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Parte 1 Teoria Geral do Direito Internacional Público

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DIREITO INTERNACIONAL 
 PÚBLICO 
Parte I - Teoria geral 
Profª. Ana Flávia Coelho Santos
anaflaviacsantos@outlook.com
Ementa:
 Considerações históricas e definição de Direito Internacional Público. Direitos Humanos e seu alcance no âmbito Internacional.  Fontes do Direito Internacional Público; Tratados Internacionais de Direitos Humanos e Controle de Convencionalidade. Conflito entre normas de Direito interno e de Direito Internacional. Sujeitos de Direito Internacional Público: Estados; Organizações Internacionais: Organizações Internacionais Intergovernamentais, regionais e supranacionais; Santa Sé; Sujeitos não formais de Direito Internacional; Nacionalidade.  Estatuto do Estrangeiro. Tribunais Internacionais. Solução pacífica de conflitos Internacionais.  Relações Internacionais: Chefe de Estado, Ministro das Relações Exteriores e Agentes Diplomáticos; Imunidade Diplomática e Consular. Domínio territorial, aéreo e marítimo. Direito Ambiental Internacional. Responsabilidade Internacional.
Bibliografia utilizada em aula:
 Curso de Direito Internacional Público – Valério de Oliveira Mazzuoli Editora: Revista dos Tribunais
 Manual de Direito Internacional Público – Hildebrando Accioly G. E. do Nascimento e Silva, Paulo Borba Casella Editora: Saraiva
ORIGEM
		O agrupamento de seres humanos pelas várias regiões do planeta fomentou a criação de blocos de indivíduos com características (sociais, culturais, políticas etc.) em quase tudo comuns. Desse agrupamento humano nasce sempre uma comunidade ligada por um laço espontâneo e subjetivo de identidade.
		Na medida em que essa dada comunidade humana passa a ultrapassar os impedimentos físicos que o planeta lhe impõe (montanhas, florestas, desertos, mares etc.), descobrindo a existência de outras comunidades espalhadas pelos quatro cantos da Terra, surge a necessidade da coexistência entre elas. (Impulsionada pela navegação marítima).
ORIGEM
A civilização passa a ter por característica a luta contra as dificuldades dessa coexistência.
O que passa a existir é uma relação de suportabilidade entre elas, como que numa relação contratual.
		Por isso, desde o momento em que o homem passou a conviver em sociedade, com todas as implicações que esta lhe impõe, tornou-se necessária a criação de determinadas normas de conduta a fim de reger a vida em grupo, harmonizando e regulamentando os interesses mútuos.
ORIGEM
		Assim como as comunidades de indivíduos não são iguais, o mesmo acontece com os Estados, cujas características variam segundo vários fatores (econômicos, sociais, políticos, culturais, comerciais, religiosos, geográficos etc.). À medida que estes se multiplicam e em que crescem os intercâmbios internacionais, o Direito transcende os limites territoriais da soberania estatal rumo à criação de um sistema de normas jurídicas capaz de coordenar vários interesses estatais simultâneos, de forma a que possam os Estados, em seu conjunto, alcançar suas finalidades e interesses recíprocos.
ORIGEM
		Verifica-se que o Direito vai deixando de somente regular questões internas para também disciplinar atividades que transcendem os limites físicos dos Estados. Esse sistema de normas jurídicas (dinâmico por excelência) que visa disciplinar e regulamentar as atividades exteriores da sociedade dos Estados (e também modernamente, das Organizações Internacionais e dos próprios indivíduos) é o que se chama de Direito Internacional Público ou “Direito das Gentes”.
DENOMINAÇÕES
Em 1780 surge a expressão Direito Internacional (International Law) com Jeremias Bentham, utilizada em oposição ao Direito Nacional (national law) ou Direito Municipal (municipal law). Para alguns juristas, o mais correto seria falar em Direito Interestatal, mas a expressão já está consagrada e não se justifica modificá-la.
A palavra “Público” foi acrescentada para distinguir a matéria de Direito Internacional Privado.
 A terminologia moderna Direito Internacional, ainda utilizada indistintamente com a expressão direito das gentes (Law of Nations), sedimentou-se na prática internacional e é utilizada em todo o nosso planeta.
DEFINIÇÃO
Definição estrita: Direito Internacional Público pode ser definido como a disciplina jurídica da sociedade internacional.
 DEFINIÇÃO
Definição abrangente: o Direito Internacional Público pode ser conceituado como o conjunto de princípios e regras jurídicas (costumeiras e convencionais) que disciplinam e regem a atuação e a conduta da sociedade internacional (formada pelos Estados, pelas organizações internacionais intergovernamentais e também pelos indivíduos), visando alcançar as metas comuns da humanidade e, em última análise, a paz, a segurança e a estabilidade das relações internacionais.
