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Fundamentos e Contexto da Educação Especial Escolar

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FUNDAMENTOS E CONTEXTOS DA 
EDUCAÇÃO ESPECIAL E DA INCLUSÃO 
ESCOLAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO ESCOLAR 
 
 
 
A Constituição Federal, através do artigo 205, garante o direito à educação a 
todos os indivíduos. Quando a constituição se refere ao termo “todos os indivíduos”, 
subtende-se que não há distinção. No artigo 206 é ressaltada a igualdade de condições 
para acesso e permanência na escola. Observa-se então que, a constituição garante a 
todos o direito de a educação sem distinção de raça, sexo, cor, origem ou deficiência. 
Fica claro que não é permitido nenhum tipo de discriminação ou impedimento da 
matrícula do indivíduo com deficiência na rede regular de ensino. 
 
A Conferência Mundial em Educação Especial, organizada pelo governo da 
Espanha na cidade de Salamanca, em cooperação com a UNESCO, em 1994, 
ressalta que o direito de cada criança a educação é proclamado na Declaração 
Universal de Direitos Humanos e foi fortemente reafirmado pela Declaração Mundial 
Sobre Educação para Todos. Na Declaração de Salamanca ficou estabelecido que 
 
 
T
oda criança tem direito fundamental a educação, e deve ser dada 
a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de 
aprendizagem” e “toda criança possui características, interesses, 
habilidades e necessidades de aprendizagens que são únicas. 
Qualquer pessoa portadora de deficiência tem o direito de 
expressar seus desejos com relação á sua educação, tanto 
quanto estes possam ser realizados. Pais possuem o direito 
inerente de serem consultados sobre a forma de educação mais 
apropriada às necessidades, circunstâncias e aspirações de suas 
crianças. (MEC/SEESP, 2006:33) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://veronicruz.blogspot.com.
 
 
 
A inclusão requer mais que integração, mas respeito à individualidade 
de cada um, considerando as necessidades e desejos apresentados pelo 
indivíduo com deficiência e a opinião da família em relação ao sujeito incluído. 
 
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 
9.394/96), o Atendimento Educacional Especializado, Assegurado no artigo 58, 
 
 
§
 1º e § 2º, ressalta que: 
7§ 1º. Haverá, quando necessário, serviço de apoio especializado, na escola 
regular, para atender as peculiaridades da clientela de Educação Especial. 
§ 2º. O atendimento educacional será feito em 
classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das 
condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas 
classes comuns de ensino regular. (LDB 9.394/96). 
 
 
O artigo da LDB assegura o serviço de apoio especializado, ou atendimento 
educacional especializado, aos indivíduos com deficiência sempre que for 
necessário para atender as necessidades de cada aluno. Quando não for possível 
a integração do aluno nas classes comuns de ensino regular, poderá ocorrer o 
atendimento educacional através do serviço de apoio especializado. 
 
A lei Nº 10.845, de 5 de março de 2004, institui o programa de 
Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às pessoas com 
Deficiência e ressalta no artigo 1º que: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://valorizeadiferenca.blogspot.com.br/ 
 
Fica instituído, no âmbito do Fundo Nacional de desenvolvimento da 
Educação – FND, programa de complementação ao Atendimento 
Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de deficiências – PAED, 
em cumprimento do disposto no inciso III do artigo 208 da Constituição, com 
os seguintes objetivos: 
 
I – Garantir a universalização do atendimento especializado de educandos 
portadores de deficiência cuja situação não permita a integração em 
classes comuns de ensino regular; 
 
II –
 
G
a
r
a
n
t
i
r
,
 progressivamente, a inserção dos educandos portadores de deficiência nas 
classes comuns de ensino regular. ” (MEC/SEESP, 2006: 190). 
 
 
A lei citada destaca a necessidade de garantir às crianças com necessidades 
especiais nas escolas inclusivas, apoio e suporte extra que assegurem uma 
educação efetiva evitando-se o encaminhamento dessas crianças a escolas, classes 
ou seções permanentes de Educação Especial, salvo exceções, quando há 
incapacidade de o aluno frequentar a classe regular de ensino. 
 
Há estruturas de ação em Educação Especial, adotadas pela Conferência 
Mundial em Educação Especial, que se compõe de aspectos que visam à 
implementação de políticas, recomendações e ações governamentais que visão 
aspectos de melhoria para a Educação Especial, dentre eles estão incluídos os 
serviços externos de apoio à Educação Especial. 
 
