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Trabalho NP1

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Instituto de Ciencias Humanas
Campus São José do Rio Pardo
Curso de Graduação em Psicologia (noturno)
ANA CAROLINA CHAGAS – C93DBA - 9
EMANUEL DA SILVEIRA RODRIGUES – D0362C - 7
murilo augusto de souza d. coutinho – c69086 - 4
jennifer ferreira – c8865e - 5
Psicologia do Desenvolvimento do Ciclo Vital
Trabalho de Observação.
Profª. Renata Elias.
SÃO JOSÉ DO RIO PARDO 
Abril/2016
SUMÁRIO
Introdução...........................................................................................................3
Relatório de Observação.....................................................................................4
O desenvolvimento humano por Piajet ...............................................................5
Relação Prática e Teórica....................................................................................7
Bibliografia.........................................................................................................11
Anexos..............................................................................................................12
Introdução
Este trabalho tem como objetivo introduzir o aluno na prática da observação dos fenômenos do desenvolvimento da criança. Articular teoria e prática.
Foi observada uma criança de 5 anos e 7 meses, na qual essa observação foi transcrita e utilizada para que através dessa técnica fosse feita uma comparação com a teoria para compreender as dificuldades envolvidas na observação e no estudo de crianças.
Relatório de Observação
A criança I.C.L, é uma menina nascida no dia 7 de setembro 2010, atualmente está com 5 anos e 7 meses, ela foi observada na casa de sua avó, no município de Guaxupé, estando junto com uma prima da mesma idade. A observação ocorreu no período da noite e durou certa de 30 minutos.
	Chegando ao local, o grupo foi recepcionado pela criança junto com sua prima, que ficaram brincando de correr e pular na sala por um bom tempo. Logo, deixou de brincar com a prima e se aproximou mais de um membro do grupo, brincando de cabelereira, começou a fazer trança e depois ficou mexendo no celular em aplicativos de tirar foto. Ao longo da observação ela passou a interagir mais com o grupo todo falando sobre muitas coisas, nos disse que quando crescer quer ser policial para prender bandidos, disse também que gosta muito da cor vermelha embora não saiba o porquê e comentou sobre muitos de seus colegas de classe. Pouco antes de irmos embora, ela ficou brincando de escolinha, dizendo que era professora e se algum de nós falasse, ela chamaria a “Marilda” como castigo.
	Na observação notamos os seguintes aspectos:
Aspecto físico: Pele morena, cabelos cacheados longos de cor castanhos claros, olhos castanhos e sua estatura são em torno de um metro, consegue correr e pular por um bom tempo sem se cansar;
Aspecto perceptual: Havia pedido à sua mãe para deixar a televisão ligada no canal da novela Carrossel, sendo que logo foi correr com sua prima; Tem boa coordenação motora ao manusear o celular; Não se atentava muito à conversas paralelas; Comentou que o cabelo de uma integrante do grupo precisava de uma escova;
Aspecto cognitivo: Mostrou certa facilidade para identificar os símbolos do celular; Soube nos contar diversos relatos passados; Nos diálogos, ela mostrou ter sempre respostas rápidas e curtas; Disse que também mora em Guaxupé, mas não soube explicar onde era;
Aspecto da linguagem: Teve dificuldade ao pronunciar algumas palavras como ‘’preguiçosa’’, falando ‘’piguiçosa’’; Em um determinado momento, gaguejou enquanto falava; Fala sobre outros assuntos com bastante clareza;
Aspecto de personalidade: É uma menina que interage com muitas coisas e com bastante rapidez; Deixa bem claro sua opinião e vontade, mesmo que contradizendo alguém e ficava fazendo diversas perguntas ao grupo;
Aspecto social: Quando estava com a prima, era sempre ela quem definia a brincadeira e quais as regras; No começo da observação ela não interagiu muito com o grupo, dentro de pouco tempo se aproximou de uma integrante e em seguida, do grupo todo.
