Exemplo Caderno de Campo PINESC 1

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PINESC
UBSF: Aero Itália. 	
Nome dos alunos: Andyara Fernanda Batista dos Santos, Barbara Vargas Colla, Felipe Masayuki Yoza Flores, Isabela Castello Lemos, Isabella de Oliveira Moraes, Juliana Massambani Aleixo Silva, Lincoln Andrade Souza Quelho.
Nome da preceptora: Zélia Matias Barbosa Moreira.
Coordenadora de Ano: Renata Palópoli Pícoli.
Data: 19/05 e 26/05.
Responsável pelo caderno: Juliana Massambani Aleixo Silva.
 
 
Descrição das Atividades
	 No dia 19/05, a atividade planejada foi coletar informações sobre as Ferramentas de Abordagens da Família, através do desenvolvimento de Genogramas e Ecomapas, a fim de entender melhor a estrutura familiar, sua composição, organização e interação das pessoas entre si e com o ambiente, riscos de enfermidades, os problemas e situações de saúde. Para isso, nos dividimos em dois grupos de três pessoas, ficando de fora o acadêmico Lincoln Quelho, pois o mesmo estava em uma reunião sobre a Mesa Redonda na Uniderp. Sendo assim, foram visitadas duas famílias, a de Dona Alfa, 65 anos e a de Yara Karen, 42 anos. A família escolhida para representar o grupo foi a última, acompanhada pelos alunos Felipe Masayuki, Isabela Castello e Juliana Massambani. 
O conteúdo do Genograma era composto pelo pai da paciente índice, que é falecido, a mãe que ainda é viva e que sofre de hipertensão. Essa união resultou em 7 filhos, dentre os quais encontram-se Marcos Tibério (50), Régia Lucila (48), Tânia Rute (43), Yara Karem (42), Cláudio Vinicius (40) e Humbermar (35) e um dos filhos que faleceu em um aborto espontâneo. Yara (paciente índice), casou-se aos 12 anos com Mauro Carlos, na época com 24 anos, com quem teve dois filhos, Maiara Carla (26) e Luís Herick (25). No inicio da união a paciente começou a sentir os primeiros sintomas e aos 14 anos foi diagnosticada com esquizofrenia, sendo abandonada por seu esposo 2 anos mais tarde. Também foi visto que além da esquizofrenia ela apresenta diabetes e hipertensão.
Maiara foi casada com Silvio, com quem teve duas filhas, Mariana (5) e Marielen (4). Entretanto, perdeu seu marido em 2015 por complicações cardíacas e, atualmente, encontra-se em um relacionamento com Celso, de 30 anos. Suas filhas não estão morando com ela temporariamente, devido a uma adaptação que está sendo feita na casa, a fim de receber sua mãe. Já o filho Luís mora em Anastácio e encontra-se casado com Franciane, com quem tem dois filhos, Lucas (1 ano e 6 meses) e Luan (6 meses).
Aliado ao Genograma, estava o Ecomapa composto por: Yara Karen, senhora de 42 anos, dependente dos cuidados de sua mãe, dona Maria e do auxilio de sua filha, Maiara. Sobre os 5 irmãos que possui, ela tem um fraca relação com eles, exceto com Marcos Tibério, o qual possui um maior contato. Em relação aos vizinhos, não existe nenhum vinculo, pois, de acordo com Yara, eles não gostam dela por causa da doença. Ainda, a paciente estudou até a quinta série, mas não pode continuar devido aos problemas de aprendizado que desenvolveu e semelhante ocorreu com sua relação com a igreja, a qual foi sendo cortada progressivamente após ela adquirir a doença. 
Ainda, apesar de ter uma relação conflituosa com o CAPS Vila Almeida, existe uma relação de maior dependência da paciente com o mesmo, visto que ela toma medicamentos adquiridos nesse centro, na UBSF Aero Itália e UBS Silvia Regina e para ter um controle sobre quais já foram ingeridos, é feito uma anotação diária em um caderno, ideia sua e de sua mãe para manter a assiduidade.