De acordo com a LDB (artigo 58), existe a possibilidade do Atendimento 
Educacional Especializado, ocorrer fora do ambiente escolar, entretanto, o ensino 
regular não deve ser substituído, e sim, apoiado através de intervenções que visem 
o aprendizado e o desenvolvimento do aluno. A importância do apoio ou suporte ao 
professor que possui em sala de aula um aluno com deficiência é percebida através 
da dificuldade que o educador apresenta em alfabetizar esse aluno, visto que, 
normalmente as salas de aula do ensino regular público, onde a inclusão ocorre de 
forma mais efetiva, normalmente apresentam problemas de superlotação. Tal fato 
impossibilita o professor de desenvolver com este aluno, um trabalho mais 
específico que atenda suas reais necessidades. 
 
 
Para crianças com necessidades educacionais especiais uma rede contínua 
de apoio deveria ser providenciada, com variação desde a ajuda mínima na 
classe regular até programas adicionais de apoio à aprendizagem dentro da
 
escola e expandindo, conforme necessário, à provisão de assistência dada 
por professores especializados e pessoal de apoio externo. (MEC/SEESP, 
2006:335) 
 
 
O despreparo e o medo do desconhecido ainda pairam sobre as salas de 
aula frente à inclusão. Incluir um aluno na escola regular vai muito além de 
permitir a frequência e participação do mesmo nas aulas sem dá-lo condições 
para aprender. A inclusão requer participação ativa no processo de ensino e 
aprendizagem, socialização e vivência. Para que isto ocorra de forma efetiva é 
necessário que a escola se organize funcionalmente e estruturalmente para receber 
este aluno e incluí-lo. O currículo deve ser adaptado às necessidades dos alunos, 
promovendo oportunidades que se adéquem as habilidades e interesses 
diferenciado na intenção de promover a inclusão de todos. 
 
A Educação Especial deve fazer parte do cotidiano da escola, 
abrangendo a educação básica e o ensino superior, na intenção de garantir 
aos alunos que necessitem de apoio especializado e de intervenção 
pedagógica adequada, uma maior 
eficiência no processo de ensino 
e aprendizagem, dentro 
do contexto no qual está inserido. 
 
 
http://www.grupocianni.com.br/course/especializacao-em-educacao-especial-inclusiva-ead/ 
 
 
 
 
 
O movimento nacional para incluir todas as crianças na escola e o ideal de 
uma escola para todos vêm dando novo rumo às expectativas educacionais para os 
alunos com necessidades especiais. 
 
 
Esses movimentos evidenciam grande impulso desde a década de 90 no que 
se refere à colocação de alunos com deficiência na rede regular de ensino e têm 
avançado aceleradamente em alguns países desenvolvidos, constatando-se que a 
inclusão bem-sucedida desses educandos requer um sistema educacional diferente 
do atualmente disponível. Implicam a inserção de todos, sem distinção de condiçõeslinguísticas, sensoriais, cognitivas, físicas, emocionais, étnicas, socioeconômicas ou 
outras e requer sistemas educacionais planejados e organizados que deem conta da 
diversidade dos alunos e ofereçam respostas adequadas às suas características e 
necessidades. 
 
A inclusão escolar constitui, portanto, uma proposta politicamente correta que 
representa valores simbólicos importantes, condizentes com a igualdade de direitos 
e de oportunidades educacionais para todos, em um ambiente educacional 
favorável. Impõe-se como uma perspectiva a ser pesquisada e experimentada na 
realidade brasileira, reconhecidamente ampla e diversificada. 
http://tarabori.jusbrasil.com.br/artigos/305202370/inclusao-de-alunos-com-deficiencia-ou-necessidades-especiais 
 
 
 
 
Ao pensar a implementação imediata do modelo de educação inclusiva nos 
sistemas educacionais de todo o país (nos estados e municípios), há que se 
contemplar alguns de seus pressupostos. Que professor o modelo inclusivista 
prevê? O professor especializado em todos os alunos, inclusive nos que apresentam 
deficiências? 
 
O plano teórico-ideológico da escola inclusiva requer a superação dos 
obstáculos impostos pelas limitações do sistema regular de ensino. Seu ideário 
defronta-se com dificuldades operacionais e pragmáticas reais e presentes, como 
recursos humanos, pedagógicos e físicos ainda não contemplados nesse Brasil 
afora, mesmo nos grandes centros. Essas condições, a serem plenamente 
conquistadas em futuro remoto, supõe-se, são exequíveis na atualidade, em 
condições restritamente específicas de programas-modelos ou experimentais. 
 