 DEFINIÇÃO
Em síntese:
→ Critério dos sujeitos intervinientes: O Direito Internacional Público disciplina e rege a atuação e a conduta da sociedade internacional (formada pelos Estados, pelas organizações internacionais intergovernamentais e também pelos indivíduos);
→ Critério das matérias reguladas: o Direito Internacional Público visa alcançar metas comuns da humanidade e , em última análise, a paz, a segurança e a estabilidade das relações internacionais;
→ Critério das fontes normativas: o Direito Internacional Público consubstancia-se num conjunto de princípios e regras jurídicas, costumeiras e convencionais. 
 DEFINIÇÃO
		Não é de hoje que o Direito Internacional Público vem sendo conceituado como o conjunto de regras e princípios que regem apenas as relações interestatais, ou seja, um complexo de normas que regulam tão somente a conduta recíproca dos Estados.
→ Tal concepção deve ser afastada, por não mais corresponder à realidade atual das relações internacionais.
 DEFINIÇÃO
		Na atualidade, o Direito Internacional não mais se circunscreve às relações entre os Estados, exclusivamente, e tampouco regula matérias da alçada unicamente exterior dos Estados. Tem ele, hoje, um alcance muito mais amplo, visto que se ocupa da conduta dos Estados e dos organismos internacionais e de suas relações entre si, assim como de algumas de suas relações com as pessoas naturais.
 DEFINIÇÃO
Portanto
		Figura o Direito Internacional Público, como um conjunto de regras e princípios que disciplinam tanto as relações jurídicas dos Estados entre si, bem como destes e outras entidades internacionais, como também em relação aos indivíduos. Assim, também podem se considerados sujeitos de Direito Internacional Público na atualidade, além dos Estados soberanos, as organizações internacionais intergovernamentais, bem como os indivíduos, embora o campo de atuação destes últimos seja mais limitado, sem, contudo, perder ou restar diminuída sua importância. 
		Nos dias atuais, o Direito Internacional Público, dentre os ramos jurídicos, é o que mais tem se desenvolvido, principalmente depois da mudança do cenário internacional pós-Segunda Guerra, quando começam a aparecer, com mais vigor, as Organizações Internacionais intergovernamentais, seguidas de uma avalanche de tratados, versando de matérias das mais diversas como a terra, o mar, os fundos marinhos, o espaço ultraterrestre etc. Ademais, matérias novíssimas como a proteção internacional dos direitos humanos, o direito internacional do meio ambiente e o direito penal internacional também vêm trazendo grandes mudanças para o Direito Internacional Público contemporâneo.
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
Suas primeiras e mais singelas manifestações aparecem quando dos intercâmbios que passam a existir entre os vários feudos da Idade Média.
O holandês Hugo Grotius (1585-1645), nascido em Delft, foi quem deu importante ênfase ao Direito Internacional como ciência, com suas obras: Mare Liberum, De Jure Belli AC Pacis, inspirada na Guerra dos Trinta Anos.Considerado o pai do Direito Internacional.
 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
		Contudo, somente a partir do século XVI que o Direito Internacional Público aparece como ciência autônoma e sistematizada, principalmente a partir dos tratados de Westfália, que colocaram fim à Guerra dos Trinta Anos (denominação genérica de uma série de guerras que diversas nações europeias travaram entre si a partir de 1618, por motivos variados: religião, dinastia, território e comércio).
 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
A Paz de Westfália pode ser considerada um “divisor de águas” na história do Direito Internacional Público, pois além de celebrar o fim da guerra dos trinta anos, demarca: a Soberania entre os Estados; Obrigação de não intervenção nos assuntos internos; Igualdade jurídica. Cria uma sociedade de Estados independentes, reconhecendo ao princípio da igualdade absoluta dos Estados o caráter de regra internacional fundamental.
O Congresso de Viena (1815) foi, depois dos tratados de Westfália, o segundo grande marco do Direito Internacional. Seus aspectos perduraram até quase o início da Primeira Guerra Mundial.
MARCOS HISTÓRICOS:
→ Jus fetiale roman
MARCOS HISTÓRICOS
→ Jusfetialeromano
→ Jusgentium
→ Tratados deWestfáliade 1648
→ Revolução francesa
→ Congresso de Viena (1815)
→ Doutrina Monroe (1823)
→ Liga das Nações
→ Criação da ONU
 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
		Em conclusão, pode-se dizer que a afirmação histórica do direito das gentes e, consequentemente, a prova de sua existência, decorreu da convicção e do reconhecimento por parte dos Estados-membros da sociedade internacional de que os preceitos do Direito Internacional obrigam tanto interna como internacionalmente, devendo os Estados, de boa-fé, respeitar (e exigir que se respeite) aquilo que contrataram no cenário exterior.
 ORDEM JURÍDICA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL 
		Paulo Henrique Portela aponta que as relações internacionais são caracterizadas por: 
→ Igualdade jurídica entre os Estados; 
→ Soberania dos Estados;
→ Princípio da não-intervenção;
→ Inexistência de um poder central mundial, ou seja, não há um ente de direito internacional que imponha aos Estados Soberanos as suas deliberações. 
ENTÃO, COMO EXISTE UMA ORDEM JURÍDICA?
