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OS BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUO COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

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OS BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA 
RESPIRATÓRIA NA MELHORA DA 
QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUO COM 
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA 
CRÔNICA 
Artigos científicos 
Nova Fisio, Revista Digital. Rio de Janeiro, Brasil, Ano 15, nº 89, Nov/Dez de 
2012. http://www.novafisio.com.br 
 
Os benefícios da fisioterapia respiratória na melhora da qualidade de vida de indivíduo com doença 
pulmonar obstrutiva crônica 
THE BENEFITS OF RESPIRATORY PHYSIOTHERAPY IN THE IMPROVEMENT QUALITY 
OF LIFE FOR A GUY WITH PULMONARY DISEASE CHRONIC OBSTRUCTIVE 
 
Kelen Rios Brand¹; Eloisa Dreyer Galina² 
¹ Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá – UNIC, 
Unidade Primavera do Leste – Mato Grosso 
² Professora Especialista do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá – 
UNIC, Unidade de Primavera do Leste – Mato Grosso 
Nova Fisio, Revista Digital. Rio de Janeiro, Brasil, Ano 15, nº 89, Nov/Dez de 
2012. http://www.novafisio.com.br 
Resumo 
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é definida como um conjunto 
de condições caracterizada pela presença de obstrução ou limitação crônica ao 
fluxo aéreo de progressão lenta, persistente e irreversível. A reabilitação 
pulmonar tem sido definida como um programa individualizado e 
multidisciplinar que procura devolver ao indivíduo a maior capacidade funcional 
permitida, tendo em vista sua limitação pulmonar e situação geral de vida. O 
objetivo deste trabalho foi verificar os benefícios da fisioterapia respiratória na 
melhora da qualidade de vida de indivíduo com doença pulmonar obstrutiva 
crônica. Os instrumentos metodológico utilizado nesse estudo comparativo 
intervencional e de caso controle, ambos os gêneros, na faixa etária de 50-65 
anos, contou com uma ficha de avaliação cinético funcional e o questionário da 
vias áreas 20 (AQ20), exames de espirometria e cirtometria, para reabilitação 
pulmonar foram utilizados procedimentos que incluem manobras de 
desobstrução brônquica, incentivador respiratório e cinesioterapia respiratória. 
Os resultados demonstraram que os indivíduos submetidos a intervenção 
fisioterápica tiveram melhora no seu quadro clínico, como a redução das 
secreções brônquicas excessivas e aumento da capacidade de expectoração, 
melhora da ventilação alveolar, expansibilidade e retratilidade pulmonar, 
diminuição do grau de dispnéia, além do aumento da tolerância dos indivíduos às 
atividades físicas diária. Em contra partida os indivíduos do grupo controle 
apresentaram piora no seu quadro clínico. 
Palavra-chave: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Fisioterapia Respiratória. 
Intervenção. 
Abstract 
The Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) is defined as a group of 
conditions characterized by obstruction or chronic airflow limitation slowly 
progressive, persistent and irreversible. Pulmonary rehabilitation has been 
defined as an individualized, multidisciplinary program that seeks to return the 
individual to greater functional capacity allowed, in view of its limited 
pulmonary and general life situation. The aim of this study was to assess the 
benefits of physiotherapy in improving the quality of life for individuals with 
chronic obstructive pulmonary disease. The methodological tools used in this 
comparative study and interventional case-control, both genders, aged 50 -65 
years, featured a kinetic evaluation form and functional airways questionnaire 20 
(AQ20), Spirometry and cirtometry, for pulmonary rehabilitation were used 
procedures that include airway clearance maneuvers, incentive spirometry and 
respiratory exercise. The results showed that individuals undergoing 
physiotherapy intervention had improvement in their clinical condition, such as 
reducing excessive bronchial secretions and sputum increased capacity, improved 
alveolar ventilation, pulmonary retractility and expandability, reduced degree of 
dyspnea, and increased tolerance of individuals to physical activities daily. In 
return the control group showed deterioration in their clinical condition. 
Key-words: Chronic Obstructive Pulmonary Disease. Respiratory Therapy. 
Intervention. 
Introdução 
O termo Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, abreviado como DPOC, ou 
algumas vezes, DOCP (doença obstrutiva crônica do pulmão), refere-se a uma 