O que se afigura de maneira mais expressiva ao se pensar na viabilidade 
do modelo de escola inclusiva para todo o país no momento, é a situação dos 
recursos humanos, especificamente dos professores das classes regulares, 
que precisam ser efetivamente capacitados para transformar sua prática 
educativa. A formação e a capacitação docente impõem-se como meta 
principal a ser alcançada na concretização do sistema educacional que inclua 
todos, verdadeiramente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.infojovem.org.br/infopedia/descubra-e-aprenda/diversidade/pessoas-com-deficiencia/
 
 
É indiscutível a dificuldade de efetuar mudanças, ainda mais quando implicam 
novos desafios e inquestionáveis demandas socioculturais. O que se pretende, 
numa fase de transição onde os avanços são inquietamente almejados, é o 
enfrentamento desses desafios mantendo-se a continuidade entre as práticas 
passadas e os presentes, vislumbrando o porvir; é procurar manter o equilíbrio 
cuidadoso entre o que existe e as mudanças que se propõem. 
 
Observe-se a legislação atual. Quando se preconiza, para o aluno com 
necessidades especiais, o atendimento educacional especializado preferencialmente 
na rede regular de ensino, evidencia-se uma clara opção pela política de integração 
no texto da lei, não devendo a integração – seja como política ou como princípio 
norteador – ser penalizada em decorrência dos erros que têm sido identificados na 
sua operacionalização nas últimas décadas. 
 
O êxito da integração escolar depende, dentre outros fatores, da eficiência no 
atendimento à diversidade da população estudantil. Como atender a essa 
diversidade? Sem pretender respostas conclusivas, sugere-se estas, dentre outras 
medidas: elaborar propostas pedagógicas baseadas na interação com os alunos, 
desde a concepção dos objetivos; reconhecer todos os tipos de capacidades 
presentes na escola; sequenciar conteúdos e adequá-los aos diferentes ritmos de 
aprendizagem dos educandos; adotar metodologias diversas e motivadoras; avaliar 
os educandos numa abordagem processual e emancipadora, em função do seu 
progresso e do que poderá vir a conquistar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://pa.olx.com.br/
 
 
Alguns educadores defendem que uma escola não precisa preparar-se para 
garantir a inclusão de alunos com necessidades especiais, mas tornar-se 
preparada como resultado do ingresso desses alunos. Indicam, portanto, a 
colocação imediata de todos na escola. Entendem que o processo de inclusão é 
gradual, interativo e culturalmente determinado, requerendo a participação do próprio 
aluno na construção do ambiente escolar que lhe seja favorável. Embora os sistemas 
educacionais tenham a intenção de realizar intervenções pedagógicas que propiciem às 
pessoas com necessidades especiais uma melhor educação, sabe-se que a própria 
sociedade ainda não alcançou níveis de integração que favoreçam essa expectativa. 
 
Para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada, devendo 
firmar a convivência no contexto da diversidade humana, bem como aceitar e 
valorizar a contribuição de cada um conforme suas condições pessoais. 
 
A educação tem se destacado como um meio privilegiado de favorecer o 
processo de inclusão social dos cidadãos, tendo como mediadora uma escola 
realmente para todos, como instância sociocultural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://portal.rac.com.br/blog/blog.php?busca_mes=7&busca_ano=2012&blog_id=32 
 
 
 
A prática escolar tem evidenciado o que pesquisas científicas vêm 
comprovando: os sistemas educacionais experimentam dificuldades para integrar
 
aluno com necessidades especiais. Revelam os efeitos dificultadores de diversos 
fatores de natureza familiar, institucionais e socioculturais. 
 
A maioria dos sistemas educacionais ainda se baseiam na concepção 
médico-psicopedagógico quanto à identificação e ao atendimento de alunos com 
necessidades especiais. Focaliza a deficiência como condição individual e minimiza 
a importância do fator social na origem e manutenção do estigma que cerca essa 
população específica. Essa visão está na base de expectativas massificadas de 
desempenho escolar dos alunos, sem flexibilidade curricular que contemple as 
diferenças individuais. 
 
Outras análises levam à constatação de que a própria escola regular tem 
dificultado, para os alunos com necessidades especiais, as situações 
educacionais comuns propostas para os demais alunos. Direcionam a prática 
pedagógica para alternativas exclusivamente especializadas, ou seja, para 
alunos com necessidades especiais, a resposta educacional adequada 
consiste em serviços e recursos especializados. 
 