 Com um conjunto de princípios e regras destinados a reger as situações quem envolvem determinados sujeitos.
 DIFERENÇA ENTRE A SOCIEDADE INTERNAIONAL E 
INTERNA
 		A ordem jurídica da sociedade internacional difere da ordem interna estatal por estar estruturada de forma horizontal, sem conhecer poder central autônomo com capacidade de criação de suas normas jurídicas e que garanta a sua efetiva aplicação, a exemplo do que ocorre no âmbito do ordenamento jurídico interno.
 DIFERENÇA ENTRE A SOCIEDADE INTERNAIONAL E INTERNA
Sob o ponto de vista formal, a diferença baseia-se na estrutura, em que não existe um território determinado, dentro do qual vive certa população, coordenada por um poder soberano (a Constituição e as leis do Estado). 
		A sociedade internacional se submete à própria coordenação dos seus interesses recíprocos, sem qualquer relação de verticalidade entre eles. Porém, isso não significa que não haja qualquer sanção para os Estados faltosos, tanto é assim que o art. 41 da Carta das Nações Unidas prevê que o Conselho de Segurança poderá adotar medidas destinadas a tornar efetivas suas decisões.
 DIFERENÇA ENTRE A SOCIEDADE INTERNAIONAL E 
INTERNA
		Artigo 41. O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver o emprego de forças armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas suas decisões e poderá convidar os Membros das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos , postais, telegráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer espécie e o rompimento das relações diplomáticas.
DIFERENÇA ENTRE A SOCIEDADE INTERNAIONAL E 
INTERNA
Do ponto de vista material diferencia-se uma vez que as matérias que disciplinam a sociedade internacional provêm de um conjunto de Estados com poderes soberanos limitados e não de uma vontade única como na sociedade interna, com o fim precípuo de viabilizar a convivência entre os integrantes da sociedade internacional.
		Se uma norma de Direito Internacional é superior às outras – como é o caso da Carta das Nações Unidas, em virtude do seu art. 103 – é porque os Estados aceitaram que assim deva ser.
DIFERENÇA ENTRE A SOCIEDADE INTERNAIONAL E 
INTERNA
		Além do mais, inexiste no plano internacional os poderes Executivo, Legislativo e inclusive Judiciário (uma vez que o “Judiciário” internacional depende do aceite dos Estados para que possa atuar).
		Portanto, a ordem jurídica da sociedade internacional difere da ordem interna estatal por estar estruturada de forma horizontal, sem conhecer poder central autônomo com capacidade de criação de suas normas jurídicas e que garanta a sua efetiva aplicação, a exemplo do que ocorre no âmbito do ordenamento jurídico interno.
DIFERENÇA ENTRE A SOCIEDADE INTERNACIONAL E 
INTERNA
		
		Em suma, a ordem jurídica da sociedade internacional é descentralizada, mas ao mesmo tempo organizada pela lógica da coordenação (ou cooperação). 
Fontes do Direito Internacional Público
Fontes Materiais: são os fatos sociais, históricos, políticos e econômicos, que levaram a produção das normas. 
Fontes Formais: são os atos estatais que regulamentam os fatos sociais. Indicam a forma como o Direito Positivo se desenvolve. As fontes formais do Direito Internacional são: Primárias, Secundárias e Novas Fontes do Direito Internacional Público (Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça).
Fontes do Direito Internacional Público
Fontes Formais Primárias: 
 	TRATADOS (art. 38, “a”, ECIJ): formalmente, não é hierarquicamente superior ao Costume, mas, na prática, são as principais fontes do DIP e as mais aplicadas. Já que trazem maior segurança jurídica para as Relações Internacionais. Sua regulamentação se dá por um novo ramo do DIP: o Direito dos Tratados, que regulam a sua celebração, entrada em vigor e extinção. 
 
Fontes do Direito Internacional Público
 Fontes Formais Primárias: 
 COSTUMES (art. 38, “b”, ECIJ): São atos reiterados dos Estados durante certo período de tempo, versando um assunto da mesma forma. Quem alega o Costume, deve prová-lo. São dois os elementos (cumulativos) do costume internacional: 
	 Elemento material: prática reiterada de atos no mesmo sentido. É o chamado “uso”.
	Elemento subjetivo (psicológico ou espiritual): é a crença de que a prática é obrigatória nos termos do Direito, no plano jurídico. 
 
Fontes do Direito Internacional Público
 Fontes Formais Primárias: 
	PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO (art. 38, “c”, ECIJ): estão, em sua maioria, positivados nos tratados. Mas podemos citar dentre eles o pacta sunt servanda, a boa-fé, o respeito à coisa julgada. 
Fontes do Direito Internacional Público
Princípio pacta sunt servanda – De acordo com esse princípio, as partes têm o dever de cumprir e respeitar aquilo que foi acordado no plano internacional.
Fontes do Direito Internacional Público
Fontes Formais Secundárias:
	JURISPRUDÊNCIA: interna e internacional.
