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1 AGREGADOS uso em argamassas e concretos PCC 3222 2017 © Poli USP 2017 Objetivos • Apresentar como os agregados são obtidos, os problemas ambientais e logísticos. • Discutir como os agregados podem contribuir para o desempenho dos materiais cimentícios © Poli USP 2017 2 Agregados Brita > 4,8 mm Areia Artificial (britagem de rochas) < 4,8 mm Cascalho > 4,8 mm Areia > 4,8 mm Natural (peneiramento) © Poli USP 2017 PEDREIRAS © Poli USP 2017 3 Mineração de areia © Poli USP 2017 Agregados • Classificação em diferentes faixas de tamanhos (por peneiramento) © Poli USP 2017 4 Classificação de tamanho (peneiramento) # 19,1 mm # 9,5 mm # 4,75 mm # 2,4 mm # 1,2 mm # 0,6 mm # 0,3 mm Agregado Graúdo (75-4,75 mm) Agregado Miúdo (4,75-0,075 mm) Finos (<0,075 mm) # 0,3 mm# 0,15 mm # 12,7 mm (*) # 0,075 mm (*) # 6,3 mm (*) Pó de pedra (6,3 – 0 mm) # 38 mm Pedrisco (12,7 – 4,75 mm) # 25,4 mm (*) Areia média Areia grossa Areia fina Brita 1 Brita 2 Brita 0 © Poli USP 2017 Finos de Pedreiras (resíduos) Dissertação mestrado UFBA - J. A. Santana - 2008 O pó da britagem representa 10-20% da produção!!! © Poli USP 2017 5 Distâncias (pedreiras) BARROS et al. (2013) – trabalho de formatura Poli USP © Poli USP 2017 Distâncias (minerações de areia) SOUZA (2013) – trabalho de formatura FAU USP © Poli USP 2017 6 Agregados • Obtidos por operações simples (britagem, peneiramento) de rochas naturais • Preço é muito influenciado pelo custo do transporte (logística) • Na Região Metropolitana de São Paulo • Brita – R$ 50 por tonelada • Areia – R$ 70 por tonelada • Afetada pela escassez em grandes centros urbanos. © Poli USP 2017 Escassez localizada � Pode haver escassez local de agregados • em regiões densamente povoadas (distâncias crescentes) - Paris, RMSP • em regiões sem maciços rochosos próximos - Amazonas, Acre (falta brita) • em regiões com poucos terrenos sedimentares - Goiânia, São Paulo (falta areia) � Restrições ambientais, oposição de vizinhança, custos elevados de exploração VAN DER MEULEN, M.J.; GESSEL, S.F.; VELDKAMP, J.G. Aggregate resources in the Netherlands. Netherlands Journal of Geosciences. N. 84, v.4, 2005, p. 379-387. HABERT, G.; BOUZIDI, Y.; CHEN, C.; JULLIEN, A. Development of a depletion indicator for natural resources used in concrete. Resources, Conservation and Recycling 54 (2010) 364–376 LA SERNA; H. A.; REZENDE, M. M. Agregados para a construção civil. Brasília: Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). 2011. Disponível em: http://anepac.org.br © Poli USP 2017 7 Importação de agregados é comum na europa Importação Exportação Pa ís e s Alemanha Holanda Bélgica Noruega Inglaterra França Áustria Suiça Espanha Itália Dinamarca Polônia Turquia Hungria Eslováquia Estônia Lituânia Finlândia Bulgária República Tcheca Suiça Eslovênia Irlanda Grécia Portugal Romenia Latvia Unidade: em 1.000 toneladas BLEISCHWITZ, R.; BAHN-WALKOWIAK, B. European aggregates industry: a case for sectoral strategies. In: Berlin Conference on the human dimensions of global environmental change. 2006. Suécia © Poli USP 2017 Em caso de esgotamento de jazidas, quais são as alternativas? © Poli USP 2017 8 Agregados reciclados Demolição e britagem de estrutura de concreto Resíduos de Construção ou Demolição (em geral) © Poli USP 2017 Agregados nos materiais cimentícios 50 a 70% do volume argamassas e concretos Apresentação de José de A. Freitas Jr. - UFPR © Poli USP 2017 9 Quais funções os agregados desempenham nos materiais cimentícios? © Poli USP 2017 Funções dos agregados nos materiais cimentícios 1. Define o módulo elástico do concreto - Módulo agregados > Módulo