Tais circunstâncias apontam para a necessidade de uma escola transformada. 
 
 
 
https://unieducar.org.br/catalogo/curso-gratis/educacao-de-criancas- 
 
 
Requerem a mudança de sua visão atual. A educação eficaz supõe um projeto 
pedagógico que enseje o acesso e a permanência – com êxito – do aluno no ambiente 
escolar; que assume a diversidade dos educandos, de modo a contemplar as suas
necessidades e potencialidades. A forma convencional da prática pedagógica e do 
exercício da ação docente é questionada, requerendo-se o aprimoramento permanente 
do contexto educacional. Nessa perspectiva é que a escola virá a cumprir o seu papel, 
viabilizando as finalidades da educação. 
 
Em uma dimensão globalizada da escola e no bojo do seu projeto 
pedagógico, a gestão escolar, os currículos, os conselhos escolares, a 
parceria com a comunidade escolar e local, dentre outros, precisam ser 
revistos e redimensionados, para fazer frente ao contexto da educação para 
todos. A lei nº 9.394 – de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – respalda, 
enseja e oferece elementos para a transformação requerida pela escola de 
modo que atenda aos princípios democráticos que a orientam. 
 
A Educação Especialtem sido atualmente definida no Brasil segundo uma 
perspectiva mais ampla, que ultrapassa a simples concepção de atendimentos 
especializados tal como vinha sendo a sua marca nos últimos tempos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.observatoriodorecife.org.br/ 
 
 
Conforme define a nova LDB, trata-se de uma modalidade de educação 
escolar, voltada para a formação do indivíduo, com vistas ao exercício da cidadania. 
Como elemento integrante e indistinto do sistema educacional, realiza-se 
transversalmente, em todos os níveis de ensino, nas instituições escolares, cujo
projeto, organização e prática pedagógica devem respeitar a diversidade dos alunos, a 
exigir diferenciações nos atos pedagógicos que contemplem as necessidades 
educacionais de todos. Os serviços educacionais especiais, embora diferenciados, não 
podem desenvolver-se isoladamente, mas devem fazer parte de uma estratégia global 
de educação e visar suas finalidades gerais. 
 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais preconizam a atenção à diversidade da 
comunidade escolar e baseiam-se no pressuposto de que a realização de 
adaptações curriculares pode atender a necessidades particulares de aprendizagem 
dos alunos. Consideram que a atenção à diversidade deve se concretizar em 
medidas que levam em conta não só as capacidades intelectuais e os 
conhecimentos dos alunos, mas, também, seus interesses e motivações. 
 
A atenção à diversidade está focalizada no direito de acesso à escola e 
visa à melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, 
irrestritamente, bem como as perspectivas de desenvolvimento e socialização. 
A escola, nessa perspectiva, busca consolidar o respeito às diferenças, 
conquanto não elogie a desigualdade. As diferenças vistas não como 
obstáculos para o cumprimento da ação educativa, mas, podendo e devendo 
ser fatores de enriquecimento. 
 
A diversidade existente na comunidade escolar contempla uma ampla 
dimensão de características. Necessidades educacionais podem ser identificadas 
em diversas situações representativas de dificuldades de aprendizagem, como 
decorrência de condições individuais, econômicas ou socioculturais dos alunos: 
 
• Crianças com condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e sensoriais 
diferenciadas; 
 
• Crianças com deficiência e bem-dotadas; 
 
• Crianças trabalhadoras ou que vivem nas ruas; 
 
• Crianças de populações distantes ou nômades; 
 
• Crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais; 
 
• Crianças de grupos desfavorecidos ou marginalizados. 
 
 
A expressão necessidades educacionais especiais podem ser utilizadas 
para referir-se a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada 
capacidade ou de suas dificuldades para aprender. Está associada, portanto, a 
dificuldades de aprendizagem, não necessariamente vinculada a deficiências. O 
termo surgiu para evitar os efeitos negativos de expressões utilizadas no contexto 
educacional – deficientes, excepcionais, subnormais, superdotados, infradotados, 
incapacitados etc. – para referir-se aos alunos com altas habilidades/superdotação, aos 
portadores de deficiências cognitivas, físicas, psíquicas e sensoriais. Tem o propósito de 
deslocar o foco do aluno e direcioná-lo para as respostas educacionais que eles 
requerem, evitando enfatizar os seus atributos ou condições pessoais que podem 
interferir na sua aprendizagem e escolarização. 
 