condição patológica caracterizada pela presença de obstrução do fluxo de ar 
resultando da bronquite crônica ou do enfisema (BETHLEM, 1995). 
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição patológica 
passível de prevenção e tratamento caracterizada por limitação do fluxo de ar que 
não é totalmente reversível. A limitação do fluxo de ar é geralmente progressiva 
e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões a partículas 
nocivas ou gases, primariamente causada por fumaça de cigarro. Embora 
patologia afete os pulmões, também produz consequências sistêmicas 
significativas (EGAN, 2009). 
A DPOC também é definida como um conjunto de condições que se caracteriza 
pela presença de obstrução ou limitação crônica ao fluxo aéreo de progressão 
lenta, persistente e irreversível. Por sua vez, a reabilitação pulmonar definida 
como um programa individualizado e multidisciplinar que procura devolver ao 
indivíduo a maior capacidade funcional permitida, tendo em vista sua limitação 
pulmonar e situação geral de vida (PRYOR; WEBBER, 2002). 
As alterações fundamentais da microarquitetura pulmonar que ocorrem na 
DPOC, como aumento anormal dos espaços aéreos, ruptura das paredes 
alveolares e estenose bronquiolar reduzem não só a superfície respiratória como a 
dos leitos capilares. Tais modificações vão prejudicar o funcionamento normal 
do pulmão, basicamente, por aumentarem a resistência ao fluxo aéreo expiratório 
(TARANTINO, 2002). 
A DPOC é a quarta principal causa de morte nos Estados Unidos da América 
(EUA) excedida apenas por infarto, câncer e doenças cérebro vasculares, 
enquanto no Brasil, não se conhece a real prevalência. Os dados do Ministério da 
Saúde estimam que 32% da população geral seja tabagista, sendo que, 
aproximadamente 5 a 7% dos tabagistas podem ser portadores de DPOC. Entre 
os indivíduos portadores, 50% sofrem de limitações em suas atividades como 
consequências de déficits respiratórios (PRYOR; WEBBER, 2002). 
No Brasil, o único trabalho para estudo de prevalência e fatores de risco da 
bronquite crônica foi realizado em Pelotas, Rio Grande do Sul, no início da 
década de 1990. A cidade de trezentos mil habitantes foi dividida em 250 áreas 
escolhidas ao acaso, nestas áreas em uma cada cinco casas, eram entrevistados os 
adultos com mais de 40 anos e verificou-se que 12,7% desta população foi 
classificada como tendo bronquite crônica. A mortalidade no Brasil por doenças 
respiratórias é a quarta causa (90 mil mortes em 1999), correspondendo 
aproximadamente, 10% do total destas, 30% foram identificadas como devido a 
bronquite crônica e enfisema (TARANTINO, 2002). 
O custo desta patologia para a saúde é grande, no ano de 2000, a DPOC teve 
726.000 hospitalizações (que compreenderam 1.9% de todas as registradas no 
Estados Unidos), 7.997.000 atendimentos em consultórios médicos, 1.549.000 
consultas em pronto socorro, e em 2002, um gasto total com a saúde de 32,1 
bilhões de dólares americanos. Através dos dados e custo apresentados, a DPOC 
é um problema que representa um desafio frequente para o clínico que trata de 
condições respiratórias (EGAN, 2009). 
Diante de um portador, o especialista em geral não costuma indagar se ele é ou 
não fumante, mas sim quantos cigarros fuma por dia e há quanto tempo. É muito 
raro que um enfisematoso não seja ou tenha sido um grande fumante, guardamos 
de memória o nome daqueles indivíduoscom DPOC que nunca fumaram. O 
tabagismo, entre todas as outras causas contribui isoladamente com 75%. A 
poluição atmosférica dos grandes centros, indústrias, os poluentes profissionais 
(partículas de carvão, pedra, vidros, fibras e grãos orgânicos), as infecções 
respiratórias, a predisposição genética e constitucional contribuiriam, como 
fatores de risco em apenas 10 a 20% dos casos (TARANTINO, 2002). 
O consumo de cigarros é um fator casual importante da bronquite crônica e do 
enfisema pulmonar. Tem-se comprovado, também, que há uma relação 
dose/resposta entre a frequência da doença em uma população determinada e a 
intensidade do consumo de cigarros. A incidência não guarda relação com a 
poluição ambiental e sim com o hábito do fumo. Nos últimos anos, inúmeros 
trabalhos referem-se à deficiência da antitripsina alfa-1, principal componente da 
globulina alfa-1 do plasma sanguíneo, como capaz de acarretar uma 
predisposição hereditária particularmente ao enfisema (BETHLEM, 1995). 
A reabilitação pulmonar é como um programa multidisciplinar e contínuo, 
baseado em um diagnóstico científico e apurado envolvendo abordagens 
terapêuticas, suporte emocional, educação e recondicionamento físico 
(AZEREDO, 2002). 
