 
 Em resumo, os nomes comuns apresentam uma série de problemas: 
 Primeiro, os nomes comuns (nomes vulgares, nomes populares), não são 
universais e podem aplicar-se somente em uma língua 
 Segundo, os nomes comuns usualmente não proporcionam informações que 
indique as relações de gênero e família 
 Terceiro, se uma planta é muito conhecida, pode ter uma dezena ou mais de nomes 
comuns 
 3 
 Quarto, em ocasiões duas ou mais plantas podem ter o mesmo nome comum 
(exs.: piaçava, carquejo, cidreira, cacau) 
 Quinto, muitas espécies – em particular as que são raras – não tem nomes comuns. 
 
 Um sistema de classificação é necessário porque permite a identificação das plantas e 
dos animais e a comunicação científica com outros estudiosos. Na realidade, o nome de uma 
planta é a chave que abre a porta à totalidade de sua biologia. 
 
 A Botânica Sistemática não tem significado unicamente para os cientistas. Pode ser 
utilizada por outras pessoas interessadas na História Natural das plantas e que tenham 
interesses ou treinamentos diversos. 
 
 
COMPOSIÇÃO DO NOME CIENTÍFICO 
 O nome do gênero e o epíteto específico formam juntos o binômio que se conhece 
como “nome da espécie”. O termo “nome da espécie”com freqüência se usa erroneamente 
para referir-se somente ao epíteto específico, pelo fato do nome da espécie constar tanto do 
nome genérico como do epíteto específico (gênero + espécie). Ao nome científico deve seguir 
o terceiro elemento, ou seja, o nome da pessoa ou das pessoas que descreveram formalmente a 
planta. 
 
 Por exemplo, o nome completo do feijão é Phaseolus vulgaris L. e o do cravo-da-índia 
é Syzygium aromaticum Merr. & L. M. Perry, onde Phaseolus e Syzygium são os nomes dos 
gêneros, vulgaris e aromaticum os nomes das espécies e L. (abreviatura de Linneo) e Merr. & 
L. M. Perry são, respectivamente, os autores das descrições. 
 
 O nome científico não apenas fornece uma “carteira de identidade” universal para um 
organismo, mas também fornece pistas acerca das relações de um organismo com outro. 
 
 Para garantir uma certa estabilidade e universalidade aos nomes dados aos diferentes 
táxons, esses não devem ser dados arbitrariamente, mas sim de acordo com as normas de 
nomenclatura, que constituem o Código Internacional de Nomenclatura Botânica.CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA BOTÂNICA 
 
O Código está organizado segundo princípios, regras e recomendações, sendo 
atualizado a cada 4 anos, durante os Congressos Internacionais de Botânica. Os códigos 
podem sofrer modificações, sempre que aprovadas numa Sessão de Nomenclatura, durante 
um Congresso Internacional de Botânica. Desta forma, após a realização de um Congresso 
Internacional de Botânica o Código é re-editado com as mudanças propostas. 
 
 O último Código é bem recente, ou seja, foi publicado agora em 2006, já trazendo as 
atualizações discutidas e aprovadas pelo XVII Congresso Internacional de Botânica, realizado 
em Viena, Áustria, em julho de 2005 e traduzido para o português por J. McNeil et al. (2007). 
O próximo Código somente será alterado em 2011, após a realização do XVIII Congresso 
Internacional de Botânica, a ser realizado em Melbourne, Austrália, em julho de 2011. 
 
O Código é constituído de: Divisões, Princípios, Seções, Capítulos, Artigos, 
Apêndices, Exemplos, Regras e Recomendações. Os Artigos são obrigatórios e as 
Recomendações não. De acordo com a última versão do Código Internacional, adotado no 
referido Congresso Internacional, a Botânica necessita de um sistema preciso e simples de 
nomenclatura para ser usado pelos botânicos em todos os países, que lide por um lado com os 
termos que denotam nível dos grupos ou unidades taxonômicas e por outro com os nomes 
 4 
científicos aplicados aos grupos taxonômicos individuais de plantas. O propósito de dar um 
nome a um grupo taxonômico não é de indicar seus caracteres ou história, mas de suprir um 
meio de se referir a ele e de indicar seu nível taxonômico. O Código visa prover um método 
de denominação dos grupos taxonômicos, evitando e rejeitando o uso de nomes que possam 
causar erro ou ambiguidade ou lançar a ciência em confusão. A importância, é evitar a criação 
inútil de nomes. 
 
 Os Princípios constituem a base do sistema de nomenclatura botânica. 
 
 As provisões detalhadas estão divididas em Regras, organizadas em Artigos e 
Recomendações. Exemplos são acrescidos às Regras e recomendações para ilustrá-los. 
 
 O objetivo das Regras é colocar a nomenclatura do passado em ordem e prover para o 
futuro; nomes contrários a uma regra não podem ser mantidos. 
 
 As Recomendações lidam com pontos subsidiários, sendo sua finalidade trazer maior 
uniformidade e clareza, especialmente à nomenclatura futura; nomes contrários a uma 
recomendação não podem, nesse sentido, ser rejeitados, porém, não constituem exemplos a 
serem seguidos. 
 
 As Regras e Recomendações são aplicadas a todos os organismos tradicionalmente 
tratados como plantas, sejam eles fóssseis ou não, por exemplo, algas azuis (Cyanobacteria). 
 Na ausência de uma regra relevante ou quando as consequências das regras são 
duvidosas, segue-se o uso estabelecido. 
 
 O Código Internacional para Nomenclatura de Plantas Cultivadas está sendo 
preparado sob a coordenação da Comissão Internacional para a Nomenclatura de Plantas 
Cultivadas, com o uso e a formação de nomes para categorias especiais de plantas na 
nomenclatura em agricultura, silvicultura e horticultura. 
 
 
DIVISÃO I 
PRINCÍPIOS DO CÓDIGO INTERNACIONAL 
 
 Os princípios formam a base e estabelecem a filosofia do sistema nomenclatural. 
 
Existem 6 princípios: 
 A nomenclatura Botânica é independente da nomenclatura Zoológica e da 
Bacteriológica; 
O Código se refere unicamente à nomenclatura das plantas. Entretanto, o mesmo 
nome que se dá a uma planta pode usa-lo os zoólogos para nomear os animais 
 A aplicação de nomes dos grupos é determinada por meio de tipos 
nomenclaturais; 
O princípio do ”tipo” sustenta que o nome de cada sp. deve associar-se com um 
espécimen particular, o tipo nomenclatural 
 A Nomenclatura de um grupo taxonômico está baseada na prioridade de 
publicação; 
Este princípio tão importante, sustenta que o nome correto é o nome mais antigo 
já publicado de acordo com as regras. Os nomes que se publicam primeiro têm 
preferência sobre os nomes ‘a posteriori’. O Princípio da Prioridade na 
nomenclatura botânica começa e 1º de maio de 1753 que é exatamente a data da 
publicação da primeira edição de Species Plantarum de Linneo. 
 Cada táxon tem apenas um nome válido; 
 5 
Cada grupo taxonômico com uma delimitação particular (circunscrição), 
posição e nível próprios pode ter apenas um nome correto, a saber, o mais antigo 
em conformidade com as Regras, salvo em casos especificados. 
 Nomes científicos de grupos taxonômicos são tratados em latim, 
independentemente de sua derivação; e 
 As regras de nomenclatura são retroativas, a menos que expressamente 
limitadas (ou seja, salvo a existência de uma indicação contrária). 
 
As regras são organizadas em artigos, os quais visam por em ordem os nomes já 
existentes e orientar a criação de novos nomes. 
 
As recomendações tratam de pontos secundários e indicam a melhor forma de escolha 
de um nome. 
 
