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SOCIEDADE “Sociedade vem a ser toda forma de coordenação das atividades humanas objetivando um determinado fim e regulada por um conjunto de normas” • Onde quer que se analise o homem, seja qual for a época, verifica-se ele sempre em estado de convivência com os outros homens • Inúmeros fatores levam o homem a viver em sociedade. Dentre eles podemos elencar a atração entre os sexos, divisão de tarefas, proteção de direitos e bens, instinto de sobrevivência e a busca da felicidade. • É indiscutível que o elemento humano é dado à associação. O homem surgiu inicialmente em grupos sociais pequenos (família, clã, tribo) e depois em grupos maiores (aldeia, cidade, Estado). • Então podemos afirmar que a sociedade se confunde com o próprio evoluir do homem. ORIGEM DA SOCIEDADE Teoria do Impulso Associativo Natural (Sociedade Natural) Referida teoria tem como tese central a associação humana (sociedade) como uma necessidade natural. Condição essencial de vida. São defensores dessa corrente: Aristóteles, Cícero, Santo Tomás de Aquino, Ranelletti Aristóteles (Antiguidade) defendia a sociabilidade humana em razão do homem ser essencialmente um ser político Santo Tomás de Aquino (Idade Média) defendia a formação da sociedade em razão do homem ser um animal social e político. Na sociedade encontrava a satisfação de todas as suas necessidades Teoria Contratualista (Sociedade Contratual) A teoria contratualista tem como tese central: a sociedade como produto de um acordo de vontades celebrado entre os homens (Contrato hipotético celebrado entre os homens). Defensores dessa corrente: Thomas Hobbes, John Locke, Rousseau, e outros Thomas Hobbes (“Leviatã”): explica que inicialmente o homem vive em “estado de natureza” que significa o estado primitivo, a desordem e a preponderância do instinto sobre a razão. Para Hobbes o homem passa a viver em sociedade em busca de proteção. E então, firma o contrato social (PACTO DE SUBMISSÃO) que consiste na transferência para o Estado. E assim o homem passa do “ estado de natureza” para o “estado social”. • O homem precede à sociedade; • A sociedade nasce com o Estado; • O governo deve existir para manter a paz, pois sem governo o homem retorna ao estado primitivo (“estado de natureza”); • Um mau governo é melhor que viver no estado de natureza (tendência absolutista de Hobbes) JOHN LOCKE: Locke também é contratualista. Para Locke, • o homem precede à sociedade; • a sociedade surge em virtude de um pacto celebrado entre os homens; • o homem inicialmente vive no “estado de natureza”, e, nesse estado primitivo ele é bom e dotado de razão e usufrui da propriedade (vida, liberdade e os bens); • os homens no estado de natureza são iguais e portadores de direitos; • o homem no estado de natureza se encontra enfraquecido e sem condições de agredir o seu semelhante, e assim, ele firma o contrato social. ROUSSEAU • o homem no estado primitivo é bom, pacífico e cordial; • no estado primitivo não há qualquer perigo de atrito entre os homens; • a sociedade surge da vontade humana. A teoria dominante é a que defende a sociedade natural, sem eliminar no entanto, a participação da vontade humana. ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DA SOCIEDADE • Elementos Materiais: Homens e Base física • Elementos Formais: Normas jurídicas, Organização e Poder • Elementos Finalísticos: Normas jurídicas, Organização e Poder ESPÉCIES DE SOCIEDADES • Sociedades familiares: Encontramos na história a família como a forma mais antiga de sociedade (sociedade natural). • Sociedades religiosas: O homem vive em constante busca do seu aperfeiçoamento. E é através da religião que o mesmo persegue o seu intento. • Sociedades políticas: As sociedades políticas segundo Celso Ribeiro Bastos podem ser conceituadas como organizações mais amplas que o homem teve necessidade de criar para enfrentar o desafio da natureza e das outras sociedades rivais. Formação dos estados IDADE ANTIGA: Período que corresponde de 4000 a.C. a 476; Surgimento das primeiras civilizações e o conceito de estado, com características