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Slides TGP 2018 1

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30/01/2018
1
Teoria Geral
do Processo
Direito Processual Civil
Direito Material: Normas de conduta.
Direito Processual: Como aplicar as normas
de conduta; como resolver os conflitos no
Judiciário.
O Direito Processual Civil aplica-se não só ao
Direito Civil. Aplica-se também ao Direito do
Trabalho, ao Tributário, ao Administrativo, etc.
Ementa da Disciplina
- Sociedade e Tutela 
Jurídica
- Introdução ao Direito 
Processual Civil
- Normas Fundamentais 
do Processo Civil
- Jurisdição
- Ação
- Processo
- Competência
- Sujeitos do Processo: 
Partes e dos Procuradores
- Sujeitos do Processo: 
Litisconsórcio
- Sujeitos do Processo: 
Intervenção De Terceiros
- Sujeitos do Processo: Juiz e 
Auxiliares da Justiça
- Sujeitos do Processo: 
Ministério Público
Bibliografia
recomendada
Direito Processual Civil Esquematizado
(Marcus Vinícius Rios Gonçalves)
Curso Avançado de Processo Civil – Vol. 1
(Luiz Rodrigues Wambier e Eduardo Talamini)
Curso de Direito Processual Civil – Vol. 1
(Fredie Didier Jr.)
Bibliografia
recomendada
O Novo Processo Civil Brasileiro
(Alexandre Freitas Câmara)
Curso de Processo Civil – Vol. 1
(Marcelo Ribeiro)
(consta na biblioteca da faculdade)
30/01/2018
1
Sociedade e
Tutela Jurídica
Sociedade
e Direito
Conceito de sociedade: Pessoas em
interação, organização.
“Ubi societas, ibi ius. Ubi ius, ibi societas”
“Onde há sociedade, há Direito. Onde há
Direito, há sociedade”
- Também nas comunidades da internet há
regras;
- Homem sozinho não precisa do Direito.
Conflito de interesses
Tutela: “defesa”, “amparo”, “proteção”.
Lide: Conflito de interesses qualificado
por uma pretensão resistida (Francesco
Carnelutti).
O direito tutela a vida em sociedade
evitando e solucionando as lides.
Autotutela, heterocomposição
e autocomposição
Autotutela, heterocomposição e autocom-
posição são métodos de solução de
conflitos interpessoais.
Resolver conflitos concretos: trabalho
direto do operador do direito.
Autotutela
Autotutela é a imposição da vontade de um dos
envolvidos no conflito sobre a vontade do outro.
Via de regra, a autotutela é proibida. Por exemplo,
despejar locatário de apartamento, com uso das próprias
forças, é crime de “exercício arbitrário das próprias
razões” (art. 345 do Código Penal).
Há, contudo, exceções, ou seja, formas de autotutela
permitidas pelo ordenamento jurídico. Exemplos:
- Legítima defesa e estado de necessidade (arts. 23 a 25
do Código Penal);
- Direito de retenção (arts. 578 e 681 do Código Civil,
dentre outros).
Heterocomposição
Jurisdição
Na heterocomposição, o terceiro decide a questão. Sua
decisão obriga as partes. Pode ocorrer por jurisdição ou
arbitragem.
“Jurisdição” vem do latim “dizer o direito”.
É, em síntese, a atividade do magistrado (juiz,
desembargador, ministro), o julgamento.
É um poder-dever (é vedado o non liquet).
A jurisdição será estudada com mais detalhes
oportunamente. Nos próximos slides, seguem abordagens
sobre as outras formas regulares de solução de conflitos,
que caracterizam um “modelo multiportas” para tanto.
30/01/2018
2
Heterocomposição
Arbitragem
Na arbitragem, o terceiro que decide a questão
não é magistrado. É um indivíduo de fora do Poder
Judiciário, escolhido de comum acordo pelas
partes.
A arbitragem só é possível se ambas as partes
desejarem que o conflito seja decidido por meio
dela. Se uma das partes não quiser que a decisão
seja tomada pelo árbitro, a questão é decidida
mediante processo judicial.
Heterocomposição
Arbitragem
Algumas particularidades sobre a arbitragem
estabelecidas na Lei nº 9.307/96:
- Só vale para direitos patrimoniais disponíveis (art.
1º) (então não vale, por exemplo, para regular direito de
visita a filho em caso de divórcio dos pais);
- É desnecessária a homologação judicial do que for
decidido pelo árbitro (art. 18);
- O controle judicial da sentença arbitral é possível,
mas apenas em relação à validade – vícios formais (arts.
32 e 33, caput);
- O árbitro não pode tomar providência executiva.
Autocomposição
Quando há autocomposição, um dos
envolvidos aceita a pretensão do outro ou
ambos os envolvidos cedem em parte.
A concórdia entre os litigantes pode derivar
do auxílio de um terceiro. O CPC, em seus arts.
165 a 175, regulamenta as funções desses
terceiros, os quais são conciliadores ou
mediadores.
Autocomposição
De acordo com o art. 165, §§ 2º e 3º, do CPC,
preferencialmente, a conciliação é destinada às
hipóteses em que não há vínculo entre as partes
anterior ao conflito, e a mediação é destinada
às hipóteses em que há esse vínculo.
O conciliador pode sugerir soluções para o
litígio; o mediador não sugere soluções, mas
auxilia os interessados na compreensão das
questões em conflito.
Autocomposição
Os mediadores e conciliadores devem participar de
curso realizado por entidade credenciada para que
integrem o cadastro de atuantes junto a um tribunal e
suas varas. Para tanto, pode haver concurso público (art.
167).
A princípio, o conciliador e o mediador são
remunerados pelas partes envolvidas (art. 13 da Lei nº
13.140/15), mas, conforme regulamentação do respectivo
tribunal, podem concretizar trabalho voluntário (art. 169,
§ 1º).
Pode haver conciliadores e mediadores extrajudiciais
(art. 175).
30/01/2018
1
Introdução ao
Direito Processual Civil
Direito Material e
Direito Processual
Respectivas normas
O Direito Material trata das normas de conduta dirigidas
aos cidadãos. São espécies: Direito Civil, Direito Penal,
Direito Empresarial, Direito do Trabalho, Direito do
Consumidor, etc.
O Direito Processual trata de normas instrumentais (sobre
como aplicar as normas de conduta, sobre como resolver os
conflitos). São espécies: Direito Processual Penal, Direito
Processual Civil, Direito Processual do Trabalho, Direito
Processual Constitucional, etc.
O Direito Processual Civil aplica-se não só ao Direito Civil.
Aplica-se também ao Direito do Trabalho, ao do Consumidor,
Empresarial, etc.
Normas processuais
As normas processuais estão no Código de
Processo Civil e em diversas outras leis. Por
exemplo:
- Constituição Federal - Art. 5º, XXXV, LX e
LXXVIII (inafastabilidade da jurisdição, publicidade
processual e celeridade), etc;
- Lei nº 12.016/08 (Mandado de Segurança);
- Lei nº 9.099/95 (Juizados Especiais - Pequenas
causas).
Constituição e Processo.
O art. 1º do CPC
Art. 1º O processo civil será ordenado,
disciplinado e interpretado conforme os valores
e as normas fundamentais estabelecidos na
Constituição da República Federativa do Brasil,
observando-se as disposições deste Código.
Exemplos de normas constitucionais com
eficácia direta no Direito Processual: art. 5º,
XXXV, LX e LXXVIII da CF (mencionados
anteriormente).
Texto e norma jurídica: 
distinções
Texto legal é um conjunto de palavras editado
formalmente para valer como regra.
Norma jurídica é o que efetivamente vale
como regra.
Normalmente, texto legal e norma jurídica
coincidem, mas nem sempre isso ocorre. Há
textos legais que caem no desuso e há normas
jurídicas que não estão claramente expressas
em textos legais.
Processo e
Direito Processual
A doutrina costuma definir processo de
duas maneiras. Sob um enfoque, é a relação
jurídica entre estado e partes (autor e réu).
Sob outro enfoque, é a sequência de atos
jurídicos para a solução de um conflito
perante o Judiciário.
Teoricamente, “processo” é diferente de
“autos processuais”.
