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Teoria da Constituição e dos Direitos fundamentais - Unidade 2

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Unidade 2 – Constituição: conceito, sentidos e classificações
	
O que é uma Constituição? Distinções terminológicas
Constituição como “modo de ser” de uma comunidade política (Identidade; Organização social e especialização do poder; valores consagrados em regras) → Constituição material ou real (sociológica)
Dessa perspectiva, todas as comunidades políticas organizadas (impérios, pólis, reinos e Estados) possuíram uma ‘Constituição’ → Por esse prisma, uma constituição existe sem o texto constitucional, já que ela se define por seu conteúdo (matéria)
O que é uma Constituição? Distinções terminológicas
Constituição como “ato constitutivo” → A fundação do Estado nasce de um ‘pacto social’ registrado sob a forma de um documento jurídico escrito, que organiza e limita o exercício do poder político e enuncia um rol de direitos fundamentais
Dessa perspectiva, apenas os Estados modernos que se organizaram do modo acima possuem ‘constituições’ → Por esse prisma, a constituição se identifica com o texto constitucional
Ainda sobre a distinção ‘forma x matéria’
Quando um assunto é tratado no texto constitucional (forma), isso não lhe confere o status de tema constitucional (matéria) → são temas constitucionais apenas aqueles que dizem respeito às decisões políticas fundamentais acerca da organização do Estado (organização do poder, direitos fundamentais, valores e princípios, plano estrutural básico da vida social) 
Elementos da constituição
Elementos essenciais: a) Lei Fundamental de um Estado; b) ordena de maneira racional e sistemática a comunidade política; c) garante direitos fundamentais básicos; d) organiza o acesso e o exercício do poder político segundo o princípio da divisão dos poderes; e) Traça os objetivos, metas e diretrizes serem perseguidas pelo Estado 
‘Organismo vivo’ → mutabilidade histórica
A Constituição marca o início jurídico da história do Estado
Sentidos da Constituição
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Sentido Sociológico → Ferdinand Lassalle (Que é uma constituição? - 1863)
‘Constituição’ não se com Carta Constitucional 
Em toda sociedade se verifica os ‘fatores reais do poder’ → grupos políticos ativos que compartilham parcelas do poder (classe política, classes econômicas, trabalhadores, sociedade civil, etc...)
Nem sempre os grupos políticos da sociedade compartilham um interesse comum
A resultante dos ‘fatores reais de poder’ estabelece as regras fundamentais que irão organizar e reger a sociedade → texto constitucional (aspecto jurídico da constituição)
Poder não organizado e latente que de tempos em tempos expressa sua vontade
O texto constitucional não passa de uma ‘folha de papel’ → ‘necessidade de correspondência entre o texto constitucional e os anseios e interesses dos fatores reais do poder’
Sentido Jurídico → Hans Kelsen (Teoria Geral do Direito e das Normas – 1945)
As normas jurídicas de um ordenamento jurídico encontram-se escalonadas hierarquicamente 
A norma jurídica que ocupa a posição hierárquica mais elevada será denominada de ‘constituição’ → a) Regular a criação de outras normas jurídicas (jurídico-material); b) Processo solene e formal de alteração (jurídico-formal)
São normas constitucionais aquelas que se encontram presentes em um documento jurídico solene que somente pode ser modificado através de processo legislativo especial, independentemente do seu conteúdo
Todavia, mesmo quando não houver a carta constitucional, aquelas normas que autorizam a criação das demais normas jurídicas de caráter geral e que organizam o poder, são normas constitucionais
Sentido Político → A constituição é decisão política fundamental tomada pelo titular do poder político sobre a forma e o modo da unidade política
A constituição não se confunde com as leis constitucionais → a primeira tem um caráter político, enquanto a segunda jurídico
A constituição não se modifica sem se instaurar uma nova constituição → apenas as leis constitucionais são passíveis de reforma
Carl Schmitt → Teoria da Constituição
Novas leituras do sentido da constituição – K. Hesse
Tese de Lassalle → quando houver um conflito entre os ‘fatores reais do poder’ (constituição real) e o texto da constituição (constituição jurídica), esta perderia sua capacidade de regular a sociedade
Hesse reconhece que a constituição tem a sua origem em relações políticas; todavia, nega que a eficácia da constituição seja condicionada à concordância com as forças políticas
Força normativa autônoma da Constituição
Superação da distinção entre ‘fato’ (relações de poder) x ‘norma’ (constituição) → uma norma constitucional somente é compreendida a partir de suas condições históricas de concretização
No entanto, a eficácia não se condiciona às circunstâncias históricas → ordenação da atividade política e não simples reflexo desta 
A constituição não modifica a realidade em um passe de mágica; todavia, prescreve as diretrizes futuras do Estado → Vontade de Constituição
Vontade de Constituição
1. Ordem normativa inquebrantável → proteção contra o arbítrio do Estado 
2. Ordem em constante processo de legitimação → adaptação às necessidades e demandas de cada momento histórico
3. Depende de um efetivo desejo dos homens em querer dar-lhe cumprimento 
Novas leituras do sentido da constituição – J.J. Canotilho
Constituição dirigente → O papel da constituição é proporcionar uma direção política à ação governamental do Estado 
A constituição proporciona a organização da relação homem-mundo e homem-homem segundo um quadro-projeto da estrutura básica da justiça 
A constituição institui uma filosofia de ação a fim de concretizar uma sociedade justa → os programas de ação interferem na esfera do legislador infraconstitucional
Classificação das constituições: conteúdo 
Constituições materiais → as normas constitucionais não se distinguem das normas ordinárias na hierarquia das fontes do Direito; O ‘status’ constitucional nasce de seu conteúdo (matéria);
Constituições formais → as normas constitucionais estão consagradas em um texto jurídico supralegal que está acima do restante das fontes do ordenamento
Classificação das constituições: origem 
Históricas → criadas a partir de um longo processo de sedimentação consuetudinária
Democráticas (promulgadas, populares, votadas) → nascidas de um colégio de representantes das forças políticas sociais 
Outorgadas → impostas pela vontade unilateral de um dirigente político, sem participação de representantes dos grupos sociais
Cesaristas ou referendadas → submetidas a uma aprovação popular que chancela o teor final do texto constitucional
Classificação das constituições: processo de mudança
Rígidas → Há previsão de mudança do texto constitucional, porém o processo é solene, específico e exige amplo consenso político;
Flexíveis → A modificação da constituição é semelhante ao das leis ordinárias e não exige um processo formal diferenciado;
Transitoriamente flexíveis → permitem a reforma do texto constitucional pelo poder legislativo ordinário por determinado período (Const. Baden, 1947)
Semirrígidas ou mistas → Certos temas da constituição exigem processo solene de mudança, enquanto outros podem ser modificados pelo legislador ordinário (Const. Brasileira 1824)
Fixas → Aquelas que não trazem expressamente no texto constitucional a possibilidade de reforma. Sua mudança somente seria possível na presença de um novo poder constituinte originário (Itália, 1848)
Classificação das constituições
Quanto à sistematização: a) unitárias, unitextuais, reduzidas ou codificadas → O texto constitucional se encontra reunido em um instrumento único e exaustivo de seu conteúdo; b) variadas ou não codificadas → as normas constitucionais estão dispersas em vários diplomas legais
Quanto à extensão: a) sintéticas, tópicas, breves ou curtas → o teor da constituição se limita às declarações políticas fundamentais; b) analíticas ou longas→ o texto constitucional é permeado de normatizações detalhadas sobre temas infraconstitucionais

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