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CIDADES E SANEAMENTO

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SANEAMENTO AMBIENTAL
Prof. MSc: Joaquim Ignácio da Costa Neto
Cidades e SaneamentoCidades e Saneamento
SANEAMENTO AMBIENTAL
ProgramaPrograma
1.1. Um olhar sobre a histUm olhar sobre a históória do saneamentoria do saneamento
2.2. Brasil: informaBrasil: informaçções gerais, recursos hões gerais, recursos híídricos e saneamentodricos e saneamento
3.3. O saneamento no Estado de São PauloO saneamento no Estado de São Paulo
4. 4. Saneamento: nossos desafios e possibilidadesSaneamento: nossos desafios e possibilidades
SANEAMENTO AMBIENTAL
1. Um olhar sobre a hist1. Um olhar sobre a históória do saneamentoria do saneamento
SANEAMENTO AMBIENTAL
Idade Antiga Idade Antiga (at(atéé o so sééc. V c. V dCdC))
ƒ 4000 aC (Sumérios – primeiros escritos da humanidade) até o 
século VIIaC (Grécia): visão mágico-religiosa
ƒ Mitologia egípcia: Nilo seria originado da união entre Osíris e Ísis, 
de onde nasceu o menino-Deus Hórus, que obrigou o oceano a 
recuar deixando nas margens o lodo que adubava as plantações
ƒ Técnicas importantes desenvolvidas: irrigação; construção de 
diques; canalizações exteriores e subterrâneas
ƒ Drenagens no Vale do Indo (3.200 aC): ruas com canais de 
esgoto cobertos por tijolos, casas com banheiras e privadas 
lançando nos canais
ƒ Documentos em sânscrito (2.000 aC): aconselhavam a exposição 
da água ao sol, filtragem em carvão, areia ou cascalho, imersão 
de barra de ferro aquecida
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Os antigos esgotos assírios de Nimrud
Idade Antiga Idade Antiga (at(atéé o so sééc. V c. V dCdC))
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ƒ A partir do século VII aC: interpretação do mundo baseada na 
observação da natureza (batizada de visão “hipocrático-
naturalista”)
ƒ Escola de Mileto (Tales de Mileto, 625?-558 aC): rios alimentados 
pela água do mar, a qual ascendia por meio da destilação 
provocada pelo fogo interior das rochas ou pelo refluxo capilar
ƒ Preocupações com medidas sanitárias já podiam ser observadas 
no século III aC: o tratado de Hipócrates (460-354 aC) - Ares, 
Águas e Lugares - procurou informar ao médico sobre a relação 
entre o ambiente e a saúde
Hipócrates já afirmava: “ a influência da água sobre a saúde é
muito grande”
Idade Antiga Idade Antiga (at(atéé o so sééc. V c. V dCdC))
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Grécia: enterravam as fezes ou as transportavam para longe das residências
Idade Antiga Idade Antiga (at(atéé o so sééc. V c. V dCdC))
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Idade Antiga Idade Antiga (at(atéé o so sééc. V c. V dCdC))
ƒ Platão (427-347 aC) - preocupação com a qualidade da água: 
“qualquer um que tenha corrompido a água de outrem ... além 
de reparar o prejuízo será obrigado a limpar a fonte ...”
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Idade Antiga Idade Antiga (at(atéé o so sééc. V c. V dCdC):): a a áágua em Romagua em Roma
ƒ Século IV aC: 856 banhos públicos e 14 termas; consumo de água 
de 750 milhões de litros por dia
ƒ Ruas com encanamentos: serviam as fontes públicas e lares de 
cidadãos ricos que pagavam pelo privilégio
ƒ Construção dos aquedutos: traziam água de muito longe até
chegarem a reservatórios com vazões controladas por 
comportas, de modo a privilegiar, primeiramente, as fontes 
públicas, depois os banhos e finalmente os lares dos ricos
ƒ “Fontes de Tívoli”: jorram água a grandes alturas, utilizando 
pressão hidrostática de reservatórios construídos nas montanhas 
próximas e canalizados com manilhas feitas de materiais da 
épóca.