militares, jurídicas, sociais e políticas. Há ainda a construção do conceito de cultura, reunindo indivíduos que professam a mesma ideia de costumes. Na Grécia o estado se faz à partir do surgimento das Cidades-Estados, tal como: Atenas e Esparta. Que embora tenham os mesmos traço culturais, diferenciam-se na organização: Atenas - Democracia e Esparta: Ditadura Militar. Já em Roma, o estado inicia-se a partir de uma estrutura aristocrática e mais tarde insere-se na estrutura imperial. Ex.: Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma IDADE MÉDIA: Período que corresponde de 476. a 1453 - Do século V ao XV; Na Idade Média, predomina-se o Estado Feudal. Um estado descentralizado, onde há o predomínio do poder local (Senhores Feudais). Esse poder é exercido por uma nobreza de origem militar que fragmentou a nação. Ex.: Feudalismo IDADE MODERNA: Período que corresponde do século XV - XVIII ; Neste período (caracterizado também como Antigo Regime) o estado volta a se consolidar como o poder central na imagem do Rei. Surgem aqui os monarcas Taumaturgos, aqueles que exercem o poder de direito e de fato. São monarcas ungidos por Deus e com poder justificado a partir de filósofos tais como: Nicolau Maquiavel (1649 - 1527), Thomas Hobbes (1588 - 1679), Jaques Bossuet (1627 - 1704) e Jean Bodin (1530 - 1596). Tais monarcas, exercem o poder absoluto, o absolutismo monárquico. Ainda neste, período da Idade Moderna, à partir da Segunda Metade do Século XVIII, teríamos o surgimento do Iluminismo. Ideal ou pensamento filosófico que passa a contestar as estruturas vigentes, conhecido como Antigo Regime, defende uma menor intervenção do estado, e que defende o liberalismo, onde as estruturas evoluíram de acordo com as manifestações da natureza. Esse pensamento pode contar com alguns filósofos tais como: John Locke (1632 - 1704), Votaire (1694 - 1778), Montesquieu (1689 - 1755), Rousseau (1712 - 1778). Esses pensadores, exceto Rousseau que defendia a vontade geral; os outros filósofos são defensores de governos monarquicos, onde o poder seria limitado por uma constituição e pelo parlamento e a constituição. Ex.: Absolutismo Monárquico IDADE CONTEMPORÂNEA: Período que corresponde do século XVIII - Aos dias atuais; Neste período, com o Surgimento das Revoluções Burguesas, principalmente à partir da II Revolução Industrial, 1830; a exploração intensa do proletariado e as crises sociais (desemprego, prostituição, miséria, violência, etc.), surgiram outras formas de pensamento que deram origem a novas estruturas que iniciaram a construção de um novo Estado; o Estado Comunista, que surgiriam a partir de uma revolução socialista conduzida pelo proletariado urbano. Durante a Idade Contemporânea, ainda, pode-se observar o surgimento de regimes antiliberais e antidemocráticos, tais como o Nazifascismo, que voltaram a fazer do estado e do líder o centro de todas as decisões políticas. Conceito de estado: Estado é um agrupamento humano em território, dotado de um território definido, politicamente organizado, que, em geral guarda a ideia de nação. Nação é uma comunidade de base cultural. Pode-se dizer que pertencem à mesma nação todos quantos nascem num certo ambiente cultural com tradições, costumes, mesma língua, num idêntico conceito de vida. OBS: A nação tende a ser um Estado, mas porém pode não ocorrer a coincidência entre ambos. Nação em regra é a que dá origem ao Estado. É o principal germe que dá origem ao Estado. Exemplo: nação americana, muçulmana... Indivíduo isolado sociabilidade clãs, tribos, nação – Estado ( vínculos mais complexos: poder soberano, nacionalidade, cidadania) Origem e antecedentes históricos IdadeAntiga - Na Grécia: o termo “pólis” – significado de cidade, de onde provém política, a arte de governar cidades; - Roma: o termo “civitas” – comunidades de habitantes ou res públicas (coisa comum a todos) - Roma cresce e modifica-se o conceito de Estado para Império. Idade Média Na Idade Média passou-se a utilizar os termos principais: “reino”, “república”, para designar um Estado. Idade Moderna Na Idade Moderna passou a utilizar o termo “principado” para designar um Estado; A palavra Estado com o significado que utilizamos hoje deve-se a Nicolau Maquiavel (1469-1531), no século XVI, através de sua obra “O Príncipe” (1513). Da ordem social Ordem social é o conjunto de regras e princípios que regem a sociedade. Ordem natural difere da ordem social. A ordem natural é regida pelo princípio da causa e efeito. Já a ordem social é regida pelo princípio da Imputação. Princípio da Imputação: O princípio da Imputação consiste segundo Kelsen na seguinte relação: uma condição específica pode gerar uma consequência como pode também não gerá-la. Uma vez que esta relação é passível de sofrer a interferência de um fato humano ou até mesmo um fato natural que modifique essa consequência. Princípio da Causalidade: uma determinada condição sempre gera um determinado resultado, sem sofrer qualquer tipo de interferência, ou seja: Teorias que explicam a origem do Estado 1. Teoria Teleológica (religiosa) ou doutrina teleológica Acredita que o Estado foi criado por Deus. Nesse mesmo sentido acredita que Deus criou as outras coisas que existem no mundo: Defensores (expoentes) da teoria religiosa são: São Tomás de Aquino, Santo Agostinho e Jaques Bossuet. Idade média Os reis governavam através de um poder divino A doutrina Teleológica se subdivide em: 1.1 Teoria pura do direito divino sobrenatural: O Estado é criação de Deus. Referida corrente defendia que o Estado era obra de Deus, e que ele designaria o homem ou a família para exercer autoridade estatal. As ideias pregadas por esta teoria só vieram reforçar e aumentar a tendência absolutista predominante na Idade Média. Teve muitos adeptos na França. centrada em DEUS 1.2 Teoria do direito divino providencial A teoria do direito divino providencial defendia a ideia de que o Estado foi instituído pela providencia divina. Referida corrente ganhou adeptos em razão dos princípios pregados pela igreja católica. teoria do catolicismo 2. Teoria Jusnaturalista (teoria do jusnaturalismo) Surge no final da Idade Média e início da Idade Moderna. Defende a ideia de que o Estado encontra o seu fundamento na natureza humana, ou seja, nas exigências da natureza humana. Ideias principais: • A existência de um direito natural que precede o direito criado pelos homens (direito positivo); • O homem vivia no “estado de natureza” e só depois passava para o “estado social” • O Estado nascia da própria sociedade. O Estado se originava da própria sociedade. 3. Teoria Contratualista ou doutrina do contrato social Origem • idade antiga- Aristóteles • idade média (houve uma intensificação) • idade moderna- a grande maioria dos outros contratualistas • o Estado nasce de um pacto de vontade entre os homens • o pacto foi com base na razão e na inteligência humana a) ideias de Thomas Hobbes (Leviatã) - defendia que a sociedade foi criada a partir da celebração de um contrato social firmado entre os homens em busca da harmonia, paz, segurança e proteção de direitos e bens - o “contrato social” surgiu em virtude da guerra e violência em que se encontrava o homem em seu “estado de natureza” (estado que a paixão e egoísmo predominavam, se sobrepondo à razão) - a sociedade nasce de um contrato firmado entre os homens O Estado é a única instituição capaz de manter o estado social. b) John Locke ideias: - sociedade e Estado nascem em razão da necessidade do homem relacionar-se com os outros homens para se desenvolver, pois o estado de natureza é regido pela liberdade - em razão da necessidade de relacionamento com os outros homens começa a surgir o medo de que o outro homem lhe tome os bens (propriedade) e até mesmo a vida c) ideias de Rosseau - defende que o Estado nasce da necessidade do homem se relacionar com os outros homens por meio da celebração de um pacto social que contava com o consentimento de todos os seus integrantes (interesse geral) ou voluntas generale, objetivando a proteção de seus direitos e bens. E também a busca da manutenção, segurança e uma convivência pacífica e harmônica. - para Rosseau o governo é instituído precipuamente para realizar o bem comum. Já falava que a soberania residia no povo e não no Estado. 