A fisioterapia respiratória tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de 
indivíduo com DPOC, através de programas de reabilitação pulmonar com 
exercícios e manobras respiratórias (MARTINS NETO; AMARAL, 2003). A 
fisioterapia respiratória contribui para prevenir e tratar vários aspectos das 
desordens respiratórias, tais como obstrução do fluxo aéreo, retenção de 
secreção, alterações da função ventilatória, dispnéia, melhora na performance de 
exercícios físicos e da qualidade de vida. 
Os recursos manuais da fisioterapia respiratória compõem um grupo de técnicas 
de exercícios manuais específicos que visam a prevenção, no intuito de evitar a 
complicação de um quadro de pneumopatia instalado (BETHLEM, 1995). 
Os recursos manuais da fisioterapia respiratória compõe um grupo de técnicas de 
exercícios manuais específicos que visam a prevenção, no intuito de evitar a 
complicação de um quadro de pneumopatia instalado, á melhora ou reabilitação 
de uma disfunção toracopulmonar e ao treinamento e recondicionamento físico 
das condições respiratórias. Visam também ao condicionamento físico e 
respiratório a educação de um individuo sadio normal, como respirar 
corretamente, como forma de prevenção no intuito de evitar que uma disfunção 
respiratória ou uma disfunção se instale (COSTA, 1999). 
A pesquisa realizada trata de um estudo comparativo intervencional de caso 
controle com indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica com o objetivo 
de demonstrar os benefícios da fisioterapia respiratória na melhora da qualidade 
de vida do indivíduo através do questionário de vias aéreas 20 (AQ20). Este 
avalia a preocupação do indivíduo com sua doença obstrutiva durante a 
realização das atividades de vida diária (AVDs). O questionário através de vinte 
questão objetiva mostra à preocupação que o indivíduo possui quando realiza 
suas atividades no cotidiano, além da preocupação com sua doença pulmonar e o 
que ela pode causar futuramente em sua qualidade de vida. 
Metodologia 
Realizado um estudo comparativo intervencional e caso controle de indivíduos 
com doença pulmonar obstrutiva crônica, de ambos os gêneros, na faixa etária de 
50-65 anos, com história prolongada de tabagismo. Estes foram submetidos ao 
estudo após livremente e conscientemente se dispuserem a participar da pesquisa, 
através da assinatura de um termo de consentimento. A pesquisa contou com a 
participação de quatro indivíduos da comunidade e diagnosticado com doença 
pulmonar obstrutiva crônica. Sendo dois do sexo feminino e dois do sexo 
masculino. Dois indivíduos submetidos a intervenção fisioterápica durante 25 
sessões, os outros dois somente participaram do estudo como grupo controle 
através da avaliação cinético funcional e exames complementares. 
A pesquisa foi realizada no domicílio do indivíduo durante período de março à 
junho de 2012, sendo duas sessões por semana, com cinqüenta minutos de 
duração, realizadas as técnicas de fisioterapia respiratória. Para a fundamentação 
teórico científica da pesquisa realizou-se estudos e buscas bibliográficas em 
livros, revistas, sites de internet (Bireme, Scielo, Biblioteca Virtual da Saúde – 
BSV, etc.), artigos e outros. 
Como instrumentos avaliativos utilizou-se uma ficha de avaliação cinético 
funcional e o questionário da vias áreas 20 (AQ20) ver em anexo, e os exames de 
espirometria e de cirtometria, realizados no início e final do estudo com ambos 
os grupos. 
Os procedimentos de intervenção fisioterápica utilizados na pesquisa incluem 
exercícios respiratórios como manobras de deslocamento de secreções 
(tapotagem e vibração) padrões ventilatórios como tranquilo, inspiração profunda 
e fracionada, freno labial, respiração diafragmática, manobras de respiração 
contrariada e terapia expiratória manual passiva. Estimulação da tosse, 
incentivador respiratório (respiron) e para finalizar cinesioterapia respiratória. 
Essas técnicas realizadas de forma passiva e ativa conforme a evolução do 
indivíduo, e baseados nos fundamentos terapêuticas propostos por Costa (1999) e 
Bethlen (1995). 
Os resultados da pesquisa foram apresentados através de tabelas, analisados 
confrontando as referências consultadas sobre o tema e outras bibliografias 
citadas. 
Resultados e discussão 
Após realização de 25 sessões de intervenção fisioterapêutica domiciliar 
observou–se que os dois indivíduos submetidos ao tratamento apresentaram 
melhoras significativas e benefícios em sua saúde. Em contra partida os dois 
indivíduos não submetidos a intervenção fisioterapêutica demonstraram piora em 
seu quadro clínico e nos exames finais. 
 
