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ESTRATIGRAFIA A – GEO214 Curso de Engenharia de Minas 1º Semestre de 2017 Aula 3 – Introdução a sedimentologia Desligue o celular, ... a aula vai começar Professora: Alice Costa Bibliografia básica • Elementos de Estratigrafia, 1984 – Josué Camargo Mendes – Cap. 2 e 3 • Geologia Sedimentar, 2003 - Kenitiro Suguio. Capítulo 2 e 3 De modo geral, o desenvolvimento de bacias sedimentares que acumulam espessas sequências sedimentares é essencialmente atribuído a dois processos: A ORIGEM DOS SEDIMENTOS Soerguimento crustal Transformação da área fonte Subsidência tectônica Fornecimento de sedimentos terrígenos Formação da bacia A ORIGEM DOS SEDIMENTOS Intemperismo Erosão Transporte Deposição SoterramentoDiagêneseRocha sedimentar 1- Intemperismo Transporte Deposição Soterramento Diagênese Recifes Plataforma continental Praia Delta Lago Físico: Desagregação ou desintegração do material de origem (rocha ou sedimento) Fatores que controlam o intemperismo Material de origem, topografia, clima, tempo de exposição, biológico A ORIGEM DOS SEDIMENTOS É o processo geral relacionado a transformações físicas, químicas e biológicas que ocorrem nas rochas e sedimentos quando expostos na atmosfera e biosfera. Químico: Quebra da estrutura química dos minerais que compõe a rocha ou sedimento (material de origem) Intemperismo Fatores de controle de ação Clima Topografia Tempo Biológico Material de origem Variação sazonal, temperatura, chuva, calor Disposição das vertentes, regime de infiltração Exposição aos agentes Flora e fauna Rocha INTEMPERISMO Material de origem FATORES CONTROLADORES DO INTEMPERISMO quartzo biotita feldspato argilomineral te m po M ar sh ak ( 2 0 0 1) A ORIGEM DOS SEDIMENTOS Figura 4: Gráfico mostrando as variações das condições de intemperismo em função da pluviosidade anual e da temperatura média anual. Fonte: Decifrando a Terra/TEIXEIRA, TOLEDO, FAIRCHILD e TAIOLI – São Paulo: Oficina de Textos, 2000. Clima • É o fator mais importante pois regula a natureza e velocidade das reações químicas. FATORES CONTROLADORES DO INTEMPERISMO Topografia • Regula a velocidade do escoamento superficial das águas pluviais (que também depende da cobertura vegetal). FATORES CONTROLADORES DO INTEMPERISMO Figura 4: Lápides sepulcrais do início do século XIX, em Wellfleet, Massachusetts (EUA). Fonte: Para entender a Terra/Press et al., 2007. Tempo de exposição das rochas FATORES CONTROLADORES DO INTEMPERISMO Figura 4: A concentração de H+ nas imediações das raízes das plantas pode ser muito grande (baixo pH), facilitando trocas iônicas com os grãos minerais. Fonte: Adaptado TEIXEIRA, et al. 2003. Biosfera H+ H+ K+ Argilomineral FATORES CONTROLADORES DO INTEMPERISMO Físico ou Mecânico envolve processos que conduzem à desagregacão da rocha, sem necessariamente modificar sua composição química. INTEMPERISMO FÍSICO Fonte: Para entender a Terra/ PRESS, et al. 2007. • Congelamento • Fragmentação por esfoliação esferoidal Fraturamento e desprendimento de lascas curvas de um matação geralmente esférico. Figura: Produto de esfoliação esferoidal. Fonte: http://www.geocaching.com/geocache INTEMPERISMO FÍSICO Reações Oxidação Muitos minerais contém ferro na sua composição que reage com o oxigênio (solos avermelhados). O ferro é facilmente oxidado passando de Fe2+ Fe3+ Hidratação Molécula de água entra na estrutura do mineral, modificando-a e formando outro mineral. Exemplo: CaSO4 + H2O CaSO4 . H2O anidrita gipsita INTEMPERISMO QUÍMICO Hidrólise Quebra da estrutura do mineral pela ação dos íons H+ e OH- dissociados da água. Cresce com a temperatura e ácidos. Exemplo: alteração de feldspatos 3KAlSi3O8+12H2O+2H + 3KAl3Si3O10(OH) 2+2K + +6H4SiO4 3(OH) 4Al2Si6O5 +2K + Ortoclásio Ilita Caolinita Reações do intemperismo químico INTEMPERISMO QUÍMICO Dissolução Solubilização completa CaCO3 Ca 2++CO3 2- halitacalcita NaCl Na++Cl- •A dissolução intensa das rochas em terrenos calcários pode levar à formação de relevos cársticos. Decomposição por ácido carbônico A água da chuva dissolve o CO2 da atmosfera. A maior parte do CO2 continua em solução, enquanto uma pequena parte se combina com a água para formar ácido carbônico dióxido de carbono + água Ácido carbônico CO2 H2O H2CO3 Reações do intemperismo químico INTEMPERISMO QUÍMICO Intemperismo de carbonatos calcita (CaCO3 ) e dolomita CaMg(CO3)2 CaCO3 + H2CO3 = Ca 2+ + 2HCO3− INTEMPERISMO QUÍMICO A ORIGEM DOS SEDIMENTOS Fatores que contribuem para a origem do sedimento • Área fonte: local geográfico, onde ocorre intemperismo e erosão • Clima (temperatura e umidade): influi no tipo de intemperismo que vai predominar na área fonte • Tectônica: pode resultar em relevos íngremes, com a produção de clastos angulares que podem ser depositados próximo a área fonte, sofrendo pouco transporte (sedimentos mal selecionados e imaturos). Como são formadas as estruturas sedimentares? MOVIMENTO DOS FLUIDOS Os fluidos, constituídos de água e sedimento, são movidos pela energia proveniente do sol, da lua e da gravidade. Dois tipos de movimento: Fluxo laminar e turbulento • Não há mistura de material • Velocidade relativamente lenta ao longo de superfície planas • A velocidade das linhas de fluxo aumentam