pasta - Vol. Agregados > Vol. pasta 2. Resistência do agregado pode limitar a do concreto - Resistência agregado > Resistência da pasta 3. Reduz a retração e fluência do concreto 4. Reduz volume de vazios (empacotamento) - Redução do consumo de pasta (cimento e água) 5. Pode afetar a consistência do concreto - Se o agregado tiver porosidade elevada 6. Estabilidade Química Estado endurecido Ecoeficiência/ Estado fresco Durabilidade © Poli USP 2017 10 Resistência e Módulo Elástico dos agregados © Poli USP 2017 Influência do agregado na resistência do concreto WU, K.-R. et al. Effect of coarse aggregate type on mechanical properties of high-performance concrete. Cement and Concrete Research, v. 31, n. 10, p. 1421–1425, out. 2001. © Poli USP 2017 11 Módulo elástico do concreto Mehta; Monteiro. Concreto, microestrutura, propriedades e materiais.2006. Mark Alexander; Mindess. Aggregates in Concrete. 2005. Módulo do concreto Módulo da pasta de cimento Módulo do agregado Fração volumétrica de pasta Fração volumétrica de agregado © Poli USP 2017 Exercício • Estime qual o efeito da fração volumétrica e do tipo de agregado no módulo do concreto. • E basalto= 80 GPa • E granito = 50 GPa • E calcário = 40 GPa • E pasta de cimento é variável Admitir ~15 GPa Módulo do concreto Módulo da pasta de cimento Módulo do agregado Fração volumétrica de pasta Fração volumétrica de agregado © Poli USP 2017 12 Como medir o módulo dos agregados? • Medido indiretamente, a partir de corpos de prova (testemunhos) das rochas que dão origem aos agregados. • Selecionar o agregado de acordo com sua origem e fornecedor. Tipo de rocha Resistência à compressão do testemunho (MPa) Módulo elástico (GPa) Média Máxima Mínima Granito 150 240 100 40-70 Basalto 220 280 180 60-100 Gnaisse 150 240 100 40-70 Calcário 120 200 90 30-50 Quartzito 260 400 130 50-100 Arenito 70 150 50 20-40 SBRIGUI, C. Agregados naturais, britados e artificiais para concreto. In: Concreto: ciência e tecnologia. Arte Interativa ed., v. 1, São Paulo: Instituto Brasileiro do Concreto, 2011. © Poli USP 2017 Fluência do concreto NEVILLE, A; BROOKS, J. J. Tecnologia do concreto. 2 ed. São Paulo: Bookman, 2013. 452p. © Poli USP 2017 13 Agregados e retração por secagem Aumento do vol. de agregados NEVILLE, A; BROOKS, J. J. Tecnologia do concreto. 2 ed. São Paulo: Bookman, 2013. 452p. © Poli USP 2017 Redução de vazios (empacotamento) O volume de vazios entre agregados deve ser ocupado por pasta (cimento + água). © Poli USP 2017 14 Empacotamento (redução de vazios intergranulares) Maior volume de vazios Menor volume de vazios menor consumo de pasta (cimento e água) © Poli USP 2017 POR QUE EMPACOTAR? Resultados obtidos para argamassas – a partir de Tristão (2005) © Poli USP 2017 15 Como medir os vazios? • São determinados indiretamente, a partir da densidade das partículas. • Há várias formas de se medir a densidade das partículas!!! • Há várias definições para a mesma medida de densidade. • Definições podem ser conflitantes. WEBB, P.A. Volume and Density Determinations for Particle Technologists. Micromeritics Instrument Corp. Norcross. 2001. 