O desenvolvimento humano por Piajet
A análise do desenvolvimento do ser humano constitui uma área do conhecimento da Psicologia que compreende o homem em todos seus aspectos, desde o período pré-natal até a velhice. É um estudo que visa compreender suas evoluções e identificar possíveis atrasos ou rupturas que trarão futuros problemas psicológico.
Piajet é uma referência neste estudo, ele considera quatro períodos ou estágios no processo evolutivo do ser humano, que são:
1º Sensório-motor de 0 a 2 anos;
2º Pré-operatório de 2 a 7 anos;
Operações concretas de 7 a 12 anos;
Operações formais de 12 anos em diante.
Cada um desses períodos tem suas próprias características e vão se cruzando com outras linhas de pensamento dentro da ciência do desenvolvimento humano.
Focaremos no 2º estágio, o pré-operatório.
O período pré-operatório tem por base o surgimento da linguagem e, consequentemente, o pensamento, o que leva ao início da socialização.
Ao longo dessa fase, a criança só consegue raciocinar pelo pensamento egocêntrico, que é a incapacidade de se colocar em outro ponto de vista além do seu, portanto não utiliza muito à lógica e tem dificuldade para justificar suas opiniões, embora já seja capaz de narrar fatos de seu passado e antecipar suas ações. 
Outro marcos deste período é a necessidade de questionar tudo; O animismo, sendo a tendência de dar vida a objetos; Desenvolvimento de sentimentos interindividuais como afetividade, simpatia e antipatia e também sentimentos de auto avaliação, no caso, a superioridade e inferioridade, baseados em todos seus sucessos e fracassos; Nutre um grande respeito formado de afeição e temor por pessoas mais velhas, em especial os pais e desenvolve seus primeiros valores morais. 
É nesta fase que surge na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação, esta substituição é possível, conforme Piaget, graças à função simbólica. Neste estagio a criança já não depende unicamente de suas sensações, de seus movimentos, mas já distingue um significador (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objeto ausente), o significado, é importante ressaltar o carácter lúdico do pensamento simbólico. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica.
Contudo, lembra que a atividade Sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas. A criança deste estágio: é egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro, não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação, já pode agir por simulação, "como se", possui percepção global sem discriminar detalhes e deixa-se levar pela aparência sem relacionar fatos.
 Podemos dizer que a criança e egocêntrica da sua maneira, ou seja, implica a ausência da necessidade, por parte da criança, de explicar aquilo que diz, por ter certeza de estar sendo compreendida. Da mesma forma, o egocentrismo é responsável por um pensamento pré-lógico, pré-causal, mágico, animista e artificialista. O raciocínio infantil não é nem dedutivo nem indutivo, mas transdutivo, indo do particular ao particular; o juízo não é lógico por ser centrado no sujeito, em suas experiências passadas e nas relações subjetivas que ele estabelece em função das mesmas. Os desejos, as motivações e todas as características conscientes, morais e afetivas são atribuídas às coisas (animismo). A criança pensa, por exemplo, que o cão ladre porque está com saudades da mãe.
 Por outro lado, para as crianças até os sete ou cinco anos de idade, os processos psicológicos internostêm realidade física: ela acha que os pensamentos estão na boca ou os sonhos estão no quarto. Dessa confusão entre o real e o irreal surge a explicação artificialista, segundo a qual, se as coisas existem é porque alguém as criou.
 Do ponto de vista do juízo moral observa-se que, a princípio, a moral é totalmente heterônoma, passando a autônoma na medida em que a criança começa a sair do seu egocentrismo e compreender a necessidade da justiça equânime e da responsabilidade individual e coletiva, independentes da autoridade ou da sanção imposta.
Relação Prática e Teórica
O grupo relacionou os seguintes aspectos da observação com a teoria de Piaget:
	Aspecto físico
	Observação
	Teoria
	