 
 
 
Os dados obtidos dos indivíduos durante a realização da Avaliação cinética 
funcional, na qual pode se constatar que o tempo maior do hábito de fumar de um 
indivíduo analisado foi de 40 anos e menor tempo 25 anos, considerando que na 
DPOC um dos fatores de risco é o hábito de fumar, que tem sido estimado como 
responsável por 80% a 90% de todos os óbitos, segundo EGAN, 2009 (Tabela1). 
Outro fator observado na avaliação cinético funcional foi o uso de fármacos anti–
hipertensivos, diuréticos e para memória em ambos os grupos, destacando a 
presença de patologias associadas a doença pré existente. Tais doenças 
concomitantes podem ser em decorrência do hábito de fumar ou ainda contribuir 
para o agravamento da doença. 
A hipertensão arterial é uma das mais prevalentes doenças não transmissíveis no 
mundo, afetando 30-40% da população adulta. É frequentemente associada com 
outras doenças, como: diabetes, doenças renais crônicas, asma brônquica e 
doença pulmonar obstrutiva crônica, que podem influenciar na escolha da terapia 
anti-hipertensiva. As comorbidades mais comuns associadas a DPOC são 
hipertensão (28%), diabetes mellitus (14%) e doença cardíaca isquêmica (10%). 
Segundo os dados internacionais, a prevalência da DPOC entre os indivíduos 
com hipertensão é semelhante ao da população em geral, assim, a coincidência 
das duas doenças é em torno de 2,5% da população adulta. A DPOC é 
considerada um risco independente para doenças cardiovasculares. Não há 
nenhuma evidência conclusiva em relação a ensaios clínicos randomizados que 
mostrem as drogas anti-hipertensivas reduzem mortalidade ou morbidade em 
indivíduos hipertensos portadores de DPOC. Para o tratamento farmacológico 
não existe uma regra estrita, porque os indivíduos podem responder de forma 
diferente as diferentes drogas e combinaçõesde fármacos (NASCIMENTO, 
2012). 
 