16 p. © Poli USP 2017 Densidade (Estado Solto) • Bulk density ou Massa unitária • Densidade aparente (estado solto) • Tap density (estado compactado) © Poli USP 2017 16 Densidade (estado solto) recipiente agregados oestadosolt Volume Massa Densidade = Massa agregados Volume recipiente Inclui vazios intergranulares Útil para estimar volume de vazios e dosagem em volume. Afetada pela energia de compactação e volume e forma do recipiente. Nos agregados miúdos depende muito da umidade. © Poli USP 2017 Densidade dos agregadosBalança Hidrostática (massa submersa) R=Msub x g P=Mseca x g E=Vsólidosx ρágua x g água Vol. deslocado = Vol. agregados agregados agregados Volume Massa Densidade = água suba agregados MMVol ρ − = sec Denominado também de massa específica. Não inclui vazios intergranulares © Poli USP 2017 17 Vazios intergranulares: relação entre as densidades recipiente agregados Vol Vol Vazios −=1(%) −= −= agregados oestadosolt oestadosolt agregados agregados agregados Dens Dens Dens Massa Dens Massa cmcmVazios 11³)/³( © Poli USP 2017 Exercício Volume de vazios Propriedades Areia de rio (quartzo) Granalha (esferas Fe) Densidade estado solto (kg/dm3) 1,43 4,43 Densidade agregados (kg/dm3) 2,67 7,67 Volume de Vazios (% ou dm3/dm3) Determinar o índice de vazios do agregado, a partir da densidade (estado solto) e a densidade dos agregados © Poli USP 2017 18 Exercício Volume de vazios Propriedades Areia de rio (quartzo) Granalha (esferas Fe) Densidade estado solto (kg/dm3) 1,43 4,43 Densidade agregados (kg/dm3) 2,67 7,67 Volume de Vazios (% ou dm3/dm3) 0,46 0,42 Determinar o índice de vazios do agregado, a partir da densidade (estado solto) e a densidade dos agregados © Poli USP 2017 Como reduzir os vazios intergranulares dos agregados? © Poli USP 2017 19 Definir a distribuição granulométrica # 19 mm # 9 mm # 4,8 mm # 2,4 mm # 1,2 mm # 0,6 mm # 0,3 mm comprimento da partícula Abertura da peneira largura da partícula ABNT NM 248: 2001 © Poli USP 2017 Distribuição granulométrica Abertura da malha (mm) Massa retida (gramas) Massa retida (% g/g) Massa retida acumulada (% g/g) Massa passante acumulada (% g/g) 9,5 0,0 0,0 0,0 (100-0,0) = 100,0 6,3 6,7 [(6,7/470,9)x100] = 1,4 1,4 (100-1,4) =98,6 4,8 6,5 [(6,5/470,9)x100] = 1,4 (1,4+1,4) = 2,8 (100-2,8) =97,2 2,4 35,8 [(35,8/470,9)x100] = 7,6 (2,8+7,6) = 10,4 (100-10,4) =89,6 1,2 98,7 [(98,7/470,9)x100] = 21,0 (10,4+21,0)=31,4 (100-31,4) =68,6 0,6 133,7 [(133,7/470,9)x100] = 28,4 (31,4+28,4)=59,8 (100-59,8) =40,2 0,3 144,8 [(144,8/470,9)x100] = 30,7 (59,8+30,7)=90,5 (100-90,5) =9,5 0,15 32,5 [(32,5/470,9)x100] = 6,9 (90,5+6,9)=97,4 (100-97,4) = 2,6 -0,15 12,2 [(12,2/470,9)x100] = 2,6 (97,4+2,6)=100,0 (100-100,0) = 0,0 Soma 470,9 [(470,9/470,9)x100] = 100,0 - - Exemplo de resultado de ensaio de peneiramento © Poli USP 2017 20 Distribuição granulométrica 0 5 10 15 20 25 30 35 0,1 1 10 % r e ti d a ( g /g ) Tamanho das partículas (mm) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,1 1 10 % p a ss a n te a cu m u la d a ( g /g ) % r e ti d a a cu m u la d a ( g /g ) Tamanho das partículas (mm) Usada para visualizar “gaps” e extensão granulométrica dos agregados Usada para visualizar dimensão máxima (d90) ou outra (d50) e verificar limites granulométricos CURVA DISCRETA CURVA ACUMULADA © Poli USP 2017 Distribuição granulométrica Descontínua Com “gaps” (ausência de determinados tamanhos) Podem segregar mais facilmente Contínua Sem “gaps” (contém vários tamanhos) Extensão granulométrica pode aumentar a interferência entre as partículas (dificultar mobilidade). EXTENSÃO GRANULOMÉTRICA� DIFERENÇA DE TAMANHOS NA DISTRIBUIÇÃO OLIVEIRA, I. R.; STUDART, A. R.; PILEGGI, R. G.; PANDOLFELLI, V. C. Dispersão e empacotamento de partículas: princípios e aplicações em processamento cerâmico. Fazendo Arte Editorial, 2000. 195 p.© Poli USP 2017 21 Distância de separação entre partículas − −×= ofs PVVSA IPS 1 112 Aplicável para a matriz (cimento, filer, água) − −×= gofgsg PVVSA MPT 1 112 Aplicável para os agregados (areia e brita) VSA – área superficial volumétrica (m2/cm³) = área superficial (m2/g) x densidade (g/cm³) Vs – fração volumétrica dos sólidos Pof – fração de poros no sistema, quando as partículas se encontram acomodadas na condição de máximo empacotamento © Poli USP 2017 OBSERVAR A RELAÇÃO DE TAMANHO D d D/d ~10 LARRARD, F. de. Concrete mixture proportioning: a scientific approach. London: E&FN Spon, 1999. 