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Análise das Variações Variações Ondulatórias Análise das Variações Ondulatórias Prof. Luiz Gil Solon Guimarães Os fenômenos ondulatórios são muito comuns. Por exemplo, o mar agitado apresenta ondas que se movimentam em direção à costa. Certamente você já observou ondas se chocando em rochas num movimento cíclico regular. A dinâmica de entrada de uma pessoa no mar a partir de um rochedo deve ser a de aguardar a onda bater e, no seu retorno, mergulhar rapidamente, aproveitando o ciclo das ondas. Outro exemplo de fenômeno ondulatório é o conjunto de ondas que se forma em águas paradas quando um barco passa. Agora vamos falar sobre os abalos sísmicos que, apesar de não serem muito relevante para nós brasileiros, não podem ser esquecidos Os abalos sísmicos são movimentos ondulatórios que ocorrem em certas zonas da superfície terrestre. As ondas sísmicas propagam-se do interior da Terra até à superfície e seus efeitos podem ser devastadores. As ondas em cordas facilitam muito a observação do fenômeno ondulatório. Para isso basta fixar uma das extremidades da corda e produzir um movimento de Análise das Variações Ondulatórias Prof. Luiz Gil Solon Guimarães “sobe e desce” na outra ponta. Isso pode ser feito facilmente em uma sala de aula pelo professor com o auxílio de um aluno, como na foto abaixo. Em shows musicais ao ar livre são muito comuns as torres com caixas de som com elevadas potências. Os alto-falantes vibram e produzem ondas sonoras de grande energia. Essas ondas mencionadas até aqui são ditas ondas mecânicas, pois transferem energia de um ponto para outro em um determinado meio. Portanto, necessitam de um suporte material para se propagarem. Elas se formam pela vibração de Análise das Variações Ondulatórias Prof. Luiz Gil Solon Guimarães corpúsculos (constituintes da matéria) que constituem o meio no qual a propagação ocorre. Portanto, as ondas do mar, as ondas do lago, as ondas sismícas, as ondas em cordas e as ondas sonoras são ondas mecânicas. Existem ondas que não necessitam do meio para se propagarem. São as ondas eletromagnéticas. Elas se propagam no ar, na água, ou em outros meios materiais, mas também se propagam no vácuo. Assim como as ondas mecânicas, as ondas eletromagnéticas estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. A mais famosa é a luz, mas o sinal do rádio da TV e do celular são ondas eletromagnéticas. Também podemos citar o infravermelho, as microondas, o Raio X e o GPS. A única onda eletromagnética que podemos ver é a luz que, pelas suas variações, nos permite a visão das cores. As demais não são captadas pelo nosso sistema visual. A luz emitida pelas estrelas propaga-se no espaço vazio através de ondas luminosas, que são um tipo de ondas eletromagnéticas, não precisando de um suporte material para se propagarem. O mesmo raciocínio serve para o sol que nos inunda todos os dias com a sua luz. Quando se utiliza uma corda para produzir uma onda, verifica-se facilmente o fenômeno ondulatório, mas não há deslocamento de matéria na direção de propagação da onda. Cada ponto da corda permanece na mesma posição horizontal, mas oscila de cima para baixo e vice versa. A onda transporta energia, mas não transporta, na direção de propagação, qualquer ponto material da corda. Para comprovar isso basta marcar um ponto na corda e produzir a onda. O ponto marcado ficará subindo e descendo. O efeito visual da onda (“OLA”) é produzido nos estádios de futebol apenas com o movimento de se levantar e sentar de forma sincronizada, como se fosse o ponto marcado na corda mencionado no parágrafo anterior. O fenômeno ondulatório é produzido sem que nenhuma pessoa saia do seu lugar. As ondas eletromagnéticas são bem mais complexas do que as ondas mecânicas e estão previstas para a disciplina Física Teórica Experimental III. Análise das Variações Ondulatórias Prof. Luiz Gil Solon Guimarães As ondas eletromagnéticas são resultado das combinações de campos elétricos e campos magnéticos que se propagam no espaço, dando origem à sua denominação. Na figura, o campo elétrico é representado pela letra E e o magnético, perpendicular, pela letra B. Após esta introdução, vimos que as variações ondulatórias são muito importantes para o nosso dia a dia e para a engenharia. Análise das Variações Ondulatórias Prof. Luiz Gil Solon Guimarães Antes de falarmos em números, vamos conhecer as principais características de uma onda. Amplitude e comprimento de onda Tanto a Amplitude como o comprimento de onda são comprimentos que podem ser medidos normalmente. No SI (Sistema Internacional de Unidades), a unidade de referência é o metro. A amplitude é a altura máxima atingida por um pulso em relação a posição de repouso. O comprimento de onda é a dimensão de um ciclo completo da onda, que pode ser medido entre dois pontos que posuam a mesma amplitude, como mostra a figura. Período e frequência O período é o tempo que um comprimento de onda passa por um referencial. No SI, o período é medido em segundos. A frequência é uma medida um pouco mais complexa. Ela é definida