 
 
 
O estudo demonstrou que nos indivíduos submetidos as intervenções 
fisioterápicas, com exercícios respiratórios, incentivadores (Respiron) e 
cinesioterapia respiratória, no qual, ouve o aumento da remoção das secreções 
brônquicas excessivas, aumento da capacidade de expectoração como 
demonstrado no exame de ausculta pulmonar comparativo (Tabela 2). 
Os exercícios respiratórios para os indivíduos com doença pulmonar obstrutiva 
crônica têm como benefício aumentar a ventilação alveolar para manter um 
intercâmbio de gases adequado, restituir ao diafragma a sua função normal como 
principal músculo respiratório e restabelecer um tipo de respiração bem 
coordenada e eficiente para diminuir o esforço respiratório. Durante a respiração 
normal e tranquila, o diafragma contrai-se e descende passivamente durante a 
inalação. Durante a exalação ascende passivamente em contra da gravidade 
assistido de forma sinérgica pelas propriedades de retrocesso do pulmão e pelos 
músculos expiratórios do tórax. A mobilidade diafragmática na respiração 
tranquila é de 1 a 3 cm aproximadamente, sendo responsável de 65 a 70 por 
cento da ventilação pulmonar e os músculos respiratórios encarregam-se do 
restante 30 a 35 por cento. Devido ás mudanças estruturais que caracterizam a 
DPOC, o pulmão perde as suas propriedades elásticas e de retrocesso, 
distendendo-se de forma patológica, o diafragma debilita-se e deprime 
(MONTEIRO, 2012). 
 
 
 
Porém nos indivíduos do grupo controle não apresentaram mudanças na ausculta 
pulmonar, ao contrário identificou–se aumento das secreções pulmonares como 
observado (Tabela 3). 
A ausculta pulmonar, além de se configurar como um método semiológico 
clássico e tradicional, é de grande importância tanto na monitorização da 
evolução do indivíduo com disfunção pulmonar, como no acompanhamento de 
uma sessão de tratamento de desobstrução broncopulmonar ou fisioterapia 
respiratória desobstrutiva (COSTA, 2004). 
Na comparação dos resultados da avaliação respiratória inicial e final dos 
indivíduos submetidos a intervenção apresentaram melhora da expansibilidade e 
retratilidade toraco pulmonar e os indivíduos do grupo controle não apresentaram 
alterações, permaneceram com a expansibilidade e retratilidade inalterada. 
 
 
 
Pode-se identificar com o exame cirtometria aumento da expansibilidade e 
retratilidade pulmonar nos indivíduos submetidos a intervenção e nos indivíduos 
do grupo controle ausência de alterações significativas, demonstrando a 
importância da intervenção da fisioterápica em indivíduo com DPOC. A maneira 
mais indicada para medir a mobilidade toraco-abdominal é a toracometria ou 
cirtometria, a técnica consiste na medição das circunferências torácicas realizada 
nas fases expiratória e inspiratória máximas, a diferença entre as medidas fornece 
informações do grau de expansibilidade e retratilidade (COSTA, 2004). 
 
 
No indivíduo B, os valores obtidos na cirtometria inicial de 13 cm e na final de 
15 cm, tendo um aumento no grau de complacência de 2 cm. Esses resultados 
justificam a melhora da expansibilidade, retratilidade pulmonar e o aumento da 
ventilação pulmonar evidenciado na ausculta pulmonar e espirometria 
determinando diminuição do desconforto respiratório (dispnéia) neste indivíduo 
(Tabela 5). 
A reexpansão pulmonar é uma técnica fisioterapêutica que pode ser utilizada de 
forma mecânica e/ou de exercícios, atuando em áreas pulmonares que não estão 
expandindo adequadamente (TARANTINO, 2002). A expansibilidade e 
retratilidade pulmonar é o poder de distensibilidade dos tecidos dos pulmões, 
onde pode ser interpretada quando o tórax e os pulmões encontram-se em 
movimentos ou num determinado ponto entre a inspiração e a expiração 
pulmonar (COSTA, 2004). 
 
 
Nos indivíduos do grupo controle pode se constatar uma permanência e 
diminuição no seu grau de complacência, o indivíduo C do grupo controle na 
cirtometria inicial e final os valores obtidos foram de 12 cm e 14 cm, verificou-se 
um aumento de 2 cm (Tabela 6). 
 