	DOUTRINA: se referia ao jurista como pessoa física, mas hoje em dia deve ser interpretado em sentido amplo, sendo todas as manifestações de cunho doutrinário, ainda que não de Pessoa Física, como os ANAIS das Conferências, os grupos de estudos da ONU, as decisões de Tribunais Internacionais, dentre outros, considerados doutrina. 
Fontes do Direito Internacional Público
		O art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça é meramente exemplificativo, podendo existir outras fontes que não elencadas ali em seu texto. Não existe hierarquia entre as fontes, tanto os Tratados podem revogar os Costumesquanto os Costumes podem revogar os Tratados (fazendo com que o mesmo caia em desuso).
Fontes do Direito Internacional Público
 Novas fontes do Direito Internacional Público: 
	ATOS UNILATERAIS DO ESTADO: criam direitos a outros Estados e obrigações a ele próprio.
	DECISÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: as Organizações Internacionais podem criar atos internacionais, tais como decisões, resoluções, diretrizes, diretivas, recomendações, gerando obrigações aos países a elas vinculadas. 
Fontes do Direito Internacional Público
 Novas fontes do Direito Internacional Público: 
	DIREITO FLEXÍVEL (Soft-law): Nasceu no bojo do Direito Internacional do Meio Ambiente, não prevê sanções, não tem juridicidade, mas gera obrigação moral. Ainda é discutível se faz parte ou não das fontes de direito internacional. (Ex.: Protocolo de Kyoto, em que os países de comprometeram a reduzir emissão de gases).
QUESTÕES
Disserte brevemente a respeito da diferença entre comunidade e sociedade.
A sociedade internacional é composta por quem?
Quais as principais diferenças entre sociedade internacional e sociedade interna?
Qual a importância do Princípio Pacta sun servanda na sociedade internacional? 
 
 CONFLITO ENTRE NORMAS DE DIREITO INTERNO E INTERNACIONAL 
Teorias: 
Dualista
Monista
		
 
 CONFLITO ENTRE NORMAS DE DIREITO INTERNO E INTERNACIONAL 
Teorias: 
	A questão do conflito entre as normas vem se desenvolvendo através dos tempos, tendo surgido várias teorias buscando solucionar o problema, dentre as quais destacam-se duas: a dualista e a monista.
 
 Teoria Dualista
Para esta teoria, o Direito interno de cada Estado e o internacional são dois sistemas independentes e distintos. 
O dualismo é corolário dogmático-apológico da teoria da soberania absoluta do Estado.
As fontes e normas do Direito Internacional (notadamente os tratados) não têm qualquer influência sobre questões relativas ao âmbito do Direito interno, e vice-versa, por isso, para essa teoria entre ambos ordenamentos jamais poderia haver conflitos.
Sistema Jurídico Interno
(de cada Estado) 
Sistema Jurídico Internacional
 
 Teoria Dualista
2 sistemas jurídicos distintos e autônomos
 Objetos distintos
		Segundo a corrente dualista, ao Direito Internacional caberia a tarefa de regular as relações entre os Estados ou entre estes e as organizações internacionais, enquanto ao Direito interno caberia a regulação da conduta do Estado com os seus indivíduos.
		Por se tratar de sistemas distintos, em que cada qual regula relações jurídicas diversas, não haveria que se falar na supremacia de um sobre o outro.
		Portanto, para essa corrente, as normas de Direito Internacional têm eficácia somente no âmbito internacional, ao passo que as normas de Direito interno só têm eficácia na ordem jurídica interna.
Recepção/adoção/transformação?
		Segundo a doutrina, quando um Estado assume um compromisso exterior o está aprovando tão somente como fonte do Direito Internacional, sem qualquer impacto ou repercussão no seu cenário normativo interno.
		Para que uma norma de Direito Internacional passe a ter valor jurídico no âmbito interno desse Estado, é necessário que ela seja transformada em norma de Direito interno, por meio da recepção/adoção/transformação, isto é, em virtude de um ato do Poder Legislativo que transforme o tratado em norma de Direito interno.
 Países adeptos
		Esse sistema é adotado na Itália onde, além da ratificação, exigi-se para a aplicação interna dos tratados, leis de aprovação. 
		Na Islândia, em situação análoga, o tratado somente passa a ser aplicável internamente após um ato especial do Parlamento.
		Na Inglaterra também foi instituído o dualismo por L. Oppenheim.
		Em suma, 
	a fonte do Direito interno consubstancia-se na vontade exclusiva do Estado soberano que reside em seu Poder Legislativo, ao passo que a fonte do Direito Internacional nasce da vontade coletiva dos Estados, consistente no encontro convergente de seus interesses recíprocos. 
		Dessa forma esses dois ordenamentos jurídicos podem andar pareados, sem, entretanto, haver primazia de um sobre o outro, pois distintas são as esferas de atuação, como também, não pode um preceito de Direito Internacional revogar outro de Direito interno.
Críticas à teoria Dualista: 
É uma doutrina bastante frágil em sua construção. 