30/01/2018
2
Processo e
Direito Processual
O Direito Processual, naturalmente, é o que
estuda o processo. Hoje, é considerado objeto de
estudo autônomo dentro da Ciência do Direito. É um
ramo do Direito Público.
Afirma-se que o DireitoProcessual é ramo do
Direito Público porque envolve o estado. Em suas
relações, sempre está presente o juiz,
representante estatal. Além disso, parte de suas
normas é inderrogável pela vontade dos litigantes.
Fases metodológicas da 
ciência do processo
Fase sincretista ou praxista: O processo era
considerado como mero apêndice do Direito
Material. Durou até meados do século passado.
Fase autonomista ou processualista: O
processo ganha independência em relação ao
Direito Material, tornando-se objeto autônomo
de estudo. Enfoca-se o aspecto científico do
Direito Processual.
Fases metodológicas da 
ciência do processo
Fase instrumentalista: Diminui o formalismo e
prioriza a celeridade na condução do processo,
que passa a ser tratado mais como um
instrumento, como um meio para atingir um fim
(satisfação do Direito Material).
Fase neoprocessualista, neoconstituciona-
lista ou pós-positivista: Admite, em inúmeras
situações, prevalência dos princípios sobre as
regras.
Instrumentalidade
do processo
O processo não é um fim em si próprio, mas
um instrumento para atingir um fim (satisfação
do Direito Material). O processo, portanto, é um
meio, uma ferramenta. São normas do CPC que
exemplificam essa concepção: art. 239, § 1º e
art. 282, § 2º.
Pode-se dizer que o Direito Processual é o
manual de instruções do trabalho do advogado,
do promotor e do juiz.
Eficácia da norma processual 
no tempo e no espaço
Art. 1º da LINDB: Salvo disposição contrária, a lei
começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada.
Art. 14 do CPC: A norma processual não retroagirá e
será aplicável imediatamente aos processos em curso,
respeitados os atos processuais praticados e as situações
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Art. 16 do CPC: A norma processual tem aplicação
exclusiva no território nacional (a norma material, em
determinadas circunstâncias, pode ser aplicada fora do
Brasil).
Interpretação da norma 
processual
Interpretação quanto ao método:
- Gramatical;
- Lógica;
- Sistemática;
- Histórica.
Interpretação quanto ao resultado:
- Declaratória;
- Extensiva;
- Restritiva;
- Ab-rogante.
30/01/2018
1
Normas
Fundamentais
do Processo Civil
Introdução
Princípios em relação às normas: abstração,
extrato, essência, interseção.
Os princípios servem não apenas como
meios de integração de lacunas (art. 4º da
LINDB). Chegam a vincular a aplicação do
Direito.
Princípios
Do Devido Processo Legal
O processo deve seguir o que está estabelecido na lei.
Embora isso pareça óbvio, na Antiguidade não era sempre
observado. Tem origem na Magna Carta – Inglaterra, 1215.
Da Dignidade Da Pessoa Humana
Mencionado no art. 8º do CPC e no art. 1º, III da CF.
Exemplo de previsão do CPC em conformidade com o
princípio: Art. 459, § 2º.
Exemplo de aplicação do princípio em hipótese não
prevista expressamente na lei processual: Conceder
prioridade processual a portador de doença grave não
abrangida pelo art. 1.048, I, do CPC (art. 6º, XIV da Lei nº
7.713/88).
Princípios
Do Contraditório e da Ampla Defesa
Via de regra, antes de decidir, o juiz deve dar
oportunidade de ambas as partes se manifestarem,
seja por escrito, seja em audiência.
Exceção: liminar concedida inaudita altera pars.
Da Publicidade
Em regra, qualquer pessoa (não só os envolvidos)
pode consultar um processo e comparecer a uma
audiência.
Exceção: Segredo de Justiça (art. 189).
Princípios
Da Razoável Duração do Processo
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo
razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade
satisfativa.
Mencionado em diversas outras normas, por exemplo:
art. 6º e art. 139, II do CPC; art. 5º, LXXVIII da CF.
Destina-se ao legislador (que deve editar leis
simplificando o processo), ao administrador (que deve
racionalizar a estrutura do Poder Judiciário), ao juiz (que
deve conduzir o processo com celeridade) e às partes
(que não devem criar obstáculos infundados ao
andamento processual).
Princípios
Da Igualdade Processual
Exemplo: Nomeação de curador especial
(advogado) para o revel citado por edital (art. 72, II).
Mas devem ser tratados desigualmente os
desiguais na medida em que se desigualam.
Exemplos: Prazos estendidos para entes públicos
(art. 183); prioridade de tramitação dos processos
de maiores de 60 anos e portadores de doenças
graves (art. 1.048, I).
30/01/2018
2
Princípios
Da Boa-Fé Processual
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa
do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.
Como exemplos de aplicação do princípio, o juiz
deve ouvir ambas as partes antes de decidir sobre
qualquer questão (art. 10) e as partes não devem
oferecer recursos manifestamente protelatórios
(art. 80, VII).
Princípios
Da Eficiência e da Efetividade
Mencionados em diversas normas, por exemplo: art. 8º,
art. 139, VI e art. 1.069 do CPC; art. 37, caput, da CF.
Embora eficiência e efetividade tenham significados muito
parecidos, há algumas diferenças entre tais princípios.
Pelo Princípio da Eficiência, o processo deve atingir o
máximo em resultados com o mínimo em recursos (gastos,
esforços e tempo).
Pelo Princípio da Efetividade, o processo deve atingir sua
finalidade principal: satisfação do direito de quem tem a
razão.
Um processo eficiente é sempre efetivo, mas um processo
efetivo pode não ser eficiente.
Princípios
Da Adequação e do Respeito ao Autorregramento da
Vontade
O legislador e o juiz, na medida do possível, devem adequar
o processo às vontades e às condições peculiares das partes.
Por exemplo:
- O Ministério Público deve se manifestar nas ações que
envolvam incapazes (art. 178, II);
- Os entes públicos têm prazos em dobro para
manifestações processuais (art. 183);
- O juiz pode dilatar prazos processuais conforme as
peculiaridades do caso (art. 139, VI);
- As partes podem acordar pela solução ou pela suspensão
do processo (art. 487, III, b; art. 313, II).
Princípios
Da Cooperação
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre
si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito
justa e efetiva.
Internacionalmente, identificam-se dois modelos principais
de processo: Dispositivo (Adversarial) e Inquisitivo. No primeiro
modelo, os protagonistas da condução do processo são as
partes; no segundo, o juiz.
Hoje, afirma-se que o processo brasileiro adota elementos
dos dois sistemas, configurando um terceiro modelo: o
Cooperativo.
O Princípio da Cooperação e o modelo cooperativo de
processo manifestam-se em normas como o art. 269, § 1º e o
art. 77, § 1º.
Princípios
Da Segurança Jurídica e da Proteção da Confiança
A proteção da confiança é manifestação do Princípio
da Segurança Jurídica, expresso no art. 5º, XXXVI, da CF.
Deve haver alguma estabilidade nas regras que
atingem os indivíduos. Embora o papel do Judiciário não
seja legislar, muitas vezes a jurisprudência dita as
condutas individuais. Assim, os tribunais devem tentar
uniformizá-la. Além disso, havendo mudança de
entendimento outrora predominante, os tribunais podem
modular os efeitos das novas decisões (art. 927, § 3º).
Princípios
Da Primazia do Julgamento de Mérito
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a
solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Exemplifica-se a manifestação desse princípio nas seguintes
normas: art. 282, § 2º e art. 317.
Do Respeito aos Precedentes
O novo CPC, seus arts. 489, § 1º, VI e 927, V, maximiza a
necessidade de que os juízes obedeçam às decisões anteriores
sobre situações semelhantes e aos entendimentos dos
tribunais.
Questiona-sea constitucionalidade das novas regras, pois
colocam decisões comuns no mesmo patamar de criações
constitucionais, como as súmulas vinculantes e o controle
difuso de constitucionalidade (art. 103-A e art. 102, I, a da CF).
30/01/2018
1
Jurisdição
Conceito e 
características
Jurisdição, ação e processo formam a
trilogia fundamental da ciência processual.
“Jurisdição” vem do latim “dizer o direito”.