 Pele morena, cabelos cacheados longos de cor castanho claro, olhos castanhos e sua estatura é em torno de um metro, consegue correr e pular por um bom tempo sem se cansar.
	
Conhecer os atributos dos objetos concreto e observável (principal observação é o biológico) 
 
	Perceptual 
	Observação
	Teoria
	
Havia pedido à sua mãe para deixar a televisão ligada no canal da novela Carrossel, sendo que logo foi correr com sua prima; Tem boa coordenação motora ao manusear o celular; Não se atentava muito à conversas paralelas; Comentou que o cabelo de uma integrante do grupo precisava de uma escova.
	
Segundo Piaget, a concentração é uma característica que tem maior desenvolvimento no estágio operatório concreto, ou seja, de 7 a 12 anos, pelo fato do início da vida escolar e por abandonar o egocentrismo.
 Mas nesta fase a criança já possuía uma boa coordenação motora e consegue manusear objetos com facilidade e por conta de seu pensamento egocêntrico, não é muito capaz de se atentar a ações próximas que não lhe tragam interesse.
	Cognitivo
	Observação
	Teoria
	
Mostrou certa facilidade para identificar os símbolos do celular; Soube nos contar diversos relatos passados; Disse que também mora em Guaxupé, mas não soube explicar onde era.
	
De acordo com Piaget, nesta etapa a criança já desenvolveu sua capacidade simbólica, sendo capaz de representar objetos ou acontecimentos fora de seu campo de percepção atual, por meios de símbolos ou signos diferenciados. 
Com o surgimento da linguagem e pensamento, ela consegue narrar seus acontecimentos. 
Sua habilidade cognitiva permite que diga o nome do local onde mora pelo fato de ouvir constantemente, mas ainda é incapaz de explicar localização com suas próprias palavras. 
	Linguagem
	Observação
	Teoria
	
Teve dificuldade aos pronunciar algumas palavras como ‘’preguiçosa’’, falando ‘’piguiçosa’’; Em um determinado momento, gaguejou enquanto falava e ficava fazendo diversas perguntas ao grupo.
	
Pelo fato do início da socialização, a criança já é capaz de manter diálogos, embora seu vocabulário ainda seja um pouco simples e também é normal que tenha dificuldade na pronúncia de algumas palavras. 
A gagueira é comum na primeira infância, desde que não tenha constante dificuldade e luta para falar, mas no comum, a criança gagueja por não ter o vocabulário necessário para dizer tudo o que quer, está ansiosa ou brigando por atenção. 
	Personalidade
	Observação
	Teoria
	
É uma menina que interage com muitas coisas e com bastante rapidez; Deixa bem claro sua opinião e vontade, mesmo que contradizendo alguém; Ficava fazendo algumas perguntas.
	
Como já citamos, o egocentrismo é uma grande característica bem definitiva, é o que limita a criança a pensar apenas por si, sendo incapaz de enxergar por outro ponto de vista.
Esta fase também é apelidada de ‘’fase do porquê’’, pois é muito comum a criança questionar os adultos sobre as coisas, que muitas vezes não sabem responder pelo fato da pergunta não fazer muito sentido, as perguntas costumam ser sobre funcionalidade, ‘’pra que serve isso’’ ou ‘’porque tal coisa faz aquilo’’ 
	Social
	Observação
	Teoria
	
Quando estava com a prima, era sempre ela quem definia a brincadeira e quais as regras; No começo da observação ela não interagiu muito com o grupo, dentro de pouco tempo se aproximou de uma integrante e em seguida, do grupo todo; 
	
A criança ainda está em estado de construção da parte social, pode manter diálogos, conversar, mas ainda é não está apta para realizar cooperações, como acontecerá posteriormente na escola, realizando trabalhos em grupo, Contudo, a criança talvez consiga fazer uma pequena cooperação enquanto brinca seguindo as regras dadas e nos jogos, se dividindo em equipes.
Outro acontecimento é o surgimento dos sentimentos interindividuais, como simpatia, antipatia e afeições, o que as leva a ter diferentes interações com as pessoas com que se relaciona.
Bibliografia:
PIAJET, Jean, Seis Estudos de Psicologia, Cultura em debate. Forense Universitária. Rio de Janeiro, 2010.
Função Simbólica – 
http://www.infopedia.pt/$funcao-simbolica – Acessado em 7 de março de 2016.
Gagueira – 
http://drauziovarella.com.br/crianca-2/gagueira-2/ - Acessado em 9 de março de 2016.
As concepções de Peaget sobre a aprendizagem - 
 http://www.psicologiamsn.com/2013/03/as-concepcoes-de-piaget-sobre-aprendizagem-etapas-do-desenvolvimento-cognitivo.html - Acessado em 9 de março de 2016.

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