DIVISÃO II 
REGRAS E RECOMENDAÇÕES 
 
CAPÍTULO I. Categorias dos Taxa e termos que os designam 
 
Art. 1. Grupos taxonômicos de qualquer nível (categoria) deverão, conforme este Código, ser 
referidos “táxons” (taxa); singular: “táxon” (taxon). 
Art. 2. Cada planta individual, ou seja, cada indivíduo vegetal, é tratada como pertencente a 
um número indefinido de táxons de categorias (níveis) hierarquicamente subordinadas, dentre 
as quais o nível de espécie constitui o nível básico. 
Art. 3. Os principais níveis (categorias) de táxons em ordem descendente são so seguintes: 
reino (regnum), divisão ou filo (divisio, phylum), classe (classis), ordem (ordo), família 
(familia), gênero (genus) e espécie (species). Assim sendo, cada espécie pertence a um 
gênero, cada gênero a uma família etc. Os principais níveis de nototáxons (táxons híbridos) 
são notogênero e notoespécies. Estes níveis são o mesmo que gênero e espécie. A adição da 
partícula “noto” indica seu caráter híbrido. 
Art. 4.1. Os níveis secundários de táxons são os seguintes em ordem descendente: tribo 
(tribus) entre família e gênero, seção (sectio) e série (series) entre gênero e espécie, e 
variedade (varietas) e forma (forma) abaixo de espécie. 
Art. 4.2. Se houver necessidade de um maior número de níveis (categorias) de táxons, os 
termos para nomeá-los são criados pela adição do prefixo “sub“ aos termos que denotem os 
níveis hierárquicos principais ou secundários. Uma planta pode, portanto, ser assim assinalada 
para os táxons das seguintes categorias (em ordem decrescente): Reino, Subreino, Filo ou 
Divisão (Subfilo ou Subdivisão), Classe, Subclasse, Ordem, Subordem, Família, 
Subfamília, Tribo, Subtribo, Gênero, Subgênero, Seção, Subseção, Série, Subsérie, 
Espécie, Subespécie, Variedade, Subvariedade, Forma, Subforma. 
 
O termo Divisão é usado para representar a categoria de magnitude superior dentro do 
Reino Vegetal. A Divisão é representada por um grupo de caracteres escolhidos entre as 
estruturas reprodutoras, morfológicas e anatômicas. Num passado distante, os componentes de 
cada Divisão tiveram um ou mais antepassados comuns aos componentes de outra Divisão. A 
existência de tais relações significa que as fronteiras ou critérios, pelos quais se separam umas 
divisões das outras, não são tão definidos ou isentos de exceções. Por esse motivo, as divisões 
são caracterizadas mais por um conjunto de caracteres do que por um único caráter. 
 
 O Gênero é uma categoria cujos componentes – as espécies – tem mais caracteres em 
comum do que com as espécies de outros gêneros da mesma família. Uma deficiência inerente 
a este conceito é que, ao delimitar gêneros, não é possível consideraros caracteres escolhidos 
como tendo igual valor em todos os gêneros da mesma família. 
 6 
 A Espécie é o conjunto de indivíduos que por todos os seus caracteres, considerados 
essenciais pelo observador, concordem entre si e com os seus descendentes. Conceito 
estudado até hoje de espécie resume que é um conjunto de indivíduos capazes de 
intercruzarem livremente, produzindo indivíduos-filhos, férteis, semelhantes entre si e seus 
ancestrais e que ocupam uma área geográfica comum. 
 
CATEGORIA SUFIXO e EXEMPLO 
 
Reino 
Subreino 
 Filo (ou Divisão) 
 Subfilo (ou Subdivisão) 
 Classe 
 Subclasse 
 Superordem 
 Ordem 
 Subordem 
 Família 
 Subfamília 
 Tribo 
 Subtribo 
 Gênero 
 Subgênero 
 Seção 
 Subseção 
 Série 
 Subsérie 
 Espécie 
 Subespécie 
 Variedade 
 Subvariedade 
 Forma 
 Subforma 
 Clone 
 (Cultivar, Híbrido) 
 
 
- bionta 
 
- phyta (ex.: Magnoliophyta) 
- phytina 
- opsida (ex.: Magnoliopsida) 
- idae 
- anae 
- ales (ex.: Asterales) 
- ineae 
- aceae (ex.: Asteraceae) 
- oideae 
- eae 
- inae 
Vernonia (ìtálico, letra inicial maiúscula) 
 
 
 
 
 
 
V. angustifólia Michx. (itálicos,inicial 
 da sp. minúscula) 
 
 
 
 
 
Fontes: Judd, W. S. et al. (1999) e McNeil, J. et al. (2007). 
 
 7 
Exemplo de uma classificação hierárquica para o guaraná [Paullinia cupana H.B.K. – 
Família Sapindaceae]: 
 
CATEGORIA TAXON 
 
Reino 
 Filo (ou Divisão) 
 Subfilo (ou Subdivisão) 
 Classe 
 Ordem 
 Família 
 Gênero 
 Espécie 
 
 
Chlorobionta 
Embryophyta 
Tracheophytina 
Angiosperma 
Sapindales 
Sapindaceae 
Paullinia 
Paullinia cupana 
 
 
CAPÍTULO II. Status, Tipificação e Prioridade de Nomes (Nomes dos Taxa) 
 
Seção 2. Tipificação 
Art. 7.1. A aplicação de nomes de táxons do nível (categoria) de família, ou abaixo desta, é 
determinada através de tipos nomenclaturais. 
Art. 7.2. Um tipo nomenclatural (typus) é o elemento ao qual o nome de um taxon está 
permanentemente ligado, seja como o nome correto ou como um sinônimo. O tipo 
nomenclatural não é, necessariamente, o elemento mais típico ou mais representativo de um 
táxon. Para determinação de um tipo o botânico deve se basear no protólogo. 
Protólogo (do grego protos, primeiro; logos, discurso): tudo associado com o nome 
em sua publicação válida, por ex., descrição ou diagnose, ilustrações, referências, 
sinonímia, dados geográficos, citação de espécimes, discussão e comentários. 
Art. 7.11. Para fins de prioridade (Arts. 9.17, 9.18 e 10.5), a designação de um tipo só é 
consumada se o tipo for definitivamente aceito como tal pelo autor que efetuou a tipificação, 
se o o elemento-tipo for claramente indicado pela citação direta incluindo o termo ‘tipo’ 
(typus) ou equivalente e, em ou a partir de 1º de janeiro de 2001, se a afirmação da tipificação 
incluir a frase ‘aqui designado’ (hic designatus) ou algo equivalente. 
Recomendação 7A. É fortemente recomendado, que o material no qual o nome de um táxon 
está baseado, especialmente o Holótipo, seja depositado em um herbário público ou a 
qualquer outra coleção pública, cujo regulamento permita livre acesso dos botânicos de boa fé 
aos materiais ali depositados e que o mesmo seja escrupulosamente conservado. 
Art. 8.1. O tipo (holótipo, lectótipo ou neótipo) do nome de uma espécie ou táxon infra-
específico é um único espécime conservado em um herbário, outra coleção ou instituição, ou 
é uma ilustração. 
Art. 8.2. Para fins de tipificação, um espécime é uma coleta ou parte de uma espécie ou 
táxon infra-específico feita num único momento, não consideradas as misturas (veja Art. 9.2). 
Ele pode consistir de uma única planta inteira, de partes de uma ou várias plantas ou de 
múltiplas pequenas plantas. Um espécime normalmente é montado numa única exsicata de 
herbário ou em preparações equivalentes, tais como: caixa, envelope, frasco ou lâmina de 
microscopia. 
Art. 8.4. Espécimes-tipo de nomes de táxons devem ser permanentemente preservados e não 
podem ser plantas vivas ou culturas. Entretanto, culturas de algas e fungos, se preservadas em 
estado metabólico inativo (por ex.: liofilização ou congelamento profundo), são aceitáveis 
como tipos. 
Art. 9.1. Um holótipo (holotypus) de um nome de uma espécie ou de um táxon infra-
específico spécimes 
 8 
Definições de Tipos (mais informações no Código, Artigos 9.1 a 10.7) 
 