4. Teoria da violência ou da força Referida teoria defende que o Estado foi originado da violência, da supremacia dos mais fortes sobre os mais fracos. - o Estado nasce a partir da desigualdade que predominava entre os homens no estado de natureza. São defensores desta corrente Jean Bodin (adepto ao darwinismo/ Darwin) e Ludwing. 5. Teoria familiar A teoria familiar prega a ideia de que o Estado tem a sua origem na família, que vai se desenvolver e expandir para facilitar o aparecimento da sociedade política. EX: Grécia, Roma e Israel. Para alguns autores a origem é na família matriarcal (sociedades chefiadas por mulheres). Para outros autores a família é patriarcal, onde a autoridade social será exercida pelo chefe da família, que tem como pensamento o fortalecimento através de uma sociedade patriarcal. 6. Teoria sobre a formação do Estado Formação originaria (natural ou não contratual) Teoria familiar: cada núcleo familiar primitivo se desenvolveu, originando por fim, o Estado. Terra familiar pode ser patriarcal ou matriarcal. Teoria patrimonial (econômica): o grupo social se desenvolveu em face da necessidade de se estabelecer uma divisão de trabalho ou de exploração da sociedade de classes. Teoria da potencialidade (desenvolvimento interno): o Estado é uma potencialidade em si mesmo. É o desenvolvimento espontâneo da sociedade que dá origem ao Estado. Teoria da força (conquista): o grupo social mais forte conquistou o mais fraco, permitindo o nascimento do Estado a partir dessa congregação de dominantes e dominados. 7. Teorias que demonstram que a formação dos Estados é artificial, forçada ou contratual: Teoria do Contrato Social: a formação do Estado é convencional (convenção, acordo, contrato), resultante da vontade geral. Defensores: Thomas Hobbes, Rousseau, John Locke e Montesquieu; Teoria Organicista: defende que o Estado é um organismo (agrupamento) a ser forjado (construído) pelos indivíduos. Há que ser considerado o movimento da Escola Orgânica Panteísta que é entendida por alguns, como teoria de formação natural do Estado. Teoria do Equilíbrio Social: corrente (teoria) que defende que o Estado é forjado (criado) como necessário instrumento de equilíbrio social. Conclusão Celso Ribeiro de Bastos “Inúmeras teorias buscam explicar a origem do Estado. Porém, a formação deste, como é sabido, está vinculada a diversos fatores e não restrita a apenas um como desejam as correntes citadas. O Estado é um ente complexo e portanto não há que se falar que sua origem fique reduzida a um único fator.” Elementos Constitutivos (essenciais) do Estado 1. Visão Bidimensional (Teoria isolada) – defensor Santi Romano – o Estado é formado por soberania e territorialidade. 2. Visão Tridimensional (Teoria majoritária) - Sahid Maluf: o Estado perfeito é formado por: população, território e governo (soberano) - Marcelo Caetano: o Estado é formado por povo (pressupõe conceito de nacionalidade, estrangeiros e apátridas (heimattos)), território e soberania. - Giorgio Del Vecchio: o Estado é formado por povo, território e vínculo jurídico. - Donato Donati:o Estado é formado por povo, território e Pessoa Estatal Executiva da Soberania. - Michel Temer: o Estado é formado por três dimensões: Dimensão humana (povo), dimensão geográfica (território) e dimensão política (governo). - Anderson de Menezes: o Estado é formado por povo, território e governo. 3. Visão Tetradimensional (corrente minoritária) - Alexandre Groppali: o Estado é formado por povo, território, soberania e finalidade. - Dalmo de Abreu Dallari: o Estado é formado por povo, território, soberania e finalidade (ordenação) 4. Visão Pentadimensional (isolada) Ataliba Nogueira: o Estado é formado por: - elementos materiais: povo, território e soberania; - elementos formais: soberania e poder de império; - elementos finalísticos: finalidade que o Estado tem que cumprir. PRINCIPAIS CORRENTES EXPLICATIVAS DO FENÔMENO ESTATAL As principais correntes explicativas do fenômeno estatal podem ser enumeradas da seguinte forma: anarquismo, individualismo, personalismo (ou