 
No indivíduo D do grupo controle, os valores obtidos no cirtometria inicial e 
final foram de 18 cm e 16 cm, na qual, pode-se constatar uma diminuição do seu 
grau de complacência de 2 cm. Com isso observou-se que a fisioterapia 
respiratória tem um papel fundamental na ativação muscular respiratória dos 
indivíduos com DPOC (Tabela 7). 
 
 
O exame de espirometria demonstrou o aumento do volume pulmonares do fluxo 
espirado no 1º segundo (VEF1) e aumento da capacidade vital forçada (CVF), 
como observado na tabela. Em virtude do incremento do volume pulmonar houve 
redução do grau de dispnéia e melhora da capacidade funcional dos indivíduos 
nas suas atividades diárias. A espirometria inclui os testes de mecânica pulmonar, 
as medições de CVF, VEF1, taxas de fluxo inspiratório forçado, onde ocorre uma 
avaliação da capacidade que os pulmões têm em movimentar grandes volumes de 
ar rapidamente através das vias áreas para identificar alguma obstrução das vias 
áreas (EGAN, 2009). 
Nos exames de espirometria inicial e final do grupo de intervenção observou- se 
alterações importantes nos valores de Pico de Fluxo Expirado (PFE) inicial de 
5,01L/S, e final de 6,90L/S, nos valores de Volume Expiratório Forçado no 1s 
(VEF1) inicial de 2,38L/S e final de 2,42L/S e ainda nos valores de Capacidade 
Vital 
Forçada (CVF) inicial de 2,39L e final de 2,60L (Tabelas 8 e 9). Notou–se 
aumento do volume, fluxo e capacidades pulmonares nesses indivíduos com a 
intervenção da fisioterapia respiratória. 
 
 
 
Espirometria é um método de avaliar a função pulmonar em que se mede o 
volume de ar que o indivíduo pode expelir dos pulmões após uma expiração 
máxima. A espirometria mede a obstrução aérea para ajudar a fazer o diagnóstico 
da doença, confirma a presença de obstrução das vias aéreas, monitora a 
progressão da doença e avalia prognóstico (VEF1) na DPOC (GOLD, 2012). 
 
 
Na espirometria inicial e final do grupo controle observou–se redução dos 
valores de volume e fluxo pulmonares como apresenta as tabelas. No indivíduo C 
o VEF1 inicial foi de 1,68L/S e final de 1,44L/S, o PFE inicial foi 4,44L/S e final 
de 1,95L/S e a relação VEF1/ CVF inicial foi de 98% e final de 65% (Tabela 10). 
 
