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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA ELÉTRICA ENGENHARIA ELÉTRICA LUCAS FRASCARELLI RA:1835858 GIULIA EMI OGIDO UEDA RA:1827707 THAIS GABRIELLE MINICHELLO RA:1835882 BRUNO MASCHIO DE OLIVEIRA RA:1835823 MATHEUS JIMENEZ FALZETTA RA:1835874 LABORATÓRIO DE FÍSICA 2 PRÁTICA Nº8 – CALOR LATENTE DE FUSÃO DO GELO CORNÉLIO PROCÓPIO 10/11/2016 Objetivo: Calcular o calor latente do gelo através de um sistema físico que simula condições adiabáticas de trocas de calor. Materiais: Imagem 1: instrumentos utilizados no experimento. Materiais: 1 e 6 - Calorímetro CIDEPE; 2 - Agitador; 3 - Termômetro; 4 - Garra Metálica; 5 - Copo plástico; 7 - Reservatório de alumínio; 8 - Fonte Térmica; 9 - Tripé universal; - Balança digital; - Água; - Gelo; Métodos: Inicialmente, foi medida a massa do recipiente de alumínio que compõe o calorímetro CIDEPE. Em seguida foi adicionada ao recipiente de alumínio uma certa quantidade de água da torneira e foi medida a massa do conjunto, a massa de água foi obtida subtraindo a massa desse recipiente da massa total do conjunto. Logo após, o conjunto recipiente com água foi colocado para aquecer na fonte de calor, tendo cuidado para que a água não evaporasse ocasionando uma eventual perda de massa e o conjunto foi retirado da fonte ao atingir 74°C e inserido dentro do calorímetro CIDEPE. Concomitantemente a isso, mediu-se a massa de dois copos de plástico contendo gelo, em seguida retirou-se o gelo dos copos e adicionando-os ao sistema dentro do calorímetro e fechando-o. Mediu-se a massa dos copos plásticos para obter a massa exata de gelo. Com o agitador, homogeneizou-se o conteúdo do calorímetro após algum tempo de espera necessário para que toda a massa de gelo fundisse, ao final mediu-se a temperatura de equilíbrio do sistema. Fundamentação Teórica: Para a realização desse experimento considerou-se que o sistema físico era adiabático, isto é, não realiza trocas de calor com o meio externo, sendo isolado termicamente do universo, embora isso seja impossível, é possível minimizar as perdas por condução térmica, em que a transferência e calor se dá pelo contato entre as partículas dos materiais, impedindo que o recipiente de alumínio do calorímetro toque o fundo da cuba de vidro, também é possível reduzir as perdas por irradiação térmica, que é a radiação eletromagnética que todos os corpos em qualquer temperatura emitem, pelo uso de materiais como o alumínio, a cuba de vidro cria um efeito estufa dentro do calorímetro o que também reduz perdas juntamente com ar que envolve o calorímetro uma vez que ele possui um baixa condutividade térmica e não absorve muita radiação devido ao seu baixo coeficiente de absorção eletromagnética. Também se desprezou o calor recebido pelo gelo para elevar sua temperatura até 0°C uma vez que a obtenção desse dado seria complicada e o calor não afetaria de forma tão expressiva o cálculo final. Quando dois corpos com temperaturas diferentes são colocados em contato eles passam a interagir entre si até que atinjam o equilíbrio térmico, essa interação ocorrida é basicamente uma transferência de energia denominada fluxo de calor, a energia envolvida nesse processo de transferência é o calor. Sabendo que a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um corpo de massa "𝑚" é diretamente proporcional a essa massa e é diretamente proporcional também a variação de temperatura desse corpo ∆𝑇 = 𝑇𝐹𝐼𝑁𝐴𝐿(𝑇𝐹) − 𝑇𝐼𝑁𝐼𝐶𝐼𝐴𝐿(𝑇𝐼). A quantidade de calor depende também da natureza do material que é representada pela constante denominada calor específico sensível (𝑐). Dessa forma tem-se a expressão para a quantidade de calor: 𝑄 = 𝑐. 