Jurisdição, em síntese é a atividade do
magistrado (juiz, desembargador, ministro), é o
julgamento.
Conceito e 
características
A jurisdição é um poder-dever do Estado (é
vedado o non liquet).
É a última forma de controle social (quando
a lei não é suficiente).
Cria a regra jurídica do caso concreto.
É uma atividade concreta, enquanto a
legislação (ato de legislar) é abstrata.
Conceito e 
características
Principais características:
- Substitutividade (o juiz substitui as partes no
encargo de solucionar o conflito delas);
- Imparcialidade (o juiz não deve ter vínculo com
qualquer das partes);
- Monopólio do Estado (só o Estado exerce
jurisdição, mas não só o Poder Judiciário, pois, em
determinados casos, o Senado Federal tem
competência para julgamento - art. 52, I e II, CF);
Conceito e 
características
Principais características (continuação):
- Coercitividade (o Judiciário tem meios de forçar o
devedor a obedecê-lo);
- Inércia (via de regra, para que o processo inicie, é
necessário que o alguém impulsione o Judiciário);
- Definitividade (exauridos os recursos, a decisão é
imutável, salvo exceções, como ação rescisória ou vício de
citação; seja como for, há definitividade no âmbito do
Poder Judiciário);
- Unidade (um estado soberano, uma jurisdição).
Espécies de
jurisdição
Pelos órgãos judiciários que a exercem:
- Comum (Federal Comum, Estadual);
- Especial (Eleitoral, do Trabalho, Militar).
Pela posição hierárquica dos órgãos que a
exercem:
- Inferior (1ª instância);
- Superior (2ª instância em diante).
Também se divide a jurisdição em contenciosa ou
voluntária.
30/01/2018
2
Jurisdição
voluntária
Jurisdição voluntária, em síntese, é exercida em processos
nos quais não há conflitos.
Exemplos: alienação de bens de menores e divórcio
consensual.
Está regulada nos arts. 719 e segs.
É atividade de integração e fiscalização.
Diz-se que nem sempre é “voluntária”: às vezes não há
opção, deve-se submeter a situação ao Judiciário.
Diz-se que não é “jurisdição”, mas administração pública
de interesses privados.
Princípios
e poderes
INVESTIDURA: Para ter jurisdição, o juiz deve estar
investido regularmente perante a lei, por concurso ou, nos
casos admissíveis, por nomeação.
TERRITORIALIDADE: Os juízes só têm autoridade nos
limites de suas comarcas. Daí porque a necessidade de
cartas precatórias para a realização de penhoras e outros
atos em outras comarcas. Exemplo de exceção: art. 60.
Observação: A territorialidade é limite para o julgamento,
mas não para a produção de efeitos do julgamento. Por
exemplo, a obrigação de pagamento reconhecida em
determinada comarca permanece válida mesmo que as
partes mudem de domicílio para outras comarcas.
Princípios
e poderes
INDELEGABILIDADE: O juiz não pode delegar a
jurisdição de que está investido a outra pessoa ou
juiz.
INEVITABILIDADE: Em tese, não se pode evitar
exercício da jurisdição. A inevitabilidade está
relacionada ao poder de coercitividade.
Exemplos: arts. 301 e 536, § 1º
Exceção: Art. 217, §§ 1º e 2º, da CF.
A nova feição da
atividade jurisdicional
Pode-se afirmar que, com os arts. 489, § 1º, VI e 927, V, o
novo CPC implantou (ou tentou implantar), no sistema
processual civil brasileiro, o Common Law. Literalmente, exige
que os juízes julguem conforme as decisões anteriores sobre
casos semelhantes e conforme os entendimentos dos
tribunais.
Entretanto, a constitucionalidade de tais inovações é
questionável, pois atribui a qualquer decisão judicial a mesma
força conferida a institutos como a súmula vinculante e o
controle difuso de constitucionalidade, que estão previstos no
art. 103-A e no art. 102, I, a da Constituição Federal.
Seja como for, pode-se dizer que o atual sistema processual
civil brasileiro atribui grande valor aos precedentes judiciais.
A nova feição da
atividade jurisdicional
Na prática, porém, o juiz tem muita liberdade ao
julgar, seja porque há diversas normas que caem no
desuso, seja pela fase Pós-Positivista do Direito, que
frequentemente confere aos princípios primazia sobre
as regras escritas. Além disso, há as denominadas
“cláusulas gerais”, que consistem em normas que
atribuem elevado grau de liberdade ao julgador, a
depender das circunstâncias de cada caso.
São exemplos de cláusulas gerais do CPC: art. 6º,
art. 301 e art. 536, § 1º (estes últimos, mencionados
anteriormente).
30/01/2018
1
Ação
Conceito e
naturezas jurídicas
Grinover, Dinamarco, Cintra: “(...) Ação,
portanto, é o direito ao exercício da atividade
jurisdicional (ou o poder de exigir esse
exercício). Mediante o exercício da ação
provoca-se a jurisdição, que por sua vez se
exerce através daquele complexo de atos que
é o processo”.
Conceito e
naturezas jurídicas
NATUREZAS JURÍDICAS: Direito público, subjetivo,
abstrato (autônomo) e constitucional.
- Direito público: Porque não é exercido contra o réu,
mas em face do Estado.
- Direito subjetivo: Corresponde a um atributo do
cidadão, a uma faculdade.
- Direito abstrato (autônomo): O indivíduo tem o direito
de pedir algo ao Judiciário mesmo que não tenha direito
àquilo que está pedindo.
- Direito constitucional: Pois está previsto no art. 5º,
XXXV, CF.
Elementos
da ação
Elementos da ação: partes, causa de pedir e
pedido (art. 337, § 2º)
A causa de pedir é composta de fatos e
fundamentos jurídicos.
Utilidade da identificação das ações: delimitar a
extensão do julgamento a ser proferido e
caracterizar a coisa julgada ou a litispendência.
Classificações
Há diversas classificações das ações. Por
exemplo, podem ser reais, mobiliárias
imobiliárias ou pessoais.
Uma classificação relevante é a que diz
respeito à natureza da tutela jurisdicional
pretendida. Com base nesse critério, as ações
podem ser condenatórias, constitutivas e
declaratórias.
Classificações
- Ações reais envolvem direitos sobre objetos (coisas). Toda a
sociedade deve respeitar tais direitos;
- Ações mobiliárias tratam de direitos sobre coisas móveis;
- Ações imobiliárias tratam de direitos sobre coisas imóveis;
- Ações pessoais envolvem obrigações de pessoas
determinadas;
- Ações condenatórias abordam obrigações de pagar,
entregar, fazer ou não fazer;
- Ações constitutivas criam, modificam ou extinguem
situações jurídicas;
- Ações declaratórias certificam situações jurídicas ou
autenticidade ou falsidade de documentos.
30/01/2018
2
Classificações
A principal classificação, porém, diz respeito ao
tipo de atividade a ser exercida pelo Judiciário.
Segundo esse critério, as ações podem ser
conhecimento ou de execução (ou, sucessivamente,
das duas espécies, caracterizando o denominado
“processo sincrético”). Maiores informações sobre
essa classificação constam no grupo de slides
“Processo”.
Cumulação
O denominado “litisconsórcio”, a ser estudado em
aula futura, é forma de cumulação subjetiva de ações.
Diz-se subjetiva porque une, em uma mesma ação,
discussões que envolvem mais de um autor e/ou mais de
um réu.
Na presente aula, tratemos da cumulação objetiva de
ações, ou cumulação de pedidos. Os arts. 325, 326 e 327
abordam o assunto.
Em regra, para que haja cumulação de pedidos, um
mesmo tipo de procedimento deve ser aplicável ao
trâmite de todos os pedidos, e o julgamento de ambos
deve estar sob competência de um mesmo juiz.
Cumulação
São espécies de cumulação (PRÓPRIA):- Simples: O autor quer que ambos os pedidos
sejam acolhidos, mas é possível o acolhimento de
qualquer um deles, de ambos ou de nenhum;
- Sucessiva: O autor quer que ambos os pedidos
sejam acolhidos, mas, para que o pedido subsidiário
seja acolhido, é necessário que o pedido principal
também seja;
Cumulação
São espécies de cumulação (IMPRÓPRIA):
- Alternativa: O autor apresenta duas (ou mais)
possíveis soluções para o caso, deixando a critério
do réu a escolha da mais apropriada.