Em primeiro lugar, reconhecer diversidade de fontes entre o Direito interno e o Direito Internacional é aceitar um absurdo terminológico de consequências fatais para a concepção geral do direito. Se ambos os sistemas são contrapostos, quer dizer que um deles inevitavelmente será não-jurídico.
Críticas à teoria Dualista: 
Em segundo lugar, admitindo igual validade de suas normas aparentemente antinômicas. O Direito, que não tolera antinomias, rechaça a existência simultânea de duas regras contrárias, regendo as mesmas matérias e os mesmos assuntos.
Em terceiro lugar, a doutrina dualista só faz referência aos tratados e não ao costume, sendo no entanto o costume internacional normalmente aplicado pelos tribunais internos.
 
 Teoria Monista
Para esta teoria a ordem jurídica interna é derivada da ordem jurídica Internacional.
Aqui o Direito interno integra o Direito Internacional.
Tem como ponto de partida não a dualidade, mas a unicidade do conjunto das normas jurídicas. 
Teoria Monista
O Direito Internacional e o Direito Interno são dois ramos do Direito dentro de um só sistema jurídico. 
O Direito Internacional é hierarquicamente superior a todo o Direito interno do Estado.
É adotada pela Bélgica, França e Holanda. É a teoria seguida por Hans Kelsen. 
No Brasil, trata-se da posição da maioria da doutrina internacionalista.
Teoria Monista
1 sistema jurídico composto por normas de Direito Internacional e de Direito Interno
Normas de Direito Interno 
(dos Estados)
Normas de Direito 
Internacional
 Teoria Monista
		Ou seja, o Direito Internacional passa a ser hierarquicamente superior a todo o Direito interno do Estado, da mesma forma que são as normas constitucionais sobre as ordinárias e assim por diante. E isto porque o seu fundamento de validade repousa sobre o princípio pacta sunt servanda.
		Podem existir certos assuntos que estejam sob a jurisdição exclusiva do Direito Internacional, o mesmo não ocorre com o Direito interno, que não tem jurisdição exclusiva, vez que tudo que por ele pode ser regulado, também o pode ser pelo Direito Internacional. (quem pode mais também pode menos).
 Inexistência de Recepção/adoção/transformação
		De forma oposta da teoria dualista, aqui, se uma assinatura e ratificação de um tratado por um Estado significa a assunção de um compromisso jurídico; e se tal compromisso envolve direitos e obrigações que podem ser exigidos no âmbito interno do Estado, claro está que não se faz necessária, a edição de um novo diploma normativo, “materializando” no plano interno, pela via da transformação o compromisso internacionalmente assumido. Uma vez, que a incorporação se faz de maneira automática.
53
Qual ordem jurídica deve prevalecer 
em caso de conflito?
 (se a interna ou a internacional)
		
		Para responder a esta questão a teoria Monista se divide em duas vertentes: 
Monismo internacionalista
Monismo nacionalista
 Monismo internacionalista
Segundo esta concepção o Direito interno (é subordinado) deriva do internacional que representa uma ordem jurídica hierarquicamente superior.
Um ato internacional sempre prevalece sobre uma disposição normativa interna que lhe contradiz.
 Monismo internacionalista
		A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969) consagrou expressamente a posição monista internacionalista, segundo a qual um Estado-parte na convenção “não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado”.
		Ademais na Constituição brasileirade 88, não faz nenhuma distinção entre jurisdição interna e internacional, limitando-se a dizer que compete privativamente ao Presidente da República celebrar tratados ad referendum do Congresso Nacional (art. 84, VIII)e a este ultimo a tarefa de resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional (art. 49, I).
 Monismo internacionalista
		Disso tudo resulta o primado do Direito Internacional sobre o Direito interno, que procede ainda mais quando certas matérias da legislação interna violam tratados ou princípios internacionais. Um exemplo: as normas internacionais de proteção dos direitos humanos.
 Monismo nacionalista
Segundo esta concepção, o Direito internacional não seria mais que uma consequência do Direito interno.
Dão , assim, especial atenção à soberania de cada Estado, levando em consideração o princípio da supremacia da Constituição.
Segundo esse entendimento, o arbítrio do Estado só encontra limitação no arbítrio de um outro Estado, jamais nas regras do Direito Internacional Público.
 Monismo nacionalista
		Os monistas nacionalistas aceitam a integração do produto externo convencional ao Direito interno, mas sob o ponto de vista do primado da ordem jurídica estatal, valendo tal integração somente na medida em que o Estado reconhece como vinculante em relação a si. O Direito Internacional só tem valor internamente sob o ponto de vista do ordenamento interno do Estado.
		O argumento utilizado pelos defensores desta concepção é de que há ausência, no cenário internacional, de uma autoridade supra-estatal capaz de obrigar os Estados a cumprirem seus mandamentos.
Críticas à esta corrente:
		Admitir uma tal doutrina absurda e inconsequente, equivale a negar o fundamento de validade do Direito Internacional e, consequentemente, a sua própria existência como ramo da ciência jurídica, o que já é suficiente para qualificá-la como desprovida de fundamento.
