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Aula 3 Responsabilidade Civil

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Responsabilidade civil
Profa. Camila Pannain
Aula 3
As Causas excludentes da responsabilidade civil e A cláusula de não indenizar
Parte I
Estado de Necessidade (art. 188, II)
Agressão a um direito alheio, de valor jurídico igual ou inferior àquele que se pretende proteger, para remover perigo iminente, quando as circunstâncias do fato não autorizarem outra forma de atuação. 
Exclui a ilicitude do comportamento, e, assim, a responsabilidade civil.
Atenção: Se o terceiro atingido não for o causador da situação de perigo, poderá exigir indenização do agente, cabendo a este ação regressiva contra o verdadeiro culpado (art. 929 e 930, CC) - responsabilidade civil decorrente de ato lícito.
Legítima Defesa (art.188, I, 1ª parte)
Situação atual ou iminente de injusta agressão, dirigida a si ou a terceiro, que o indivíduo não é obrigado a suportar. 
Exclui a ilicitude da conduta, e, por consequência, a responsabilidade civil.
Atenção: se o agente, exercendo a sua prerrogativa de defesa, atinge terceiro inocente, terá de indenizá-lo, cabendo-lhe, outrossim, ação regressiva contra o verdadeiro agressor. art. 929 e 930 do CC
Estrito Cumprimento do Dever Legal e Exercício Regular de Direito
art. 188, I, 2ª parte: Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
 
A causa excludente do estrito cumprimento do dever legal é mais usada no direito público.
	 Ex: Policial que efetua mandado de prisão atua no estrito cumprimento do dever legal. Desde que não haja excesso, não haverá responsabilidade civil. O oficial de justiça que cumpre o mandado de arrombamento em uma residência. Desde que não haja excesso, não haverá responsabilidade civil. 
Estrito Cumprimento do Dever Legal e Exercício Regular de Direito
Exemplos de situações em que a doutrina e a jurisprudência entendem que há exercício regular de um direito, não havendo que se falar em responsabilidade civil:
 
Porta giratória em banco – Desde que não haja discriminação, excesso, não há ilicitude. 
 
Guarda-volume de supermercado
STJ: é exercício regular de direito o mero ajuizamento de ação (AgRg no AG 1030872/RJ).
Caso Fortuito e Força Maior
A doutrina brasileira não é unânime quanto a essas definições. Existe polêmica (cotejar as obras de Maria Helena Diniz, Silvio Rodrigues, Agostinho Alvim e Álvaro Villaça Azevedo).
Há uma tendência em se afirmar que o caso fortuito é o evento imprevisível, como um sequestro-relâmpago; ao passo que a força maior é um evento inevitável, mas previsível, como um terremoto. 
Caso Fortuito e Força Maior
O codificador preferiu identificar caso fortuito ou força maior como o fato necessário cujo efeito não se pode evitar ou impedir- postura de neutralidade científica. 
 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Caso Fortuito e Força Maior
Fortuito interno – O fortuito interno é aquele que incide durante o processo de elaboração do produto ou execução do serviço, não excluindo a responsabilidade civil do réu.
Ex: Recall – Empresa automotiva convoca o proprietário do carro tal a comparecer pois durante o processo de fabricação de um componente na Alemanha houve um abalo sísmico que prejudicou o componente colocado no veículo. Esse abalo sísmico se deu durante o processo de elaboração do produto ou execução do serviço. Fortuitos que ocorram e que digam respeito à natureza, à fabricação, à execução da atividade do causador do dano não excluem a responsabilidade civil porque fortuitos são da natureza da atividade. 
Caso Fortuito e Força Maior
Se esse produto já tivesse sido colocado no mercado em perfeito estado e, em mãos do consumidor, em razão de uma mudança climática, fosse danificado em situação excepcional. O fortuito externo não é imputável ao fornecedor. Está fora da sua atividade. 
 
Fortuito externo – O fortuito externo exclui a responsabilidade civil porque está fora do exercício da atividade do fornecedor.
Caso Fortuito e Força Maior
Vôo atrasado por problemas climáticos - não há o que indenizar. O fato de a companhia aérea, por segurança, não levantar a aeronave é um fortuito externo fora do exercício da sua atividade. É fato que não lhe é imputável.
Tratamento jurídico dado pelo STJ ao assalto em ônibus:
	“Assalto a ônibus traduz fortuito externo excludente de responsabilidade civil da transportadora (AgRg no Ag 711078/RJ).”
 