- Eventual ou subsidiária: O autor também
apresenta duas (ou mais) possíveis soluções para o
caso, estabelecendo uma ordem de prioridade,
solicitando que o juiz acolha a(s) alternativa(s)
subsidiária(s) acaso não possa acolher a principal.
Condições
da ação
Sob a vigência do CPC anterior, consideravam-se dois
tipos de requisitos para que o juiz avaliasse o mérito de um
pedido: Pressupostos Processuais e Condições da Ação. A
semelhança entre tais institutos já levava a doutrina a criticar
a divisão em duas categorias. Sob o novo CPC, pode-se
afirmar que a denominação “condições da ação” foi extinta.
Os critérios anteriormente relacionados como condições da
ação passaram a ser tidos como matéria de mérito
(possibilidade jurídica do pedido) ou como Pressupostos
Processuais (legitimidade ad causam e interesse de agir).
Posteriormente, trataremos de Pressupostos Processuais.
Em Direito Processual Civil II, veremos com mais detalhes as
matérias de mérito.
30/01/2018
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Processo
Conceito e
natureza jurídica
Aldo Sabino: “Processo, tecnicamente, costuma ser
conceituado como o instrumento estatal criado para a
resolução de conflitos de interesses, que constitui-se,
internamente, de uma relação entre autor, juiz e réu e,
externamente, de uma sequência procedimental de
atos.”
Natureza jurídica: Há várias teorias. Prevalecem as
da “relação jurídica” entre estado e partes (autor e
réu) e da “sequência de atos jurídicos”.
Processo é diferente de “autos processuais”
Espécies de processos
Enfocando-se a sequência de atos jurídicos
pelos seus momentos, têm-se as seguintes
espécies de processos:
- Processo/ação/fase de conhecimento;
- Processo/ação/fase de execução.
Trânsito em JulgadoTrânsito em Julgado
Recursos (processo nos tribunais)Recursos (processo nos tribunais)
SentençaSentença
Produção de provas não documentais (perícia, audiência de instrução, etc.)Produção de provas não documentais (perícia, audiência de instrução, etc.)
Impugnação à contestaçãoImpugnação à contestação
Contestação (com provas documentais)Contestação (com provas documentais)
Audiência de conciliaçãoAudiência de conciliação
Citação do réuCitação do réu
Petição inicial (com provas documentais)Petição inicial (com provas documentais)
Fluxograma processual da 
fase de conhecimento
ArquivamentoArquivamento
Pagamento (com o dinheiro penhorado ou arrecadado com o leilão)Pagamento (com o dinheiro penhorado ou arrecadado com o leilão)
Leilão do bemLeilão do bem
Impugnação ao cumprimento de sentença
Penhora de dinheiro ou de bem do executado
Impugnação ao cumprimento de sentença
Penhora de dinheiro ou de bem do executado
Prazo para pagamentoPrazo para pagamento
Fluxograma processual da 
fase de execução
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Pressupostos 
Processuais
Pressupostos 
processuais
Pressupostos processuais são requisitos para
que o processo chegue ao seu objetivo
principal, para que o juiz analise o mérito de
uma questão (avalie normas e provas sobre o
direito discutido e julgue quem tem a razão).
O réu pode informar a falta de pressuposto
processual, mas o juiz deve tratar de ofício da
eventual falta (art. 485, § 3º).
Pressupostos 
processuais
Faltando um pressuposto processual, o juiz deve,
se possível, dar prazo para que o autor corrija a
falha (em regra, de 15 dias - art. 321).
Não suprida a falta, o processo é extinto sem
resolução do mérito (art. 485, I, IV, V, VI e VII).
Extinto o processo pela falta de um pressuposto
processual, normalmente é possível o ajuizamento
de outra ação com chances de êxito, desde que
corrigida a falha que motivou a extinção anterior
(art. 486).
Pressupostos processuais
antes classificados como
condições da ação
Interesse de agir corresponde à necessidade e
à utilidade do processo judicial para o autor obter
o que deseja.
Exemplo de falta de interesse utilidade: Ajuizar
ação para a não destruição de obra de arte (ação
de obrigação de não fazer) quando esta já foi
destruída.
Exemplo de falta de interesse necessidade:
Ajuizar ação para cobrar dívida ainda não
vencida.
Pressupostos processuais
antes classificados como
condições da ação
Legitimidade ad causam: As partes indicadas na petição
inicial devem corresponder às partes da relação de direito
material narrada.
Ou então deve ocorrer uma figura jurídica denominada
“legitimação extraordinária”, “legitimação anômala” ou
“substituição processual”.
Essa figura está prevista no caput do art. 18 do CPC: “Art.
18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio,
salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.”
Configura-se, por exemplo, quando sindicatos ajuízam
ação em favor de empregados, ou quando o Ministério
Público ajuíza ação em favor da sociedade.
Pressupostos processuais
antes classificados como
condições da ação
Exemplos de ilegitimidade ad causam:
- Filho alega que réu deve pagamento a seu pai,
mas, em virtude da inércia do seu pai, o filho ajuíza
ação pedindo o pagamento para si (ilegitimidade
ativa);
- Autor ajuíza ação contra o Ministério da Saúde
(que não tem personalidade jurídica) em vez de
ajuizar contra a União (ilegitimidade passiva).
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Demais
pressupostos processuais
relacionados às partes
Têm capacidade de ser parte: Pessoas físicas,
pessoas jurídicas, nascituros, condomínios, etc.
Não têm capacidade de ser parte: mortos e
animais.
Capacidade processual: Capacidade de estar em
juízo sem assistência/representação por terceiro.
Não têm capacidade processual: menores de
idade, pessoas jurídicas, etc.
Demais
pressupostos processuais
relacionados às partes
Capacidade postulatória: Poder de peticionar. Via
de regra, só os advogados têm. Exceções: causas
de valor inferior a 20 salários mínimos (art. 9º da Lei
nº 9.099/95), ações trabalhistas, etc.
Faltando um desses pressupostos, o juiz designa
prazo razoável para a correção do defeito. Se a falta
for relacionada ao autor, e ele não a corrigir, o
processo é arquivado. Se for relacionada ao réu, e
ele não a corrigir, considera-se revel (art. 76).
Pressupostos 
processuais
Competência do órgão jurisdicional: Matéria a ser vista
adiante, ainda neste semestre (arts. 42 a 66).
Imparcialidade do juízo: Ausência de impedimento ou
suspeição. Matéria a ser vista adiante, ainda neste semestre
(arts. 144 e 145).
Respeito ao formalismo processual: Presença dos
requisitos da petição inicial, citação regular, observância de
prazos, oitiva de testemunhas na ordem estabelecida no CPC,
sentença fundamentada, etc.
Litispendência e coisa julgada (pressupostos negativos):
Há litispendência quando se repete ação que está em curso;
há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por
decisão transitada em julgado (art. 337, §§ 3º e 4º).
Pressupostos 
processuais
Perempção (pressuposto negativo): Perda do direito a
um pronunciamento judicial favorável se, por três vezes, o
autor ajuizar ações e as abandonar por mais de 30 (trinta)
dias (art. 486, § 3º).
Obs: Muitos juízes e doutrinadores consideram a
perempção inconstitucional, tendo em vista o art. 5º, XXXV,
da CF.
Convenção de arbitragem (pressuposto negativo):
Compromissoformal constituído previamente entre os
litigantes, com o qual se comprometem a resolver
controvérsia(s) por meio de árbitro e não por meio do
Judiciário.
Pressupostos processuais 
de existência
Os seguintes pressupostos processuais são
denominados pela doutrina como “de existência”.
Afirma-se que, quando ausentes, nem existe
processo:
- Existência de órgão investido de jurisdição;
- Existência de uma demanda;
- Capacidade de ser parte (mencionada anterior-
mente).
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Competência
Conceito e 
considerações gerais
Afirma-se que a jurisdição é “una e indivisível”, por ser
manifestação da soberania do país. Mas cada magistrado
exerce a jurisdição de forma delimitada pelas normas,
conforme sua competência. Sendo assim, Enrico Tulio
Liebman afirma que “a competência é a medida da
jurisdição”.