e sofrem flutuações ao passarem por irregularidades do fundo. FLUXO LAMINAR FLUXO TURBULENTO PROCESSOS DE TRANSPORTE Figura: Transporte de materiais por um curso d’água. Fonte: http://api.photoshop.com/home Rolamento Arrasto Rolamento Partículas em suspensão Areias movidas por saltação Silte e argila suspensas por turbulência Os sedimentos são transportados pela água, vento, gelo, etc, da seguinte forma: 1) Tração: Rolamento e deslizamento, produzindo seixos imbricados e de arredondamento variável 2) Suspensão: resulta em depósitos de baixa seleção 3) Saltação Carga em suspensão Carga de fundo PROCESSOS DE TRANSPORTE CONCEITOS BÁSICOS Força que faz uma partícula a se mover Tensão de cisalhamento Tensão de cisalhamento crítica = valor de tensão de cisalhamento acima da qual uma partícula se movimentará. Depende de dois fatores: 1) Densidade 2) Velocidade do fluido Diâmetro do grão (mm) V el o ci d ad e d e fl u xo ( cm /s ) lama argila silte areia grân. seixo bloco matacão Erosão e transporte Deposição Erosão de lama inconsolidada Transporte em suspensão Curva construída para corrente com aproximadamente 1 metro de profundidade Lama –propriedades - coesão, adesão das partículas lamosas devido a forças gravitacionais, cargas iônicas e coloides Hjulstrom Feito para um rio idealizado: rio retilíneo e uniforme velocidade média de fluxo Diagrama de Hjulstrom – velocidade crítica necessária para mover 1 grão ASPECTOS TEXTURAIS DOS GRÃOS 1 – Tamanho do grão 2 – Arredondamento 3 – Esfericidade 4 – Grau de seleção 5 – Maturidade ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS 1 – Tamanho do grão - Reflete a energia (velocidade) do transporte e do ambiente deposicional. LAMA ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS calhau matacão si lt e silte silte silte silte Rocha Carbonato Conglomerado Calcirrudito " " Arenito " " " " "Calcarenito " " " Siltito " " Calcissiltito " " " " Argilito " " " " " Calcilutito " ' Galopim de Carvalho (2005) ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOSCascalho e Conglomerado Areia e Arenito Argila e Argilito Sedimentos e rochas possuem diferentes nomes Podem ser usados fórmulas para calcular o arredondamento ou quadros comparativos. O arredondamento é em função da mineralogia, fatores da rocha fonte, intemperismo físico e químico durante o transporte e alterações diagenéticas. A quantidade e as condições do transporte sustentam uma forte influência no arredondamento. Transporte pelo vento ou ondas influenciam mais o arredondamento do que o transporte fluvial. A medida da curvatura das quinas do grão. ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS 2 – Arredondamento ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS 3 – Esfericidade Distância do transporte Curta Moderada Longa Medida de quanto o grão se aproxima de uma esfera. Galopim de Carvalho (2005) ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS Clastos com uma superfície plana e riscos retilíneos são típicos de erosão subglacial A morfologia específica da superfície dos clastos são típicas e diagnósticas de determinados processos e condições ambientais. Textura da superfície do grão ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS Glacial Praial Eólico Textura da superfície do grão Durante o transporte glacial os clastos tamanho areia apresentam fraturas conchoidais, finas estrias paralelas e forma angulosa. No ambiente praial dominado por ondas os clastos apresentam forma em V (ou em crescente), marcas de impacto e forma arredondada. Nos ambientes eólicos a enormidade dos impactos de pequenos grãos geram típica morfologia fosca Interpretações baseadas na superfície do grão devem sem cautelosas, uma vez que as características podem ser herdadas e a diagênese pode modificar a forma dos grãos 2- ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIEMENTOS Grau de seleção - Reflete se a deposição foi rápida ou se o sedimento foi retrabalhado K. Simpson, 1995 2- ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS Maturidade - Indica o estágio de diferenciação que o sedimento apresenta em relação com seu material de proveniência Maturidade mineralógica: razão quartzo/feldspato Maturidade textural: razão grãos/matriz Galopim de Carvalho (2005) ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS Marshak (2001) ASPECTOS TEXTURAIS DOS SEDIMENTOS Porque a estratigrafia dá tanta ênfase às rochas detríticas na fração areia? • Seu significado em termos de recursos naturais de natureza geológica • Concentração de minerais pesados (por exemplo, cassiterita, monazita, diamante, água marinha e ouro) em arenitos •No espaço vazio entre seus grãos (porosidade), quando conectados, são permeáveis e podem conter fluidos como água e petróleo • É um material geológico resistente às intempéries, servindo como pedra de revestimento Minerais Pesados Os minerais pesados são muito resistentes a erosão; Mais comuns nas rochas sedimentares são: zircão, turmalina, rutilo, apatita, granada, epidoto, magnetita; estaurolita, ilmenita. Podem auxiliar a decifrar a fonte; Algumas vezes podem concentrar minerais pesados com importância econômica, como por exemplo os placers e paleoplacers;
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