	A empresa transportadora não está obrigada a reparar porque ela também seria vítima.
 
Todavia, alguns tribunais tem entendido que, se o assalto é reiterado e na mesma rota, passa a ser previsível, impondo-se a responsabilidade da empresa.
Culpa Exclusiva da Vítima
Exclusiva atuação culposa da vítima.
 
Ex: Sujeito guiando o seu veículo segundo as regras de trânsito depara-se com alguém que, visando suicidar-se, arremessa-se sob as suas rodas. 
	Neste caso, o evento fatídico não poderá ser atribuído ao motorista (agente), mas sim, e tão-somente, ao suicida (vítima). Houve, pois, ruptura do nexo jurídico de causalidade. Não confundir “culpa exclusiva da vítima” com a “culpa concorrente” que apenas tem o condão de alterar o quantum indenizatório.
Culpa Exclusiva da Vítima 
x 
culpa concorrente
	CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. QUEDA DE TREM. MORTE DE PASSAGEIRO QUE VIAJAVA EM ESCADA DA LOCOMOTIVA. CULPA CONCORRENTE. DANOS MORAIS E MATERIAIS DEVIDOS. REGIMENTO INTERNO, ART. 257. I. Admissível a concorrência de culpa em transporte ferroviário, quando verificado comportamento aventureiro da vítima, a dificultar, consideravelmente, a eficiência do serviço de fiscalização da empresa transportadora. Redução do valor, em face da concorrência de culpas, à metade. II. Danos morais e materiais devidos, estes, na esteira de precedentes jurisprudenciais, em 2/3 do salário mínimo até a idade em que o de cujus completaria 25 anos, reduzida para 1/3 a partir de então, em face da suposição de que constituiria família, aumentando suas despesas pessoais com o novo núcleo formado, extinguindo-se a obrigação após alcançada a sobrevida provável, de acordo com tabela utilizada pela Previdência Social. III. Prestações vincendas garantidas, a critério da ré, ou pela formação de capital, ou mediante caução. IV. Recurso especial conhecido em parte e parcialmente provido. (REsp 746.894/SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 15.08.2006, DJ 18.09.2006 p. 327)
Fato de terceiro
Em geral: comportamento voluntário de um terceiro que, rompendo o nexo de causalidade, exclui a responsabilidade do infrator. 
	Ex: Sujeito (terceiro) que coloca munição real em arma durante apresentação teatral, fazendo com o que o ator atinja a vítima. 
Súmula 187, do STF: “A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com passageiro, não é ilidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva”.
Fato de terceiro
	AGRAVO REGIMENTAL. RESPONSABILIDADE CIVIL POR ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. CONTRATO DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS. FATO DE TERCEIRO CONEXO AOS RICOS DO TRANSPORTE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA NÃO AFASTADA. SÚMULA 187/STF. INTERESSE PROCESSUAL. SÚMULA 07. AGRAVO IMPROVIDO. 1. Esta Corte tem entendimento sólido segundo o qual, em se tratando de contrato de transporte oneroso, o fato de terceiro apto a afastar a responsabilidade objetiva da empresa transportadora é somente aquele totalmente divorciado dos riscos inerentes ao transporte. 2. O delineamento fático reconhecido pela justiça de origem sinaliza que os óbitos foram ocasionados por abalroamento no qual se envolveu o veículo pertencente à recorrente, circunstância que não tem o condão de afastar o enunciado sumular n. 187 do STF: a responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por culpa de terceiro,
contra o qual tem ação regressiva. (...)(AgRg no Ag 1083789/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 14/04/2009, DJe 27/04/2009)
Fato de terceiro
Caso Gol atingido pelo Legacy – A empresa indenizará os passageiros, cabendo ação regressiva contra o Legacy porque a empresa transportadora não pode alegar fato de terceiro para se eximir de responsabilidade civil.
Fato de terceiro
Sobre o fato de terceiro, por fim, anote-se o que decidiu o STJ, em julgado de 05 de fevereiro de 2009 acerca do arremesso de pedra em ônibus: 
	CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. TRANSPORTE DE PASSAGEIROS. FORÇA MAIOR. FATO DE TERCEIROS. ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE.
	I. Constitui motivo de força maior, a isentar de responsabilidade a empresa de transporte de passageiros, o fato de terceiro que arremessa pedra no ônibus e fere passageiro. II. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 247.349/MG, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)
O que é teoria do corpo neutro?
Trata-se de uma aplicação do fato de terceiro na hipótese em que o agente físico do dano, atingido, é involuntariamente lançado contra a vítima (é o clássico exemplo do engavetamento).
Carro A abalroa o carro B, que é lançado para a frente atingindo o carro C. A teoria do corpo neutro sustenta que o agente físico do dano (carro B) não tem responsabilidade jurídica, de maneira que o proprietário do carro C, vítima, demandará diretamente o causador do dano que foi o carro A. Para a aplicação do fato de terceiro, na teoria do corpo neutro, não há opção. 
No caso do engavetamento, na linha de entendimento do REsp 54444/SP, a vítima final deverá demandar diretamente aquele que causou a cadeia dos acontecimentos danosos. É a chamada teoria do corpo neutro.
O QUE É RESPONSABILIDADE PRESSUPOSTA?
Segundo a professora Giselda Hironaka, para além da culpa e até mesmo do risco, deve-se pensar primeiro na vítima, como se houvesse uma pressuposição de responsabilidade do réu simplesmente por conta do dano injusto praticado.
Se ocorre o dano, a responsabilidade já é pressuposta no sistema, que vai caber especificamente ao réu fazer uma contraprova disso. É uma teoria que vai para além da responsabilidade objetiva.
Cláusula de não indenizar
Somente é cabível na responsabilidade civil contratual.
Trata-se de convenção pela qual as partes excluem o dever de indenizar em caso de inadimplemento da obrigação.
Críticas: violação do princípio da solidariedade social.
Condicionantes: igualdade dos contratantes e não infringência de preceitos superiores de ordem pública.
É válida quando estabelecida na convenção do condomínio quanto ao furto de veículo em suas dependências. Resp 168346/SP
RESPONSABILIDADE CIVIL INDIRETA
Parte II
1.Responsabilidade civil pelo fato da coisa e do animal
A denominada teoria de guarda, de origem francesa, desenvolvida por autores como Planiol, Ripert e Boulanger, sustenta que a responsabilidade pelo fato da coisa e do animal é da pessoa que detém o poder de comando sobre ela: em geral, o proprietário é o guardião presumido.
Fato do ANIMAL
O art. 1527 do Código de 1916 tratava da matéria com base na responsabilidade subjetiva; já o Código de 2002, no art. 936, por conta do potencial risco que o animal pode representar, evoluiu ao consagrar responsabilidade objetiva:
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
o codificador não se restringe ao dono!
Fato do ANIMAL
Se você abalroar uma vaca na estrada pode haver responsabilização do Estado? A responsabilidade do Estado é objetiva ou subjetiva? A responsabilidade do Estado é, em regra, objetiva, mas há jurisprudência forte dos tribunais superiores no sentido de que a responsabilidade do Estado por omissão é subjetiva. 
 