É uma forma de reconhecer que muitos alunos, sejam ou não portadores de 
deficiências ou de superdotação, apresentam necessidades educacionais que 
passam a ser especiais quando exigem respostas específicas adequadas. 
 
O que se pretende resgatar com essa expressão é o seu caráter de 
funcionalidade, ou seja, o que qualquer aluno pode requerer do sistema educativo 
quando frequenta a escola. Isso requer uma análise que busque verificar o que ocorre 
quando se transforma as necessidades especiais de uma criança numa criança com 
necessidades especiais. Com frequência, necessitar de atenção especial na escola
pode repercutir no risco de tornar-se um portador de necessidades especiais. Não se 
trata de mero jogo de palavras ou de conceitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
alimentosaudeinfantil.wordpress.com 
 
 
Falar em necessidades educacionais especiais, portanto, deixa de ser pensar 
nas dificuldades específicas dos alunos e passa a significar o que a escola pode 
fazer para dar respostas às suas necessidades, de um modo geral, bem como aos 
que apresentam necessidades específicas muito diferentes dos demais. Considera 
os alunos, de um modo geral, como passíveis de necessitar, mesmo que 
temporariamente, de atenção específica e poder requerer um tratamento 
diversificado dentro do mesmo currículo. Não se nega o risco da discriminação, do 
preconceito e dos efeitos adversos que podem decorrer dessa atenção especial. Em 
situação extrema, a diferença pode conduzir à exclusão. Por culpa da diversidade ou 
de nossa dificuldade em lidar com ela? 
 
Nesse contexto, a ajuda pedagógica e os serviços educacionais, mesmo 
os especializados – quando necessários – não devem restringir ou prejudicar 
os trabalhos que os alunos com necessidades especiais compartilham na sala 
de aula com os demais colegas. Respeitar a atenção à diversidade e manter a 
ação pedagógica “normal” parece ser um desafio presente na integração dos 
alunos com maiores ou menos acentuadas dificuldades para aprender. 
 
 
 
 
 
Embora as necessidades especiais na escola sejam amplas e diversificadas, 
a atual Política Nacional de Educação Especial aponta para uma definição de 
prioridades no que se refere ao atendimento especializado a ser oferecido na escola 
para quem dele necessitar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.oimpacto.com.br 
 
 
Nessa perspectiva, define como aluno portador de necessidades especiais 
aquele que “... por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos 
no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer 
recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas. ” A classificação 
desses alunos, para efeito de prioridade no atendimento educacional especializado 
(preferencialmente na rede regular de ensino), consta da referida Política e dá 
ênfase a: 
 
• portadores de deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla; 
 
• portadores de condutas típicas (problemas de conduta); 
 
• portadores de Superdotação. 
 
A educação especial pode ser oferecida em instituições públicas ou 
particulares. As políticas recentes de educação especial têm indicado as seguintes 
situações para a organização do atendimento: 
 
• Integração plena na rede regular de ensino, com ou sem apoio em sala de 
recursos. 
 
 
 
 
 
• Classe especial em escola regular. Pelas dificuldades de integração dos alunos em 
salas de ensino regular, algumas escolas optam pela organização de salas de 
aula exclusivas ao atendimento de alunos com necessidades especiais. 
 
• Escola especializada, destinada a atender os casos em que a educação 
integrada não se apresenta como viável, seja pelas condições do aluno, seja 
pelas do sistema de ensino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.fireflyfriends.com/pt/S=0/special-needs-blog/P10 
 
A integração dos portadores de necessidades educativas especiais nosistema de ensino regular é uma diretriz constitucional (art. 208, III), fazendo parte 
da política governamental há pelo menos uma década. Mas, apesar desse 
relativamente longo período, tal diretriz ainda não produziu a mudança necessária na 
realidade escolar, de sorte que todas as crianças, jovens e adultos com necessidades 
especiais sejam atendidos em escolas regulares, sempre que for recomendado pela 
avaliação e suas condições pessoais. A concepção da política de integração da 
educação especial na rede regular de ensino abrange duas vertentes fundamentais: 
 
O âmbito social, a partir do reconhecimento das crianças, jovens e adultos 
especiais como cidadãos e de seu direito de estarem integrados à sociedade 
o mais plenamente possível; 
 
 
 
 
 
O âmbito educacional, tanto nos aspectos administrativos (adequação do 
espaço escolar, de seus equipamentos e materiais pedagógicos) quanto na 
qualificação dos professores e demais profissionais envolvidos. O ambiente 
escolar como um todo deve ser sensibilizado para uma perfeita integração. 
Propõe-se uma escola integradora, inclusiva, aberta à diversidade dos alunos, 
no que a participação da comunidade é fator essencial. 
 