420p. E.C. Abdullah, D. Geldart. - The use of bulk density measurements as flowability indicators. Powder Technology 102 (1999). 151–165 © Poli USP 2017 22 Minimizar o efeito parede dl/ds >10 Menor efeito parede & Menor porosidade (menor interferência entre as partículas) dl/ds <10 Maior efeito parede & Maior porosidade (maior interferência entre as partículas) LARRARD, F. de. Concrete mixture proportioning: a scientific approach. London: E&FN Spon, 1999. 420p. OLIVEIRA, I. R.; STUDART, A. R.; PILEGGI, R. G.; PANDOLFELLI, V. C. Dispersão e empacotamento de partículas: princípios e aplicações em processamento cerâmico. Fazendo Arte Editorial, 2000. 195 p. DAMINELI – Tese doutorado (USP). 2013. © Poli USP 2017 SELECIONAR A FORMA DOS AGREGADOS Menor índice de vazios Movimentação facilitada Maior índice de vazios Movimentação dificultada © Poli USP 2017 23 Morfologia das partículas medição direta ou por imagem Hawlitscheck (2013); Revista Brasil Mineral, edição 329 © Poli USP 2017 ESFERICIDADE E VAZIOS Tristão (2005) © Poli USP 2017 24 OUTRAS CARACTERÍSTICAS © Poli USP 2017 INCHAMENTO (AREIA) � Alteração de volume devido a presença de umidade (teores reduzidos) � Ocorre apenas na areia (material fino) � Durante a molhagem dos agregados, a tensão superficial da água causa afastamento das partículas © Poli USP 2017 25 INCHAMENTO (AREIA) © Poli USP 2017 ABSORÇÃO DE ÁGUA Absorção Umidade superficial Umidade Total Seco em estufa Seco ao ar Saturado com superfície seca Saturado com água livre Abs (%) = [(Msss- Mseca)/ M seca] x 100 © Poli USP 2017 26 Absorção de água do agregado X Consistência da argamassa Se o agregado poroso não for pré-saturado, ele irá absorver a água da pasta de cimento, afetando a trabalhabilidade da argamassa. Miranda (2005) © Poli USP 2017 Efeito de finos argilosos dos agregados no abatimento do concreto Mark Alexander; Mindess. Aggregates in Concrete. 2005. Pode exigir mais aditivo Existem aditivos formulados para atuar nas argilas © Poli USP 2017 27 RAA no edifício residencial em Boa Viagem Idade: 09 anos março de 2004 Tibério Wanderley C. de O. Andrade, José Jeferson do Rêgo Silva PROFESSORES DA UFPE Reação álcali-agregado (RAA) © Poli USP 2017 Reação álcali-agregado � Reação química dos álcalis do cimento com sílica reativa dos agregados, que forma um gel que se expande ao absorver quantidades crescentes de água � O processo é muito lento. © Poli USP 2017 28 Condições para a reação � Agregado reativo • Fazer análise petrográfica - Fases que contenham sílica reativa (biotita, filonita, ...) • Expansibilidade acelerada a alta temperatura em barras de argamassa � Elevado teor de álcalis no cimento • Priorizar cimentos com escória (CP III) ou pozolanas (CPIV) (menos álcalis) • Evitar CP V � Umidade (importante) © Poli USP 2017 ENSAIOS DE CONTROLE � Granulometria � Forma � Densidade� Absorção de água � Reação álcali-agregado � Inchamento (AREIA) © Poli USP 2017 29 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA � Neville; Brooks. Tecnologia do Concreto. Cap 3 Agregados. Pg. 41-74 © Poli USP 2017 © Poli USP 2017 Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons CC BY-NC. Para ver uma cópia desta licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/legalcode#languages Pode ser reproduzido e alterado, garantindo o devido crédito a Poli USP e não pode ser usado para fins comerciais. © Poli USP 2017
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