OBS.: O STJ, conforme podemos verificar no REsp 438831/RS, admite a responsabilidade subjetiva do Estado por omissão na fiscalização e sinalização de rodovia federal (mutatis mutandis aplicar às rodovias estaduais), no entanto, conforme verificamos no REsp 647710/RJ, se a rodovia é privatizada, a responsabilidade é objetiva da concessionária com base no CDC.
Fato da COISA
No que tange ao fato da coisa, o Código Civil desdobra em duas situações: art. 937 e 938.
 
Pelo fato da coisa, o código cuida da responsabilidade pela ruína de edifícios e construções e a responsabilidade por coisas caídas ou arremessadas de prédio (construção, imóvel). 
Responsabilidade pelo fato da coisa pela RUÍNA (art. 937)
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Entende-se que se o dano aconteceu é porque o reparo não foi devidamente feito, por isso se diz que a responsabilidade é objetiva. 
 
É possível reconhecer uma solidariedade entre o dano e o construtor. Até porque o art. 946, norma geral, diz que todos aqueles que concorram para o prejuízo são solidariamente responsáveis por ele.
Responsabilidade pelo fato das coisas caídas ou arremessadas de prédio
A vítima vai demandar a unidade residencial de onde proveio o projétil. Ação judicial que a vítima propõe em face da unidade residencial: actio de effusis et dejectis
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
 
Responde aquele que habitar, seja proprietário, locatário, usufrutuário, etc. 
Responsabilidade pelo fato das coisas caídas ou arremessadas de prédio
E se a vítima não souber de onde partiu o projétil? 
	