A união das informações fornecidas para a composição desses dois gráficos permitiu nos levar a concluir que os casos de hipertensão arterial não podem estar vinculados ao tabagismo e nem a uma má alimentação, já que tanto dona Maria, quanto Yara não fumam e sempre tiveram uma alimentação equilibrada. Entretanto, a falta de atividade física de ambas pode ser um fator que prejudica as duas senhoras a desenvolver uma melhora no caso. Também, como consequência desses levantamentos, verificamos um ciclo de vida em estágio tardio, no qual Dona Maria com sua aposentadoria é a mantenedora do lar. 
Por fim, no dia 26/05 visitamos o CAPS Vila Almeida para entendermos o seu funcionamento. No local, conhecemos a estrutura física e tivemos a oportunidade de acompanhar uma reunião sobre o Projeto Terapêutico Singular e sua aplicação nos pacientes. Fomos acompanhados pela psicóloga Emília, que nos explicou todo o funcionamento do local, elucidando também nossas dúvidas sobre o encaminhamento de um nível de atenção para outro. Após o retorno, nos dividimos para realizar a devolutiva do Genograma e do Ecomapa na casa das pacientes, bem como a apresentação do Plano de Ação e sua explicação.
A rede de apoio familiar para paciente índice não é muito efetiva visto que atualmente somente dona Maria - mãe – presta a atenção básica necessária a Yara, mesmo que a mesma aceite cuidados e ajudas de outros familiares, a paciente índice acredita que sua doença afastou quase todos os irmãos, com exceção de Marcos Tibério esse sempre ajudou nos cuidados, sendo muito próximo a ela, porém ele hoje reside no Ceará, o que dificulta o apoio familiar por parte dele. A rede sofre com a ausência inclusive do filho na vida da paciente em questão e hoje dona Maria pena em tentar uma alternativa drástica em relação a isso com a proposta de levar Yara para viver com sua filha, de modo a aproximar as duas e a capacitar a filha aos cuidados necessário e diários para com o quadro de esquizofrenia de Yara
Análise Crítica
Para elaboração das ferramentas de abordagem de uma família, é necessário conhecer e compreender sua constituição e o papel que cada indivíduo exerce dentro dela, pois a família adquire importância fundamental, visto que pode constituir-se em fonte geradora de problemas e a solução dos mesmos. No caso da família de Yara e dona Maria, pudemos observar que dona Maria tem o papel de mantenedora e responsável pela casa e Yara se torna uma ajudante nessa responsabilidade, apesar de sua doença. As duas dividem as tarefas de casa e Yara sempre se mostra disposta a ajudar sua mãe. Em relação aos conflitos, Yara tem mais dificuldade de lidar com os mesmos, Dona Maria seria como uma intermediadora, solucionando-os. 
A fim de compreender melhor a abordagem familiar, nosso grupo utilizou-se de um Genograma, sendo indicada sua realização em primeiras consultas, que posteriormente auxiliará o médico a realizar raciocínio clínico e facilitar no diagnóstico; quando o modelo biomédico não consegue resolver os problemas do paciente, por falta de adesão ao plano de ação; alta frequência de doenças agudas ou crônicas; e em situações clínicas de ansiedade, depressão, violência e consumo de drogas. Foi avaliada a história biomédica e psicossocial da Yara Karen e sua família e podemos concluir a partir desta ferramenta que a hipertensão arterial e a diabetes são as doenças que se destacam na família. No entanto, há algumas limitações para a construção e eficácia do genograma, como por exemplo o aumento do tempo de consulta, o longo período até estar completo; não é avaliado sua funcionalidade e dinâmica familiar; há uma baixa aplicabilidade em famílias com poucos membros; existem dificuldades em relação a pacientes prestarem informações necessárias e corretas para sua construção. Ou seja, ele pode participar apenas como uma ferramenta de apoio. 
 Também, podemos enxergar que o núcleo familiar dessa senhora é do tipo reconstituída, uma vez que Yara já foi casada, morou com seu marido e seus filhos e atualmente voltou a morar com a mãe após a separação. Ainda, o ciclo de vida da família foi considerado no estágio tardio, pois a Dona Maria exerce o papel de mantenedora do lar. 