		O Direito é uma superestrutura que depende de uma infra-estrutura. Se esta é alterada, aquela será abalada, causando desequilíbrio de diversas ordens. Para que isto não ocorra basta admitir a supremacia do Direito Internacional frente aos ordenamentos internos dos Estados.
Críticas à esta corrente:
		Não existe Estado isolado, flutuando no espaço. Todos eles se encontram dentro de uma sociedade internacional. Se é desta sociedade que florescem as normas que estruturam o sistema internacional e regulam a conduta dos Estados em suas relações recíprocas, também é desta mesma sociedade que nascem os limites às regras do Direito interno dos Estados. 
 Teorias Dualista e Monista
		
		Em suma, a questão envolvendo as doutrinas monista e dualista é relevante, na prática, a fim de saber se um Estado pode invocar o seu ordenamento jurídico interno para se esquivar do cumprimento daquilo acordado internacionalmente. A resposta é NEGATIVA. (Convenção de Viena)
 No Brasil
		Em nenhuma Constituição brasileira, jamais se exigiu dupla manifestação do Congresso Nacional como condição de validade dos tratados internacionais a fim de materializá-las internamente.
		A Suprema Corte brasileira tem exigido, após a aprovação do tratado pelo Congresso Nacional e à troca dos respectivos instrumentos de ratificação, que seja o tratado promulgado internamente, por meio de um decreto executivo, pois esse decreto é manifestação essencial, considerando-se seus três efeitos básicos: a)promulgação do tratado internacional; b)publicação oficial de seu texto; c)executoriedade do ato internacional.
		Nesse sentido, pode-se dizer que o STF assume a posição dualista moderada.
		Mas, deve-se esclarecer que em nenhum artigo da Constituição de 88 diz caber ao Presidente da República promulgar e fazer publicar tratados internacionais, apenas se refere à promulgação e publicação das leis (internas).
EXEMPLO - CASO CONCRETO NO BRASIL
PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA
Foi incorporado no Brasil, definitivamente, em 1992 através de um decreto executivo (Decreto 678/92).
STF – Carta Rogatória 8.279 diz que:
“o Sistema Constitucional brasileiro que não exige a edição de lei para efeito de incorporação do ato internacional ao Direito interno (Dualismo) satisfaz, para efeito de executoriedade doméstica dos tratados internacionais com a adoção do iter procedimental que compreende a aprovação congressional e a promulgação executiva do texto constitucional (Dualismo moderado)”.
 Competência para dirimir os conflitos entre as normas
		A controvérsia acerca das duas grandes correntes ainda persiste na doutrina. Este, entretanto, é um problema/discussão de Direito interno que o Direito Internacional não se ocupa. 
		Para o “Direito das gentes” (leia-se Internacional) basta o reconhecimento da obrigatoriedade de suas normas em caso de conflito, pois sempre consagrou a primazia das suas normas em relação a todas as demais do ordenamento interno.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Os tratados são considerados na atual comunidade internacional a fonte mais importante do Direito Internacional, por estarem os assuntos mais importantes, de interesse mútuo entre os Estados, regulamentados neles.
TRATADOS INTERNACIONAIS
QUEM PODE FIRMAR?
Os Estados 
As Organizações Internacionais
TRATADOS INTERNACIONAIS
Regulamentação jurídica dos tratados:
CONVENÇÃO DE VIENA 
 sobre o Direito dos Tratados.
É um dos documentos mais importantes concluídos na história do Direito Internacional Público;
1969: reconheceu uma das regras basilares do Direito Internacional Público: pacta sunt servanda (art.26)
1986: reconheceu às Organizações Internacionais o direito de firmar tratados e convenções.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Definição:
Artigo 2º da Convenção de Viena:
“Significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica”.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Definição:
	Da definição dada pela Convenção de Viena de 1969, podem-se extrair os seguintes ELEMENTOS ESSENCIAIS que configuram o conceito de tratado internacional:
Acordo internacional: livre consentimento dos Estados. Os tratados expressam aquilo que as partes acordam livremente;
Formalidade: os tratados internacionais devem ser celebrados por escrito.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Natureza Jurídica dos Tratados:
Tratados-contratos - regulam interesses recíprocos dos Estados;
Tratados-leis ou tratados-normativos - fixam as normas de Direito Internacional entre os Estados.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminologia dos tratados:
TRATADO - utilizado para acordos solenes, matéria política;
CONVENÇÃO - expressão utilizada como sinônimo de tratado, em nada diferente quanto a estrutura;
DECLARAÇÃO - acordos que criam princípios jurídicos ou que denominam uma atitude política;
ESTATUTO - estabelece normas para os tribunais internacionais, usualmente empregados para os tratados coletivos;
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminologia dos tratados:
PROTOCOLO - pode ser a ata de uma conferência ou de um acordo menos formal que um tratado;
ACORDO - designar tratados de natureza econômica, financeira, comercial ou cultural, podendo, contudo, dispor sobre segurança recíproca, questões sobre fronteiras etc;
CONCORDATA - ato celebrado pela Santa Sé, tratados sobre assuntos religiosos;
TRATADOS INTERNACIONAIS
Terminologia dos tratados:
CARTA – estabelece instrumentos que constituem as organizações internacionais.