	Nesse caso, aplica-se a teoria da causalidade alternativa. 
	Segundo essa teoria, quando você não pode identificar o responsável você pode imputar, em alternatividade a responsabilidade. A ação é proposta contra o condomínio. Quem indeniza a vítima é o condomínio porque qualquer dos condôminos, em tese, poderia ser o responsável. 
Responsabilidade pelo fato das coisas caídas ou arremessadas de prédio
Em resumo:
 
1º) A ação é proposta contra a unidade de onde saiu o projétil;
2º) A ação é proposta contra o condomínio, se não for possível identificar a unidade;
3º) Se houver moradores em blocos ou fachadas de onde seria impossível o arremesso, eles são excluídos da demanda.
QUESTÕES ESPECIAIS envolvendo fato da coisa e acidentes com veículos
Veículo Furtado ou Roubado 
	
	Tendo havido a subtração ilícita do automóvel, com a conseqüente ocorrência de acidente, responderia o proprietário do bem por tal episódio danoso?
	No momento em que o titular do domínio ou, até mesmo, o mero possuidor do bem, perde a disponibilidade sobre o mesmo em decorrência da subtração criminosa, deixa de ter, consequentemente, responsabilidade por sua guarda, razão por que não poderá ser compelido a indenizar a vítima do acidente.
QUESTÕES ESPECIAIS envolvendo fato da coisa e acidentes com veículos
Veículo Locado 
	A despeito de não haver previsão específica no CC, há no STF o entendimento, já sumulado (492), no sentido de que a empresa locadora do veículo responderia solidariamente com o locatário pelos danos causados a terceiros no uso do carro locado. Esta responsabilidade está amparada no risco decorrente do exercício desta atividade econômica.
QUESTÕES ESPECIAIS envolvendo fato da coisa e acidentes com veículos
Veículo Alienado sem Registro da Transferência no DETRAN 
	Considerando-se o princípio básico do direito civil, segundo o qual, no caso dos bens móveis, é a tradição que opera transferência de propriedade, mesmo que não tenha havido transferência administrativa no Detran, em caso de acidente, o antigo proprietário não tem responsabilidade civil.
 
Súmula 132, STJ: A ausência de registro de transferência não implica a Responsabilidade do antigo proprietário por dano resultante de acidente que envolva veículo alienado.
QUESTÕES ESPECIAIS envolvendo fato da coisa e acidentes com veículos
Veículo Alienado
sem Registro da Transferência no DETRAN 
	Em caso de infrações administrativas, o STJ (REsp 1024815/RS) tem admitido solidariedade entre o proprietário antigo e o novo.
 
	ADMINISTRATIVO. ALIENAÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. MULTAS, RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO ALIENANTE. INTERPRETAÇÃO DO ART. 134 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO.
	1. "Alienado veículo automotor sem que se faça o registro, ou ao menos a comunicação da venda, estabelece-se, entre o novo e o antigo proprietário, vínculo de solidariedade pelas infrações cometidas, só afastadas quando é o Detran comunicado da alienação, com a indicação do nome e endereço do novo adquirente. Não havendo dúvidas, in casu, de que as infrações não foram cometidas no período em que tinha o recorrido a propriedade do veículo, não deve ele sofrer qualquer tipo de sanção" (REsp 965.847/PR, Rel. Min. Eliana Calmon, DJU de 14.03.08). 
QUESTÕES ESPECIAIS envolvendo fato da coisa e acidentes com veículos
Veículo Conduzido por Terceiro 
	
	RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR - SOLIDARIEDADE - PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. - Quem permite que terceiro conduza seu veículo é responsável solidário pelos danos causados culposamente pelo permissionário. - Recurso provido. 
	(REsp 343.649/MG, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 05.02.2004, DJ 25.02.2004 p. 168) 
QUESTÕES ESPECIAIS envolvendo fato da coisa e acidentes com veículos
Veículo Conduzido por Terceiro 
	 ADMINISTRATIVO - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO - AMBULÂNCIA MUNICIPAL - MOTORISTA ESTADUAL - SOLIDARIEDADE - DANOS MATERIAIS - FAMÍLIA POBRE - PRESUNÇÃO DE QUE A VÍTIMA MENOR CONTRIBUÍA PARA O SUSTENTO DO LAR - SÚMULA 07/STJ - SÚMULA 491/STF - PENSIONAMENTO AOS PAIS DA VÍTIMA ATÉ A IDADE EM QUE ESTA COMPLETARIA 65 ANOS - DESCONTO DO VALOR DO SEGURO OBRIGATÓRIO - SÚMULA 246/STJ - DIVERGÊNCIA NÃO-CONFIGURADA - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. (...) 5. A jurisprudência do STJ reconhece a responsabilidade solidária do proprietário do veículo por acidente onde o carro é guiado por terceiro. 6. Em acidente automobilístico, com falecimento de menor de família pobre, a jurisprudência do STJ confere aos pais pensionamento de 2/3 do salário mínimo a partir dos 14 anos (idade inicial mínima admitida pelo Direito do Trabalho) até a época em que a vítima completaria 25 anos (idade onde, normalmente, há a constituição duma nova família e diminui o auxílio aos pais). Daí até os eventuais 65 anos (idade média de vida do brasileiro) a pensão reduz-se a 1/3 do salário mínimo. (...)(REsp 335.058/PR, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18.11.2003, DJ 15.12.2003 p. 185) 
QUESTÕES ESPECIAIS envolvendo fato da coisa e acidentes com veículos
A Primeira Turma, no julgamento do Resp 745190, estabeleceu que o proprietário do veículo que entrega o automóvel à pessoa sem habilitação não pode ser punido também como se fosse o condutor, devendo ser aplicada a ele apenas a multa prevista no artigo 163 do CTB. Para o relator do recurso, ministro Luiz Fux, a “responsabilidade solidária do proprietário de veículo automotor, por multa de trânsito, deve ser aferida cum grano salis” [com certa reserva]. Além disso, o ministro destacou que o CTB prevê hipóteses de caráter individual dirigidas tanto ao proprietário quanto ao condutor. O STJ também decidiu que o Detran não pode ser responsabilizado por ato criminoso de terceiros ou pela culpa do adquirente de veículo de procedência duvidosa. O entendimento da Segunda Turma excluiu o Detran do Rio Grande do Norte da responsabilidade no pagamento dos danos materiais devidos a um comerciante que vendeu um veículo roubado. Segundo o relator do recurso (Resp 873399), ministro Hermann Benjamin, compete ao comerciante de automóveis usados o dever de verificação – mediante inspeção física do bem, e não simplesmente documental no Detran – da existência de restrições à transferência e da procedência lícita do veículo comercializado. 
	Trecho do informativo disponível no: http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tm
2.Responsabilidade civil por ato de terceiro
As hipóteses de responsabilidade por ato de terceiro previstas no art. 932 não pressupõem mais presunção de culpa, traduzindo responsabilidade objetiva, nos termos do art. 933, mas isso não significa que o representante não possa se defender alegando que o representado não teve culpa no fato. 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
2.Responsabilidade civil por ato de terceiro
O STJ, ao julgar o REsp 540459/RS, firmou entendimento no sentido de afastar a responsabilidade do pai que não tenha o filho sob sua guarda e companhia.
O art. 928, do Código Civil, modificando a sistemática tradicional, passou a admitir a responsabilidade civil, ainda que subsidiária do incapaz.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
	Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
2.Responsabilidade civil por ato de terceiro
O incapaz terá responsabilidade civil quando seu representante não tiver condição econômica de indenizar a vítima ou quando seu representante não tiver a obrigação de indenizar a vítima a exemplo da imposição ao adolescente da medida sócio-educativa de reparação de danos na forma do ECA.
Inciso IV – Um dono de hotel responde pelo ato de seu hóspede. Se o hóspede está no bar se embriagando, é obrigação do gerente impedir que o garçom continue servindo. Se ele desfere um soco em outro hóspede, este pode demandar o hotel com base no Código Civil, no princípio da segurança. 
2.Responsabilidade civil por ato de terceiro
Dono de escola responde por ato de educando menor. No caso de escola pública, o Estado responde. Em se tratando de escola particular, o dono de escola responde. Em se tratando de educando maior, a responsabilidade só se caracterizará se demonstrada a omissão na fiscalização.
O bullying, forma de violência moral e física, especialmente observado em escolas e universidades pode resultar na responsabilidade civil do estabelecimento educacional por omissão.
2.Responsabilidade civil por ato de terceiro
Ação regressiva:
	Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.

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