Chama-se typus o espécime conservado num herbário, do qual se fez uma diagnose 
original. O typus compreende: 
 
 Holótipo 
 
Holotypus  o tipo escolhido pelo autor como modelo e designado 
por ele, na descrição original 
 Isótipo Isotypus  Duplicata(s) do Holotypus 
 Lectótipo Lectotypus  É um espécime ou ilustração designado(a) a partir do 
material original como tipo nomenclatural, se não 
houve designação de Holótipo na época da publicação 
ou se o Holótipo está desaparecido 
 Parátipo Paratypus  quaisquer exemplares (coletas) citados no protólogo, 
que não seja o Holótipo, nem um Isótipo, que tenham 
sido estudados simultâneamente pelo autor, mas de 
outras coletas com numerações e coletores diferentes. 
 Neótipo Neotypus  um espécime ou ilustração selecionado para servir 
como tipo nomenclatural, quando todo o material 
original sobre o qual o nome do táxon foi baseado se 
encontra desaparecido 
 Síntipo Syntipus  qualquer espécime citado pelo autor no protólogo 
quando não há Holótipo, ou seja, quando nenhum foi 
designado ou especificado como Holotypus ou 
quando dois ou mais espécimes forem designados, 
indistintamente, como tipos. As duplicatas dos 
Syntipus denominam-se Isosyntipus. 
 Fotótipo Fototypus  foto do Typus. 
 
10.6. O tipo de um nome de uma família ou de qualquer subdivisão de uma família é o 
mesmo do nome genérico no qual está baseada (ex.: Poa – Poaceae; Areca – Arecaceae). 
 
Seção 3. Prioridade 
Art. 11. Cada família ou taxon de nível inferior com circunscrição (delimitação), posição e 
nível particulares pode ter apenas um nome correto. Exceção especial feita a 9 famílias e uma 
subfamília, para as quais nomes alternativos são permitidos (ver nos Artigos 18.5 e 19.7). 
Art. 13.1. A publicação válida dos nomes de plantas de diferentes grupos é tratada como 
iniciando nas seguintes datas: 
Spermatophyta e Pteridophyta – 1º de maio de 1753 (Linnaeus, Species Plantarum) 
Musci (exceto Sphagnaceae), 1º de janeiro de 1801 (Hedwig, Species Muscorum) 
Sphagnaceae e Hepaticae, 1º de maio de 1753 (Linnaeus, Species Plantarum) 
Fungi, 1º de maio de 1753 (Linnaeus, Species Plantarum) 
Algae, 1º de maio de 1753 (Linnaeus, Species Plantarum) 
 
 
CAPÍTULO III. Nomenclatura dos Taxa de acordo com seu nível 
 
Seção 1. Nomes de táxons acima do nível de família 
Art. 17. Nomes automaticamente tipificados de ordens ou subordens devem terminar em ales 
e ineae, respectivamente. 
 
Seção 2. Nome de famílias e subfamílias, tribos e subtribos 
Art. 18.1. O nome de uma família é um adjetivo plural usado como substantivo; ele é 
formado pela adição do sufixo aceae ao radical do nome legítimode um gênero incluído. 
Exemplos: Arecaceae (de Areca), Rosaceae (de Rosa, Rosae), Salicaceae (de Salix, Salicis). 
 9 
Art. 18.4. Quando o nome de uma família foi publicado com uma terminação imprópria em 
latim, a terminação deve ser mudada para concordar com as regras, sem mudança do autor da 
citação ou da data de publicação. 
 
Art. 18.5. Os seguintes nomes, consagrados pelo longo uso, são tratados como validamente 
publicados: 
 
Nome 
Consagrado 
Nome Atual Nome Consagrado Nome Atual 
Compositae 
Cruciferae 
Gramineae 
Guttiferae 
Labiatae 
Asteraceae (tipo: Aster L.) 
Brassicaceae (tipo: Brassica L.) 
Poaceae (tipo: Poa L.) 
Clusiaceae (tipo: Clusia L.) 
Lamiaceae (tipo: Lamium L.) 
 Palmae 
Leguminosae 
 
Papilionaceae 
Umbelliferae 
Arecaceae (tipo: Areca L.) 
Fabaceae (tipo: Faba Mill.. 
 = Vicia L.) 
Fabaceae (tipo: Faba Mill.) 
Apiaceae (tipo: Apium L.) 
 
Art. 19.1. O nome de uma subfamília é um adjetivo plural usado como um substantivo; é 
formado da mesma maneira que o nome de uma família, porém, utilizando a terminação 
oideae em vez de aceae. Ex.: Rosoideae (subfamília incluída na família Rosaceae) 
Art. 19.3. Uma tribo é nomeada de modo similar, usando a terminação eae (ex.: Roseae, fa 
família Rosaceae) e a subtribo de maneira semelhante, usando-se a terminação ineae (ex.: 
Poineae, da família Poaceae). 
Seção 3. Nomes de gêneros e subdivisões de gêneros 
Art. 20.1. O nome de um gênero é um substantivo no singular e é escrito com uma letra 
inicial maiúscula. Ele pode ter qualquer origem e ser formado de maneira totalmente 
arbitrária, mas não pode terminar em virus. 
Art. 20.3. O nome de um gênero não pode consistir de duas palavras, a menos que estas 
palavras sejam unidas por um hífen. 
Recomendação 20
a
. Os botânicos que designam nomes genéricos devem levar em conta as 
seguintes recomendações: 
a. utilizar terminações em latim, sempre que possível 
b. evitar nomes não facilmente adaptáveis à língua latina 
c. não constituir nomes que sejam muito longos ou de difícil pronúncia em latim 
d. não constituir nomes pela combinação de palavras de diferentes línguas 
e. não constituir nomes genéricos pela combinação de partes de 2 nomes genéricos já 
existentes (ex.: Hordelymus de Hordeum e Elymus) porque tais nomes podem ser 
confundidos com nomes de híbridos intergenéricos 
f. não dedicar gêneros a pessoas não relacionadas com a botânica ou, pelo menos, com 
as ciências naturais 
 
Seção 4. Nome de espécies 
Art. 23.1. O nome de uma sp. é uma combinação binária constituída do nome do gênero 
seguido por um único epíteto específico. Se um epíteto consiste de duas ou mais palavras, 
estas devem ser combinadas, formando uma só ou ligadas por um hífen. 
Art. 23.2 O epíteto no nome de uma sp. pode ter qualquer origem e pode, inclusive, ser 
composto arbitrariamente. 
Recomendação 23A. Para formar epítetos específicos, os botânicos deverão levar em conta 
as seguintes considerações; 
a. utilizar terminações latinas, sempre que possível 
b. evitar epítetos que sejam muito longos e de difícil pronúncia em latim 
c. não constituir nomes pela combinação de palavras de diferentes línguas 
d. evitar aqueles formados de duas ou mais palavras hifenizadas 
e. evitar, no mesmo gênero, os epítetos que sejam muito semelhantes entre si, 
especialmente aqueles que diferem somente em suas últimas letras ou no arranjo de 
duas letras 
 10 
f. evitar o uso de nomes de localidades pouco conhecidas ou muito pequenas, a menos 
que a espécie seja demasiadamente local. 
 