	Independentemente de sua terminologia, todos os instrumentos convencionais expostos têm a mesma identidade jurídica material, ou seja, possui mesma força/importância normativa, posto deterem idêntica formação obrigatória.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Validade dos tratados:
Capacidade das partes – necessário que seja celebrados por agentes legitimados (que compõem a sociedade internacional) esta é reconhecidaaos Estados (incluindo à Santa Sé) e as organizações internacionais.
TRATADOS INTERNACIONAIS
Validade dos tratados:
Agentes signatários habilitados - mediante apresentação de plenos poderes, que dão aos negociadores o poder de negociar e concluir tratados (agentes legitimados de casa Estado, ex. Presidente da República);
TRATADOS INTERNACIONAIS
Validade dos tratados:
Objeto lícito e possível - o tratado não pode violar uma norma imperativa do Direito Internacional geral, além de que o objeto não pode contrariar a moral;
Consentimento mútuo - não pode haver nenhum vício (erro, dolo, coação) no acordo de vontades entre as partes.
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Classificação Quanto ao número de partes contratantes:
Bilaterais - quando celebrado entre duas partes;
Multilaterais - quando celebrado entre mais de duas partes.
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Efeitos quanto a TERCEIROS:
	Os tratados não criam obrigações nem direitos para um terceiro Estado sem o seu consentimento, em virtude do preceito “pacta tertiis nec nocent nec proscent” (“os tratados não beneficiam nem prejudicam terceiros”); ou seja, os tratados só produzem efeitos para as partes contratantes. 
	Contudo, pode ocorrer que os Estados contratantes dêem privilégios, benefícios e direitos a terceiros.
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Composição do tratado:
Preâmbulo - é composto pelas finalidades do tratado e a enumeração das partes contratantes;
Parte dispositiva - contém os artigos e os direitos e deveres das partes contratantes.
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Processo de conclusão de um tratado, compreende:
Negociação; 
Assinatura; 
Ratificação;
Adesão;
Aceitação;
Promulgação;
Publicação;
Registro.
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Processo de conclusão de um tratado:
NEGOCIAÇÃO
	É a primeira das fases da conclusão do tratado, sendo ela de competência do Poder Executivo do Estado, mais precisamente e genérica do chefe de Estado. Esta fase tem o seu fim com a elaboração escrita de um texto (objeto do tratado).
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Processo de conclusão de um tratado:
ASSINATURA
	Estando as partes de acordo com os termos do texto , procede-se à assinatura.
	Ainda não vincula o Estado, mas é através dela que se encerram as negociações e se expressa o consentimento do Estado a aderir com todo o pactuado.
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Processo de conclusão de um tratado:
RATIFICAÇÃO
	É o processo pelo qual um Estado estabelece, no plano internacional, o seu consentimento em obrigar-se por um tratado.
	Assinado o tratado, deve ele ser submetido, NO CASO BRASILEIRO, à apreciação e aprovação do Congresso Nacional.
POR QUE?
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	É no Congresso que se encontram os representantes do povo, e a sua intervenção no processo de celebração de um tratado faz respeitar a regra do artigo 1º, parágrafo único da Constituição Federal. Segundo o qual: “todo o poder emana do povo”.
	Uma vez aceito o tratado pelo Congresso, retorna ele ao chefe do Poder Executivo, o qual tem discricionariedade (oportunidade e conveniência) para ratificá-lo ou não. 
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Processo de conclusão de um tratado:
PROMULGAÇÃO
	Ocorre quando um Estado reconhece a existência de um tratado por ele celebrado. Logo, ela acontece depois da troca ou do depósito dos instrumentos da ratificação. No Brasil, a promulgação é feita pelo Presidente da República através do Diário Oficial.
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Processo de conclusão de um tratado:
ADESÃO E ACEITAÇÃO
	São utilizadas quando países que não firmaram o tratado pela ratificação, pois não eram partes contratantes naquele momento, resolvem fazer parte dela posteriormente.
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Processo de conclusão de um tratado:
REGISTRO E PUBLICAÇÃO
	A Carta das Nações Unidas, no seu art. 102, §1º, exige que, “todo tratado e todo acordo internacional, deverão, dentro do mais breve prazo possível, ser registrados e publicados pelo Secretariado”. Essa regra é repetida pela Convenção de Viena.
	No §2º do art. 102, a Carta da ONU agrega que, “Nenhuma parte em qualquer Tratado ou acordo internacional que não tenha sido registrada de conformidade com as disposições do §1º deste artigo, poderá invocar tal tratado ou acordo perante qualquer órgão das Nações Unidas”.