intervencionismo limitado) e correntes socialistas de modo geral (intervencionismo ilimitado). Anarquismo: é a corrente de pensamento que defende a inexistência do Estado juridicamente organizado, encarando-o como um instrumento desnecessário, que tem como único objetivo a exploração dos integrantes da sociedade. Individualismo: é a corrente de pensamento que defende a existência do Estado como um mal necessário para garantir a ordem política. Personalismo: segundo esta corrente a existência do Estado é indispensável à sociedade. O ente estatal tem o poder-dever de realizar o bem estar social. Correntes socialistas: estas correntes se encontram fundadas, em especial, nas ideias de Marx e Engels para quem o Estado simplesmente não deve existir como instrumento da classe dominante sobre uma pretensa maioria explorada. Nascimento e extinção do Estado Há vários modos de nascimento do Estado -originário -secundário -derivado 1) O modo originário é definido por Celso Ribeiro Bastos: “Aquele em que o Estado nasce do próprio meio onde se estabelece a sociedade, nasce diretamente do povo, sem qualquer influência de fatores externos. Exemplos: Atenas e Roma ex: usucapião 2) Modo secundário: é assim chamado porque é o modo em que o Estado nasce da união ou divisão dos Estados. o Estado surge do meio nacional através da União ou da divisão de entes estatais. 2.1) Pela União União de vários Estados ou partes que desejam construir uma unidade estatal a) Confederação- Preservando-se a soberania de cada parte componente (antiga URSS pelo menos em nível teórico- continental) b) Federação- Restringindo-se a soberania de cada parte componente, através de concessão de autonomia (EUA 1787), Suíça e Brasil. c) União Pessoal- por imposição de unidade governamental (Alemanha e Espanha sob o governo de Carlos V) (mesma pessoa governando mais de um Estado) d) União Real- por imposição de desejo coletivo com a consequente fusão de soberanias (Ex: Alemanha e Austria no período que antecedeu a Segunda Guerra). (fusão de Estados por questões variadas) 2.2) Pela divisão fragmentação das partes de um único Estado - Nacional: quando o liame (vinculo) de nacionalidade é rompido ou há, para tanto, imposição externa. - Sucessoral (inexistente na atualidade): quando o território de um soberano era dividido entre seus sucessores. - Modo Derivado: o Estado surge a partir do exterior Descolonização: associado à conquista de independência pela ex-colônia Concessão de direitos de soberania: associado à concessão do Estado- metrópole (Canadá, Austrália) Ação Direta de Entidade Supranacional (ou ato de Governo): associado à mobilização internacional. Ex: Israel. PERGUNTAS PARA A PROVA 1. O que significa dizer que o homem é um ser social e político? O homem só se realiza como Pessoa na relação com os outros, relação essa que tem vários níveis e assume múltiplas formas: Universalidade; Sociabilidade e intimidade. Ao nível da intimidade a pessoa encara-se como um ser dotado de uma consciencia de si, baseada na racionalidade e nas emoções que, embora seja individual e interior, só se constroi com base em relações significativas com outros seres humanos... Ao nível da sociabilidade a pessoa encontra-se como membro de uma sociedade organizada, necessitando de passar por um longo processo de sociabilização até que possa assumir-se como um menbro activo da sociedade a que pertence. Não se pode dizer que a sociedade é uma mera soma de individuos, uma vez que cada individuo é, em si mesmo, um produto da cultura da sociedade a que pertence... A filosofia, a arte,a religião, a literatura, a ciência...são vias para alcançar a Universalidade, uma integração do individuo no COSMOS, no TODO, realizando-se como Pessoa, no encontro do que o transcede e pode dar um sentido à sua existência. 