Seção 5. Nomes de táxons abaixo da categoria de espécie (táxons infra-específicos) 
Art. 24. O nome de um taxon infra-específico é uma combinação do nome de uma espécie e 
um epíteto infra-específico. Um termo conectante (de ligação) é usado para designar o nível 
ou categoria [exs.: Panicum maximum Jacq. var. gongyloides Doell. (capim-colonião ou 
capim-guiné); Theobroma cacao L. subsp. sphaerocarpum Cuatr. var. para (cacau-
parazinho); Saxifraga aizoon subf. surculosa Engl. & Irmsh. - este táxon também pode ser 
referido como Saxifraga aizoon var. aizoon subvar. brevifolia f. multicaulis subf. surculosa 
Engl. & Irmsh. etc.]; desta maneira, é fornecida a classificação completa da subforma dentro 
da espécie, não somente seu nome. 
 
Seção 6. Nomes de plantas cultivadas 
Art. 28.1. As plantas trazidas do campo para cultivo retém os nomes que são aplicados aos 
mesmos táxons que crescem na natureza. 
 
CAPÍTULO IV. Publicação efetiva e válida 
 
Seção 1. Condições e datas de publicação efetiva 
Art. 29. A publicação é efetiva, segundo o Código, somente pela distribuição de matéria 
impressa (através de venda, permuta ou doação) ao público em geral ou, pelo menos, às 
instituições botânicas com bibliotecas acessíveis aos botânicos em geral. Não é efetiva pela 
comunicação de nomes novos em reuniões públicas, pela colocação de nomes em coleções ou 
jardins abertos ao público, pela produção de microfilme feito a partir de manuscritos, textos 
datilografados ou outro material não publicado, pela publicação online ou pela disseminação 
de material distribuído por via eletrônica. 
Art. 31.1. A data de publicação efetiva é a data na qual a matéria impressa tornou-se 
disponível conforme definido no Art. 29. Na ausência de prova estabelecendo alguma outra 
data, a data que aparece na matéria impressa deve ser aceita como correta. 
 
Seção 3. Citação de autores 
Art. 46.1. Em publicações, técnicas ou científicas, mormente aquela que se referem à 
taxonomia e nomenclatura, é desejável citar o(s) autor(es) do nome em questão (exs.: 
Rosaceae Juss.; Rosa L.; Rosa gallica L.; Rosa gallica var. eryostila R. Keller). 
Art. 49.1. Quando um gênero ou um táxon de categoria inferior muda de categoria (ou seja, 
tem seu nível alterado), mas conserva seu nome ou o epíteto final em seu nome, o autor do 
nome do epíteto anterior legítimo deve ser citado entre parênteses, seguido pelo nome do 
autor que efetuou a alteração (o autor do nome novo). 
Exs.: 
 - Medicago polymorpha var. orbicularis L., quando elevada ao nível de espécie 
 tornou-se (ou deve ser citada como) Medicago orbicularis (L.) Bartal. 
 - Cheirantus tristis L. transferida para o gênero Matthiola torna-se M. tristis (L.) R.Br. 
 
CAPÍTULO V. Rejeição de nomes 
Art. 51.1 Um nome legítimo não deve ser rejeitado somente porque ele ou seu epíteto não é 
apropriado, ou é desagradável, ou porque um outro é preferível ou mais conhecido, ou porque 
perdeu seu significado original (ex.: o nome Scilla peruviana L. (1753) não deve ser 
rejeitado meramente porque a espécie não cresce no Peru. 
 
 
CAPÍTULO VII. Ortografia e gênero gramatical de nomes 
Art. 60.1. A ortografia original de um nome ou epíteto deve ser mantida, exceto para a 
correção de erros tipográficos ou ortográficos e às padronizações impostas pelos Arts. 60.5 a 
 11 
60.12. (ex.: a ortografia errada Indigofera longipednnculata Fang & Zheng é, presumivelmente, 
um erro tipográfico e deve ser corrigido para I. longipedunculata). 
 
 
DIVISÃO III 
PROVISÕES PARA GOVERNANÇA DO CÓDIGO 
 
 O Código pode ser modificado unicamente por ação de uma sessão plenária de um 
Congresso Internacional de Botânica, após resolução movida pela Sessão de 
Nomenclatura do referido Congresso. 
 Comissões Permanentes de Nomenclatura são estabelecidos sob os auspícios da 
International Association for Plant Taxonomy. Os membros dessas Comissões são eleitos 
por um Congresso Internacional de Botânica. As Comissões têm poder de estabelecer 
subcomissões (ComitêGeral, além dos Comitês para Plantas Vasculares, para Bryophitas, 
para Fungos, para Algas, para Plantas Fósseis e o Comitê Editorial). 
 
 
APÊNDICE I 
NOMES DE HÍBRIDOS 
 
1. A hibridação é indicada pelo uso do sinal de multiplicação ( x ) ou pela adição do 
prefixo ‘notho’ ao termo indicando o nível do táxon; a expressão total é, então, 
chamada uma fórmula híbrida. 
Exs.: Agrotis L. x Polypogon Desf.; Salix aurita L. x S. caprea L.; 
 Mentha aquatica L. x M. arvensis L. 
2. Em geral é preferível colocar os nomes ou epítetos de uma fórmula híbrida em ordem 
alfabética; a direção de um cruzamento pode ser indicada pela inclusão dos símbolos 
dos sexos na fórmula ou pela colocação do sinal de multiplicação ( x ) antes do nome 
de um híbrido intergenérico ou antes do epíteto no nome de híbrido interespecífico, ou 
pelo prefixo ‘ noto’ para o termo que indica o nível do táxon. 
 
 
 
REGRAS DE NOMENCLATURA 
 
Datas importantes que constam do Código Internac. de Nomenclatura Botânica – 2000 
 Para propósitos de prioridade (Art. 9.17 e 10.5), a designação de um Tipo é concretizada 
somente se o tipo for definitivamente (expressamente) aceito pelo autor tipificante, isto é, 
se o Tipo for claramente indicado pela citação direta que inclua o termo “Tipo (Typus)” 
ou um equivalente, e na data de ou após 1º de janeiro de 2001, o procedimento da 
tipificação inclua a frase “aqui designado” (hic designatus) ou coisa equivalente. 
 O Holótipo (ou Lectótipo) de um nome de uma espécie ou táxon infraespecífico de 
plantas fósseis (Art. 8.5) é o espécime (ou um dos espécimes) sobre os quais as ilustrações 
validantes (Art. 38) são baseados. Quando antes, ou até 1º de janeiro de 2001, no 
protólogo de um nome de um novo táxon de plantas fóseis da categoria de espécie ou 
abaixo, um espécime Tipo é indicado mas não identificado entre as ilustrações validantes, 
um Lectótipo pode ser designado dentre os espécimes ilustrados no protólogo. Esta 
escolha é invalidada se puder ser demonstrado que o espécime Tipo original corresponde à 
outra ilustração validante. 
 
 
 
 
 12 
APONTAMENTOS DIVERSOS 
 
 O nome genérico pode ser escrito sozinho quando se refere ao grupo inteiro de espécies 
que formam aquele gênero (ex.: Dalbergia). Contudo, um epíteto específico é desprovido 
de sentido quando escrito sozinho (ex.: nigra ou brasiliensis). O epíteto específico 
brasiliensis, por exemplo, está associado a dezenas de diferentes nomes genéricos. 
 Se alguém descobre que uma espécie foi inicialmente colocada em um gênero errado e 
deve por isso ser transferida para outro gênero, o epíteto específico move-se com a espécie 
para o novo gênero. No entanto, se já existe uma espécie naquele gênero que tem aquele 
determinado epíteto específico, um nome alternativo deve ser criado. 
 Cada espécie tem um espécimen tipo, geralmente uma exsicata, que é designado ou pela 
pessoa que originalmente descreveu aquela spp. ou por um autor subsequente, se o autor 
original não fez a designação. O espécimen tipo serve como um referencial para compa-
ração com outros espécimens para determinar se eles pertencem ou não à mesma espécie. 
 
