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O Empreendedor como Sherlock Holmes As pessoas não conhecem seu produto ou o seu negócio: experimente pedir a um executivo qualquer que defina o seu negócio em apenas uma frase. Poucos vão conseguir, alguns citarão o slogan da sua empresa. E quase todos acabarão caindo no clichê: “eu não vendo produtos….eu vendo soluções”. Se alguém não consegue entender de forma clara o que faz, o planejamento não sairá da estaca zero. O que leva as empresas ao fracasso? As empresas não conhecem os seus mercados: e aqui, novamente, reinam os lugares-comuns, sejam das empresas que acham que o mundo todo é seu mercado, sejam daquelas que assumem que todas as pessoas de uma determinada faixa etária, gênero e renda, tem hábitos de consumo iguais. Poucos sabem fazer um planejamento de marketing, mas todos têm idéias criativas. Para completar, temos os profissionais “samba de uma nota só”, aqueles que um dia acertaram na mosca e, a partir daí, todos os planos seguem as mesmas regras, a mesma lógica e a mesma cara de comunicação. Reparem como determinadas soluções estratégicas se tornaram marca registrada de alguns marketeiros. A lógica sherlockiana de eliminação de hipóteses é trabalhosa, pois nos obriga a avaliar todas as alternativas possíveis. Mas ela nos permite evitar os erros mais comuns e escapar da tentação de olhar só para o lado que parece mais fácil. A culpa, continua não sendo do mordomo. É possível encontrar exemplos de grandes empreendedores não só na vida real, mas também na literatura. Criado por Conan Doyle, o famoso detetive Sherlock Holmes (acompanhado pelo seu fiel escudeiro o Dr. Watson), desvendava todos os mistérios da cena do crime só colhendo e pesquisando informações que julgava pertinentes aos casos. Assim, seguem algumas dicas para se tornar um Empreendedor-Sherlock: •Dedicar-se pessoalmente a obter informações das pessoas mais importantes: clientes, fornecedores e concorrentes. • Utilizar internet, revistas especializadas, jornais, associações etc. • Usar o seu networking pessoal e profissional. • Conversar com especialistas sobre o assunto. • Buscar conhecer o perfil do seu cliente para direcionar produtos, serviços, promoções, layout etc. • Investigar pessoalmente todo o processo para obtenção do seu produto/serviço: desde a fabricação/concepção até o ponto de venda. • Certificar-se da verossimidade, da precisão, da utilidade e da qualidade das informações. • Não tirar conclusões precipitadas. • Fazer a sua própria pesquisa de mercado. • Focar na solução e não nos problemas. • Preocupar-se com todos os detalhes. • Confiar na sua intuição. • E, por fim, ao pesquisar seu público-alvo, você poderá encontrar informações úteis junto ao IBGE – www.ibge.gov.br, que dispõe de dados populacionais. Lembre-se sempre, não adianta só pesquisar, é preciso AGIR! 7 pensamentos de Sherlock Holmes para empreendedores. 1) Devemos sempre procurar a alternativa mais provável e tentar destruí-la. É a primeira regra da investigação. 2) Eu nunca advinho. É um erro capital teorizar antes de ter dados. Sem dados, nós começamos a torcer os fatos para se adaptarem à teoria, quando é a teoria que deve se adaptar aos dados. 3) Use seu tempo parcimoniosamente. Determine o que você tem. Depois defina o que você precisa. Aí procure no lugar onde encontrá-lo. 4) Nada é tão importante quanto os detalhes. Nunca confie em generalizações, concentre-se nas miudezas. 5) Singularidade quase sempre é uma pista. 6) É um erro confundir estranheza com mistério. O crime mais comum é, geralmente, o mais misterioso, justamente porque não apresenta nenhuma característica especial que possa levar à dedução. 7) Depois de eliminar o impossível, aquilo que sobra, mesmo parecendo improvável, deve ser a verdade.