Entre outras características dessa política, são importantes a flexibilidade e a 
diversidade, quer porque o aspecto das necessidades especiais é variado, quer 
porque as realidades são bastante diversificadas no país. Quanto às escolas 
especiais, a política de inclusão as reorienta para prestarem apoio aos programas de 
integração. 
 
Enquanto modalidade de ensino, a educação especial deve seguir os 
mesmos requisitos curriculares dos respectivos níveis de ensino aos quais 
está associada. No entanto, de modo a considerar as especificidades dessa 
modalidade de ensino e auxiliar no processo de adaptação à nova política de 
integração, os sistemas de ensino contam atualmente com o documento 
Adaptações curriculares. Esse documento define estratégias para a educação de 
alunos com necessidades educativas especiais e orienta os sistemas de ensino para 
o processo de construção da educação na diversidade. 
http://nutrifilhos.com/inclusao-nas-escolas-quem-ganham-sao-as-demais-criancas/ 
 
 
 
 
 
Os currículos devem ter uma base nacional comum, conforme determinam os 
arts. 26 e 27 da LDBEN, a ser suplementada e complementada por uma parte 
diversificada, exigida, inclusive, pelas características dos alunos. 
 
Em casos muito singulares, em que o educando com graves comprometimentos mentais 
e/ou múltiplos não puder beneficiar-se de um currículo que inclua formalmente a base 
nacional comum, deverá ser proposto um currículo especial para atender suas 
necessidades, com características amplas apresentadas pelo aluno. 
 
O currículo especial – tanto na educação infantil como nas séries iniciais do 
ensino fundamental – distingue-se pelo caráter funcional e pragmático das atividades 
previstas. 
 
Alunos com grave deficiência mental ou múltipla têm, na grande maioria das 
vezes, um longo percurso educacional sem apresentar resultados de escolarização 
previstos no Inciso I do art. 32 da LDBEN: «o desenvolvimento da capacidade de 
aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do 
cálculo». 
 
Nesse caso, e esgotadas todas as possibilidades apontadas no art. 24 da 
LDBEN, deve ser dada, a esses alunos, uma certificação de conclusão de 
escolaridade, denominada «terminalidade específica». Terminalidade específica, 
portanto, é «uma certificação de conclusão de escolaridade, com histórico escolar 
que apresenta, de forma descritiva, as habilidades atingidas pelos educandos cujas 
necessidades especiais, oriundas de grave deficiência mental ou múltipla, não lhes 
permitem atingir o nível de conhecimento exigido para a conclusão do ensino 
fundamental, respeitada a legislação existente, esgotadas as possibilidades 
pontuadas no art. 24 da Lei n.º 9.394/96 e de acordo com o regimento e a proposta 
pedagógica da escola». 
 
A referida certificação de escolaridade deve possibilitar novas alternativas 
educacionais, tais como o encaminhamento para cursos de educação de jovens e 
adultos e de preparação para o trabalho, cursos profissionalizantes e 
encaminhamento para o mercado de trabalho competitivo ou não. 
 
A educação especial para o trabalho é uma alternativa que visa à integração do 
aluno com deficiência na vida em sociedade, a partir de ofertas de formação
 
profissional. Efetiva-se por meio de adequação dos programas de preparação para o 
trabalho, de educação profissional, de forma a viabilizar o acesso das pessoas com 
necessidades educacionais especiais em cursos de nível básico, técnico e 
tecnológico, possibilitando o acesso ao mercado formal ou informal. As adequações 
efetivam-se por meio de: 
 
• Adaptação dos recursos instrucionais: material pedagógico, equipamento, 
currículo e outros. 
 
• Capacitação de recursos humanos: professores, instrutores e profissionais 
especializados. 
 
• Eliminação de barreiras arquitetônicas. 
 
A educação especial para o trabalho pode ser realizada em escolas especiais, 
governamentais ou não, em oficinas pré-profissionais ou oficinas profissionalizantes 
(de forma protegida ou não), em escolas profissionais do sistema S (SESI, SENAI, 
SENAC, etc.), em escolas agro técnicas e técnicas federais ou em centros federais 
de educação tecnológica e em outras congêneres. 
 