Os organismos são agrupados em categorias taxonômicas mais amplas, organizadas 
segundo uma hierarquia 
 Linnaeus reconhecia 3 reinos: vegetal, animal e mineral. Até recentemente, o reino era 
a unidade + inclusiva usada na classificação biológica. Além dela, várias outras categorias 
taxonômicas hierárquicas foram acrescentadas entre os níveis de gênero e reino. 
 
 No XV Congresso Internacional de Botânica, em 1993, o Código Internacional de 
Botânica tornou o termo filo nomenclaturalmente equivalente à divisão. Além disso, o 
Código recomendou a prática de usar itálico par todos os nomes taxonômicos, não apenas 
para os nomes de gêneros e espécies. 
 
 
 
OUTROS APONTAMENTOS [Extraídos de Peter Raven (2001)] 
 
 Após a publicação em 1859 da obra Origem das Espécies, de Darwin, as diferenças e 
semelhanças entre os organismos passaram a ser vistas como os produtos de sua história 
evolutiva, ou filogenia. 
 
 Os biólogos agora desejavam classificações que fossem não apenas informativas e 
úteis, mas também que espelhassem as relações evolutivas entre os organismos. Estas tem 
sido representadas em diagramas conhecidos como árvores filogenéticas, que mostram as 
relações genealógicas entre táxons de acordo com as hipóteses do pesquisador. 
 
 Num esquema de classificação que reflete de modo preciso a filogenia, cada táxon é, 
nas condições ideais, monofilético. Isso significa que os representantes de um táxon em 
qualquer nível hierárquico, seja ele gênero, família ou ordem, devem ser todos descendentes 
de uma única espécie ancestral. Assim, um gênero deveria consistir em toas as espécies 
descendentes do ancestral comum mais recente – e apenas de espécies daquele ancestral. De 
modo semelhante, uma família deveria ser formada por todos os gêneros descendentes de um 
ancestral comum mais distante – e apenas de gêneros descendentes daquele ancestral. 
 
 Embora esse ideal que resulta em táxons naturais, soe de modo relativamente direto, 
frequentemente se torna difícil consegui-lo. 
 
 Em muitos casos, os biólogos não conhecem o suficiente sobre a história evolutiva dos 
organismos para estabelecer táxons que sejam monofiléticos com um razoável grau de 
segurança. No entanto, nos casos em que as relações são desconhecidas ou incertas, pode ser 
mais prático criar um táxon artificial. 
 13 
 Desse modo, alguns táxons amplamente conhecidos contêm representantes 
descendentes de mais de uma linha ancestral. Dizemos que esses táxons são polifiléticos. 
Outros táxons excluem um ou mais descendentes de um ancestral comum. Diz-se que esses 
táxons são parafiléticos. 
 
 
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA: 
1. BARROSO, Graziela M. et al. 2002. Sistemática de Angiospermas do Brasil. Vol. 
 Vol. 1. (2ª ed.). Editora UFV, Viçosa, Brasil. 
2. FERREIRA, Gracialda C. & HOPKINS, Michael J. G. 2004. Manual de 
identificação botânica e anatômica - angelim. EMBRAPA, Belém (PA). 101p. 
3. JONES Jr., Samuel B. 1988. Sistemática Vegetal. 2ª ed. Libros McGraw-Hill de 
 México S. A. 
4. MARZOCA, Angel. 1985. Nociones Básicas de Taxonomía Vegetal. Editorial 
 IICA, Costa Rica. 
5. McNEILL, J. (Coord.) et al. 2007. Código Internacional de Nomenclatura 
 Botânica (Código de Viena). Rima Editora, São Carlos, SP. 181p. 
6. RAVEN, Peter et al. 2001. Biologia Vegetal. Ed. Guanabara Koogan, RJ, Brasil. 
Pp. 252-262 (Cap. 13 – Sistemática: a ciência da diversidade biológica). 
7. VIDAL, Waldomiro Nunes & VIDAL, Maria R. Rodrigues. 2000. Taxonomia 
 Vegetal. Editora UFV, Viçosa, Brasil. 
 
 
Sugerimos a leitura, também, das referências bibliográficas apresentadas acima. 
 