Joaquim Canuto Mendes afirma que a jurisdição é
como uma caixa d’água e que as regras de competências
são como diversas torneiras nessa caixa d'água.
Para se definir a vara que vai tratar de cada processo,
várias regras de competência são analisadas. Vejamos
cada uma delas.
Critérios determinativos
Competência em razão
do valor e da matéria
Em regra, ações que envolvam discussões de até 40
(quarenta) salários mínimos são processadas em
juizados especiais (art. 3º, I, da Lei nº 9.099/95). As
demais, em varas comuns (regras de competência em
razão do valor).
A Constituição Federal estabelece as competências
das esferas especializadas do Poder Judiciário: Justiça
do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar. As leis
estaduais criam varas especializadas em Direito de
Família, em Direito das Sucessões, em Direito Civil
Comum, em Fazenda Pública, em Direito Penal, etc
(regras de competência em razão da matéria).
Critérios determinativos
Competência territorial
Há diversas regras para verificação da competência
territorial. Por exemplo:
- Ações comuns de cobrança de valor ou de bens móveis
correm no foro do domicílio do réu (art. 46) (vide exceções
em seguida);
- Ações que discutam propriedade de imóveis correm na
comarca onde se situa o imóvel (art. 47);
- Ações relacionadas a herança (sucessões) correm na
comarca onde residia o falecido (art. 48);
- Ações contra a pessoa jurídica correm no foro da
matriz ou, quanto às obrigações contraídas pela filial, no
foro onde esta está situada (art. 53, III).
Critérios determinativos
Competência territorial
A regra segundo a qual as ações de cobrança de
valores ou de bens móveis correm no domicílio do
réu têm algumas exceções, como as seguintes:
- Ações contra os incapazes correm na comarca
onde residem seus representantes (art. 50);
- Ações em que se pedem alimentos correm onde
reside o autor (art. 53, II)
- Ações para reparação de dano em virtude de
acidente de veículo ou ato ilícito correm no domicílio
do autor ou no local do fato (art. 53, V).
Critérios determinativos
Competência por distribuição
Havendo mais de uma vara com a mesma
competência em uma comarca, é feito um
sorteio, pelo sistema informatizado, ao ser
ajuizada a ação. A distribuição da ação,
portanto, é aleatória, para se evitar que os
autores escolham a vara onde o processo vai
tramitar e, assim, tenham vantagem na disputa
(arts. 284 e 285).
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Modificações da 
competência
Normalmente, iniciado o trâmite da ação em uma
vara, permanece nessa vara até o julgamento.
Posteriormente, havendo recursos, os autos processuais
são remetidos às instâncias superiores. Após, retornam
à vara originária para a fase de execução.
O fato de as partes mudarem de endereço no curso do
processo não altera a competência da vara originária.
Se, porém, uma vara for extinta, ou uma vara for
criada, absorvendo parte da competência de outras
varas, então o processo pode ser remetido a outra
unidade (art. 43).
Modificações da 
competência
Outra hipótese para a modificação da competência
é a existência de relação entre duas ou mais ações.
Sendo comuns os pedidos ou as causas de pedir
(casos denominados de "conexão" ou "continência"),
ou havendo risco de decisões conflitantes, as ações
devem ser reunidas em uma mesma vara para
julgamento conjunto (arts. 55, 56 e 286).
Em casos como esses, a vara que deve tratar das
duas ou mais ações denomina-se "preventa".
O registro ou a distribuição da petição inicial torna
prevento o juízo (art. 59).
Competência
absoluta e relativa
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA
Hipótese principal: em razão da
matéria (ex: vara de família x
vara de sucessões).
Hipótese principal: em razão do
lugar (ex: vara de Campina
Grande x vara de João Pessoa).
A incompetência pode ser
alegada a qualquer tempo ou
grau de jurisdição, na
contestação ou em outro
pedido. Deve ser reconhecida
de ofício pelo juiz. Pode motivar
ação rescisória.
A incompetência, em regra,
deve ser alegada com a
contestação. Não alegada,
prorroga-se a competência da
vara originária.
Competência
absoluta e relativa
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA
Não pode ser alterada por conexão
ou continência.
Pode ser alterada por conexão ou
continência.
Não pode ser alterada por vontade
das partes.
Pode ser alterada por vontade das
partes, seja pela sua não alegação
em juízo, seja pelo foro de eleição.
Serve principalmente ao interesse
público
Serve principalmente ao interesse
privado
Observações finais
Além da alegação de incompetência pela parte
interessada, há o denominado "Conflito de
Competência", que pode ser suscitado também
pelo Ministério Público ou pelo juiz (arts. 951 a
959).
Reconhecida pelo juiz sua incompetência, não
deve extinguir o processo, mas remeter os autos
processuais à vara competente (art. 64, § 3º).
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Partes
Conceito
Em cada processo, há pelo menos uma pessoa
(física ou jurídica) que pede ao juiz algo em face de
outra pessoa (física ou jurídica). Tais pessoas são as
PARTES, denominadas respectivamente como AUTOR
e RÉU.
Pode haver mais de um autor e/ou mais de um réu,
hipóteses que serão tratadas em aula posterior sobre
litisconsórcio.
Há hipóteses de três ou mais pessoas litigando
entre si, sendo todos contra todos. É o que se chama
de “oposição” (arts. 682 a 686 do CPC).
Substituição da parte
pela venda de um bem
Suponhamos a seguinte situação: Caio vende um
bem a Tício mediante pagamento parcelado, mas
este não paga tudo o que deve. Caio, portanto,
ajuíza ação para cobrar a devolução do bem. Tício,
porém, o vende a Mévio. Em regra, isso é possível,
mas há consequências.
Quais as consequências? Se Tício perder a ação,
Mévio é obrigado a entregar o bem a Caio. Mévio,
contudo, pode cobrar de Tício a devolução do valor
que o pagou.
Substituição da parte
pela venda de um bem
A questão envolve “evicção”, matéria de Direito
Civil.
Para os fins da nossa matéria, é importante saber
que, numa situação como essa, o adquirente final
do bem (Mévio) não ingressa automaticamente na
ação (art. 109). Poderá ingressar, substituindo o réu
originário (Tício), se o autor da ação (Caio)
concordar (art. 109, § 1º).
Substituição da parte
pela sua morte
Nem todas as ações admitem substituição da parte
quando ela morre. Uma ação para assumir cargo público
em virtude de concurso, por exemplo, é personalíssima.
Morrendo a parte, seus sucessores não podem ingressar
em seu lugar. Podem, contudo, ajuizar outra ação, pedindo,
por exemplo, a pensão a que teriam direito acaso o falecido
estivesse no cargo.
Já nas ações de cobrança de valor, em regra é possível
a substituição da parte falecida, seja autora ou ré. O direito
de crédito transmite-se aos sucessores. A obrigação de
pagamento também (mas até os limites da herança
recebida pelos sucessores).
Deveres e 
responsabilidades
O art. 77 do CPC relaciona os deveres das
partes e dos advogados. Emgeral, resumem-
se no seguinte:
- Dizer a verdade;
- Não atrasar o processo indevidamente;
- Cumprir as ordens judiciais.
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Deveres e 
responsabilidades
O litigante de má-fé, de acordo com o art. 80 do
CPC, é aquele que viola as regras específicas e/ou age
de modo temerário no processo. Fica sujeito às
seguintes consequências (art. 81):
- Pagamento de multa arbitrada entre 1% a 10% do
valor da causa;
- Indenização à parte contrária pelos prejuízos
causados.
Pelo art. 96 do CPC, não só a indenização, como
também a multa, revertem em benefício da parte
contrária.
Deveres e 
responsabilidades
Em sentido amplo, são exemplos de despesas
processuais:
Honorários advocatícios contratuais: Correspondem
ao pagamento feito pelo cliente ao seu advogado. As
seccionais estaduais da OAB fixam valores e/ou
percentuais mínimos e máximos conforme o tipo de
ação. Frequentemente, são fixados entre 20% e 30% dos
ganhos do cliente.
Honorários advocatícios sucumbenciais: Valor que a
parte perdedora paga ao advogado da parte vencedora.
São fixados, via de regra, entre 10% e 20% do valor da
condenação (art. 85, § 2º).