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Processo de conclusão de um tratado:
	Para efeitos do tratado no Ordenamento Jurídico interno do BRASIL (de acordo com o STF), é necessário um:
DECRETO EXECUTIVO
Compreende 3 atos:
1) Promulgação interna do tratado internacional; 
2) publicação oficial de seu texto; 
3) executoriedade do ato internacional.
 
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Interpretação dos Tratados:
	Nos artigos 31 a 33 das Convenções de Viena de 1969 e 1986 estão estipulados como devem ser interpretados os tratados. 
	Dentre os aspectos mais importantes da interpretação dos tratados estão:
“1 – Deve ser interpretado com boa-fé de acordo com o sentido comum a ser dado aos termos do tratado no seu contexto e à luz do seu objeto e propósito;
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Interpretação dos Tratados:
2 – Deve-se levar em consideração o preâmbulo, anexos, um tratado feito por todos os contratantes conexo com o tratado a ser interpretado e qualquer instrumento elaborado por um ou mais contratantes e aceito pelas outras partes como um instrumento relativo ao tratado”.
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Interpretação dos Tratados:
Deve-se levar ainda em consideração:
	Qualquer acordo entre as partes relativo à interpretação; a prática na aplicação dos tratados que estabelece o acordo das partes a respeito da interpretação; qualquer norma relevante do Direito Internacional aplicável nas relações entre as partes.
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Interpretação dos Tratados:
 
Tratados em idiomas diferentes:
	Num tratado autenticado em duas ou mais línguas diferentes, estes textos têm a mesma autenticidade. Presume-se que os termos do tratado têm o mesmo sentido em cada texto autêntico. Se o sentido for diferente, deverá ser adotado o sentido que melhor reconcilia os textos, levando-se em conta o objeto e a finalidade do tratado. Ou se dá preferência ao texto que for menos obscuro ou, ainda, se dá preferência ao redigido em primeiro lugar. 
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Nulidade, Extinção e Suspensão dos Tratados:
O que diz respeito à nulidade, extinção e suspensão de aplicação de tratados estão elencados nos artigos 42 a 72 da Convenção de Viena.
A nulidade ocorre se houver erro, dolo, corrupção do representante do Estado, coerção exercida sobre o referido representante e coerção decorrente de ameaça ou emprego de força.
A suspensão da execução de um tratado pode se dar em virtude de suas disposições ou em razão do consentimento das partes.
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Nulidade, Extinção e Suspensão dos Tratados:
A extinção dos tratados pode ocorrer de vários meios:
Ab-rogação: os Estados podem deixar de ser parte num tratado a) de conformidade com as disposições do tratado; b) a qualquer momento pelo consentimento de todas as demais partes (é requisito fundamental a vontade de todas as partes do tratado).
Expiração do termo pactuado: o tratado pode prever o momento de sua expiração quando estipular um prazo determinado para sua vigência.
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Nulidade, Extinção e Suspensão dos Tratados:
 Execução integral do objeto do tratado: executado o seu objeto, o tratado não tem mais razão de existir, portanto de extingue.
d) O tratado posterior: as partes decidem elaborar um novo instrumento, extinguindo, assim, o anterior (é imprescindível que as partes do novo tratado sejam as mesma do anterior).
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Nulidade, Extinção e Suspensão dos Tratados:
Condição resolutiva: ocorre quando as partes convencionarem de maneira expressa que o tratado se extinguirá no futuro assim que certo fato acontecer (condição afirmativa) ou não (condição negativa). Existência de um evento futuro e incerto.
Denúncia dos tratados: ato unilateral pelo qual umEstado exprime firmemente sua vontade de deixar de ser parte.
Impossibilidade superveniente e mudança fundamental das circunstâncias.
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Nulidade, Extinção e Suspensão dos Tratados:
Rompimento das relações diplomáticas e consulares: caso as relações diplomáticas e consulares sofrerem rupturas e estas forem imprescindíveis para a execução do tratado, este termina. 
Violação do tratado: quando houver a violação em um tratado bilateral por uma das partes contratantes, a outra parte pode suspender ou terminar a execução do tratado no todo ou em parte. No caso de violação em tratados multilaterais por uma das partes contratantes, dá-se direito às demais partes: através de um consenso unânime, suspender ou terminar a execução no todo ou em parte, podendo ser tal suspensão ou término para todos os contratantes ou apenas para aquele que violou o tratado;
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Nulidade, Extinção e Suspensão dos Tratados:
Estado de guerra: Guerra: todos os tratados bilaterais são finalizados entre os beligerantes, com exceção dos tratados que se constituíram para serem aplicados durante a guerra; os tratados que constituem situações objetivas (como por exemplo, aqueles que estipulam limites ou cessões territoriais e foram executados na sua íntegra); e os tratados multilaterais entre beligerantes e neutros não são extintos: os seus efeitos é que ficam suspensos entre as partes beligerantes e mantidos aos Estados neutros, porém com o fim da guerra, o tratado volta a produzir seus efeitos normalmente.

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