 
 14 
TEXTOS COMPLEMENTARES: 
 
Classificação científica 
(Fonte:: Wikipédia) 
A expressão classificação científica ou classificação biológica designa o modo como os 
biólogos agrupam e categorizam as espécies de seres vivos, extintas e actuais. A classificação 
científica moderna tem as suas raízes no sistema de Carl von Linée (ou Carolus Linnaeus), 
que agrupou as espécies de acordo com as características morfológicas por elas partilhadas. 
Estes agrupamentos foram subsequentemente alterados múltiplas vezes para melhorar a 
consistência entre a classificação e o princípio darwiniano da ascendência comum. O advento 
da sistemática molecular, que utiliza a análise do genoma e os métodos da biologia molecular, 
levou a profundas revisões da classificação de múltiplas espécies e é provável que as 
alteraçõestaxonómicas continuem a ocorrer à medida que se caminha para um sistema de 
classificação assente na semelhança genética e molecular em detrimento dos critérios 
morfológicos. A classificação científica pertence à ciência da taxonomia ou sistemática 
biológica. 
Características da classificação biológica 
A classificação das espécies não obedece a critérios rigidamente formais. Caso fosse aplicado 
aos primatas o mesmo critério científico usado para classificar os coleópteros, dos quais há 
mais de 300 mil espécies catalogadas, o ser humano (Homo sapiens) faria parte do género 
Pan, o mesmo género dos chimpanzés (Pan troglodytes) e dos bonobos (Pan paniscus). 
Assim a classificação biológica é um sistema organizativo que se rege por um conjunto de 
regras unificadores e de critérios que se pretendem universais, mas que, dada a magnitude do 
conjunto dos seres vivos e a sua inerente diversidade, são necessariamente adaptados a cada 
um dos ramos da biologia. 
Tradicionalmente, a classificação de plantas e de animais seguiu critérios diferenciados, hoje 
fixos no Código Internacional de Nomenclatura Botânica e no Código Internacional de 
Nomenclatura Zoológica, respectivamente, reflectindo a história das comunidades científicas 
associadas. Outras áreas, como a micologia (que segue a norma botânica), a bacteriologia e a 
virologia, seguiram caminhos intermédios, adoptando muitos dos procedimentos usados nas 
áreas consideradas mais próximas. 
Nos últimos tempos, com o advento das técnicas moleculares e dos estudos cladísticos, as 
regras tendem apara a unificação, levando a uma rápida mutação dos sistemas classificativos e 
alterando profundamente a estrutura classificativa tradicional. 
A classificação científica é, por isso, um campo em rápida mutação, com frequentes e 
profundas alterações, em muitos casos quebrando conceitos há muito sedimentados. Nesta 
matéria, mais importante do que conhecer a classificação de uma qualquer espécie, importa 
antes conhecer a forma como o sistema se organiza. Até porque aquilo que é hoje uma 
classificação aceite em pouco tempo pode ser outra bem diferente. 
Linnaeus (“Lineo”) 
Carolus Linnaeus (1707–1778) teve como obra principal, a Systema Naturae, com 12 edições 
durante a sua vida (com a 1.ª edição em 1735). Nesta obra, a natureza é dividida em três 
reinos: mineral, vegetal e animal. Para sistematizar a natureza, em cada um dos reinos 
 15 
Linnaeus usou um sistema hierárquico de cinco categorias: classe, ordem, género, espécie e 
variedade. 
Outra das suas principais contribuições foi o abandono dos longos nomes descritivos até então 
em uso para designar as classes e ordens. Também promoveu o fim dos nomes de géneros 
constituídos por duas palavras (por exemplo Bursa pastoris era um género). Esta 
simplificação marca uma ruptura com os métodos dos seus antecessores imediatos (Rivinus e 
Pitton de Tournefort), e foi acompanhada pelo estabelecimento de diagnoses rigorosas e 
detalhadas para cada um dos géneros (a que ele chamou characteres naturales). Também 
procedeu à integração das variedades nas respectivas espécies, evitando que a botânica tivesse 
que criar novos taxa para acomodar todas as variedades cultivadas que são constantemente 
criadas. 
Contudo, apesar das suas múltiplas contribuições para a taxonomia e sistemática, Linnaeus é 
melhor conhecido pela introdução do método binomial, a técnica ainda em uso para formular 
o nome científico das espécies. Antes de Linnaeus estavam em uso nomes longos, compostos 
por um nome genérico e por uma frase descritiva da própria espécie (a differentia specifica). 
Esses nomes não eram fixos, já que cada autor parafraseava o descritivo, acentuando os 
caracteres que considerava mais relevantes. 
Na sua obra Philosophia Botanica (1751), Linnaeus colocou grande ênfase na melhoria da 
composição dos nomes e na redução da sua extensão, abolindo as expressões retóricas 
desnecessárias que tradicionalmente se usavam na descrição das espécies e introduzindo 
novos termos descritivos cujo significado procurou fixar rigorosamente. Este esforço resultou 
numa definição de espécies com um rigor sem precedentes. 
Ao utilizar de forma consistente os mesmos epítetos específicos, Linnaeus separou a 
nomenclatura da taxonomia, o que se viria a revelar um passo decisivo na consolidação do 
sistema de nomenclatura biológica, já que os nomes da espécies passaram a ser fixos, 
permitindo que os agrupamentos taxonómicos superiores se desenvolvessem 
independentemente. Apesar do uso paralelo dos nomina trivialia e dos nomes descritivos se 
ter mantido até finais do século XVIII, eles foram sendo progressivamente substituídos pela 
utilização de nomes curtos, combinando simplesmente o nome do género com o nome trivial 
da espécie. 
No século XIX esta nova prática foi codificada nas primeiras regras e leis da nomenclatura 
biológica, acabando por se transformar naquilo que hoje é geralmente referido como a sistema 
de nomenclatura binomial, ou mais genericamente como a taxonomia lineana, a qual é ainda, 
com poucas alterações, o padrão universalmente aceite de atribuição de nomes aos seres 
vivos. 
A estrutura actual da classificação biológica 
Enquanto Linnaeus classificava as espécies de seres vivos tendo como objectivo principal 
facilitar a identificação e criar uma forma de arquivo nos herbários e nas colecções zoológicas 
que permitisse localizar facilmente um exemplar, nos modernos sistemas taxonómicos 
aplicados à biologia procura-se antes de mais fazer reflectir o princípio Darwiniano de 
ancestralidade comum. Isto significa que se pretende agrupar as espécies por proximidade 
filogenética, isto é relacionar as espécies pela sua proximidade genética, a qual reflecte o grau 
de comunalidade de ancestrais. 
Desde a década de 1960 que se vem fortalecendo a tendência para utilizar estruturas 
taxonómicas baseadas nos conceitos da cladística, hoje designadas por taxonomia cladística, 
distribuindo os taxa numa árvore evolucionária. Se um taxon inclui todos os descendentes de 
uma forma ancestral, é designado um taxon monofilético. Quando o inverso acontece, o taxon 
é designado parafilético. Os taxa que incluem diversas formas ancestrais são designados por 
 16 
polifiléticos. Idealmente todos os taxa deveriam ser monofiléticos, pois assim reflectiriam a 
ancestralidade comum das espécies que integrem. 
O conceito de domínio como taxon de topo é de introdução recente. O chamado Sistema dos 
Três Domínios foi introduzido em 1990, mas apenas recentemente ganhou aceitação 
generalizada. Apesar de hoje a maioria dos biólogos aceitar a sua validade, a utilização do 
sistema dos cinco reinos ainda domina. Uma das principais características do sistema 
dominial é a separação dos reinos Archaea e Bacteria, ambos anteriormente parte do reino 
Monera. Alguns cientistas, mesmo sem aceitar os domínios, admitem Archaea como um sexto 
reino. 
Hierarquia da classificação 
O quadro seguinte apresenta a classificação científica de cinco espécies pertencentes a 
estruturas taxonómicas diversas: a mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster), o ser humano, 
a ervilha, o cogumelo amanita e a bactéria Escherichia coli. Com ele pretende-se demonstrar a 
flexibilidade e a universalidade do sistema, incluindo numa mesma estrutura organismos tão 
diversos como os seleccionados. 
Taxon 
Mosca-da-
fruta 
Humano Ervilha Amanita E. coli 
Domínio Eukaryota Eukaryota Eukaryota Eukaryota Bacteria 
Reino Animalia Animalia Plantae Fungi Monera 
Phylum ou 
Divisão 
Arthropoda Chordata Magnoliophyta Basidiomycota Proteobacteria 
Subphylum ou 
subdivisãoHexapoda Vertebrata Magnoliophytina Hymenomycotina 
 
Classe Insecta Mammalia Magnoliopsida Homobasidiomycetae Proteobacteria 
Subclasse Pterygota Eutheria Magnoliidae Hymenomycetes Gammaproteobacteria 
Ordem Diptera Primatas Fabales Agaricales Enterobacteriales 
Subordem Brachycera Haplorrhini Fabineae Agaricineae 
 
Família Drosophilidae Hominidae Fabaceae Amanitaceae Enterobacteriaceae 
Subfamília Drosophilinae Homininae Faboideae Amanitoideae 
 
