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Governo Collor

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Prof. Rui Ronald C. Marinho
Economia Brasileira
IAG-PUC RJ
O Governo Collor
No ano de 1989, as eleições presidenciais do Brasil foram marcadas pela frustração do governo Sarney (assolado pela crise econômica) e as expectativas de, finalmente, ocorrerem eleições diretas depois de mais de trinta anos sem espaço para as práticas democráticas. As eleições polarizaram o confronto entre Luis Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores; e Fernando Collor, do Partido Republicano Nacional.
Lula era representante das forças políticas de esquerda, recebeu apoio dos movimentos populares e sindicais. Defendeu um programa de mudanças na estrutura socioeconômica do país a fim de implementar um modelo socialista.
Por outro lado, Fernando Collor de Melo era um político alagoano pertencente a uma família de políticos tradicionais, mas seu partido, o PRN, era uma agremiação insignificante. O candidato Collor de Mello recebeu apoio das forças conservadoras de direita, que congregava desde os interesses mais retrógrados, como o grande latifúndio, até interesses dos grandes industriais e banqueiros. Por conta disso, o pleito ficou fortemente polarizado ideologicamente. 
Contando com recursos de vários representantes do empresariado nacional e aproveitado sua habilidade frentes às câmeras, Fernando Collor de Mello prometia resolver os problemas que assolavam o Brasil. 
Collor conseguiu ainda apresentar-se como o candidato das camadas populares mais pobres, que em sua campanha foram denominados de "descamisados". Além disso, ao veicular falsa idéia sobre o candidato adversário e o cenário político nacional num provável governo Lula, conseguiu amedrontar a população.
Na área econômica, o programa de governo do candidato Collor de Mello era explicitamente de tendência neoliberal e previa uma extensa reforma do Estado, privatização das empresas estatais e abertura da economia à competição internacional. Collor de Mello vence as eleições com 35 milhões de votos e Lula obteve cerca de 30 milhões de votos.
O Ministério da Fazenda foi ocupado por Zélia Cardoso de Mello, que colocou em prática o chamado Plano de Reconstrução Nacional (Plano Collor). Logo no início do governo, foram tomadas medidas econômicas drásticas e de grande impacto a fim de solucionar a grave crise da hiperinflação. Além de buscar a abertura dos mercados, a participação do capital estrangeiro e a diminuição do gasto público, o plano congelou a renda das cadernetas de poupanças de milhares de brasileiros.
Os salários e os preços foram congelados, os depósitos bancários foram confiscados por um período de 18 meses. Apenas por um breve período de tempo, a inflação ficou sob controle. A recessão e o agravamento da crise econômica afetaram a popularidade do presidente. No Congresso Nacional, Collor foi perdendo apoio parlamentar com o conseqüente enfraquecimento político de seu governo.
Sem alcançar o sucesso esperado o plano naufragou em meio a um surto de recessão econômica e a volta das ondas inflacionárias. Em 1992, o governo Collor ainda foi alvo de novas polêmicas. Uma rede de favorecimento político e econômico controlada por pessoas diretamente ligadas ao presidente escandalizou o país. As denúncias de corrupção ocuparam as manchetes dos principais meios de comunicação da época. Dando resposta a essas denúncias, o Congresso Nacional criou uma investigação controlada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). 
Os fracos números da econômica e a indignação frente aos escândalos de corrupção envolvendo seu nome incentivaram a mobilização em torno de sua saída do governo. Os integrantes do movimento “Fora, Collor”, capitaneado por entidades representativas dos sindicatos, setores estudantis e entidades de classe, pintaram suas caras e saíram às ruas em sinal de sua indignação. 
A pressão pública forçou o Congresso a cassar o mandato do presidente Fernando Collor de Mello. No final daquele mesmo ano, o presidente perdeu seu cargo, que foi assumido pelo então vice-presidente Itamar Franco.
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