𝑚. ∆𝑇 (01) (02) (03) (04) Porém quando uma substância pura atinge uma temperatura de mudança de estado a uma determinada pressão toda energia que ela receber a partir desse momen- to será direcionado para mudança de estado e não para a elevação de sua temperatura, como é representado na figura 2, essa energia é denominada calor latente e poderá ser de fusão ou de vaporização, apresentando valores diferentes uma vez que são mudanças de estado diferentes. Figura 2. Gráfico de mudança de estado para substancia pura. Para derreter uma massa m de um material que tem um calor de fusão 𝐿𝑓 requer uma quantidade de calor Q dada pela equação (02). Esse processo é reversível, para congelar água líquida temos que remover calor e para derreter gelo temos que adicionar calor. O calor latente é diferente para materiais diferentes e varia um pouco com a pressão: 𝑄 = ±𝑚. 𝐿𝑓 Sabendo que o calor é uma energia em trânsito, ou seja, a soma dos calores perdidos e recebidos é igual a zero como na equação 02: ∑ 𝑄 = 0 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 + 𝑄4 = 0 Onde 𝑄1 é a quantidade de calor trocada pelo recipiente de alumínio, 𝑄2 a quantidade de calor trocada pela água quente, 𝑄3 quantidade de calor necessária para derreter gelo , 𝑄4 a quantidade de calor da água a 0 𝑜𝐶 logo após o gelo começar a derreter. Massa (g) ± 0,1(g) 𝑇𝐼(°𝐶) ± 0,5 (°𝐶) 𝑇𝑓(°𝐶) ± 0,5 (°𝐶) 1 84,6 74,0 50,0 2 375,9 74,0 50,0 3 77,1 0,0 50,0 Tabela 01 de dados experimentais (05) (06) (07) (08) Através da equação (04) pode-se encontrar a expressão para o calor latente de fusão do gelo (𝐿𝑓): 𝑚1. 𝑐𝐴𝑙 . ∆𝑇1 + 𝑚2. 𝑐𝐻2𝑂 . ∆𝑇2 + 𝑚3. 𝐿𝑓 + 𝑚3. 𝑐𝐻2𝑂∆𝑇3 = 0 𝐿𝑓 = − 𝑚1. 𝑐𝐴𝑙. ∆𝑇1 + 𝑚2. 𝑐𝐻2𝑂. ∆𝑇2 + 𝑚3. 𝑐𝐻2𝑂∆𝑇3 𝑚3 𝜎𝐿𝑓 = √( 𝜕𝐿𝑓 𝜕∆𝑇 ) 2 . (𝜎∆𝑇 )2 + ( 𝜕𝐿𝑓 𝜕𝑚1 ) 2 . (𝜎𝑚)2 + ( 𝜕𝐿𝑓 𝜕𝑚2 ) 2 . (𝜎𝑚)2 + ⋯ √… + ( 𝜕𝐿𝑓 𝜕𝑚3 ) 2 . (𝜎𝑚)2 + ( 𝜕𝐿𝑓 𝜕∆𝑇3 ) 2 . (𝜎∆𝑇)2 𝜎 = √( −𝑚1. 𝑐𝐴𝑙 − 𝑚2. 𝑐𝐻2𝑂 𝑚3 ) 2 . (𝜎𝑇)2 + ( −𝑐𝐴𝑙. ∆𝑇1 𝑚3 ) 2 . (𝜎𝑚)2 + ( −𝑐𝐻2𝑂. ∆𝑇2 𝑚3 ) 2 . (𝜎𝑚)2 + √… + ( 𝑚1. 𝑐𝐴𝑙 . ∆𝑇1 + 𝑚2. 𝑐𝐻2𝑂 . ∆𝑇2 (𝑚3)2 ) 2 . (𝜎𝑚)2 + (−𝑐𝐻2𝑂) 2 . (𝜎𝑇) Resultados obtidos: O valor calculado para o calor latente de fusão do gelo e seu respectivo erro propagado, considerando que o calor especifico do alumínio é igual a 0,22 cal/g°C e o da água é 1,00 cal/g°C: 𝐿𝑓 = (70,8 ± 3,2) 𝑐𝑎𝑙 𝑔 Conclusão: A partir do experimento realizado obteve-se o valor do calor latente de fusão do gelo como 70,8cal/g, relativamente discrepante do valor encontrado na literatura de 80 cal/g, mesmo levando em consideração o erro obtido de ±3,2cal/g esse valor ainda é diferente sendo insatisfatório, essa diferença pode ter sido ocasionada por erros grosseiros dos operadores dos instrumentos de medição, por eventuais perdas de calor para o meio externo mesmo que minimizadas o sistema não é ideal, a calibragem dos instrumentos é outro fator que influencia o resultado podendo gerar erros sistemáticos. Com esse experimento é possível visualizar na prática a ação do calor como uma energia em transito, que é transferida de um corpo com maior temperatura para um corpo de menor temperatura, e que a energia adicionada no sistema quando a substância está sua temperatura de fusão ou ebulição em uma determinada pressão apenas participa da mudança de estado, não altera sua temperatura.Para se obter mais precisão e um erro menor pode-se utilizar um sistema físico com menos perdas, instrumentos mais precisos e melhor calibrados. Referencias: SEARS, ZEMANSKY, YOUNG, FREEDMAN: '" Fisica Universitaria", Vol. II, 13ª edição.
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