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Forma de Estado Prof Wendell(6)

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FASEM – FACULDADE SERRA DA MESA
CURSO DE DIREITO – 2º PERÍODO
PROFESSOR WENDELL PEREIRA GONZAGA
DIREITO CONSTITUCIONAL I
FORMA DE ESTADO
URUAÇU, 2017
INTRODUÇÃO
Na Constituição Federal de 1988, temos que no Brasil o Regime de Governo é a Democracia, o Sistema de Governo é o Presidencialismo, a Forma de Governo é a República e a Forma de Estado é a Federação. Vamos detalhar abaixo o conceito “Forma de Estado” e como ela se apresenta em nosso país.
Para entender melhor, podemos dizer que Forma de Estado é a repartição territorial do poder, ou seja, a forma de distribuição do poder político em termos territoriais. Em alguns países haverá apenas um centro emanador de comandos decisórios, há um núcleo único e central do qual o poder emana e em outros países teremos uma pulverização no exercício do poder político, de modo que a descentralização será marcante na concepção política.
Existem duas formas básicas de Estado: a Unitária e a Federada. No Estado Unitário, o poder é territorialmente centralizado. Existe apenas um nível de poder, e os entes regionais não possuem autonomia política, e sim mera autonomia administrativa (ex.: Portugal). Já nos Estados que adotam a forma federativa existem várias esferas de governo (no caso brasileiro, União, Estados, DF e Municípios), visto que o poder é territorialmente descentralizado. Os vários entes federativos possuem autonomia política (poder de elaborar suas próprias leis, eleger os próprios governantes, elaborar sua própria Constituição ou lei orgânica e gerenciar seus próprios recursos.
A forma e o sistema de governo, conforme o artigo 2º do ADCT, passaram por plebiscito em 1993.
FORMAS DE ESTADO
1)      Estado Unitário
Tem como característica marcante a centralização política, o poder se encontra enraizado em um núcleo, do qual partem todas as decisões. Há aqui uma concentração do poder por um único homem ou órgão.
Admite-se aqui uma descentralização administrativa, para melhor governar, porém é assegurado a subordinação das repartições administrativas ao poder central, pois há apenas a delegação de tarefas sendo dependentes do poder central para qualquer decisão política.
Nosso Estado já foi Unitário, no período Brasil-Colônia/Brasil-Império, nessa época o poder político não era distribuído pelo território nacional, havia apenas um poder central que concentrava as competências políticas.
O estado unitário não se constitui de estados-membros: é um estado só, uno, ainda que se possa subdividir em regiões (como a Itália), ou em províncias (como o Brasil na época do Império), ou em departamentos (como a França). Pelo que, no estado unitário, apenas há uma constituição: a constituição nacional.												O Estado Unitário possui graus de centralização e de descentralização. Não há centralização nem descentralização absoluta, mas sim uma graduação entre ambas.	 Dependendo do grau da sua descentralização, o Estado Unitário pode ser classificado em: 
Estado Unitário Puro: possui a absoluta centralização do poder. Não há exemplo histórico deste tipo de Estado.	
Estado Unitário Descentralizado Administrativamente: tem como característica principal a centralização das decisões políticas, porém com a criação de “pessoas”, como extensão do Governo Central, para executar, administrar as decisões políticas tomadas por aquele. É um estado singelamente descentralizado, cuja descentralização nunca se faz por meio da constituição (via constitucional) e que, portanto, é de pouco interesse para o direito constitucional.
Estado Unitário Descentralizado Administrativa e Politicamente: caracteriza-se por no momento da execução das decisões tomadas pelo Governo Central, as “pessoas” tem alguma autonomia para decidir no caso concreto a melhor atitude a ser empregada na execução daquele comando central.
A descentralização aumenta na medida em que se torna política: à proporção que se atribui a escolha dos integrantes dos órgãos superiores das unidades descentralizadas ao seu próprio povo, à medida que se estabelece, além da administração descentralizada, um governo descentralizado, outorgando-se ao ente descentralizado uma capacidade de prover o seu próprio governo: uma espécie de governo próprio.
1.2)	Estado Regional
No caso de serem regiões as unidades constitucionalmente descentralizadas, tem-se o estado regional, que é um estado unitário constitucionalmente descentralizado em regiões. O estado regional – que é um estado unitário que admite uma forte descentralização em regiões – não se confunde com o estado federal, ainda que esteja bem perto dele no que tange à descentralização. Estado regional é estado unitário, embora fortemente descentralizado, e – sendo unitário – não é federal, pois não há o reconhecimento do poder constituinte às unidades descentralizadas.	
3)      Estado Federal
3.1 Histórico
Com a Revolução Americana de 1776, as antigas Colônias firmaram um tratado de direito internacional criando uma Confederação. Na Confederação, havia a soberania dos seus componentes, ocorrendo assim o enfraquecimento do pacto. A Confederação não podia legislar para os cidadãos, mas apenas para os Estados. As deliberações do Congresso eram mera recomendações. Não havia um tribunal supremo que unificasse as interpretações. Desta forma, a Confederação não atendia as necessidades de um governo eficiente em um vasto território.								A solução encontrada para o aprimoramento da união entre os Estados gerou a formula federativa da Convenção da Filadélfia, em 1787. Os Estados deixaram de ser soberanos, entregando a uma nova entidade, a União, poderes bastantes para exercer tarefas necessárias ao bem comum de todos os Estados reunidos. Os Estados passaram a ser autônomos. O Senado representava a vontade dos Estados.
3.2 Definição
A Federação é a forma mais comum de Estado Composto e é caracterizada pela descentralização geográfica de poder político. Não há relação de subordinação entre os entes políticos e as unidades federativas detém autonomia. O Estado Federal é soberano para o Direito Internacional, ao passo que os Estados-membros são autônomos para o Direito Interno.
O Estado Federal expressa um modo de ser (forma) do Estado em que há uma organização descentralizada, tanto administrativa, quanto política, baseada numa repartição de competências entre o governo central e os locais, consagrada na Constituição Federal. 
Os entes federativos não possuem o direito de secessão e possuem o poder de auto-organização. No Estado Federal, de regra há uma Suprema Corte, com jurisdição nacional e é previsto um mecanismo de intervenção federal, como procedimento assecuratório da unidade física e da identidade jurídica da Federação.
De acordo com o artigo 60, parágrafo 4º, inciso I: A forma federativa no Brasil, não será objeto de deliberação para ser abolida, logo é cláusula pétrea e não será abolida nem por emenda à Constituição. 
REFERÊNCIAS
CAVALCANTE Filho, João Trindade
Direito Constitucional objetivo: teoria e questões / 2º Edção – Brasília : Alumnus, 2013
https://jus.com.br/artigos/3309/a-federacao-brasileira;
http://direitoconstitucionalpositivo.blogspot.com.br/2010/10/federacao-e-reparticao-de-competencias.html

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