Os arts. 3º e 4º do Decreto n.º 2.208/97 contemplam a inclusão de alunos em 
cursos de educação profissional de nível básico, independentemente de 
escolaridade prévia, além dos cursos de nível técnico e tecnológico. Assim, alunos 
com necessidades especiais também podem, com essa condição, beneficiar-se 
desses cursos, qualificando-se para o exercício de funções demandadas pelo mundo 
do trabalho. 
 
A educação para o trabalho oferecida aos alunos com necessidades especiais 
que não apresentarem condições de se integrar aos cursos profissionalizantes acima 
mencionados deve ser realizada em oficinas profissionalizantes protegidas, com 
vista à inserção não-competitiva no mundo do trabalho. 
 
Sendo a educação especial uma modalidade de ensino que perpassa os 
diversos níveis de ensino, o nível de formação exigido equivale aos requisitos 
para atuação nos respectivos níveis de ensino aos quais está associada. 
Sendo assim, para atuação na educação infantil e no primeiro segmento do 
ensino fundamental, exige-se formação mínima em nível médio, na modalidade 
Normal. Para atuação no segundo segmento do ensino fundamental e no 
ensino médio, exige-se formação em nível superior. 
 
 
 
 
 
A partir de 2007, a formação mínima exigida para atuação nos respectivos 
níveis de ensino e, portanto, na modalidade de educação especial será a licenciatura 
plena, obtida em nível superior. 
 
O Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Especial, 
também desenvolve o Programa Nacional de Capacitação de Recursos Humanos, 
dirigido aos profissionais que atuam no ensino regular. O Programa prevê 
atendimento gradual dos municípios brasileiros, utilizando-se de recursos da 
educação à distância, de modo a possibilitar maior oferta de atendimento aos alunos 
com necessidades educacionais especiais. 
 
O conhecimento da realidade da educação especial no país é ainda bastante 
precário, porque não se dispõe de estatísticas completas nem sobre o número de 
pessoas com necessidades especiais nem sobre o atendimento. Somente a partir do 
ano 2000, o Censo Demográfico passou a oferecer dados mais precisos, permitindo 
análises mais profundas da realidade. 
 
A Organização Mundialde Saúde estima que em torno de 10% da população 
de um país têm necessidades especiais de diversas ordens: visuais, auditivas, 
físicas, mentais, múltiplas, distúrbios de conduta e, também, superdotação ou altas 
habilidades. Se essa estimativa se aplicar ao Brasil, estima-se a existência de cerca 
de 15 milhões de pessoas nessa condição. 
 
A informação mais recente de que se dispõe, em âmbito nacional, foi obtida 
pelo Censo Demográfico de 1991, que investigou a existência de pessoas 
portadoras de cegueira, surdez, paralisia, falta de membros ou parte deles e 
deficiência mental, em uma amostra com aproximadamente 10% dos domicílios do 
país. Apuradas as respostas, a parcela de pessoas portadoras de deficiência foi 
calculada em 1,5% da população brasileira, bem inferior, portanto, às estimativas 
dos organismos internacionais de saúde. 
 
De qualquer forma, o atendimento nos estabelecimentos escolares mostra-se 
muito inferior ao necessário. Em 1999, havia cerca de 311 mil alunos matriculados, 
distribuídos da seguinte forma: 53,8% deficientes mentais; 12,6% com deficiências 
múltiplas; 12,6% com deficiência auditiva; 4,9% com deficiência física; 4,6% com 
deficiência visual; 2,7% com problemas de condutas típicas. Apenas 0,4% com altas 
habilidades/superdotados e 8,5% com outro tipo de deficiência. 
 
 
 
 
 
Assim como o movimento inclusivo exige mudanças estruturais para as 
escolas comuns e especiais, ele também propõe que haja uma articulação 
entre os diferentes profissionais envolvidos neste processo. O diálogo entre 
diversos profissionais é necessário para o aprofundamento e melhor 
desempenho, seja do aluno, do professor ou do especialista. 
 
No entanto, o diálogo só acontece quando as partes que se respeitam 
mutuamente e não assumem uma posição de superioridade de conhecimento e de 
dominação sobre o outro. Desta forma, para que cada espaço se organize e cumpra 
com o que se propõe, sem ocupar ou se sobrepor ao trabalho do outro, faz-se 
necessário destacar: 
 
• Escola (sala comum): Espaço educacional responsável pela saída da vida 
particular e Familiar para o domínio público tem função social reguladora e 
formativa para os alunos. A escola cabe ensinar a compartilhar o saber, 
introduzir o aluno no mundo social, cultural e cientifico, ou seja, cabe a escola 
socializar o saber universal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://tatianebaptista.blogspot.com.br/2015/05/criancas-com-necessidades-especiais.html 
 