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Bombas de água confeccionadas em bronze:
ação de dois êmbolos funcionando alternadamente 
Idade Antiga Idade Antiga (at(atéé o so sééc. V c. V dCdC):): a a áágua em Romagua em Roma
Sextus Július
Antoninos
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Por volta de 50 dC, Roma possuía 
10 aquedutos totalizando 421.950 
metros (87% enterrados, 2% em 
estruturas baixas, 11% em arcos)
Termas de Diocleciano
Idade Antiga Idade Antiga (at(atéé o so sééc. V c. V dCdC):): a a áágua em Romagua em Roma
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ƒ Compreensão dos gestores públicos do processo saúde-doença 
e sua relação com o abastecimento de água e afastamento das 
águas servidas
ƒ Marcus Terentius Varro (séc. I aC): “talvez vivam nos lugares 
pantanosos pequenos animais que não podem ser percebidos 
pelos olhos e penetram no corpo pela boca e narinas, causando 
graves desordens”
ƒ Coleta de águas servidas: em tubulações de tijolos, na forma de 
túneis e com chaminés de inspeção
Idade Antiga (atIdade Antiga (atéé o so sééc. V c. V dCdC): ): os esgotos sanitos esgotos sanitáários em Romarios em Roma
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Boca de descarga da grande"cloaca maxima" da antiga Roma (514 aC)
Idade Antiga (atIdade Antiga (atéé o so sééc. V c. V dCdC): ): os esgotos sanitos esgotos sanitáários em Romarios em Roma
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ƒ Queda do Império Romano no Ocidente (476 dC): escravagismo
romano passa a ceder lugar nas regiões da Gália, Bretanha, 
Germânia, Espanha, Portugal a novas organizações sócio-
econômicas que se consolidam no sistema feudal
ƒ Água como elemento vital para o desenvolvimento econômico: 
rodas d´água (em 1.086 havia 5.624 rodas d´água na Inglaterra 
de propriedade dos senhores feudais) e moinhos projetados para 
fornecer força motriz (moagem, tecelagem, tinturaria, curtimento)
ƒ Abastecimento: através da captação direta de rios, afastando-se 
das práticas romanas de captar a longas distâncias
ƒ Retrocesso considerável do ponto de vista sanitário: baixo 
consumo de água com graves consequências à saúde (ninguém 
tomava banho)
Idade MIdade Méédia dia (s(sééc. V c. V dCdC ao sao sééc. XV c. XV dCdC))
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A hora do “sai de baixo”:
as fezes, urina e água 
servidas eram lançadas 
em vias públicas, o que 
provocava muitos atritos 
entre os habitantes. A 
solução contou com a 
instituição do sai de 
baixo, onde em 
determinada hora os 
dejetos eram lançados 
nas ruas 
Idade MIdade Méédia (sdia (sééc. V c. V dCdC ao sao sééc. XV c. XV dCdC))Idade MIdade Méédia dia (s(sééc. V c. V dCdC ao sao sééc. XV c. XV dCdC))
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ƒ Hipótese: com a queda de Roma, e novas formas de organização 
sociais, o conhecimento ficou “arquivado” nos séculos seguintes 
(e a nova aristocracia não conhecia o latim)
ƒ O texto "De Aqvis vrbis Romae“, de Frontinus: descoberto 
somente em 1425, com os seus ensinamentos de saneamento e 
gestão permanecido indisponíveis durante toda a Idade Média
ƒ A titularidade sobre a água: é redefinida e se fragmenta nas mãos 
da aristocracia. A água deixa de ser um recurso público, 
gerenciado pelo governo como foi na Roma Antiga
ƒ Maior parte da população: escavava poços - presença de fossas 
e estercos animais contaminava quase todas as fontes de água
ƒ Grandes epidemias: peste (séc. XIV – metade da população da 
Europa infectada e morte de quase um terço); cólera; lepra; tifo
Idade MIdade Méédia dia (s(sééc. V c. V dCdC ao sao sééc. XV c. XV dCdC))
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Idade MIdade Méédia dia (s(sééc. V c. V dCdC ao sao sééc. XV c. XV dCdC))
A vida era um 
lixo