2.Como Aristóteles e São Tomás de Aquino explicam o impulso associativo do ser humano? Para Aristóteles: Aristóteles conclui que "o homem é naturalmente um animal político". Para o filósofo grego, só um indivíduo de natureza vil ou superior ao homem procuraria viver isolado dos outros homens sem que a isso fosse constrangido. Quanto aos irracionais, que também vivem em permanente associação, diz Aristóteles que eles constituem meros agrupamentos formados pelo instinto, pois o homem, entre todos os animais, é o único que possui a razão, o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto. Para Santo Tomás de Aquino "o homem é, por natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade".Reafirma-se, portanto, a existência de fatores naturais determinando que o homem procure a permanente associação com os outros homens, como forma normal de vida. Assim como Aristóteles disse que só os indivíduos de natureza vil ou superior procuram viver isolados, Santo Tomás de Aquino afirma que a vida solitária é exceção, que pode ser enquadrada numa de três hipóteses: excellentia naturae, quando se tratar de um indivíduo notavelmente virtuoso, que vive em comunhão com a própria divindade, como ocorria com os santos eremitas; corruptio naturae, referente aos casos de anomalia mental; mala fortuna, quando só por acidente, como no caso do naufrágio ou de alguém que se perdesse numa floresta, o indivíduo passa a viver em isolamento. 3. Qual é o ponto comum entre os contratualistas quanto a interpretação da sociabilidade humana? Para os contratualistas há a negação do impulso associativo natural, onde somente a vontade humana justifica a existência da sociedade. A sociedade é uma criação humana e tem sua base firmada em um contrato, que pode ser desfeito ou alterado. 4. Por que, segundo Thomas Hobbes, o “homem era o lobo do próprio homem”? O homem possui por natureza agressividade e instinto de liberdade, ao abrir mãos desses aspectos, o homem consegue viver em comunidade. No estado de natureza, o elemento que torna todos iguais é o medo do próximo. O medo é intermediador das relações humanas, este impõe limites. A sociedade acaba por ser regida por um acordo artificial, onde resulta-se um estado. Como afirma Rousseau, não há mais o sentido do homem viver naturalmente, onde uma guerra generalizada acabaria por exterminar a espécie humana. Assim conforme Hobbes, a paz entre os indivíduos é o melhor modo de preservação. A auto preservação humana é um instinto. Assim o homem, acaba por se submeter à uma lei moral. Cria-se um pacto, válido enquanto a vida não for ameaçada, tornando-se uma sociedade civilizada. 5. Qual foi a solução, conforme Hobbes, para dar fim à brutalidade da vida social primitiva? Criou-se o chamado Estado "Monstro", que tinha a função de impor regras e limites para a sociedade. Dar-se-á poder ao Estado para que ele possa ter seus Direitos garantidos.Sendo assim, o cidadão vai chamar o Estado quando precisar, a pessoa não pode mais fazer justiça privada. Isso é incorporado até atualmente como influência. 6. Qual é a função da “vontade geral” e do contrato social segundo Rosseau? Rousseau dizia que tinha que ter um meio de subjeção mas isso tinha que ser através de um pacto social e não pela natureza, onde isso ocorre através de um meio de democracia. Sendo assim, o pacto social se caracteriza por democracia. Já a vontade geral quer dizer a soberania do povo, vontade de buscar aquilo que acham justos. 7. Por que a sociedade é produto da conjugação de um impulso associativo natural e da cooperação da vontade humana? Podemos observar que cada grupo de sociedades, possuem suas características próprias, e ate mesmo Lei que não estão escritas, mas cumprem-se como se fosse. Essas leis muitas vezes prevalecem, isto é o impulso que a sociedade dá. Já a cooperação da vontade humana é tudo aquilo que se faz para todo o bem da sociedade em si. 8. Qual é o conceito e as características de sociedade? Sociedade é o agrupamento de pessoas, onde haja interação entre seus membros. Suas características são: a) multiplicidade de indivíduos que possuam necessidade de convivência, mas que não vão ter vínculos jurídicos. b) interações: ações recíprocas, a ação de um corresponde a ação do outro. c) previsão de comportamento: a Lei traz a previsão de comportamento. Proibido matar (Espera-se do individuo um comportamento de não matar). Direitos e deveres. 