Ainda, a visita no CAPS Vila Almeida permitiu a observação do manejo dos pacientes em situação grave ou em surtos gerados por distúrbios mentais ou psíquicos e como esta estrutura social tenta recuperar o indivíduo, a fim de reinseri-lo plenamente em sociedade. Um dos instrumentos utilizados é a montagem do Projeto TerapêuticoSingular ao paciente que chega até a instituição, seja por meio do sistema ou pela demanda espontânea, onde é percebido o cuidado para com cada individuo explorando as opções mais viáveis para cada um. Isso foi verificado dentro da vida da paciente Yara, a qual relatou já ter feito acompanhamento na unidade visitada e hoje se encontra estável, mesmo que não participe mais dos grupos.
 Essa realidade é possível pela melhora do quadro do paciente, onde após o tratamento intensivo com psicólogos, grupos de artesanato e outras oficinas e também medicamentoso, o paciente passa a então ser acompanhado pelo médico da saúde da família, fazendo o controle através de medicamentos, para que novas vagas possam ser oferecidas a população juntamente com a maior autonomia de paciente que tem como disponibilidade as “residências terapêuticas”, local em que aqueles que perderam o vínculo com a família, durante o tratamento, podem morar definitivamente exercendo suas atividades cotidianas de modo independente.
	Para finalizar, foi elaborado um plano de ação para a Yara e sua mãe, que consiste em medidas para a prevenção, promoção e recuperação da saúde dos envolvidos, e como consequência um aumento na qualidade de vida da família. Foram levantados alternativas de saúde que tiveram como foco principal em ambas – Yara e sua mãe dona Maria- a saúde da mulher, sendo enfatizada a sugestão de exames como o Papanicolau, que há alguns meses não esta sendo realizado dentro da UBSF Aero Itália por falta de material de coleta, e o encaminhamento para realização de mamografia, como também o controle da alimentação. Para nossa paciente índice, ainda foi proposto à volta às atividades como grupos de terapia ocupacional e em grupo, afim de que se sinta plenamente capaz de realizar alguma atividade, seja ela canto, artesanato, pintura. 
Ademais, para dona Maria, focamos então, na realização de uma maior interação dentro da comunidade, já que ela se ocupa plenamente da filha, o acompanhamento de grupos de autoajuda, para que ela possa lidar mais facilmente com a situação e também, optamos por sugerir a retirada de tapetes escorregadios que estava presente na casa, prevenindo, assim, possíveis quedas e fraturas decorrentes das mesmas. 
Auto Avaliações
Andyara Fernanda Batista dos Santos 
Nos dias propostos para realização da atividade, cheguei dentro do horário proposto para realização da pratica relacionada a teoria de Genograma e Ecomapa, acredito que no primeiro dia não tivemos uma atividade muito produtiva pela repetição da continua dos questionários, além disso, pudemos constatar junto a preceptora um problema recorrente entre nos e as agentes de saúde. Já no segundo dia pude aprender grandemente com a realização da visita ao CAPS Vila Almeida, onde fomos muito bem recepcionados e acolhidos pela equipe que se dispôs a conversar e descrever as atividades relacionadas ao mesmo, fato que me empolgou muito, sendo de grande proveito pessoal e coletivo já que após a atividade os integrantes junto a mim chegaram à conclusão de que aquele havia sido o mais interessante, dentre todos os outros.
Barbara Vargas Colla
Nos dias 19 e 26 de maio, cheguei no horário marcado. No primeiro dia me senti muito motivada a fazer a atividade do genograma e ecomapa, consegui estabelecer uma ótima comunicação. O segundo dia foi muito produtivo, pois pude conhecer o CAPS e foi muito interessante poder aprender e entender todo o funcionamento da unidade.