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Idade Moderna Idade Moderna (1453 a 1789)(1453 a 1789)
ƒ A visão experimentalista: Paracelso (1493-1543) um dos 
impulsores da nova concepção do conceito de saúde-doença 
(percebe relação entre doenças e ocupação profissional -
tuberculose fibróide dos mineiros)
ƒ Neste período: desenvolve-se a metodologia de medição de 
velocidades e das vazões, e se estabelece que os rios, fontes e as 
águas subterrâneas eram formados pelas chuvas
ƒ Modelo de abastecimento de água baseado na aristocracia 
estava em falência: em Paris, final do século XV, controlava-se a 
distribuição de água através de canalizações e uma dezena de 
fontes, sob a vigilância da municipalidade
ƒ A fabricaçãode tubos de ferro fundido (1664): possibilitaria um 
aumento considerável na distribuição de água canalizada
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A água de volta ao domínio público
Idade Moderna Idade Moderna (1453 a 1789)(1453 a 1789)
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Idade Contemporânea Idade Contemporânea (1789 at(1789 atéé os dias de hoje)os dias de hoje)
ƒ A revolução termodinâmica, possibilitada pela máquina a vapor 
(1764): aceleração do processo produtivo, causando um forte 
impacto sócio-econômico e ambiental
ƒ Desenvolvimento de grandes centros industriais: atração de 
populações rurais (péssimas condições de habitação e trabalho); 
mortalidade e doenças aumentam consideravelmente
ƒ A partir de meados do século XIX: início da implantação do 
saneamento, e da gestão e legislação deste serviço público
ƒ Na França implanta-se uma ‘medicina urbana’: sanear os 
espaços das cidades, disciplinando a localização dos cemitérios 
e hospitais, arejando as ruas e construções públicas
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ƒ Origens da política nacional de saúde na Inglaterra (século XVIII): 
questão central era aumentar a riqueza e o poder nacional - a 
indústria e o trabalho como fatores de produção mais importantes
ƒ Perda de produtividade no trabalho: seja por doença ou por 
morte, representaria fortes prejuízos à economia
ƒ Não cabia mais intervir apenas sobre o indivíduo: a medicina se faz 
coletiva para combater a doença de forma mais eficaz; o objeto da 
ação médica passa a ser a prevenção
ƒ Prevenção das doenças e sua cura pela imunização feita através de 
campanhas de vacinação: trouxe um abrandamento quanto à
continuidade consistente do saneamento do meio
ƒ Somente em meados do século XX: começam a surgir teorias que se 
opunham ao modelo unicausal das doenças, buscando na 
associação de vários fatores a explicação para as mesmas
Idade Contemporânea Idade Contemporânea (1789 at(1789 atéé os dias de hoje)os dias de hoje)
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E apE apóós tudo isto, s tudo isto, nos dias de hoje ...nos dias de hoje ...
ƒ Entre 1950 e 2000 a população mundial cresceu de 2,5 para 6,1 
bilhões de pessoas
ƒ Estudos atuais mostram que a estimativa é chegar a 8,9 bilhões 
em 2050
ƒ A população continua crescendo, mas o sistema natural da Terra, 
não. 
ƒ A quantidade de água doce, hoje produzida pelo ciclo 
hidrológico, é a mesma de 1950 e, provavelmente, será a mesma 
em 2050
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E apE apóós tudo isto, s tudo isto, nos dias de hoje ...nos dias de hoje ...
ƒ Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a escassez de 
água tratada e segura para o consumo já afeta 2 bilhões de 
pessoas em todo o mundo
ƒ Cerca de 6000 crianças morrem diariamente devido a doenças 
ligadas à água insalubre e a um saneamento e higiene 
deficientes
ƒ Cerca de 70% de todas as doenças nos paises em 
desenvolvimento ainda se relacionam com o controle 
inadequado da água

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