Deveres e 
responsabilidades
Em sentido amplo, são exemplos de despesas processuais
(continuação):
Custas processuais: São valores pagos ao Estado ou à União
para o custeio, ainda que parcial, do processo. Seus valores
variam conforme a esfera do Judiciário e/ou conforme a unidade
da federação. Na Justiça Estadual e na Federal, costumam ser
pagas no início da demanda e em outros momentos. Na Justiça
do Trabalho, após o fim da fase de conhecimento.
Pagamento ao perito: A parte requerente da perícia deve
antecipar o pagamento do valor. Se já pagou e depois é
vencedora no objeto da perícia, a parte perdedora deve ressarcir
a quantia paga (arts. 95 e 82, § 2º). É comum, porém, os juízes
autorizarem o pagamento apenas ao fim do processo.
Deveres e 
responsabilidades
Beneficiário da gratuidade judiciária não
precisa pagar honorários sucumbenciais nem
despesas processuais. Em caso de perícia, sendo
perdedor alguém beneficiário da gratuidade
judiciária, quem paga ao perito é o Estado.
Obs: o novo CPC, em seu art. 98, § 1º, VI, e § 2º,
e em seu art. 95, § 4º, não deixa claro se essa
regra permanece. O texto está contraditório.
Pode-se considerar que houve falha do legislador.
Deveres e 
responsabilidades
Se a atitude da parte configura ilícito penal
(por exemplo, falsificação de documento
particular – art. 298 do Código Penal), o juiz da
causa, além de condená-la em multa por
litigância de má-fé, deve expedir ofício ao
Ministério Público para que este promova
ação penal contra a parte.
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Procuradores
Advogados
Via de regra, só os advogados têm capacidade
postulatória. Portanto, as pessoas físicas e jurídicas devem,
nos processos, ser representadas por advogados. Há,
porém, exceções:
- Ações que envolvam até 20 salários mínimos na Justiça
Estadual (art. 9º da Lei nº 9.099/95);
- Ações que envolvam até 60 salários mínimos na Justiça
Federal (art. 10 da Lei nº 10.259/01);
- Ações trabalhistas (art. 791 da CLT).
Não há hierarquia entre advogado, promotor e juiz (art. 6º,
EOAB).
Direitos do
advogado
O art. 7º do EOAB relaciona os direitos do advogado,
dentre os quais se destacam os seguintes:
- A inviolabilidade de seu escritório ou local de
trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de
sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e
telemática, desde que relativas ao exercício da
advocacia;
- Não ser recolhido preso, antes de sentença
transitada em julgado, senão em sala especial, com
instalações e comodidades condignas e, na sua falta, em
prisão domiciliar;
Direitos do
advogado
O art. 7º do EOAB relaciona os direitos do advogado,
dentre os quais se destacam os seguintes
(continuação):
- Estar presente em qualquer assembleia ou reunião
de que participe o seu cliente, desde que apresente
procuração que o permita;
- Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e
gabinetes de trabalho, independentemente de horário
previamente marcado ou outra condição, observando-
se a ordem de chegada.
Deveres do
advogado
O uso, pelo advogado, de expressões
ofensivas além do razoável nas petições
escritas, resulta na ordem do juiz para que
sejam riscadas. Se forem ditas oralmente, o
juiz adverte o advogado para que não as
repita, sob pena de ser impedido de falar
(art. 78).
Deveres do
advogado
O Código de Ética e Disciplina da OAB, em seu art. 2º,
parágrafo único, relaciona outros deveres do advogado,
dentre os quais se destacam os seguintes:
- Atuar com destemor, independência, honestidade,
decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé (a
imparcialidade NÃO é dever do advogado);
- Estimular a conciliação e a mediação entre os
litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração
de litígios;
- Pugnar pela solução dos problemas da cidadania e
pela efetivação dos direitos individuais, coletivos e
difusos.
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Deveres do
advogado
Código de Ética e Disciplina da OAB. Art. 7º. É
vedado o oferecimento de serviços profissionais
que implique, direta ou indiretamente, angariar ou
captar clientela.
Código de Ética e Disciplina da OAB. Arts. 39 e
segs. A publicidade profissional do advogado
deve ser discreta. São proibidos, por exemplo,
anúncios em rádio e televisão. Também são
proibidos o uso de outdoor e a divulgação de
panfletos.
Deveres do
advogado
O advogado tem o dever de defender qualquer pessoa que lhe
procure? A doutrina e a jurisprudência, assim como a lei, são um
tanto obscuras.
Código de Ética e Disciplina da OAB: Art. 23. É direito e dever
do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua
própria opinião sobre a culpa do acusado. Parágrafo único. Não há
causa criminal indigna de defesa, cumprindo ao advogado agir,
como defensor, no sentido de que a todos seja concedido
tratamento condizente com a dignidade da pessoa humana, sob a
égide das garantias constitucionais.
EOAB: Art. 34. Constitui infração disciplinar: (...) VI - advogar
contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando
fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em
pronunciamento judicial anterior; (...)
Atuação e substituição
em juízo
A procuração geral para o foro, outorgada por
instrumento público ou particular assinado pela parte,
habilita o advogado a praticar todos os atos do processo,
exceto receber citação, confessar, reconhecer a
procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao
direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação,
firmar compromisso (art. 105).
Mas é possível (e comum) as procurações autorizarem
cada um desses poderes. O art. 105 do CPC confere
possibilidade de o advogado assinar declaração de
hipossuficiência econômica, desde que, também, mediante
autorização específica.
Atuação e substituição
em juízo
Dispensa de mandato:
- Atos urgentes. Mas a procuração deve
ser apresentada em até 15 dias,
prorrogáveis por mais 15 (art. 104, § 1º);
- Nomeação de defensor dativo pelo juiz.
Atuação e substituição
em juízo
A parte, que revogar o mandato outorgado ao
seu advogado, no mesmo ato constituirá outro que
assuma o patrocínio da causa (art. 111).
O advogado poderá, a qualquer tempo,
renunciar ao mandato, provando que cientificou o
mandante a fim de que este nomeie substituto.
Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado
continuará a representar o mandante, desde que
necessário para lhe evitar prejuízo (art. 112).
Advocacia Pública e 
Defensoria Pública
A Advocacia Pública defende União, Estados,
Distrito Federal, Municípios, Autarquias e
Fundações Públicas.
A Defensoria Pública defende os direitos
humanos e as pessoas necessitadas, que não
podem pagar advogados. Também pode ajuizar
Ação Civil Públicapara defender o meio-
ambiente, o consumidor, o patrimônio histórico,
etc. (art. 5º, II, da Lei nº 7.347/85).
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Advocacia Pública e 
Defensoria Pública
A Advocacia Pública está regulamentada
nos arts. 182 a 184 do CPC; a Defensoria
Pública, nos arts. 185 a 187.
Ambas têm as prerrogativas de prazos
processuais em dobro e intimações pessoais.
Via de regra, advogados públicos e
defensores públicos ingressam no cargo
mediante concurso e recebem salário.
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Litisconsórcio
Conceito e
fundamentos
Via de regra, há dois litigantes em cada processo judicial:
um autor e um réu. Contudo, por questões de economia
processual, ou pela própria natureza das lides, há situações
em que mais de duas pessoas estão presentes, que se
denominam "litisconsórcio".
O litisconsórcio pode ser ativo (mais de um autor), passivo
(mais de um réu) ou misto (mais de um autor e mais de um
réu).
Para que seja viabilizado o litisconsórcio, é necessário que
haja alguma relação entre as questões discutidas (art. 113).
O litisconsórcio está regulamentado nos arts. 113 a 118 do
CPC.
Regime de
tratamento
A lei não estabelece número máximo de litisconsortes,
mas faculta ao juiz que limite conforme a razoabilidade, para
que a celeridade e o manuseio do processo não fiquem
comprometidos (art. 113, § 1º).
Em geral, os atos e as omissões de um dos litisconsortes
não prejudicam nem beneficiam o outro (art. 117), mas há
exceções. Por exemplo, se um litisconsorte confessa fato
desinteressante a ambos, o outro litisconsorte ainda provar a
falsidade da confissão, mas fica mais difícil convencer o juiz
a respeito da questão. Além disso, a contestação e o recurso
oferecidos por um dos litisconsortes podem beneficiar o
outro (art. 345, I, e art. 1.005).