 
 
• Atendimento Educacional Especializado: Tem por objetivo ampliar o ponto 
de partida e de chegada do aluno em relação ao seu conhecimento. Não se 
atém a solucionar os obstáculos da deficiência, mas criar outras formas de
 
interação, de acessar o conhecimento particular e pessoal. É de caráter 
educacional, mas ao contrário da escola que trabalha o saber universal, o 
AEE trabalha com o saber particular do aluno, aquilo que traz de casa, de 
suas convicções visando propiciar uma relação com o saber diferente do que 
possui ampliar sua autonomia pessoal, garantir outras formas de acesso ao 
conhecimento (como por exemplo, através do BRAILLE, LIBRAS, uso de 
tecnologia, uso de diferentes estratégias de pensamento, etc.) 
 
• Atendimento Clínico: Preocupam-se com os sintomas específicos, as 
patologias apresentadas em cada área, que são trabalhados de maneira a 
superar ou reabilitar o indivíduo nas manifestações que ocorrem. Exemplo: o 
fonoaudiólogo trabalhará com a dificuldade de linguagem expressiva ou 
receptiva, melhorando a condição da pessoa neste aspecto, o fisioterapeuta 
 
buscará, por exemplo, melhorar os movimentos perdidos, etc. 
 
Sabemos que a pessoa é um ser indivisível, em que cada uma de suas 
partes interage com a outra, influenciando e determinando a condição do seu 
funcionamento e crescimento como pessoa. Como exemplo, podemos citar o 
atendimento educacional especializado, que na construção do conhecimento 
toca em questões subjetivas para o aluno, o que fatalmente acarretará 
consequências no seu desenvolvimento global e consequentemente na 
resposta ao atendimento clínico. 
http://www.facafisioterapia.net/2012/12/fisioimagens-37.html 
 
 
 
Se uma instituição especializada mantém o atendimento educacional e clínico, 
esses especialistas devem interagir, embora cada um mantenha os limites de suas 
especificidades. E mesmo naquelas escolas especiais e comuns que não têm o 
propósito de desenvolver o atendimento clínico, o diálogo com os especialistas é 
fundamental. E que esta interação não se estabeleça para encerrar as possibilidades 
do aluno em um diagnóstico que contempla apenas as deficiências, mas para 
descobrir saídas conjuntas de atuação em cada caso. 
 
Todos esses três saberes: o clínico, o escolar e o especializado devem fazer 
suas diferentes ações convergir para um mesmo objetivo, o desenvolvimento das 
pessoas com deficiência. O atendimento educacional especializado foi criado para 
dar um suporte para os alunos deficientes para facilitar o acesso ao currículo. 
 
De acordo com o Decreto nº 6571, de 17 de setembro de 2008: 
 
 
 
A
rt. 1o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de 
ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma deste 
Decreto, com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional 
especializado aos alunos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede 
pública de ensino regular. § 1º Considera-se atendimento educacional 
especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e 
pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma 
complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular. § 
2o O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta 
pedagógica da escola, envolver a participação da família e ser realizado em 
a
r
ticulação com as demais políticas públicas. 
 
 
O AEE é um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza 
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena 
participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Ele deve ser 
articulado com a proposta da escola regular, embora suas atividades se diferenciem 
das realizadas em salas de aula de ensino comum. (MEC, 2009). 
 
Deve ser realizado no período inverso ao da classe frequentada pelo aluno e 
preferencialmente, na própria escola. Há ainda a possibilidade de esse atendimento 
acontecer em uma escola próxima. Nas escolas de ensino regular o AEE deve 
acontecer em salas de recursos multifuncionais que é um espaço organizado com 
materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o
 
atendimento às necessidades educacionais especiais, projetadas para oferecer 
suporte necessário a estes alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento. 
(MEC, 2007). 
 
O atendimento educacional especializado é muito importante para os avanços 
na aprendizagem do aluno com deficiências na sala de ensino regular. Os 
professores destas salas devem atuar de forma colaborativa com o professor da 
classe comum para a definição de estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso 
ao aluno ao currículo e a sua interação no grupo, entre outras ações que promovam 
a educação inclusiva. 
 
Quanto mais o AEE acontecer nas escolas regulares nas que os alunos com 
deficiências estejam matriculados mais trará benefícios para esses, o que contribuirá 
para a inclusão, evitando atos discriminatórios. 
 
 
 
 
 
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