Género Drosophila Homo Pisum Amanita Escherichia 
Espécie 
D. 
melanogaster 
H. sapiens P. sativum A. muscaria E. coli 
 17 
Os taxa mais elevados, em especial os intermédios, têm sofrido ultimamente profundas e 
frequentes alterações, resultado da descoberta de novas relações entre os grupos e as espécies. 
Por exemplo, a tradicional classificação dos primatas (classe Mammalia — subclasse Theria 
— infraclasse Eutheria — ordem Primatas) está posta em causa por novas classificações, 
como, por exemplo, a de McKenna e Bell (classe Mammalia — subclasse Theriformes — 
infraclasse Holotheria — ordem Primatas). Estas alterações resultam essencialmente da 
existência de um pequeno número de taxa em cada nível, sendo neles necessário acomodar 
um registo fóssil muito ramificado. 
A tendência para privilegiar a constituição de grupos monofiléticos em detrimento dos 
parafiléticos levará, seguramente, a sucessivas alterações da estrutura classificativa, com 
especial foco nas classes e ordens. A progressiva introdução de conceitos cladísticos também 
terá um impacte profundo e conduzirá à reformulação de muitos dos actuais agrupamentos. 
Note-se que em botânica e micologia, os nomes dos taxa de família para baixo são baseados 
no nome de um género, por vezes referido como o género-tipo, ao qual é acrescentado um 
sufixo padronizado. Por exemplo, o género Rosa é o género-tipo a partir do qual a família 
Rosacea recebe o seu nome (Rosa + -aceae). Os nomes dos taxa acima de família podem ser 
formados a partir do nome da família, com o sufixo adequado, ou ser descritivos de uma ou 
mais características marcantes do grupo. 
Classificação infra-específica 
Embora a espécie seja considerado o nível de classificação mais baixo, existe por vezes 
necessidade de recorrer a classificações infra-específicas para acomodar a biodiversidade 
reconhecida ou para descrever certos traços fenotípicos, nomeadamente os de interesse 
económico entre as espécies domesticadas. 
As plantas podem ser classificadas em subespécies (por exemplo Pisum sativum subsp. 
sativum, a ervilha-de-cheiro), ou variedades (por exemplo, Pisum sativum var. macrocarpon, 
uma variedade de ervilha). As plantas cultivadas podem ser identificadas por cultivares, cada 
um deles correspondente a um determinado fenótipo (por exemplo, Pisum sativum var. 
macrocarpon 'Snowbird', o cultivar Snowbird de ervilha). 
Citações de autor 
O nome de qualquer taxon pode ser seguido pela explicitação da "autoridade" que o criou, ou 
seja pelo nome do autor que primeiro publicou uma descrição válida da entidade taxonómica. 
Estes nomes de autor são em geral abreviados, seguindo um padrão de abreviatura fixado por 
critérios de tradição ou de história. Em Botânica, onde existe uma lista de abreviaturas do 
nome de botânicos e micologistas padronizada, por exemplo, Carolus Linnaeus é sempre 
abreviado para "L." e Gregor Mendel para Mendel. 
Apesar do sistema de atribuição de autoria dos taxa ser ligeiramente diferente em botânica e 
em zoologia, é padrão aceite que se o nome de um taxon for alterado, a abreviatura ou nome 
do autor original é sempre mantido, sendo então colocado entre parêntesis. O nome do autor 
da versão em vigor é colocado a seguir ao parêntesis (geralmente só em botânica). 
 
 
 
A SEGUIR, UMA CÓPIA DE UM ARTIGO QUE DIVULGA A DESCOBERTA DE 
ESPÉCIES NOVAS DE PLANTAS PARA A CIÊNCIA (PROTÓLOGO). 
 
 18 
Duas novas espécies de Calliandra Benth. (Leguminosae - Mimosoideae) da 
Chapada Diamantina, Bahia, Brasil* 
 
Élvia R. Souza1; Luciano P. Queiroz 
 
Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Biológicas, km 03 - BR 116, 
Campus, 44031-460 Feira de Santana, BA, Brasil 
 
RESUMO 
São descritas duas novas espécies de Calliandra da Chapada Diamantina, Estado da Bahia, 
leste do Brasil. Calliandra geraisensis E.R. Souza & L.P. Queiroz é próxima de C. calycina Benth., 
diferindo pelo seu hábito depauperado, folhas dísticas e ausência de tricomas glandulares no perianto. 
Calliandra imbricata E.R. Souza & L.P. Queiroz é uma planta arbustiva semelhante a C. erubescens 
Renvoize, da qual difere pelas folhas com maior número de pinas e folíolos e pelos estames 
vermelhos. Ambas as espécies ocorrem nas montanhas da Chapada Diamantina e são endêmicas 
restritas de uma pequena área nas vizinhanças da cidade de Piatã. 
Palavras-chave: Calliandra, Ingeae, taxonomia 
 
ABSTRACT 
Two new species of Calliandra are described from the Chapada Diamantina, state of Bahia, 
eastern Brazil. Calliandra geraisensis E.R. Souza & L.P. Queiroz is related to C. calycina Benth. but 
it differs in its depauperate habit, distichous leaves and absence of glandular trichomes on the perianth. 
Calliandra imbricata E.R. Souza & L.P. Queiroz is a shrubby plant similar to C. erubescens Renvoize 
from which it differs by having the leaves with more pinnae and more leaflets and by its red stamens. 
Both species occur in the mountains of the Chapada Diamantina region and are narrow endemics from 
a small area near the town of Piatã. 
Key words: Calliandra, Ingeae, taxonomy 
 