Classificação
LITISCONSÓRCIO INICIAL é o que se forma no
início do processo.
LITISCONSÓRCIO ULTERIOR, o que se forma no
curso do processo.
Por exemplo, morrendo uma das partes durante
um processo, e sendo substituída por dois ou mais
herdeiros, há litisconsórcio ulterior.
Classificação
LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO ocorre quando o resultado do
processo é igual para os liticonsortes (ambos ganham, ambos
ganham em parte ou ambos perdem).
Exemplo: Ação Civil Pública para a defesa do meio ambiente
oferecida pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública.
LITISCONSÓRCIO SIMPLES é aquele em que a decisão
judicial pode ser diferente para cada litisconsorte.
Exemplo: Dois vizinhos ajuízam ação contra um terceiro
vizinho requerendo reparos nos respectivos apartamentos por
danos supostamente oriundos de defeito na tubulação do
apartamento do réu. Pode o juiz deferir o pedido de apenas um
dos autores, se observar que só o seu apartamento foi afetado
pelo defeito na tubulação do apartamento do réu.
Classificação
LITISCONSÓRIO FACULTATIVO: Ocorre na maioria das
situações. As partes podem atuar solitárias ou em
conjunto.
Todos os exemplos informados no slide anterior também
configuram litisconsórcio facultativo.
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO: O art. 114 do CPC
informa o seguinte: O litisconsórcio será necessário por
disposição de lei ou quando, pela natureza da relação
jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da
citação de todos que devam ser litisconsortes.
Exemplo: art. 73, § 1º.
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Intervenções de Terceiros
Introdução
Assistência
Intervenção
de terceiros
Para os fins processuais, o terceiro é alguém estranho ao
processo que ingressa neste, normalmente transformando-se
em parte.
As intervenções de terceiros destinam-se primordialmente
a promover a economia processual.
O novo CPC relaciona cinco formas de intervenções de
terceiros:
- Assistência;
- Denunciação da Lide;
- Chamamento ao Processo;
- Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica;
- Amicus Curiae.
Assistência
A figura processual “assistência” ocorre quando
alguém, a pedido, ingressa no processo, após este
ter iniciado, para auxiliar uma das partes originárias.
Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o
terceiro juridicamente interessado em que a
sentença seja favorável a uma delas poderá intervir
no processo para assisti-la (art. 119).
Somente o interesse jurídico (e não o
simplesmente moral ou econômico) justifica a
intervenção do assistente.
Modalidades:
Assistência simples
O assistente simples é mero auxiliar do
assistido. Mantém relação jurídica direta com
este, e não com a parte adversária.
Exemplos de assistentes simples:
- Sublocatário em ação de despejo ajuizada
pelo locador em relação ao locatário,
- Seguradora em ação de indenização por
acidente de veículo proposta contra o segurado.
Modalidades:
Assistência simples
O assistente simples, apesar de sua posição de
auxiliar da parte, pode, dentre outros atos, requerer a
produção de provas e fazer alegações orais.
O assistente simples não pode modificar uma petição
da parte assistida. Também não pode praticar confissão
ou transação do direito.
A assistência simples não obsta a que a parte
principal reconheça a procedência do pedido, desista
da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a
ação ou transija sobre direitos controvertidos (art. 122).
Modalidades:
Assistência litisconsorcial
O assistente litisconsorcial mantém relação jurídica
contra a parte adversária do assistido. Desde o início da
ação, poderia figurar como litisconsorte do assistido.
Poderia, aliás, ter ajuizado a ação individualmente.
Exemplos de assistência litisconsorcial:
- Condômino ajuíza ação contra terceiro em defesa
da coisa comum. Outro condômino ingressa na ação
como assistente do autor.
- Ministério Público ajuíza ação civil pública em
defesa do meio-ambiente. Defensoria Pública ingressa
na ação como assistente do autor.
30/01/2018
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Intervenções de Terceiros
Denunciação da Lide
Chamamento ao Processo
Denunciação
da lide
Em algumas situações, há duas pessoas (físicas e/ou
jurídicas) responsáveis por uma dívida, sendo uma delas
com maior grau de responsabilidade e a outra com
menor grau, podendo esta, caso pague a dívida, ajuizar
ação regressiva contra a devedora de maior grau.
Vejamos um exemplo:
Caio, dirigindo seu carro de forma imprudente, bate
no carro de Tício. O conserto custará R$ 2.000,00. Caio,
porém, tem um seguro de veículo com o Banco do Brasil,
que cobre danos causados a outras pessoas, mesmo em
caso de imprudência do segurado.
Denunciação
da lide
Nessa hipótese, portanto, o Banco do Brasil é o responsável de
maior grau, pois há um contrato que lhe transfere o encargo de
pagar a dívida. Mas, Caio também tem responsabilidade pelo
pagamento.
Ocorre que, passados alguns meses, nem Caio nem o Banco do
Brasil pagam o conserto do carro de Tício. Este, portanto, resolve
ajuizar uma ação. Poderia indicar como réus Caio e o banco, ou
apenas Caio, ou apenas o banco. Escolhe, então, indicar apenas
Caio como réu.
Como informado acima, Caio é o responsável de menor grau. Se
ele pagar o conserto do carro, pode cobrar do banco o valor gasto.
Então, para não precisar ajuizar ação regressiva futura contra o
Banco do Brasil, Caio solicita ao juiz que convoque o banco ao
processo, para atuar também como réu e pagar diretamente a Tício,
ou ressarcir eventual valor que ele (Caio) tenha de pagar a Tício.
Denunciação
da lide
Essa, enfim, é a hipótese principal de
Denunciação da Lide: quando um responsável em
menor grau por uma dívida é indicado como único
réu do processo e convoca o responsável em
maior grau para atuar também na condição de
réu.
A Denunciação da Lide está regulamentada nos
arts. 125 a 129 do CPC.
Chamamento
ao processo
Em algumas situações, há duas pessoas (físicas e/ou
jurídicas) responsáveis solidariamente por uma dívida, ambascom mesmo grau de responsabilidade.
A responsabilidade solidária está regulamentada nos arts.
264 e segs. do Código Civil e será estudada em Direito Civil. Mas,
para a compreensão do Chamamento ao Processo, segue um
exemplo relacionado à principal hipótese que envolve o tema:
Paulo e João resolvem abrir uma loja de artigos esportivos.
Obtêm, então, da Caixa Econômica Federal, um empréstimo de
R$ 20.000,00. No contrato, está expresso que ambos são
responsáveis solidariamente pelo pagamento da dívida. Assim, a
Caixa poderá cobrá-la como quiser: metade da dívida de cada
um, ou integralmente de Paulo, ou integralmente de João.
Chamamento
ao processo
Passado o prazo estabelecido no contrato, a dívida não é
paga. A Caixa, então, ajuíza ação de cobrança, mas indica
como réu somente Paulo, cobrando-lhe os R$ 20.000,00 mais
juros e correção monetária.
Paulo, para não arcar sozinho com a dívida, pede ao juiz
que convoque João ao processo. Assim, caso Paulo pague a
dívida integral à Caixa, poderá cobrar de João sua metade no
âmbito do mesmo processo.
Essa, portanto, é a principal hipótese de Chamamento ao
Processo: a convocação do outro devedor solidário quando o
credor exige, de apenas um deles, a dívida total.
O Chamamento ao Processo está regulamentado nos arts.
130 e 132 do CPC.
30/01/2018
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Intervenções de Terceiros
Incidente de Desconsideração
da Personalidade Jurídica
Amicus Curiae
Incidente de 
Desconsideração da 
Personalidade Jurídica
A proteção ao patrimônio dos sócios de pessoas
jurídicas é matéria abordada em Direito Civil, Direito
Empresarial e em Direito do Consumidor, em normas
como o art. 50 do Código Civil e o art. 28 do Código de
Defesa do Consumidor.
Teoricamente, se uma sociedade tem uma dívida,
os bens dos sócios só podem ser levados a leilão se
tiver havido fraude na gerência da empresa (art. 50 do
CC), salvo algumas exceções, como a prevista no art.
28, § 5º, do CDC.