9. Dar o significado de cooperação, competição e conflito como formas de interação social. A interação social é realizada de três formas: a cooperação, a competição e o conflito. Na cooperação, as pessoas estão movidas por um mesmo objetivo e valor e por isso conjugam o seu esforço. Na competição há uma disputa, uma concorrência, em que as partes procuram obter o que almejam, uma visando à exclusão da outra. (...) O conflito se faz presente a partir do impasse, quando os interesses em jugo não logram uma solução pelo diálogo e as partes recorrem à luta, moral ou física, ou buscam a mediação da justiça. 10. Quais são os instrumentos de controle social? Existem diversos meios que servem para regular a condutas dos membros da sociedade visando à harmonia da vida social. Entre eles podemos destacar a religião, a moral, as regras de trato social e, obviamente o Direito. 11. Como opera o Direito na sua função de instrumento de controle social? O mundo primitivo não distinguiu as diversas espécies de ordenamentos sociais. O Direito absorvia questões afetas ao plano da consciência, própria da moral e da religião, e assuntos não pertinentes à disciplina e equilíbrio da sociedade, identificados hoje por usos sociais”. No entanto, é certo que hoje não podemos confundir as diferentes esferas normativas. Cada instrumento de controle social possui uma faixa de atuação, um objetivo específico. A faixa de atuação do Direito é regrar a conduta social, visando à ordem e o bem comum. Por este motivo, ele irá disciplinar apenas os fatos sociais mais relevantes para o convívio social. Ele irá disciplinar, principalmente, as relações de conflitos e, quanto às relações de cooperação e competição, somente onde houver situação potencialmente conflituosa. 12. Demonstre a mútua dependência entre sociedade e direito. A relação entre o direito e sociedade é de difícil complexidade, pois diversos são os pontos de abordagem desta relação. com relação à visão de Platão, a compreensão do Direito está numa visão estruturalista da Sociedade, chegando a afirmar que se a sociedade é considerada injusta, todos os seus membros são consequentemente injustos. Esta compreensão da sociedade e o direito alternou-se com o desenvolvimento o pensamento moderno, que fragmentou os indivíduos da sociedade, considerando que há sociedade injustas e pessoas justas no meio delas. Esta visão permitiu por um lado o desenvolvimento dos direito e garantias fundamentais, porém, por outro lado, retirou certos meios de defesa visto que a sociedade não é analisada sob um ponto de vista sistêmico e o indivíduo por si só perde forças perante esta desestruturalização. 13. Como o silogismo da sociabilidade exprime os elos que vinculam homem, sociedade e direito? Do exame da dimensão sociológica do direito como forma de investigação do fenômeno jurídico, podemos tirar duas conclusões: silogismo da sociabilidade (premissa maior – proteger o homem) e (premissa menor – sociedade). Proteger o ser humano, dentro de uma sociedade, agindo com direitos e deveres, onde o estado controla. 14. Do exame da dimensão sociológica do direito, por que podemos defini-lo como sendo “a ordenação das relações de convivência”? Podemos dizer sem maiores indagações que o Direito corresponde à exigência essencial e indeclinável de uma convivência ordenada, pois nenhuma sociedade poderia substituir sem um mínimo de ordem, de direção e solidariedade. O direito é, por conseguinte, um fato ou fenômeno social; não existe se não na sociedade e não pode ser concebido fora dela. Uma das características da realidade jurídica é, como se vê, a sua sociabilidade, a sua qualidade de ser social. É necessário desde logo observar que durante milênios o homem viveu ou cumpriu o Direito, sem se propor o problema de seu significado lógico ou moral. É somente num estagio bem maduro da civilização que as regras jurídicas adquirem estrutura e valor próprios, independente das norma religiosas ou costumeira e, por via de consequência, só então que a humanidade passa a considerar o Direito como algo merecedor de estudos autônomos.
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