Introdução 
O gênero Calliandra foi estabelecido por Bentham (1844) e inclui espécies da subfamília 
Mimosoideae com androceu polistêmone e monadelfo que possuem um tipo de legume caracterizado 
pela deiscência longitudinal elástica a partir do ápice e valvas com margens espessadas. O gênero foi 
recentemente revisado por Barneby (1998) que o expurgou dos elementos africanos e asiáticos de 
modo que, na sua atual circunscrição, é um grupo exclusivamente neotropical com 132 espécies. 
A Chapada Diamantina é um dos principais centros de diversidade de Calliandra, onde 
ocorrem 40 espécies, sendo 30 delas endêmicas desta região (Souza 1999, Souza 2001). Destas 
espécies, 19 foram descritas a partir de 1980 (Renvoize 1981, Mackinder & Lewis 1990, Barneby 
1998) demonstrando o grau de desconhecimento florístico da região e a complexidade taxonômica do 
gênero. Nesta área ocorre um grande maciço montanhoso que ocupa a maior parte da região central do 
Estado da Bahia, estendendo-se de cerca de 10º-14º S e de 40º-43º W. 
No curso de um levantamento das espécies de Calliandra da Chapada Diamantina (Souza 
2001), foram encontradas duas espécies novas que são descritas e ilustradas a seguir. 
Calliandra geraisensis E.R. Souza & L.P. Queiroz, sp. nov. Tipo: BRASIL: Bahia: Piatã, 
platô do alto da Serra da Tromba, ramal ao sul da estrada Piatã-Inúbia, Caminho da Ressaca, 13º03' S 
e 41º49' W, 1.300 msm, 2-XI-1996 (fl.), L.P. de Queiroz, D.J.H. Hind, H.P. Bautista & M.M. da Silva 
4706 (holótipo HUEFS). 
 Foliis ascendentibus et foliolis linearibus C. calycinae similis, sed habitu depauperato, ramis 
virgatis, foliis distichis laxisque et perianthio glabrato sine pubibus glandularibus solum calycis 
laciniis pubescentibus differt. 
Subarbusto virgado ca. 0,6 m alt. com xilopódio robusto, amarelado; ramos, eixos foliares e 
pedúnculo densamente pilosos quando jovens, ramos envelhecidos glabros. Estípulas lanceoladas, 3-7 
× 1-2mm. Folhas sésseis, ascendentes, dísticas; pecíolo1-2 mm compr.; raque 5-7 mm compr.; pinas 2 
pares, mais ou menos equilongas, 4,5-5 cm compr.; folíolos 19-21 pares por pina, imbricados, 8-10 × 
ca. 2 mm, coriáceos, oblongos a lineares, glabros, ápice obtuso, base truncada, oblíqua, assimétrica, 
nervação palmado-dimidiada, nervura principal excêntrica. Pseudoracemos terminais com fascículos 
de 1-2 glomérulos pedunculados; pedúnculo 18-22 mm compr. Flores 5 por glomérulo, homomórficas, 
tetrâmeras a pentâmeras, sésseis; cálice campanulado, tubo ca. 1,5 mm compr., glabro, lobos deltóides, 
ciliados, 0,5-0,6 mm compr.; corola glabra, campanulada, esverdeada, tubo 3-5 mm compr., lobos 
 19 
obtusos, vináceos, ca. 2 mm compr.; estames brancos, tubo estaminal 7-8 mm compr., parede 
interna do tubo estaminal nectarífera, estemonozona ca. 2 mm compr., filetes livres por 18-22 mm 
compr., anteras castanhas; nectário intraestaminal ausente; ovário obovado, glabro, ca. 2 mm compr., 
ca. 5-ovulado, estilete 23-28 mm compr., estigma capitado. Legume ca. 4,5 × 0,7 cm, linear-
oblanceolado, ápice arredondado, mucronado, base cuneada; valvas lenhosas, velutinas. Sementes não 
vistas. 
Parátipo: BRASIL: Bahia: Piatã, platô do alto da Serra da Tromba, ramal ao sul da estrada 
Piatã-Inúbia, Caminho da Ressaca, 13º03' S e 41º49' W, 1.300 msm, 2-XI-1996 (fl., fr.), L.P. Queiroz 
et al. 4705 (HUEFS). 
Ecologia e distribuição – Calliandra geraisensis é uma espécie endêmica da serra da 
Tromba, no município de Piatã. Ocorre em ambiente de campo cerrado praticamente sem árvores, 
sobre solo arenoso compactado a uma altitude de cerca de 1.300 msm. Este tipo de paisagem é 
localmente conhecido como "gerais", de onde é derivado o epíteto específico. Foi encontrado material 
florido e frutificado no mês de novembro. 
Taxonomia – Calliandra geraisensis pertence à seção Calliandra (sensu Barneby 1998) e é 
mais semelhante a C. calycina Benth., uma espécie relativamente bem distribuída na Chapada 
Diamantina mas que, até o momento, não foi coletada na serra da Tromba (Souza 1999). Estas 
espécies aproximam-se pela disposição ascendente das folhas e folíolos lineares e contíguos. No 
entanto, C. geraisensis diferencia-se de C. calycina pelo hábito mais depauperado de subarbusto com 
xilopódio e ramos virgados, pelas folhas dísticas, laxamente dispostas nos ramos, e pelo perianto 
quase glabro, sem tricomas glandulares e com tricomas tectores apenas nos lobos do cálice, enquanto 
C. calycina, por sua vez, é um arbusto robusto com caule ramificado, folhas espiraladas fortemente 
congestas e imbricadas no ápice dos ramos e perianto esparsamente púberulo a glabro e com tricomas 
glandulares. 
Calliandra imbricata E.R. Souza & L.P. Queiroz, sp. nov. Tipo: BRASIL: Bahia: Piatã, 
estrada Piatã-Inúbia a ca. 25 km NW de Piatã, 13º04'48" S e 41º55'59" W, 1.450 m, 23-II-1994 (fl.), 
P.T. Sano, S. Atkins, C.M. Sakuragui, R.M. Harley & V.C. Souza CFCR 14433 (holótipo HUEFS; 
isótipos HUEFS, SPF). 
Habitu frutescenti, inflorescentia facie et foliolis oblongis vel obovatis palmatinervibus C. 
erubescenti similis sed foliis pinnis (4-5) et pinnae foliolis (2632) numerosioribus, foliolis parvioribus 
(5-8 × 3-4 mm), perianthio pubibus glandularibus instructo et staminibus rubris statim diagnoscenda. 
Arbusto ca. 1 m alt.; ramos, eixos foliares e pedúnculos pubérulos com indumento entremeado 
com tricomas glandulares avermelhados, ramos novos ferrugíneos. Estípulas foliáceas, lanceoladas, ca. 
2 × 1 mm. Folhas pecioladas, não ascendentes, dísticas; pecíolo 0,8-1,2 cm compr.; raque 3,5-4,5 cm 
compr.; pinas 4-5 pares, mais ou menos eqüilongas, às vezes com as distais menores, pinas maiores 
2,8-5,3 cm compr.; folíolos 7-16 pares, fortemente imbricados, dispostos de modo a que o folíolo 
anterior sobrepõe-se ao seguinte, os medianos mais ou menos eqüilongos 58 × 3-4 mm, os proximais e 
distais menores 3-5 × 23 mm, coriáceos, obovados, face adaxial pubérula a glabrescente, face abaxial 
pubérula e com tricomas glandulares, ápice obtuso a arredondado, base truncada, assimétrica, 
nervação palmada, nervura principal excêntrica. Pseudoracemos terminais, exsertos da folhagem, 
constituídos por fascículos de 2-3 glomérulos pedunculados; pedúnculo 10-17 mm compr.; brácteas 
pedunculares ausentes; brácteas florais lanceoladas, ca. 2 × 1 mm. Flores 5 por glomérulo, 
homomórficas, pentâmeras, sésseis; cálice campanulado, com tricomas glandulares, tubo 1,8-2 mm 
compr., lobos deltóides, ca. 0,2 mm compr.; corola campanulada, com tricomas glandulares, tubo 2,8-
5 mm compr., lobos obtusos, 22,2 mm compr.; estames vermelhos, tubo estaminal ca. 6 mm compr., 
estemonozona ca. 1,5 mm compr., filetes livres por 21-24 mm compr., anteras vináceas; nectário 
intraestaminal ausente; ovário obovado, pubérulo, 22,5 mm compr., ca. 5-ovulado, estilete ca. 30 mm 
compr., estigma capitado. Fruto não visto. 
Ecologia e distribuição – Calliandra imbricata é uma espécie endêmica da Serra do Atalho, 
no município de Piatã. Da mesma forma que C. geraisensis, ocorre em ambientes de campos cerrados 
sobre solo arenoso entre rochas. Foi encontrado material florido no mês de fevereiro. A frutificação 
não foi observada. 
Taxonomia – Calliandra imbricata pertence à seção Calliandra. Assemelha-se a C. 
erubescens Renv. no hábito arbustivo, arquitetura da inflorescência e folíolos oblongos a obovais com 
nervação palmada. No entanto, pode ser diferenciada pelas folhas com maior número de pinas, (4-5 
pares v. 2-3 em C. erubescens), maior número de folíolos por pina, (26-32 v. 10-20 em C. erubescens), 
folíolos menores (5-8 × 3-4 mm v. 710 × 4-5 mm em C. erubescens), perianto com tricomas 
glandulares (v. ausentes em C. erubescens) e estames vermelhos (v. brancos em C. erubescens). 
 
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Agradecimentos – E.R. de Souza agradece à Capes pela concessão de bolsa de Mestrado e 
L.P. Queiroz ao CNPq pela bolsa de produtividade. As ilustrações foram preparadas por Alano 
Calheiras e as diagnoses latinas foram revisadas por Cássio van de Berg. O trabalho de campo foi 
apoiado pelo CNPq (Processo n. 520364/00-7). 
 
Referências bibliográficas 
BARNEBY, R.C. 1998. Silky tree, guanacaste, monkey's earring: a generic system for the synandrous 
Mimosaceae of the Americas. Memoirs of the New York Botanical Garden 74:1-223. 
BENTHAM, G. 1844. Notes on Mimoseae. London Journal Botanical 3:82-112, 195-226. 
MACKINDER, B.A. & LEWIS, G.P. 1990. Two new species of Calliandra (Leguminosae - 
Mimosoideae) from Brazil. Kew Bulletin 45:681-684. 
McNEILL, J. et al. 2007. Código Internacional de Nomenclatura Botânica (Código de Viena). Rima 
Editora, São carlos, SP. 181p. 
RENVOIZE, S.A. 1981. The genus Calliandra (Leguminosae) in Bahia, Brazil. Kew Bulletin 36:63-
83. 
SOUZA, E.R. 1999. O gênero Calliandra Benth. (Leguminosae - Mimosoideae) na região de Catolés, 
Bahia, Brasil. Monografia de especialização. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de 
Santana. 
SOUZA, E.R. 2001. Aspectos taxonômicos e biogeográficos do gênero Calliandra Benth. 
(Leguminosae - Mimosoideae) na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Dissertação de mestrado. 
Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 
 
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(recebido: 21 de agosto de 2003; aceito: 17 de junho de 2004) 
* Parte da dissertação de mestrado da primeira autora no Programa de Pós-graduação em Botânica da 
 UEFS. 
1 Autor para correspondência: elviasouza@yahoo.com.br