Felipe Masayuki Yoza Flores
No dia 19/0 fui pontual e apresentei conhecimento prévio sobre o conteúdo abordado. Durante as visitas mantive uma postura ética e trabalhei, em conjunto com minhas colegas, para obter as informações necessárias para a construção do genograma e do ecomapa da família visitada. No dia 26/05 também cumpri o horário e tive conhecimento prévio. Aprendi muito durante a visita ao CAPS Vila Almeida, o que contribuiu para realizar uma boa devolutiva dos genograma, ecomapa e plano de ação, explicando de maneira compreensível e adequada, desenvolvendo um interesse da paciente em seguir as orientações.
Isabela Castello Lemos
	Nos dois dias cheguei à UBSF no horário combinado previamente com a preceptora. No dia 19/05, cheguei com um conhecimento prévio aprimorado, o que facilitou no decorrer das atividades do dia. Já no dia 26/05, cheguei com o conhecimento também aprimorado, facilitando também nas atividades. Neste dia, fizemos uma visita ao CAPS Vila Almeida, atividade que foi muito produtiva em minha opinião. 
Isabella De Oliveira Moraes
Em ambos os dias cheguei no horário combinado e vestida adequadamente. No dia 19/05 cheguei com um bom conhecimento prévio, facilitando na elaboração das perguntas durante a visita domiciliar e do genograma. No dia 26/05 realizei a devolutiva do genograma e ecomapa junto com mais duas alunas. Ao final de cada dia, ajudei o grupo na conclusão dos assuntos e acredito que consegui aplicar a teoria nas atividades práticas.
Juliana Massambani Aleixo Silva
Em ambos os dias cheguei pontualmente para realização dos objetivos programados. No primeiro encontro, acredito que minha atuação foi de grande valia, pois havia estudado a literatura recomendada, podendo aplicá-la durante a visita domiciliar e também no momento de discussão das atividades em grupo. Já no segundo dia, consegui ter um bom desempenho na devolutiva do Genograma e Ecomapa, além de aprender muito com a visita realizada ao CAPS Vila Almeida.
Lincoln Andrade Souza Quelho
No dia 19/05, eu estava ausente das atividades na UBSF devido à reunião sobre a mesa redonda. Já no dia 26/05, fizemos a visita no CAPS com a função de compreender melhor sobre o seu funcionamento e participei da devolutiva do genograma e ecomapa para a família de Yara Karen e Maria. Cheguei no horário das atividades nos dois dias e tive um bom aproveitamento em ambas. 
Plano de Aprendizagem
	No dia 19/05, as atividades ocorreram como o planejado no cronograma, sem alterações. Já no dia 26/05, além da devolutiva, foi incluso uma visita ao CAPS Vila Almeida, a fim de conhecer um pouco mais sobre o funcionamento do mesmo e como ele atua em casos de esquizofrenia, como por exemplo o da Yara. 
Bibliografia
Carmen Luiza Corrêa FERNANDES, Carmen L. C; Lêda Chaves Dias CURRA, Lêda C. D. Ferramentas de abordagem da família. 
REBELO, L. Genograma familiar: O bisturi do médico de família.
CORRÊA, Edilson José; ARAÚJO, Mari R. N; CHAPADEIRO, Cibele Alves; STORCK, Gustavo Silva. Álbum de família- Genograma: um instrumento para a atenção primária à saúde e estudo das famílias.
AGOSTINHO, M. Ecomapa.
Anexos 
Plano de Ação:
Yara Karen (42 anos):
Psicoterapia: melhorar os sintomas, prevenir as recaídas e evitar a institucionalização;
Terapia ocupacional: realização de atividades que recuperem a capacidade de voltar a fazer algo (bordado, costura, pintura, crochê);
Grupos de autoajuda;
Adesão de preventivo e exame de mama;
Assistência com dentista;
Dieta alimentar equilibrada (reduzir a quantidade de sal e de açúcar dos alimentos).
Maria (75 anos):
Frequentar terapia em grupo e grupos de autoajuda;
Dieta alimentar equilibrada (reduzir a quantidade de sal dos alimentos);
Retornar a vida em sociedade, através de grupos da comunidade, igreja, reuniões; 
Adesão ao exame de mama;
Evitar o uso de tapetes escorregadios.