como sendo a quantidade de ciclos completos passam por um referencial fixo em um determinado tempo. A frequência é medida em hertz (hz), que representa o número de ciclos por segundo. Na figura aparecem duas ondas, uma com frequência de 3 hz e outra de 10 hz. Na primeira, de 3 hz, percebe-se um comprimento de onda maior. Nas duas estão marcados os tempos de 1 segundo no eixo horizontal que representa o tempo. Na primeira podemos contar 3 ciclos completos em 1 segundo (1 hz) e na segunda pode-se contar 10 ciclos completos (10 hz). Análise das Variações Ondulatórias Prof. Luiz Gil Solon Guimarães Agora que já conhecemos um pouco mais das variações ondulatórias, podemos avançar e analisá-las numericamente. Vamos imaginar uma corda em repouso com os referenciais da figura, onde o eixo x coincide com a corda em repouso e o eixo y, perpendicular, se encontra na extremidade esquerda da corda e um ponto P, genérico, está localizado em uma posição x qualquer. Se imaginarmos uma onda na corda da figura, uma das configurações possíveis é a da figura abaixo. A ideia é possuirmos uma equação que consiga representar numericamente a posição de um ponto da corda quando a onda passa, ou seja, precisamos conseguir representar numericamente a posição de qualquer ponto da corda para, por exemplo, conseguirmos desenhar a onda. Análise das Variações Ondulatórias Prof. Luiz Gil Solon Guimarães Equação da onda periódica: � = ���� � �� − � �� + ��� Aqui temos várias considerações: • y: posição referente ao eixo vertical (ordenada) • T: período da onda • x:posição referente ao eixo horizontal (abiscissa) • λ: comprimento de onda • ��: fase inicial (deslocamento horizontal inicial) • O ângulo representado pela expressão entre colchetes está em radianos. Antes de prosseguirmos, vamos retornar para a trigonometria e revermos os conceitos de seno, cosseno e tangente. Nosso início se dará pelo círculo trigonométrico, que nada mais é do que um círculo de raio unitário e centro na origem. Como o círculo possui raio unitário e está centrado na origem, repare que os pontos do círculo possuem valores de abscissas e ordenadas entre -1 e 1. Outrainformação que vale a pena lembrar é a marcação dos ângulos. O início (0o) se dá no ponto A e os ângulos crescem positivamente no sentido anti-horário. Análise das Variações Ondulatórias Prof. Luiz Gil Solon Guimarães Por último, vamos lembrar que o círculo é dividido em 4 quadrantes, sendo o 1º entre 0 e 90º, o 2º entre 90 e 180º , o 3º entre 180 e 270º e o 4º entre 270 e 360º, conforme a figura. Evoluindo o raciocínio, vamos associar o eixo x aos cossenos e o eixo y aos senos. Considerando apenas pontos do círculo, vamos analisar um ponto P qualquer do círculo, com um ângulo θ, medido a partir do ponto 0o, como acabamos de discutir. Por ser um ponto do círculo, P está a uma distância unitária do centro e possui, como abiscissa, cosseno de θ e como ordenada seno de θ. Dessa forma, os valores possíveis para o seno e para o cosseno também variam de -1 até 1. Atividade 1 Utilize o programa GeoGebra para gerar os gráficos de y=cos(x) e y=sen(x). • Qual a diferença entre os gráficos? • Quais os valores máximos e mínimos? • Altere a expressão y=cos(x) para y = A . cos(x). O que acontece com os valores máximos e mínimos quando atribuímos valores para A, por exemplo 2 ou 3? • Altere a expressão para y = cos(A . x). O que acontece com o comprimento da onda quando atribuímos valores para A, por exemplo 2 ou 0,5? • Altere a expressão para y = cos(x + A). O que acontece com o gráfico quando atribuímos valores para A, por exemplo 2 ou 0,5? Análise das Variações Ondulatórias Prof. Luiz Gil Solon Guimarães Retornando à equação da onda, vemos a presença do cosseno que será calculado a partir de uma série de fatores que independente de seus valores, produzirão um resultado que será um valor entre -1 e 1. Este valor do cosseno será multiplicado pela amplitude, gerando um valor para y, que obrigatoriamente será entre A e –A. Vamos construir o gráfico de uma onda com amplitude de 1,5 m, período de 3 s, comprimento de onda de 4m e fase inicial igual a zero. Expressão da onda: � = �, � . ��� � ���− � �� Para que a gente possa ter um controle manual do processo, vamos utilizar o Microsoft Excel para a construção do gráfico. Inicialmente vamos montar uma tabela com valores de x variando de 0 a 6m. Como o comprimento de onda é 4m, nossa representação terá uma vez e meia o comprimento da onda. Vamos criar pontos a cada 20 cm, ou seja 0,2 m. Na primeira coluna estão os valores de x e na segunda, os valores de y. X Y 0 -0,75 0,2 -0,311867536 0,4 0,156792695 0,6 0,610104965 0,8 1,00369591 1 1,299038106 1,2 1,467221401 1,4 1,491782843 1,6 1,370318186 1,8 1,114717238 2 0,75 2,2 0,311867536 2,4 -0,156792695 2,6 -0,610104965 2,8 -1,00369591 3 -1,299038106 3,2 -1,467221401 3,4 -1,491782843 3,6 -1,370318186 3,8 -1,114717238 4 -0,75 4,2 -0,311867536 4,4 0,156792695 4,6 0,610104965 4,8 1,00369591 5 1,299038106 5,2 1,467221401 5,4 1,491782843 5,6 1,370318186 5,8 1,114717238 6 0,75
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