No indivíduo D identificou-se alterações no PEF inicial de 3,65L/S e final de 
3,43L/S e na relação VEF1/CVF inicial de 98% e final de 88% (Tabela 11). Estes 
resultados demonstraram a relevância do tratamento fisioterápico em portadores 
de DPOC, mediante aos resultados apresentados nos indivíduos do grupo 
controle os quais tiveram piora no seu quadro clinico. 
Na aplicação do questionário de vias aéreas 20 (AQ20) inicial e final no grupo de 
intervenção e grupo controle, observou–se que o indivíduo A durante aplicação 
inicial do questionário respondeu não para todas as questões que tratavam da, 
diária (AVDs). Na aplicação final do questionário pode-se verificar uma 
preocupação do indivíduo em ir à casa de um amigo com alguma patologia que 
pudesse causar uma crise pulmonares ou a obtenção de sintomas respiratórios. 
Além da preocupação com efeitos a longo prazo na sua saúde, o mesmo relatou 
sentir-se muito enfraquecido após um resfriado, lembrando que este durante no 
oitavo atendimento de intervenção fisioterapêutico, ficou internado no pronto 
atendimento municipal com pneumonia e após o período de internação o 
indivíduo ficou por duas semanas sem fazer uso do cigarro. Este acontecimento 
contribuiu para a redução da quantidade de cigarros tragados diariamente, 
conscientização dos cuidados que ele deverter com sua saúde e demonstrou a 
influência dessa intercorrência nos resultados do estudo. Atualmente o indivíduo 
A se preocupa com a sua doença pulmonar como demonstrado no AQ20. 
O indivíduo B, durante a aplicação do questionário AQ20, respondeu não para 
todas as perguntas do questionário e na aplicação final observou–se que o 
indivíduo fica preocupado com os efeitos a longo prazo na saúde, relatando 
também que após o início da intervenção fisioterapêutica diminuiu o uso de 
cigarros diário, sentindo-se mais disposta ao andar algumas quadras, em realizar 
suas atividades ocupacionais e AVDs. Ao contrário da avaliação inicial que este 
relatou muito cansaço (dispnéia) e diminuição da resistência as atividades. 
Com a aplicação do AQ20 no grupo controle, constatou-se que o indivíduo C 
respondeu na avaliação inicial e final que possui crise de tosse durante dia, se 
sente cansado, apresenta falta ar durante a realização das AVDs e se preocupa a 
longo prazo com os efeitos da DPOC em sua saúde. Já o indivíduo D ao 
responder o AQ20 inicial e final, observou–se que o mesmo se preocuparia em ir 
à casa de um amigo se lá existisse algo que pudesse causar uma crise ou sintomas 
pulmonares, respondeu também sentir-se preocupação com os efeitos do cigarro 
em longo prazo na sua saúde. Com isso podemos identificar o papel fundamental 
da fisioterapia respiratória no tratamento da DPOC, destacar a piora e má 
evolução clínica dos indivíduos que não receberam a intervenção 
fisioterapêutica. 
Conclusão 
A partir do estudo dos benefícios da fisioterapia respiratória na melhora da 
qualidade de vida de indivíduos com DPOC, concluí–se que a fisioterapia 
respiratória cada vez mais tem um papel relevante na reabilitação pulmonar dos 
indivíduos. Na qual, disponibilizamos de recursos através das intervenções 
realizadas podemos verificar os indivíduo que foram submetidos a intervenção 
fisioterápica tiveram melhoras significativas no seu quadro clínico como 
apresentado nos resultados. Os indivíduos que apenas participaram do grupo 
controle apresentaram uma piora no seu quadro clínico pelo fato de não estarem 
em contato com um profissional da saúde, como o fisioterapeuta, não obtiveram 
orientações nas questões dos cuidados com a saúde e ciência das complicações 
do contínuo hábito de fumar . 
Diante destes fatos a fisioterapia é fundamental na melhora da qualidade de vida 
dos portadores de DPOC favorecendo o desempenho de suas atividades 
ocupacionais e diárias, mantendo seu equilíbrio fisiológico e orgânico, 
colaborando para a conscientização dos cuidados com sua saúde e redução do 
hábito de fumar. Além disso, colabora com a saúde pública através da prevenção, 
reabilitação e com a sociedade reintegrando os indivíduos a grupos sociais e ao 
trabalho. 
Referências bibliográficas 
AZEREDO, Carlos Alberto Caetano. Fisioterapia respiratória moderna. 4ª ed. 
São Paulo: Manole, 2002. 
BETHLEM, Newton. Pneumologia. 4ª ed. São Paulo: Atheneu,1995. 
CAMELIER, Aquiles; ROSA, Fernanda; JONES, Paul; JARDIM, Jóse 
Roberto.Validação do questionário de vias áreas 20 (´´Airways Questionnaire 
20“ AQ20) em paciente portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica 
(DPOC) no Brasil. Jornal Brasileiro Pneumologia, São Paulo, v. 29, n.1, p. 28-
35, jan/fev. 2003. 
COSTA, Dirceu. Fisioterapia respiratória básica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 
1999. 
COSTA, Dirceu. Fisioterapia respiratória básica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 
2004. 
EGAN, Robert L. Wilkins. Fundamentos da terapia respiratória. 9ª ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2009. 
FITIPALDI, Rachel Bezerra.Fisioterapia respiratória no paciente obstrutivo 
crônico. 1ª ed. São Paulo: Manole, 2009. 
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