Incidente de 
Desconsideração da 
Personalidade Jurídica
Ocorre que a regra do art. 50 do CC, segundo a qual o
leilão de bem de sócio só deveria ocorrer em caso de fraude
na gerência da empresa, é frequentemente desconsiderada,
é uma norma que, em muitas áreas do Poder Judiciário, caiu
em desuso.
Assim, para reforçar essa regra, o novo CPC, em seus
arts. 133 a 137, estabeleceu o Incidente de Desconsideração
da Personalidade Jurídica. Agora, para penhorar bens de
sócios por dívidas da empresa, os sócios devem ser ouvidos
com antecedência, em momento no qual eles e o autor do
processo poderão produzir provas sobre a existência ou
inexistência da fraude.
Amicus Curiae
"Amicus Curiae" é uma expressão em Latim
que designa "Amigo da Corte". Em síntese, é
uma pessoa natural ou jurídica que auxilia o
juiz no julgamento de uma questão mais
delicada, manifestando opinião sobre o caso.
Amicus Curiae
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da
matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a
repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão
irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua
intimação.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de
competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas
a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º.
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou
admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o
incidente de resolução de demandas repetitivas.
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Juiz
Auxiliares
da Justiça
Poderes do juiz
Poderes administrativos ou de polícia:
- Expulsar os inconvenientes da audiência;
- Empregar a força policial quando necessário.
Poderes jurisdicionais:
- Impulsionar o processo;
- Decidir;
- Executar.
Deveres do juiz
Principais deveres (arts. 139, 140 e 489, § 1º,
do CPC e art. 93, VII e XII, da CF88):
- Assegurar às partes igualdade de
tratamento;
- Velar pela duração razoável do processo;
- Prevenir ou reprimir qualquer ato contrário
à dignidade da Justiça;
- Tentar, a qualquer tempo, conciliar as
partes;
Deveres do juiz
Principais deveres (arts. 139, 140 e 489, § 1º, do
CPC e art. 93, VII e XII, da CF88) (continuação):
- Fundamentar as decisões;
- Julgar mesmo em caso de lacuna na lei
(utilizando analogia, costumes e/ou princípios
gerais de direito);
- Residir na comarca em que estiver lotado
(salvo autorização do tribunal);
- Atuar em plantões.
Responsabilidades
do juiz
Pelo art. 143 do CPC, o juiz responderá por
perdas e danos quando atuar com dolo ou
fraude ou quando recusar, omitir ou retardar,
sem justo motivo, providência a seu cargo.
Garantias do juiz
A CF88, em seus arts. 95 e 93, VIII, estabelece as garantias
dos juízes:
a) vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida
após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo,
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada
em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, por
decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou
do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, salvo em situações
excepcionais como a elevação das alíquotas de imposto de
renda.
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Auxiliares da Justiça
São exemplos de auxiliares da justiça:
- Servidor do Judiciário (inclusive o Oficial
de Justiça);
- Conciliador/Mediador;
- Perito;
- Depositário;
- Intérprete/Tradutor.
Impedimento
e suspeição
Impedimento e suspeição são as hipóteses nas quais
o juiz, por ter ligação com alguma das partes, não pode
atuar no processo. Outro juiz é convocado para atuar. Se
só houver um juiz na cidade, é convocado um juiz de
outra cidade.
Pelo art. 148 do CPC, as hipóteses de impedimento e
suspeição também justificam a não atuação de
promotores de justiça, e dos auxiliares da justiça
O impedimento e a suspeição devem ser declarados
pelo juiz/promotor/auxiliar da justiça. Podem também ser
suscitados por uma das partes.
Impedimento
e suspeição
As diferenças entre o impedimento e a suspeição são as
seguintes:
- O impedimento refere-se a vínculos mais fortes,
portanto pode ser suscitado a qualquer momento (embora
o CPC, no art. 146, passe a impressão de que o prazo para
tanto seja de apenas de 15 dias). O impedimento justifica
Ação Rescisória (rescisão do julgamento até dois anos da
data em que se tornar definitivo) (art. 966, II).
- A suspeição refere-se a vínculos menos fortes,
devendo ser alegada pela parte interessada em 15 (quinze)
dias do conhecimento do fato (art. 146).
Impedimento
e suspeição
Seguem hipóteses selecionadas de impedimento (art. 144):
- Ser o juiz, promotor ou auxiliar da justiça a própria parte
do processo;
- Ter parentesco próximo com alguma das partes ou seus
advogados (ser ascendente, descendente, irmão, tio ou
sobrinho);
- Integrar pessoa jurídica que seja parte;
- Ter atuado como advogado do processo antes de passar
no concurso para juiz/promotor/servidor;
- Ter julgado o processo como juiz, ser promovido a
desembargador, e receber o mesmo processo para apreciar
recurso.
Impedimento
e suspeição
Seguem hipóteses selecionadas de suspeição (art. 145):
- Ser o juiz, promotor ou auxiliar da justiça amigo íntimo
ou inimigo capital de alguma das partes ou de um dos seus
advogados;
- Ser credor oudevedor de alguma das partes ou de seu
parente próximo;
- Receber presente de uma das partes, ou a aconselhar
sobre o processo, ou dar dinheiro para que custeie o
processo;
- Ser interessado no julgamento em favor de uma das
partes.
Impedimento
e suspeição
Conforme art. 145, § 1º, do CPC, a suspeição
pode ser declarada pelo juiz, promotor ou auxiliar
da justiça por motivo de foro íntimo, sem expor as
razões que a justificam.
Reconhecida pelo juiz a alegação de impedimento
ou suspeição, os autos processuais devem ser
remetidos ao substituto. Não reconhecida, o juiz
deve remeter a discussão ao tribunal, apresen-
tando-lhe suas razões (art. 146, § 1º).
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Ministério 
Público
Atribuições
processuais
O Ministério Público não é vinculado a qualquer
dos Três Poderes. É entidade autônoma.
De acordo com os arts. 127 e 129 da CF88, o art.
25 da Lei nº 8.625/93 e os arts. 176 e 178 do CPC,
compete ao Ministério Público atuar, no Processo
Civil, na defesa:
- Da ordem jurídica;
- Do regime democrático;
- Dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Atribuições
processuais
Exemplificam-se, como hipóteses de atuação do
Ministério Público, as seguintes:
- Proteção de direitos difusos e coletivos como os
relativos ao patrimônio público e social e ao meio ambiente;
- Defesa de menores, idosos e deficientes;
- Defesa das populações indígenas;
- Ação Direta de Inconstitucionalidade
- Outras funções que lhe forem conferidas, desde que
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a
representação judicial e a consultoria jurídica de entidades
públicas.
Atribuições
processuais
Em situações como as relacionadas, o
Ministério Público age como autor da ação ou,
caso outra pessoa ou entidade já tenha ajuizado
a ação, como “fiscal da lei” (o que, por tradição,
também se denomina como “custos legis”).
Nessa condição, compete-lhe redigir parecer
(opinião sobre o processo), produzir provas e
oferecer recurso.
Atribuições
processuais
Pelo art. 180 do CPC, O Ministério Público,
em regra, tem prazo em dobro para se
manifestar nos autos.
O art. 183, § 1º, do CPC especifica as formas
pelas quais podem ser feitas as intimações ao
Ministério Público: por carga, remessa ou
eletronicamente.
Princípios
institucionais
CF88, Art. 127, § 1º: São princípios institucionais do
Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional.
De acordo com os princípios da unidade e da
indivisibilidade, considera-se o Ministério Público como um
só órgão. Na prática, permite-se a substituição de
promotores ou procuradores em processos judiciais sem
que isso resulte em nulidade.
Pelo princípio da independência funcional, o promotor/
procurador é livre na sua atuação em juízo, podendo expor,
em suas petições e pareceres, suas opiniões, ainda que
contrárias ao entendimento dos seus superiores
hierárquicos.
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Garantias 
constitucionais
A CF88, em seu art. 128, § 5º, I, estabelece as garantias
dos membros do Ministério Público:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não
podendo perder o cargo senão por sentença judicial
transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
público, mediante decisão do órgão colegiado competente do
Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, assegurada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, salvo em situações
excepcionais como a elevação das alíquotas de imposto de
renda.

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